The True Story Of Nat escrita por Flowerstarks


Capítulo 28
Dia "feliz" em família. Parte II


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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— Duca!?

Nat se surpreendeu ao me ver na porta.

— Oi, eu posso entrar? — Eu estava sem graça. Faziam dois anos que não falava diretamente com ela.

— Pode, é claro. O pessoal saiu muito cedo hoje.

— Bom. Eu vim conversar com você e é sobre o Mestre.

Nat ficou em silêncio por alguns segundos ,apenas me medindo.

— O Gael mandou você aqui? — sua irônia era palpável.

— Sim e não! — respondi temendo pelo que vinha. — O Mestre quer fazer um dia de familia. Um passeio e queria muito que você fosse, então...

— Então ele pediu pra você me convencer, coisa que com certeza ele não teve coragem de fazer, acertei?

— Calma aí, Marrenta! Ele não pediu pra eu vim aqui, eu que me ofereci. Ele só quer se aproximar de você, afinal de contas vocês são pai e filha.

— Aí ele usou você? — Nat andava de um lado para o outro. — Diz pra ele que quando quiser falar comigo que venha pessoalmente e não mande recado! Era só isso?

— Pra falar a verdade, eu só aceitei a ideia do pessoal pra vim até aqui por que queria falar a sós com você.

Nem considerei que estaria forçando a Nat, nem ao menos pensei em Bianca, queria apenas ter alguns minutos com ela.

Nat me olhava de forma enigmática e  aquilo acabava comigo. Não sabia como aquela felina reagiria a nossa conversa.

— Tudo o que a gente tinha pra falar foi dito no QG há dois anos atrás.

Nat se arrastou até a porta na esperança de que eu saísse.

— Eu sei que você não vai querer falar sobre o que a gente viveu a dois anos atrás. — disse ignorando a porta aberta. — Mas preciso muito falar com você. Tudo mudou! Você não é mais a mesma e nem eu.

— Acho que a sua namorada não vai gostar nem um pouco de te ver falando comigo, ainda mais sobre o passado.

— Eu sei que o que vou dizer vai soar muito cafajeste mas a ultima coisa que quero pensar é na Bianca.- — caminhei lentamente até a porta a fechando. — Nunca me perdoei por não ter ido atrás de você quando o Lobão te levou.

— Ele não me levou. Foi um sequestro. Eu fui de livre e espontânea vontade sim mas estava sem memória e ele se aproveitou disso.

Nat prendeu o cabelo no alto da cabeça. Um pequeno gesto que me trazia tanta saudade.

— Eu sei mas quando o médico dise que você o escolheu... perdi as esperanças.

— Sinceramente? Não justifica, Duca. Você sabia do tamanho do mal que o Lobão era capaz de fazer, sabia que eu estava a mercê dele e nem cogitou a idéia de me ajudar?

— Eu fui atrás mas quando cheguei já era tarde.

— Já era tarde mesmo? Ou o fato de está viva te atrapalhava com a Bianca?

— Você esta sendo injusta! Eu e o Mestre fomos atrás mas o tempo passou, não te encontrei e sim eu amava a Bianca, nunca escondi isso de você e aí nós reatamos.

— Eu vi pelas câmeras do Lobão. Você não me parecia preocupado com meu sumiço, aliás muito pelo contrário. Olha Duca, acho melhor a gente parar por aqui!

— Eu acho que a gente precisa desabafar.Preciso seguir em frente, Nat.

— Hahahaha! Você precisa seguir em frente? Eu não acredito que estou ouvindo isso. Quando eu mais precisei, você não estava lá.

As acusações de Nat atingiam em cheio meu coração. Ela nunca falara comigo com tanta mágoa.

— Eu acreditei em cada palavra sua. De que iríamos ficar juntos, que você iria me ajudar com o Lobão e que eu não precisava fugir.

— Minha avó sofreu o acidente, Nat. Eu estava desesperado e eu não sabia que você ia enfrentar o Lobão sozinha.

