Lost Souls. escrita por FantasyJuli


Capítulo 3
Capitulo 3.




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Um dj desconhecido tocava enquanto os que realmente importavam se preparavam e poucas pessoas davam atenção a ele que pedia desesperadamente que gritássemos ou estendêssemos nossas mãos. Enquanto isso algumas pessoas flertavam, outras aproveitavam a vibe sob a luz da lua, algumas procuravam por drogas e outras usavam, jogando balas dentro da boca e dissolvendo doces na língua. Era incrível a criatividade dessas pessoas para apelidarem esses tipos de droga.

—olha ela ali. –disse o Victor esfregando as mãos e esboçando um sorriso vagabundo nos lábios.

—ela quem?

—a DJ gringa que eu te falei. –ele apontou para a garota em cima do palco, ela esperava o DJ que tocava agora para poder se apresentar. Tinha cabelos curtos e loiros e usava uma maquiagem mais colorida que a decoração da festa.

—você não falou nada, você só me trouxe aqui pra segurar essa vela né filho da puta. –o Victor abaixou a cabeça desviando do golpe que eu tentara acertar e ainda rindo ele assentiu.

—foi sim. Vá pegar uma cerveja que agora eu armar minha futura foda.

Victor era o tipo de cara que sempre conseguia entra e sair de onde quisesse, era do tipo que tinha contatos em todos os lugares e nunca estava sozinho. Mas também era o meu melhor amigo, irmão, desde menor. Sempre estudamos no mesmo colégio, conhecíamos os mesmos caras, pegávamos as mesmas meninas e a gente sempre se fodia junto.

—uma Heineken. –dei o dinheiro para o cobrador atrás da grade e ele me devolveu uma ficha de cerveja, fui até o balcão do bar e troquei a ficha por uma long neck.

—eu estou começando a achar que você está me perseguindo. –uma voz feminina me chamou a atenção era aveludada e carregava um forte sotaque, espanhol pelo o que parece.

—me desculpe, mas com todos esses movimentos feministas acontecendo... eu não me surpreenderia se fosse o contrário. –a morena da praia (e do bar) estava parada do meu lado com os cotovelos apoiados no balcão exibindo um sorriso tranqüilo e uma cerveja em mãos.

—será? Não é tão fácil se encontra assim tantas vezes.

—você está certa. –fiz uma pausa enquanto eu me esforçava para exibir o meu melhor sorriso que eu sabia, por experiências passadas, que tinham efeitos positivos sobre pessoas do sexo oposto. –eu estava te perseguindo, tem sido tão difícil parar de pensar em você. –disse em tom de piada.

—estou começando a ficar um pouco assustada.–ela riu e esticou a mão para um aperto. –soi Lua.

—Lua?

—si, minha mãe se chamava Sol ela achou legal que eu fosse Sol, talvez se eu tivesse uma irmã ela pudesse se chamar Estrela. –disse rindo, um riso rouco e meigo que misturado ao seu sotaque só a deixava mais sexy.

—Lucas, mas você pode me chamar de Luc.

—pode deixar, Luc.

—você não é daqui né? –disse tentando puxar assunto.

—não sou, eu vim do México, mas não sei se posso contar mi estória para você.

—por que não? Vou acabar descobrindo que seu sobrenome é Escobar e você terá que me matar?

—não; -ela riu mais uma vez e eu senti vontade de fazê-la rir para sempre, o tempo inteiro, 24 horas por dia. –mas você é um perseguidor é melhor eu ter cuidado.

—touchê. –ela jogou o cabelo volumoso pelo ombro e levantou a garrafa fazendo um sinal.

—tenho que ir, minha amiga vai tocar agora. A gente se ver, Luc. –e assim ela saiu desfilando multidão adentro.

A noite continuou e eu continuei bebendo, mudei da cerveja pro whisky caro, tudo indo diretamente para  conta dos amigos endinheirados do Victor. As horas se passavam, os DJs mudavam e as pessoas só ficavam cada vez mais loucas, não era difícil se esbarrar em alguém entrando em coma ou tendo uma overdose, mas ali no meio de todos aqueles ratos era como se ela fosse um anjo, uma única flor viva na babilônia em chamas. Mas uma coisa não parecia certa.

Uma cara estava a arrastando para um canto mais escondido da festa e ela não parecia concordar com isso, me aproximei em silêncio mantendo o máximo de discrição que eu conseguia.

—sueltame! –disse firme. – que quieres? –eu não era fluente em espanhol mas sabia o que aquilo significava, então eu me aproximei.

—o que está acontecendo aqui. –perguntei tentando parecer calmo, mas acabei sendo mais agressivo do que eu planejava.

—Luc. –seus olhos expressavam o desespero que eu não queria nunca ver. –Fernando me deixa em paz.

—ta saindo pra ficar com esses vagabundos não é mesmo? –o homem tinha barba mal feita e parecia um ex presidiário com tatuagens dignas de um ex presidiário e segurava o braço dela com tanta força que já via a hora dele se partir ao meio.

—você é louco! –ela, de uma forma bem sutil, cuspiu no rosto infeliz do homem e então ele a jogou pro chão de uma forma repugnante. Peguei a garrafa de cerveja que estava em minhas mãos e bati com toda força em sua cabeça fazendo-a se partir em mil.

