Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 59
Nunca cutuque um dragão adormecido


Notas iniciais do capítulo

Oi, estou feliz por ter conseguido terminar o capítulo a tempo! Espero que gostem



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— Você tem certeza que vai querer uma distração digna dos marotos? — James perguntou enquanto corria até o Salão Comunal com Lily e Sirius. Eles estavam aproveitando o intervalo entre a aula de Feitiços e de Transfiguração para agir.

— Eu só quero saber o que aconteceu com a Jade! — Lily não sabia exatamente o motivo para ela querer tanto desvendar esse mistério, mas ela estava realmente empenhada naquilo. Algo dentro dela dizia que o que aconteceu com Jade não foi simplesmente um acidente.

— Vamos lá, vai ser épico... — Sirius subiu as escadas do dormitório masculino pulando alguns degraus. — Faz tanto tempo que não fazemos isso! Obrigada por isso, Evans! Evans? — Os dois perceberam que Lily não estava os seguindo.

— Lily? — James desceu as escadas novamente.

— Eu não deveria entrar no dormitório masculino. — Ela estava parada ao lado da entrada de braços cruzados.

— Você é impossível, Evans. — Ele voltou para o quarto para pegar a capa da invisibilidade. Depois de Sirius escovar os dentes duas vezes eles finalmente encontraram Lily no Salão Comunal e seguiram para a Ala Hospitalar.

— Ruiva, eu aposto que você só está inventando esse plano todo para passar mais tempo com o Pontas, aqui... — Sirius provocou, só porque aquilo era o que ele fazia de melhor. E também porque mesmo bem bêbado, ele viu os dois de mãos dadas na noite anterior.

— A Lenny sugou seu cérebro enquanto te beijava? — Ela tentou manter a naturalidade, mas sentiu suas bochechas corarem imaginando se James havia contado sobre o beijo de ano novo.

— Não. Eu só vi vocês dois de mãos dadas cantando ontem, tãaaao romântico! — Sirius saltitou entre os dois e passou os braços por cima dos ombros de cada um. Lily estava tão vermelha quanto um tomate. "Sirius Black bêbado nunca lembra de nada, mas é claro que ele repararia que eu dei a mão para o Potter!".

— Almofadinhas, nunca cutuque um dragão adormecido... — James se soltou do braço dele, tentando fingir que estava bravo e falhando miseravelmente, rindo da cara que o amigo fazia para Lily. Ele sabia que Sirius estava tentando ajudar, mesmo que fosse da pior forma possível deixando Lily irritada.

— Você estava bêbado demais ontem, delirando... — Ela tentou desconversar.

— Você que bebeu demais ontem e bagunçou essa cabecinha meticulosamente organizada, Evans. Aposto que Jade está tranquila lendo um livro ou resolvendo um exercício de Aritmância ou seja lá o que os corvinos fazem para se divertir.

— Quer mesmo apostar, Black? Porque eu tenho certeza de que tem algo de errado com essa história toda.

— Aposto. Se eu ganhar, você vai ficar um mês sem poder descontar pontos meus. Se você ganhar, eu falo com meu querido irmão, contribuindo para o seu plano. — Ele parou no meio do corredor pouco antes da Ala Hospitalar e estendeu a mão para Lily.

— Duas semanas. — Ela tentou negociar. James estava curiosamente quieto, talvez estivesse apenas esperando para ver que rumo a conversa tomaria.

— Achei que tivesse certeza.

— E eu tenho. — Ela lhe deu um aperto de mão confiante. Sentia que tinha algo de errado e sabia que podia confiar em sua intuição.

— Jure solenemente. — James pediu, como se fosse algo que eles faziam sempre.

— O que? — Ela franziu a testa para os dois garotos, que apenas trocaram olhares e assentiram com a cabeça. — Eu juro solenemente. — Ela revirou os olhos.

— Eu também juro solenemente honrar a aposta.

— Então vamos lá... — James estendeu a capa com um sorriso torto nos lábios, se divertindo com a aposta.

Recentemente Remus descobriu que Pomona Pomfrey tinha uma queda por Sirius, o que significava que ele seria a isca perfeita para distrair a magibruxa enquanto James e Lily entravam na Ala Hospitalar para encontrar Remus e descobrir o que havia acontecido com Jade. O plano seguiu como o planejado e logo os dois estavam embaixo da capa da invisibilidade entrando na enfermaria.

