The True Story Of Nat escrita por Flowerstarks


Capítulo 13
Você não me ama mais?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Enquanto Cobra tentava esconder o que estava embaixo da toalha e eu tentava maquinar uma forma de explicar o que estava acontecendo.

Analisei a situação: Cobra e eu sozinhos no QG, ele nu e eu com sua toalha na mão. Meu deus, eles não entenderiam.

— Eu posso explicar, Jade! — Cobra se pronunciara. -Não é nada disso...

— Que eu estou pensando, não é!? — os olhos dela brilhavam de ódio. -Eu não estou pensando vagabundo, estou vendo.

— Calma, gente! Eu e o Cobra estávamos lutando, aí a toalha dele caiu.

— Ou você arrancou? - Pedro estava irado. — Sentiu saudades do corpo sarado do seu irmão?

Aquilo me doeu na alma. Pedro me ferira terrivelmente proferindo aquelas palavras.

— Você acha que eu sou o quê? - disse chorando.

— Olha aqui, seu moleque!

Cobra arrancara a toalha da minha mão colocando em sua cintura, sem ao menos se importar se eu iria ver alguma coisa ou não.

— Se você pensa que vai ofender a Karina, você está bem enganado. Eu te parto no meio está me ouvindo? Não rolou nada aqui somos irmãos. Quer saber de uma?

Sem pensar nas consequências, Cobra arrancou a toalha novamente e aí sim não teve como eu não "reparar" no que estava bem diante dos meus olhos.

—Você está louco, Cobra! — Jade tentava tampa-lo mas sem muito sucesso.

— Ué, porque? Você já viu não sei quantas vezes, o guitarrista também têm e a Karina é minha irmã. Isso mesmo. Ela é a minha irmã e vocês dois são dois besta. Fica aí perdendo tempo sentindo ciumes de nós dois ao invés de caçar um jeito de consertar as coisas. Vocês deviam era ter vergonha na cara.

Não pude deixar de rir. Toda vez que Cobra ficava nervoso, ele falava como se ainda estivesse morando em Goiânia. Adorava quando o seu sotaque ficava evidente.

Jade e Pedro se entreolharam, enquanto eu tentava a todo custo não olhar para Cobra. Eu rezava mentalmente para que ele resolvesse pelo menos por uma cueca.

—Está bem! Me desculpa K, eu não queria te ofender mas você sabe que eu tenho ciúmes do Cobra e aí eu me deparo com isso.

— Está desculpado, Pê. Mas eu já lhe disse pra parar de besteira.

—— Se eu fosse você guitarrista, ficava mais preocupado com os caras lá da faculdade dela, que estão cheio de segundas intenções. Eu mesmo já vi um chamando ela pra ir estudar na casa dele. Sei bem o tipo de assunto ele quer estudar! — Cobra piscou um olho.

— Cobra!? Eu aqui tentando diminuir o ciúmes do Pedro e você vem com esse papo.

— Quem é esse cara, Esquentadinha? — Pedro me olhava sério, tentando não rir.

— É o Felipinho mas não é nada demais. É só meu colega de classe.

— Quando uma mulher chama o cara pelo apelidinho é por que já está cheia de intimidade.

—Ah, é? Pois amanhã eu vou lá ver do que ele te chama.

— Você não ia viajar? — perguntei preocupada.

— O show foi adiado. A Paulinha está com febre e o médico disse que é virose.

— Agora que eu já banquei a ruiva e fiquei sem roupa eu vou me vestir antes que eu pegue uma virose.

— E nós já estamos indo né, Pedro? Já chega de mal entendido por hoje. - Está tudo bem, Jade?

Estávamos falando entre si e ela permaneceu o tempo inteiro calada, apenas observando. A sua cara não demonstrava nada.

— A única coisa que quero é falar com meu marido.

Cobra que a poucos minutos sorria, já esquecendo a confusão, desmanchou o sorriso. Pedro me olhou sem jeito me conduzindo até a porta. Meu coração se apertou. Ela não entedera a situação.

— Bom, já vamos então né, esquentadinha? Eu vim te chamar pra ir jantar comigo lá no Perfeitão. — Pedro estava sem jeito. Tanto quanto eu ele sabia que Jade iria brigar com Cobra.