— Mas e depois? O que você fez pra me achar? Nada! Absolutamente nada! Você só me esqueceu já que era o mais fácil.

— O Heideguer disse que você havia morrido, que o Lobão havia te dado um fim. Eu sofri muito Nat. Me senti culpado. Se você não acredita em mim, pergunta para o pessoal da academia.

— Não preciso perguntar nada a ninguém. Eu acredito que você tenha sentido culpa. Mas porque ao invés de se sentir culpado você não me procurou como eu fiz pelo Alan? Eu fui atrás das pistas  porque o amava, e porque sabia que tinha algo errado. Era uma chance em um milhão mas isso nunca me fez desistir.

Nat estava certa! Eu havia errado muito com ela.

— Não me resta mais nada a não ser te pedir perdão. Eu fui um covarde. Ao invés de seguir os meus extintos, acabei te deixando de lado porque achei que você estava perdida pra mim.

— Sabe o que mais me doeu Duca? —balancei a cabeça negativamente. — Não foi você não ter ido atrás de mim quando o Lobao me levou. Foi quando eu te pedi uma única chance e você não me deu.

Os olhos de Nat se encheram de lágrimas. A última vez que eu a tinha visto chorar foi por minha causa. Quando eu a acusei injustamente da morte do Alan.

— Eu só queria ter a chance de ser  feliz com você, Duca. Longe do Lobão e do Heideguer. Só eu e você. Só queria a chance de te amar sem medo e de realizar o sonho que você me fez acreditar ser possível.

Não resisti as palavras de Nat e também me rendi as lágrimas. Eu sabia que ao escolher Bianca faria Nat sofrer, só que nunca imaginei que seria tanto.

— Nat, eu sinto muito! Achei que ficaríamos juntos mas como eu disse a gente se perdeu.

— Eu te amei muito. Junca vou esquecer daquela doce ilusão de felicidade, paixão e desejo. Mas aquilo tudo estava só aqui no meu coração! Você nunca retribuiu. Lobão tinha razão. Pra você eu era só mais uma. A culpa foi minha de me apaixonar por quem não devia.

Ao ouvi-la falar de Lobão, uma raiva latente me subiu aos ouvidos. Me lembrei que eles estavam juntos.

— Posso te fazer uma pergunta? —disse tentando controlar minha raiva.

— Pode. —Nat secava as lágrimas violentamente, provavelmente já havia percebido o meu ódio.

—Porque você voltou pra aquele bandido depois de tudo que ele te fez?

Nat caminhou até mim séria. Percebi que ela máquinava um jeito de me responder. Fixei os olhos nela profundamente. Praticamente exigia uma resposta.

— Porque ao contrario de você ele me ama!

Quase cai pra trás! Não podia acreditar no que eu ouvia.

— Como é!? Você não está falando sério.

— Estou sim! Eu e Lobão conversamos igual fizemos agora e ele me pediu perdão por tudo o que fez. Disse que me amava e que apesar de tudo nunca me esqueceu e que ia tentar me fazer feliz. Aí eu pensei:  Se ele que foi o corno da história me perdoou, porque eu não poderia também o perdoar?

Nat falava com uma firmeza que definitivamente me assustava.

— Você acredita que o Lobão vai te fazer feliz?

— Na verdade, ele tem conseguido. Nesse tempo que a gente está junto, ele tem sido muito bom comigo. A gente conversa e saímos juntos. Era assim no início do nosso namoro e sinceramente, espero que continue. A gente está sobrevivendo, tentando se estruturar.Eu não amo o Lobão ainda mas eu quero muito amar.

Uma facada não teria doído tanto! Nat estava disposta a amar Lobão. Não podia ser verdade.

— Está aí uma coisa difícil de acreditar. Você querendo amar o homem que acabou com a sua vida!

— Eu também acabei com a dele. Nada mais justo do que nós dois nos dermos uma chance de reerguê-la.

Ouvimos um barulho na porta.
Rapidamente enxugamos as lágrimas que ainda haviam em nossos olhos.