— Então, Mona... — Sirius jogava conversa fora, com um sorriso torto e os cabelos para trás. — Faz tempo que eu não passo aqui, não?

Enquanto ele tentava conquistar a enfermeira por alguns minutos, James, Lily e Remus andaram até a maca onde Jade estava. Apesar de ter passado a noite sob os cuidados de Pomona, o rosto da garota estava incrivelmente pálido e alguns cortes ainda estavam abertos, abaixo de grossas camadas de pomada.

— Isso não parece bom. — Lily estava boquiaberta. Ela nunca tinha visto nada como aquilo, nem mesmo nos livros. Não era uma magia comum, provavelmente era Arte das Trevas.

— Sr. Black, eu não esperava te ver hoje... Você deveria estar na aula agora, não? — A voz de Pomona estava mais fina que o normal, ela parecia nervosa com a presença do garoto. — Eu tenho que... Eu... — Os três lá dentro não sabiam, mas Sirius acabara de dar um belo de um beijo na mulher. — Oh Sirius! — Ela ficou um momento em silêncio, desconcertada. — Eu preciso trabalhar, e você precisa ir para a aula! Não podemos fazer isso! — A porta da enfermaria fez um barulho.

— Lily, nós temos que ir. — James puxou Lily pela mão e os cobriu com a capa a tempo, mas Remus não foi ágil o suficiente e Madame Pomfrey o encontrou sozinho a meio caminho de volta para sua cama.

— Sr. Lupin? — Ela colocou as mãos na cintura e o encarou, desconfiada.

— Eu estou me sentindo melhor, obrigada pelas poções! — Ele andou rapidamente até sua cama, pegou suas coisas e andou até a porta para dar passagem para James e Lily antes que a enfermeira fizesse mais perguntas.

Do lado de fora, encontraram Sirius fazendo uma cara engraçada. — Eu beijei a Madame Pomfrey. MADAME POMFREY!

— Sirius. — Remus balançou a cabeça de um lado para o outro, rindo um pouco da cara do amigo enquanto eles caminhavam pelo corredor.

— Vocês tem noção de que eu acabei de concretizar a fantasia de dezenas de alunos beijando uma enfermeira? Marlene vai morrer de rir quando eu contar pra ela. — Ele riu mais um pouco da situação toda, mas logo lembrou que ele tinha sido a distração para uma plano mais importante. — Então, eu ganhei a aposta?

— Sinto muito, Sirius... Você perdeu. — James bateu a mão nas costas do amigo, dramaticamente.

— Droga! — Ele bateu a mão na testa. — Lily, meu amor, a flor mais linda do jardim, — James pigarreou e deu um leve cutucão em Sirius para que ele pegasse leve nos elogios. — por favor, Evans... Não me faça falar com Regulus, qual é...

— Você jurou solenemente. — Ela comentou, triunfante. Mesmo Sirius sendo seu melhor amigo, James se permitiu rir da cara dele. Lily era ainda mais perfeita do que James imaginava.

— Hoje a noite. E eu não sei o que você espera que ele diga...

x

Sirius conferiu o mapa do maroto uma última vez antes de deixar o Salão Comunal e ir encontrar seu irmão. Eles não trocaram muitas palavras desde que ele saiu de casa, apenas eventuais discussões nos corredores e a briga no início do semestre. Não tinha um bom pressentimento sobre encontrá-lo nos fundos da biblioteca. Provavelmente Regulus estava lendo algum livro da seção reservada sobre Arte das Trevas, ou tramando algum plano para atacar outro nascido trouxa.

Porém, ao contrário do que Sirius esperava, ele encontrou o irmão encolhido num canto, encostado na parede com o rosto vermelho. Ele estava chorando, mas quando percebeu que estava sendo observado tentou fingir que estava tudo bem.

— Por que você está aqui? — Ele enxugou a bochecha marcada pelas lágrimas e se ajeitou em seu lugar, voltando a ter a postura de sempre.

— Quer contar o que aconteceu? — Sirius levantou uma sobrancelha e observou bem seu irmão. Apesar de não terem praticamente nenhum contato atualmente, eles costumavam ser amigos antes de Hogwarts.

— Não precisa ter pena de mim, Sirius.