Antes de sair, olhei para Cobra e a sua cabeça estava baixa. Eu o conhecia! Ele estava triste e temeroso pelo o que estava por vir.

—Dama. Não precisa disso tudo, a K estava triste e ela veio pra cá e resolvemos extravasar do nosso jeito.Lutando.

— E eu, Vagabundo? Também não estou triste? Um marido que não mora comigo, todos comentando meu fracasso, e eu? Como me sinto?Sabe que dia é hoje? É o dia de irmos jantar lá em casa com os meus amigos da faculdade e como sempre você não foi.

— Eu estava tomando banho para ir mas me distrai com a Karina. Foi isso.

— Sempre ela não, é? Ela te distrai e eu não. Você não quer ficar perto de mim!

— Eu não quero? Jade, eu faço tudo por você! Aturei a sua mãe, tentei viver o seu mundo mas não dá! Não tenho grana, não sei me comportar,fui criado na roça e você nao quer morar comigo e o que eu posso fazer?

— Me dar a vida que eu mereço! Cadê aquele Cobra, que queria se dar bem na vida, que iria me levar pra viajar? Que iria me dar uma vida boa? Quer que eu venha viver nessa pocilga? No meio dessas caixas imundas e nesse banheiro que mal cabe um vaso sanitário? Você só pode estar louco mesmo! Não sei se você percebeu mas eu tenho nível.

— Eu sei, Jade! — estava exausto de tantas brigas. — Mas eu não tenho dinheiro pra nada, meu pai disse que me ajuda a montar uma casa pra gente aqui em cima do QG, não vai ser como a sua mas já é um começo.

— Morar aqui em cima? Eu!? Jade Gardel? — ela gritava. —Eu quero um apartamento que não me mate de vergonha quando alguém vier me visitar.

—Você tem vergonha de mim,Jade?
— as palavras dela me doiam muito. — Não quer viver comigo sou pobre?

— Não quero viver com você, porque tenho vergonha de ser casada com um cara que não quer nada melhor do que ficar enfiado em uma loja que mal dar lucro! Quero o meu lutador de volta!

— Você quer o quê? Que eu participe de uma luta ilegal? Se quiser beleza, eu compro um apartamento de luxo pra você! Enquanto eu estou todo arrebentado, você recebe seus amiguinhos bem de vida. Seria mais fácil se você arranjasse um emprego!

Toquei na ferida! Lucrécia nunca deixou que Jade trabalhasse. Ela jamais metera a mão na massa. Sempre estudou sem trabalhar e quando a faculdade acabasse seria enfermeira em um hospital de um amigo da família. Ela já estava encaminhada.

— Só vou trabalhar quando acabar meu curso e você sabe disso.

— Ah, mas é claro! Fica nas minhas costas exigindo vida boa, enquanto o burro de carga se mata trabalhando e treinando e enfiando dinheiro na sua mão, pra daqui a três anos você começar a trabalhar, pra talvez quem sabe me ajudar! Muito bom, Jade!

— Ao contrário de você, eu pelo menos vou ser alguém na vida, e você? Mal sabe ler e a única coisa que sabe é falar errado,passar troco e sentar o braço em um bando de macho!Grande coisa Ricardo Cobreloa! Tão macho pra umas coisas, tão mole pra outras!

Jade sabia como me ofender. Ela sabia que eu não tinha estudo e sempre passava na minha cara!

— Posso não saber nada que você e seus amiguinhos cheio de talco sabem mas pelo menos eu trabalho e não dependo nem de pai nem de mãe. Eu me viro sozinho!

— Ainda bem que sabe,vagabundo! Por que vai ser assim a partir de agora, você vai ficar sozinho!

—Como assim? — não podia acreditar no que estava ouvindo. — Você está terminando comigo?

—Estou! Já era pra eu ter feito isso mas fiquei empurrando. Você não é pra mim! Não posso me prender a um cara que é assim! Violento,sem estudo que não quer ser alguém na vida, alem de lutador e morador de espelunca!

Foi como se Jade me desse uma facada! Ela pretendia terminar comigo há muito tempo e eu nem sequer cogitara a hipótese.