Algumas pessoas nem se importaram, outras correram pra chamar os seguranças. Enquanto o homem cambaleava desnorteado eu segurei os braços da garota e a levantei.

—vamos, temos que sair daqui. –ela assentiu carregando medo no rosto e então me seguiu. Saímos correndo da festa enquanto alguns seguranças nos gritavam, corremos pela areia da praia até atingirmos um local seguro e longe de perigo.

—você está bem? –perguntei colocando as mãos em seu rosto guiando os seu rosto até encontrar o seu olhar agora mais relaxado.

—si si, muito obrigado por me ajudar, não era sua obrigação. –ela sorriu.

—mas eu quis.

—me leva pra casa?

—claro, onde você mora?

—me leva pra sua casa? –ela desviou o olhar pro chão. –não quero voltar agora.

...

Seguimos para o meu apartamento conversando sobre coisas inúteis e rindo mais ainda sobre coisas sérias, ela se confundia e falava espanhol na maioria das vezes mais eu não dizia nada só me esforçava para entender.

Quando chegamos na luz do apartamento eu pude vê-la por inteiro, usava um vestido amarelo colado ao corpo, seu cabelo estava solto e tocava a bunda, uma linda bunda por sinal, havia glitter acima das sobrancelhas e abaixo doas olhos e ela estava tão linda que eu mal podia me conter em vê-la ali desfilando na minha sala.

—mi casa es su casa. –disse fechando a porta e a observando caminhar pelo apartamento observando cada detalhe.

—quer alguma coisa?

—tem água? –enquanto eu pegava água na geladeira ela passava pela sala e observava o grafiti na parede. –você pinta mui bien, es um artista com certeza.

—obrigada, eu me esforço. –entreguei a água em suas mão e me sentei no maldito sofá. –não sente medo de estar no apartamento de alguém que não conhece?

—eu conheço você, do bar e da praia. –ela sorriu e se virou pra mim. –eu sei que não é ruim, você poderia ter ido falar comigo nas vezes que nos encontramos, mas você não fez além de me observar. Mas não me olhava com maldade, acredite ou não, eu aprendi a diferenciar os olhares, tarde, mas aprendi.

—você pode estar certa, ou terrivelmente errada.

—ou terrivelmente certa. –ela se virou e continuou a olhar o apartamento enquanto dava goles rápidos na água.

—você toca? –ela puxou o meu violão do chão e se jogou no sofá ao meu lado, por um instante eu senti ciúmes do meu sofá por ela está sentada nele e não em mim.

—toco sim.

—toca uma música pra mim? –ela fez uma daquelas típicas caras que fariam um homem fazer qualquer coisa e aquilo me deu um tesão desgraçado. –juro não rir se for ruim.

Peguei o violão das suas mãos e comecei a tocar uma música do 3030 e depois cantei a primeira parte da música “ontem faltou luz em todo o morro, eu vi ela passando sob a luz da lua” vi ela fechando os olhos e então continuei “o medo e a incerteza rondavam pelas vielas” até chegar no refrão “enquanto existir amor entre os homens, eu hei de espera por você, menina! Saudade só faz doer, só me consome”. Ela pousou a mão sobre o violão e o tirou das minhas mãos.

Ela se aproximou de mim, esticou as pernas e sentou-se no meu colo, suas mão se encaixaram no meu rosto e logo depois os seus lábios se juntaram aos meus. O calor que emanava do seu corpo era capaz de incendiar todo o cômodo e talvez todo o prédio. Nossas línguas serpenteavam enroscando uma na outra, dançando numa mistura fantástica de algo parecido com reggae, samba e um pouco de Caetano Veloso, talvez Djavan.

Minhas mãos deslizaram pela sua cintura e pela sua coxa, levantei-a pelas pernas e a coloquei deitada sob mim no sofá, suas pernas abraçavam a minha cintura enquanto suas mãos arrancavam a minha camiseta. Minhas mãos puxaram o zíper que abria seu vestido pela frente abrindo portas para um corpo fantástico.

Sua pele dourada refletia e os seus seios fartos marcados pelo sol estavam presos em um sutiã de renda branca e eu sentia a necessidade de libertá-los. Em poucos minutos nós éramos somente corpos, cosmos e energias colidindo, ela rebolava em meu colo, arranhava minhas costas enquanto eu cravava as unhas em sua unha, mordias os mamilos, lábios e pescoço. Era como se nossos corpos se encaixassem perfeitamente um ao outro. Nossos corpos dançavam enquanto ela gemia e gritava em cima ou em baixo de mim, até que por fim caímos exaustos no sofá.

Ela prendeu o cabelo em um coque bagunçado, vestiu a minha camisa sobre o corpo nu e deitou-se ao meu lado com a cabeça no meu peito acompanhando cada movimento.

—eu amei a sua voz, poderia ouvi-lo cantar todo o tempo.

—eu amei a sua, poderia ouvi-la gemer o tempo inteiro. –ela soltou uma risada breve e meu um tapinha de leve no meu abdômen nu.

—você pode ser muito bom pra mim, Luc.


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Notas finais do capítulo

deixem um comentário pfvv, pra eu ter uma noção se estão gostando ou não.



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