— Não tô com pena, tô mais curioso, se quer saber... — Ele sentou ao lado do irmão, encostando na parede. Sentados lado a lado, era possível ver a semelhança entre os dois. Os mesmos olhos azuis, a pele branca contrastando com os cabelos pretos... Mas era aí que os dois eram bem diferentes: os cabelos de Sirius tinham belos cachos que caíam sobre seus ombros, enquanto os de Regulus eram lisos e curtos. Sirius tinha um ar mais leve e rebelde, Regulus parecia estar constantemente prendendo a respiração, tenso com alguma coisa que ninguém mais sabia.

— Eles querem que eu largue a escola e acompanhe o Lorde das Trevas nas missões.

— Você não pode largar a escola agora... — Franziu a testa, pensando que os comensais da morte eram incrivelmente burros por esperar que um adolescente de 15 anos pudesse ser útil sem nem ter passado nos NOMs, ele não tinha nem aprendido todos os feitiços importantes para um duelo. Sirius podia matar muitas aulas, mas ele ainda assim estava se dedicando para entrar no treinamento de aurores no futuro. Ele sabia que era importante. — Por mais que eu adoraria não encontrar você pelos corredores com seus amigos irritantes. Não quer mandar eles no seu lugar?

— Você é um idiota. Não entende a grandiosidade disso tudo.

— Qual é, Reg... Seus amigos já atacaram duas garotas.

— Duas?

— A Mary e a Jade... Não finja que você não sabe.

— Por Merlin, quem é Jade? — Ele soou sincero.

— Jade Finch, corvinal. Alta, bonita, anda com a Donna Shacklebolt. — Sirius fez uma pausa com a esperança de que Regulus reagisse de alguma forma. Nada. — Credo, Reg! Você devia parar de se importar tanto com o tal do Voldemort e começar a sair com garotas. Com certeza é bem mais divertido.

— Não chame o Lorde das Trevas desse jeito. E não é tão simples, seu idiota. Eu tenho a marca negra agora. E eu quero continuar com isso, só não queria sair de Hogwarts agora.

— Eu falei serio, manda alguém no seu lugar. Dê alguma desculpa de que você é mais útil aqui dentro, você provavelmente é mesmo. — Ele não conseguia acreditar que estava incentivando seu irmão a continuar estudando. Ele. Sirius Black. O Black mais rebelde, que foi recentemente banido da família.

— Por que está sendo legal comigo?

— Isso não sou eu legal, Reg. Eu sou legal enquanto jogo quadribol e arraso com a Sonserina. Eu sou legal andando pelos corredores e provoco suspiros nas garotas. Eu só estou sendo, sei lá, normal.

— Mas você saiu de casa por minha culpa.

— Não foi sua culpa. Eu já estava planejando fazer aquilo faz tempo, você só me deu uma ótima deixa. Eu estou muito melhor agora.

— Mamãe te queimou da tapeçaria.

— Eu não queria ficar naquele trapo empoeirado, de qualquer forma. — Deu de ombros.

— Não fale desse jeito, é a tradição da família.

— A tradição da nossa família está destruindo outras famílias, Reg. Famílias que sabe-se lá como, mas tem um pouco de magia.

— Eles estão roubando magia dos bruxos, sujando nosso sangue puro...

— Eles nem sabem que existe magia, Regulus. Como você acha que eles estão roubando algo que eles nem sabem que existe? — Sirius estava começando a alterar a voz mesmo que estivesse sussurrando.  

— Eu não sei. — Regulus hesitou por um momento, ele nunca tinha pensado por aquele lado. — Por que você veio aqui, afinal?

— Queria saber o que aconteceu com a Jade.

— Nem sei quem ela é, então não posso ajudar. Mas... Obrigado.

— Ainda acho que você devia lavar essa marca do braço e virar um rebelde igual a mim, mas se ainda quiser continuar com isso, pelo menos fique até o final do sexto ano. Vai que o tal do — Fez aspas com os dedos. — "Senhor das trevas" decide se aposentar, ai você pelo menos vai poder trabalhar... Ou você quer viver com a Walburga na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black pra sempre?

— Oh... Não. — Ele estremeceu só de imaginar. Por mais que sua relação com a mãe fosse melhor do que a de Sirius, era loucura pensar em morar naquela casa para sempre.

— Foi o que eu pensei. — Sirius se levantou e deixou o irmão sozinho novamente.

Talvez tivesse sido apenas o acaso colocando Sirius para dar conselhos para seu irmão mais novo, já que ele realmente não parecia saber nada sobre o caso da Jade Finch. Quando Sirius chegou no Salão Comunal, Lily estava sentada de pernas cruzadas numa poltrona apenas aguardando sua chegada, enquanto todos os outros jogavam Snap Explosivo.

