The True Story Of Nat escrita por Flowerstarks


Capítulo 12
E agora!?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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—Eu já te falei que não posso viajar com a banda agora!

De uns tempos para cá, era difícil me entender com Pedro. Por mais diferentes que fôssemos sempre nos entediamos mas agora eu via o quanto ele não me compreendia e vice-versa.

—Eu sei, Esquentadinha! — ele me olhava irritado.- O problema é que você nunca pode! Sempre que tento te por no meu mundo você foge.

— Deve ser porque o seu mundo não é o meu. - disse tentando manter a calma.

—Se fosse pra cada um viver em seu próprio mundo, não seríamos namorados.

Pedro me olhava de um jeito estranho. Ele crescera, já não era mais meu guitarrista bobão. Era um homem, cheio de atitude e bem responsável com seus shows, que diga-se de passagem, já faziam bastante sucesso.

—Pê, somos namorados mas também somos muito diferentes. É normal que eu não queira me envolver com as coisas da banda até por que eu nem sei a diferença de baixo pra guitarra. - tentei sorrir mas ele não sorriu de volta.

— Eu também não sei a diferença entre muay thai e boxe mas mesmo assim eu vou em todas as suas lutas. Torço e rezo pra que você não se machuque mas e você? Quando peço pra você me acompanhar é um belo não na cara!

Ele sentou exausto! Cada dia que passava, as nossas brigas eram mais bestas e mais intensas. O nosso namoro estava esfriando e isso me incomodava muito.

— Amor, eu não posso viajar por causa da Liga de Ouro! É a minha chance e é um campeonato super importante, tenho que treinar feito louca. Além do mais o Cobra e o papai não estão se falando e tenho que ficar com eles.

—Claro! Tinha que ter o peçonhento na jogada! - ele bufou de raiva. — Quando o assunto é o cunhadinho, a Maninha de ouro corre pra aparar.

Aquilo era demais! Pedro com ciumes do Cobra. De novo?

—Larga a mão de ser besta, guitarrista! O Cobra é meu irmão e ele precisa de mim. Ele ainda não se adaptou lá em casa.

—E nem vai se adaptar, ele é uma Cobra peçonhenta e não um camaleão, e eu não me esqueci o "beijinho" dos dois irmãos.

O tal "beijinho" que Pedro mencionara foi quando eu e Cobra nos beijamos no QG! Eu estava triste,perdida e mais uma vez Cobra estava lá, me ajudando e me dando um beijo (que eu pedi) que me fez me sentir mulher. Depois descobrimos que éramos irmãos, o que me deixou feliz e confusa ao mesmo tempo.

—Se você quer saber, Pedro? Eu também não me esqueci. Nossa, eu sonho com o beijo do Cobra todo dia. O melhor beijo da minha vida, aliás não! O melhor beijo foi o de hoje de manhã,quando estávamos na cama.

—Isso foi na ironia? - ele me olhou com certo receio.

— É claro que foi, né? Pedro, eu te amo muito. Já te bati, já chorei, já te perdoei e eu não quero que a gente termine por você ver cabelo em ovo. Eu e o Cobra somos irmãos e temos muita sintonia é só isso.

— Sintonia que a gente não vai ter nunca. Tenho que ir, não posso furar com a banda.

— Pê, espera! Vamos conversar? Por favor.

— Não posso! Já deu minha hora.

Ele se aproximou de mim. Achei que ele fosse me beijar como sempre mas dessa vez não. Ele apenas beijou minha testa e saiu.

Senti lágrimas quente invadirem minha face. Nunca amei ninguém como meu guitarrista e a cada dia mais distante ele ficava de mim.

Nossas conversas quase sempre viravam uma discussão, nossos sonhos já não combinavam mais e nossos beijos eram mais de reconciliação do que de amor.

Decidi ir para o único lugar onde eu podia extravasar meus sentimentos: a academia.

Mas ai me lembrei que era domingo. Papai não abriria hoje e ele não me daria a chave para variar.

Fui para o único lugar que eu poderia ir: QG! Apesar de irritado com Mestre Gael, Cobra não me negaria um saco de pancada amigo.

Bati na porta. Demorou um pouco para ele abrir, estava de toalha e aí o meu estômago revirou. E se ele e Jade estivessem "se entendendo"? A empata atrapalharia tudo.

— Que foi, pequena? — ele me olhou preocupado - Você chorou?

— Hã? Ah, chorei um pouco. Estou atrapalhando? Eu volto outra hora!

— Quem te fez chorar? — ele ignorou o que eu perguntara. — Não gosto de te ver chorando.

— Discuti com o Pê! A Jade está aqui? - já estava muito sem jeito.

— Quem me dera. Entra, eu deixo você chorar no meu ombro.

Ele bagunçou os meus cabelos me dando espaço para entrar. Senti o cheiro familiar de tinta de impressora com seu perfume amadeirado. A sua blusa preta, que era a minha predileta, estava jogada na cadeira.

—  O que rolou? - percebi que ele estava tentando manter a calma, para não sair de toalha e tudo atrás do Pedro para tirar satisfação.

— Resumindo: Ele queria que eu viajasse com ele mas eu não fui por causa do campeonato e pra variar ele está com ciumes de você.

Pra minha supresa, Cobra gargalhou. Ele ria tanto a ponto de pôr a mão na barriga.

— É o que !? - Cobra engasgava. - Ele ainda têm ciumes de mim? Esse teu namorado é uma figura.

Eu não pude deixar de rir com o Cobra. Era verdade! Pedro era uma figura mesmo.

— E eu achando que a Jade que era doida. Fica assim não, pequena. - ele tentou parecer mais sério. -Quer que eu fale com o guitarrista?

— Não vai adiantar. Estou achando ele estranho, sabe? Não é mais o meu guitarrista.

— Você acha que ele está com outra?—  Cobra sempre fora direto comigo. Rodeios não existia na nossa relação.

— Acho que não. Ele está diferente mas me quer por perto. Se ele quisesse ficar com outra, ele estaria distante.

—Então a Jade está com um Ricardão e não sou eu. — ele tentou sorrir mas percebi sua tristeza.

— Cobra, você tem que se entender com ela. Sei lá, chama pra morar em outro lugar só de vocês.

—Não é tão fácil assim, pequena! A Jade gosta de luxo e eu não posso banca-la.

— Então coloca ela pra trabalhar,ué? Cobra, o papai sempre fala que quem casa quer casa. Ela precisa te ajudar.

——Já falei com ela mas aí a Lucrécia vem com o papo de volta morar aqui em casa e lá você já sabe, né?

— Sei! Mas mesmo assim tenta. A dama e o vagabundo sempre vão dar certo.

—Só na Disney, por que aqui já estou desistindo. Fora a seca do caramba que eu estou. - ele sorriu malicioso.

—Eu também! — sorri sem jeito.

— Você!? Pois eu aposto que o guitarrista deixa você bem esquentadinha!

Pulei em cima dele tentando acerta-lo. Começamos a brincar de luta. Cobra deferia alguns golpes mas nada muito forte e eu defendia muito bem, até que por acidente arranquei sua toalha.

Bem nessa hora, Pedro e Jade entravam no QG.


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Notas finais do capítulo

Será que Jade e Pedro vão entender?



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