Obsédant escrita por Skie


Capítulo 2
Kissed by Fire




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I

KISSED BY FIRE

James, Remus e Sirius estavam jogados no gramado, sob a sombra de uma das grandes árvores que compunham a área verde do campus de Hogwarts College. Os três discutiam calorosamente sobre um dos tópicos que mais perpetuava a existência deles naquele momento: Warcraft.

— Por favor, eu sei que o Lothar é lindo, mas não quero escutar vocês falando mais sobre isso — Marlene disse, tapando os ouvidos em um típico protesto infantil, enquanto se sentava ao lado dos meninos. — Não sou obrigada a saber todas as regras de um jogo que eu não gosto.

— Boa tarde para você também, Lene — Sirius cumprimentou, ignorando totalmente o que a menina acabara de falar. Marlene se limitou a mostrar o dedo do meio para ele, antes de se virar para James.

— E então, garanhão, foi atrás do seu charmander?

— O quê? — James a olhou confuso. — Eu nem jogo Pokémon Go, você sabe que minha mãe disse que iria trocar a fechadura de casa se eu jogasse.

Marlene revirou os olhos antes de se explicar: — Na verdade eu estava me referindo à sua ruiva.

— Ele não teve coragem — Sirius riu pelo nariz, sorrindo divertido. — Ele deu para trás a semana toda, como sempre faz.

— Primeiramente, essa sua comparação foi horrível, Lene. Segundo, eu não dei para trás, eu só estava elaborando uma cantada nova — disse a última parte um pouco mais baixo, sentindo-se desconfortável.

Sirius e Marlene se encararam, nem um pouco conformados com a resposta do amigo, logo dirigindo o olhar para Remus, que suspirou cansado, consertando a postura.

— James, a escolha é sua, mas a Lene estava certa quando disse que esse pode ser o último ano que vocês vão estar frequentando o mesmo lugar — coçou a cabeça pensativo, mirando ao longe. — Uma vez eu li que pessoas que nascem com os cabelos ruivos são bem interessantes. São consideradas abençoadas e cheias de sorte. Criaturas beijadas pelo fogo, creio que isso deva significar que são belas, mas que também podem ser perigosas, pessoas cheias de vida e fortes, porém elas podem se extinguir rapidamente. Como eu disse, interessantes.

— Viu só, Jay? Você não vai querer perder essa oportunidade — Marlene passou o braço pelos ombros do Potter, sorrindo largamente para ele.

— É sério, James. Mesmo se você receber o primeiro não da sua vida, e seu ego masculino for totalmente destruído, nós sempre vamos estar aqui por você — Sirius Black incentivou. — O Peter também, eu só não sei onde ele se meteu.

— Valeu, gente.

— Ótimo, você fala com ela o mais rápido que der e conta para nós como foi. Agora a gente tem que ir para a aula de química, Jay — Marlene falou se levantando e puxando os outros dois garotos, que quase não tiveram tempo de se despedir do terceiro.

James andava distraído pelos corredores da escola. Mesmo sendo uma construção bem antiga, Hogwarts era extremamente conservada e adaptada às novas tecnologias, além de um ambiente claro e confortável.

O garoto ia em direção à saída, mal percebendo os outros poucos alunos que passavam ao seu lado, alguns o cumprimentando. Sua mente vagava por um caminho totalmente divergente da realidade. Ele pensava no que Remus havia dito, de como pessoas beijadas pelo fogo eram especiais, e ele tinha certeza que Lily era especial, mesmo não a conhecendo direito, o que apenas aumentava a sua curiosidade de estar perto dela. James lembrava como o cabelo da garota brilhava em contato com a luz do sol, tão vermelho como fogo ardente. Era a sua cor favorita.

Foi pensando em brasas quentes que ele avistou o cabelo ruivo ao longe. A garota estava encostada no muro perto às grades do portão da escola, sozinha. Era a chance perfeita para tentar uma aproximação. Porém, antes mesmo que pudesse apressar o passo ao encontro de Lily, um furacão loiro invadiu completamente seu campo de visão, quase trombando contra seu peito.

— Jamesinho! — a voz aguda de Emmeline invadiu seus ouvidos, enquanto a mesma se jogava contra ele. — Está tão sumido!

— Emme, a gente estuda na mesma escola — revirou os olhos, sem paciência nenhuma para discutir com Emmeline Vance naquele momento.

— Eu estava com saudades — disse com a voz melosa, enquanto James olhava a figura de Lily, que ainda se mantinha encostada no muro.

— Eu também — tentou sorrir, mas era algo impossível, já que tudo o que mais queria era empurrar a loira para o lado e sair correndo em direção à ruiva. — Nós podemos nos falar depois? Eu estou com um pouco de pressa agora.

— Nossa, James, você está bem? Nunca me tratou assim — franziu o cenho, deixando seu lado ciumento transparecer. Anos se passariam, mas Emmeline ainda pensaria que tinha direitos sobre o Potter.

James suspirou, colocando as mãos sobre os ombros da loira: — Eu preciso comprar ração para a Ophelia, antes que minha mãe me deserde. Você sabe que ela ama essa cadela mais que o próprio filho.

— Claro — olhou desconfiada, mas rapidamente voltou a sorrir, dando-lhe um beijo estalado na bochecha. — Eu te ligo mais tarde, nós precisamos fazer algo juntos o mais rápido possível.