— Filha!? — Gael entrou nos olhando desconfiado. — O Duca conversou com você?

— Até mais do que deveria! —Nat olhou para mim com desprezo.

— Bem, e então? Você vai com a gente? Está fazendo um dia lindo lá fora e pensamos de irmos a praia. Eu sei que você gosta.

Nat olhou para Gael com desdém. d
Dedutivamente ela não aceitaria sair em família.

— Meu namorado é bem vindo nesse passeio?

Gael ficou branco como cera. Ele olhava pra mim e pra Nat incrédulo.

— Mas é claro que não! Jamais deixaria ele chegar perto dos meus filhos. Não era nem era pra ele está com você.

— Então eu não vou! Não vai ficar legal eu sair pra um passeio em familia em que meu namorado não pode ir. Até porque Duca e Pedro vão também, não é?

Nat cruzou os braços medindo Gael. A essa altura, Dandara, Karina,João, Pedro, Cobra e Bianca já adentravam o apartamento.

— E então, Nat? Vou poder te ver de biquíni?

— Isso quem vai dizer é o Gael, João! Qual é a sua reposta?

— Nat! Definitivamente não vou aceitar o Lobão nem nesse passeio e nem em nenhum outro.

Todos olhavam para mim e pra Nat procurando respostas.

— O que aconteceu aqui, Duca? — Bianca disse me abraçando pra provocar a rival.

— Nada. Eu não consegui convencer a Nat ir nesse passeio sem o namoradinho dela.

— É. Não convenceu mesmo! Até porque você não deixaria a sua namoradinha em casa!

João Cobra e Pedro soltaram risadinhas maldosas enquanto Karina os repreendia.

— Acho que a praia miou. — Cobra falava com certo desapontamento.

— Minha flor, reconsidera? Não é fácil pra gente conviver com o Lobão, né? E estamos fazendo de tudo pra essa relação dar certo.

— Ela ta fazendo show, Dandara! Não quer ir não vai. Agora não fica obrigando a gente aturar seu namorado bandido. Você é que transa com ele e não a gente.

Nat se aproximou com sangue nos olhos. Bianca também não deixou por menos.

— A única que faz show de péssima qualidade é você, irmãzinha! Não me confunda com uma garotinha mimada que faz draminha barato pra o papai dar balinha antes do almoço! Nunca precisei de drama pra ter o que eu quero. Consigo pelo meu suor e se eu transo com o meu namorado é problema meu! Até porque você transa com o seu e ninguém se mete no assunto! E faça um favor? Cala a sua boca antes de falar o que você não sabe.

Bianca tremia de ódio, enquanto Nat a media como se fosse um chiclete grudado em seu sapato.

— Eu vou nesse passeio em família. Quero ver até vai com a sua palhaçada de ser um bom pai! Só que o negócio é o seguinte: Uma palavra, só uma e eu parto sua filhinha de merda em dois, está ouvindo? E você Bianca mantém o pau do seu namorado idiota longe de mim.

Nat saiu da sala deixando todos perplexos! Ninguém ousava falar absolutamente nada.

Vinte minutos depois, Nat retornou usando a parte de cima de um biquíni com um short e o cabelo preso no alto da cabeça.

— A gente vai ou não vai? Porque vou sair depois da praia. Lobão não vai no passeio mas marquei de sair com ele a noite.

Um a um todos foram saindo para se arrumar para o passeio.

Saí daquele apartamento com uma vontade terrível de gritar. Gritar de dor, de ódio, de desespero e de culpa.

Deixei Nat ir embora da minha vida. Escolhi ficar com Bianca deixando a Marrenta livre pra fazer sua escolha e ela escolheu o Lobão. Justo o cara que eu mais odiava na minha vida.

Eu sabia que Nat ficaria com outro mas com aquele bandido era demais.

Como fui idiota! E eu nem poderia reclamar. Eu a deixei para amar o meu maior inimigo.


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Notas finais do capítulo

A Nat não leva desaforo pra casa mesmo.



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