Apesar das brigas, ela era a mulher dos meus sonhos. Eu amava tanto. Quase morri quando achei que a havia perdido, isso quando o Haroldo nos sequestrou. E agora eu a havia perdido de verdade!

— Dama, vamos conversar? A gente se gosta. Sempre foi assim. A gente briga e se acerta, lembra?

Tentei me aproximar mas ela não deixou.

—Dessa vez não, Cobra! Vai viver sua vida e deixa a minha. Eu te amei muito...

—Não ama mais? — meus olhos se encheram de lágrimas. Eu temia a resposta.

— Eu gosto muito de você mas não o amo mais!

Doeu como a morte. Foi como se ali o mundo desabasse. Se ao menos ela terminasse comigo me amando eu poderia ter esperanças mas elas se foram junto com meu casamento.

Ela acariciou meus cabelos, com lágrimas nos olhos. Ela sofria por me ver sofrendo e não porque sentia alguma coisa por mim.

— Não toca em mim, Jade! — ela me soltara assustada. — Quanto mais você demorar aqui pior vai ser. Quer ir? Então vai de uma vez! Mas é bom que tenha certeza, porque eu te juro que não corro atrás de você!

Ela ficou calada. Parecendo pensar no que estava fazendo. Jade gostava de me ter nas mãos e sabia que eu sempre iria atrás dela mas eu nunca havia deixado tão claro que eu não iria.

— Tenho certeza! — disse firme porém chorava.

Ela pegou a bolsa saindo do QG, enquanto me olhava uma última vez.

Foi o tempo dela atravessar a rua é então eu chorei como há muito tempo não chorava. A última vez foi quando Rogério, o homem que havia me criado e que eu achava que era meu pai havia morrido.

Eu não quebrei nada. Não sentia um pingo de ódio, apenas dor.

Escutei batidas na porta, achei que era ela mas não! Era os olhos azuis que tanto me confortava em momentos difíceis. Karina voltara, e do outro lado da rua Pedro acenava. Eles estavam bem mas eu e Jade não!

Não quis abrir. Ela era a minha melhor amiga, irmã e que me entendia mais do que qualquer outro mas era humilhante demais até mesmo para ela.

Karina não se deu por vencida. Quando viu que eu não abriria ela deu a volta e pulou a janela. Quando eu senti já foi os seus braços pequenos me envolvendo.

—Lembra quando eu te abracei assim? — ela disse baixinho.

— No caso, era para o Duca! — disse tentando não chorar na frente dela.

— Mas dessa vez é pra você.

Quem chorou primeiro foi ela! Ela sabia que eu estava sofrendo.

— Eu e Jade...—  disse com as lagrimas escorrendo nos olhos. — Terminamos!

Ela apertou mais ainda o abraço. Chorava desesperadamente estão eu me preocupei. Não entendia o motivo do desespero.

— Que foi, pequena!? Eu termino e você que chora?

— A culpa é minha! — disse com uma voz pastosa. — Se eu não tivesse vindo aqui...

— Ela teria terminado de qualquer jeito!

Me permitir chorar envolvendo-a em meus braços. Ela me amparava e eu retribuía. Ficamos em silêncio por alguns minutos.

— Se eu te pedir uma coisa, você faz? — ela me olhava suplicante.

— Faço! — eu não queria saber o que era mas por Karina qualquer coisa valia a pena.

— Vamos lá pra casa? Quero cuidar de você.

—.Pequena, a última coisa que eu quero é perguntas sobre meu estado e eu não estou falando com o Gael.

— Ninguém vai falar nada. E você disse que fazia.

Quando dei por mim, já estávamos caminhando até em casa, quando entrei todos estavam na sala.

— O que houve!? — Gael nos olhou desesperado. Ele viu que a havíamos chorado.

— Não é nada, pai! Cobra vai dormir aqui comigo e não! A gente não quer papo com ninguém, boa noite.

Karina me arrastou para seu quarto, voltou para cozinha fez uns sanduíches e trouxe para mim. Após muita insistência, consegui comer bem devagarinho. Ela deitou ao meu lado e colocou minha cabeça em seu colo e então eu chorei como nunca.

Era o fim de Cobrade... Não havia mais Dama e nem Vagabundo. O nosso conto de fadas havia acabado!


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Notas finais do capítulo

Será que Cobrade vai voltar?



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