Esperou Emmeline se afastar um pouco antes de seguir caminho em direção à Lily, respirando fundo, tentou se acalmar e tomar coragem.

— Olá — cumprimentou se encostando ao lado dela no muro.

A garota o fitou com os olhos arregalados, sua respiração pareceu ficar descompassada por alguns segundos, quase não acreditando que havia alguém ao seu lado. Principalmente ele.

— Oi — disse baixo, quase como um suspiro.

James teve de conter a vontade de sorrir ao escutar a voz da menina, um som tão doce e melódico. Definitivamente ela não parecia ser perigosa, como Remus disse que pessoas tocadas pelo fogo pudessem ser. Porém, dúvidas de que seus cabelos realmente pareciam vivos como chamas era impossível de se ter, principalmente tão de perto quanto James estava.

— Desculpe eu não tive a intenção de te assustar — passou as mãos pelos cabelos, em um típico reflexo de nervosismo.

Lily balançou a cabeça positivamente, sem desviar o olhar do dele. Quando percebeu que deveria o estar encarando por tempo demais, se afastou um passo do garoto, olhando para outra direção. Fato que não passou despercebido por James.

Ela estava com os ombros retraídos, em uma pose quase encolhida, enquanto olhava atentamente o movimento da rua, como se esperasse que alguém aparecesse a qualquer momento. Mesmo não estando colado a ela, James conseguia perceber que a respiração de Lily estava fora do normal, devido ao movimento brusco que seu peito exercia.

Franziu o cenho diante tal atitude. Mulheres já haviam se portado de maneira estranha perto dele, mas nada comparado a isso.

— Ei, tudo bem com você? — perguntou, voltando a se aproximar, tocando o braço desnudo dela. Péssima ideia.

Lily pulou assustada, ao sentir o toque quente em sua pele, cobrindo o local rapidamente com uma das mãos. O olhar dela era assustado, e ela se afastou mais ainda dele. James tentou avançar em sua direção, preocupado com as reações estranhas que a ruiva estava tendo. Ele estava confuso e apenas queria ajudá-la, porém naquele exato momento, uma louca de cabelos negros se materializou entre os dois, de frente para James, e seu olhar não era nada amigável.

— O que você pensa que está fazendo? — a garota de cabelos escuros perguntou, parecendo mais assustada que a ruiva, mas também existia uma pontada de raiva no tom que ela usou ao se dirigir a James.

— O quê? Nós só estávamos conversando — afirmou, olhando por cima dos ombros dela.

— Não era o que estava parecendo — acusou, cruzando os braços e mudando o semblante para algo parecido com um rottweiler raivoso. — O que você estava querendo tocando ela dessa maneira, hm? Quais suas intenções? Você a assustou!

James mal conseguia processar o que ela falava, tudo saía rápido e meramente embolado de sua boca. O garoto sentia seu sangue esquentar a cada palavra que a morena proferia.

— Escuta só, eu estava apenas conversando com a garota e do nada você saiu do inferno e começou a falar essas coisas — massageou as têmporas tentando se acalmar e organizar suas palavras. — Aliás, quem é você e de onde você surgiu, criatura?

— Bom, eu sou alguém que não sai dando em cima dos outros tendo péssimas pretensões em mente e se continuar me irritando, eu também vou ser a pessoa que vai dar na sua cara.

— Ah, meu deus, era só o que me faltava — colocou as mãos na cabeça dando meia volta no mesmo lugar, respirou fundo, mais uma vez tentando manter a calma. — É sério isso? Você acha o que? Que eu tenho cara de estuprador? Por favor, minha filha.

— Hoje em dia não se pode confiar em mais…

— Petúnia, chega — Lily a cortou, com a voz baixa, parecendo atordoada demais com toda aquela confusão e barulho. Os dois subitamente a encararam, lembrando que ela estava ali. — Vamos embora, por favor.

— Lily, me desculpe — Petúnia disse com a voz doce, totalmente diferente do tom que estava usando com James. — Você está bem? Ele não te machucou, certo?

A ruiva balançou fracamente a cabeça em sinal de que estava tudo bem com ela, porém seus olhos estavam fechados com força e sua respiração era pesada.

— Ela está bem? — James teve a infelicidade de perguntar, sem conseguir conter sua boca grande. Porém tudo o que recebeu como resposta foi um olhar gélido que a morena lhe lançou, antes de se virar com Lily e seguir em direção a um carro que estava parado do outro lado da rua.

James ficou parado no lugar enquanto via as duas indo embora, sem conseguir entender muito bem o que acabara de acontecer. Bem que uma vez já haviam lhe dito que quem mexe com fogo acaba queimado.

— Obrigada por não ter avançado nele, como já fez com outros garotos que chegaram perto demais — Lily disse quando já estavam quase perto de casa, enquanto brincava com os dedos. Petúnia apenas lhe lançou um olhar confuso, a irmã estava diferente do normal, parecendo mais perdida em seu próprio mundo e pensamentos do que normalmente ficava. — Era ele, Tuney. Aquele garoto.


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Notas finais do capítulo

Olar, como estão? Espero que estejam gostando e não se esqueçam de comentar o que acham, por favor. Então, alguma ideia do que a Lily tem?

Caso gostem de scorose, deem uma passada na minha outra fic: http://goo.gl/0cBZYr