— E então? — Ela levantou ansiosa, com as bochechas coradas de tanta empolgação. Era bom ter algo para se distrair depois do lembrete de Sirius sobre ela ter ficado de mãos dadas com James. Aquilo não significava nada, mas algo no fundo do estômago de Lily a incomodava quando ela ficava sozinha com o Potter.

— Ele não sabe nem quem é Jade, ruiva... Parece que ele não tá sabendo de nada. Foi mal... — Sirius colocou a mão nos ombros dela. — Acho que nós podemos engavetar o caso.

— Que droga, eu senti que isso era alguma coisa. — Ela se chateou um pouco, mas decidiu que não fazia sentido continuar investigando.

Lily não ficou muito feliz em saber que sua investigação não teria novas pistas, mas com Jade saindo da Ala Hospitalar no dia seguinte e assegurando Lily de que ela não se lembrava o que tinha acontecido e que não achava que tinha sido atacada, todos acabaram deixando o caso de lado. Pelo menos por hora.

Sendo assim, entre as aulas habituais do sexto ano, os jogos de quadribol aos sábados, as aulas extras de aparatação e o caso de Jade Finch engavetado, o mês passou extremamente rápido. E março era um mês especial porque tinha não um, mas dois aniversariantes. E naquele domingo era aniversário de James Potter.

Ninguém nunca tinha visto o Salão Comunal tão cheio. Praticamente todos os alunos da Grifinória estavam lá, rindo e conversando alto por causa da música alta. Havia uma pilha de comida numa mesa perto da lareira e várias garrafas de Fire Whiskey, hidromel, cerveja amanteigada e qualquer outra coisa que tivesse no estoque do Três Vassouras.

James estava andando pelo salão quando viu a pequena Lizzie Spinnet sentada sozinha num canto, parecendo um tanto descolada.

— Hey Lizzie! Por que está sozinha? — Ele se sentou na cadeira ao lado dela, a fazendo corar levemente.

— Oi James... Feliz aniversário! — Sorriu timidamente. — Minhas amigas estão com alguns garotos, então eu fiquei aqui.

— Quer dançar comigo, então? — Ele perguntou, dando de ombros. Ele lembrava de como Peter reclamava de nunca ter um par nas festas, aquela carinha tristonha de Lizzie despertou em James a vontade de fazê-la sentir especial.

— Sério? — Ela abriu a boca em choque, ficando tão vermelha quanto um tomate. James levantou da cadeira e estendeu a mão para a garotinha, que deu a mão para ele e foi para a pista de dança improvisada em frente a lareira.

James e Lizzie dançavam a música animada balançando de um lado para o outro. Em certo momento ele a girou sob seu braço, fazendo a morrer de rir. Quando a música acabou, um garotinho loiro se aproximou dos dois e perguntou se podia dançar com a menina. James deu uma piscadela para ela e deixou a pista, procurando outra garota desanimada para dançar.

Seis garotas depois, James estava realmente cansado de dançar. As meninas do quarto e quinto ano fizeram quase uma fila para dançar com James, mas ele só tinha olhos para uma garota em todo o salão.

Lily estava sentada perto da mesa com as comidas, observando as pessoas dançando.

— Lily! — Ele se jogou no sofá, ao lado dela.

— Pelo que eu vi, o Potter namoradeiro está de volta...

— Andou reparando em mim, Evans? — Ele levantou a sobrancelha, com cara de vitória.

— Só observando a pista de dança.

— Prometi que iria dançar com todas as meninas solteiras dessa festa.

— Por que? — Ela riu da cara de James, que falava com se fosse a coisa mais genial do mundo.

— Porque não quero ninguém desanimado na minha festa. Você tinha que ter visto a carinha da Lizzie quando eu a chamei para dançar... E agora olha só, ela arranjou um par. — Os olhos dele brilhavam atrás das lentes retangulares de seus óculos. Lily reparou que ele tinha a mania de sorrir com os olhos, formando pequenas dobrinhas perto de seus olhos quando ele sorria.

— Então você está dançando com todas as garotas porque não quer ninguém desanimado na sua festa?

— É.

— Você é engraçado, Potter.

— E você está parecendo desanimada...

— Não.

— É só uma dança. — James fez bico. — É meu aniversário...

— Chantagem é covardia, Potter. — Ela virou sua caneca de Fire Whiskey e pegou na mão de James.

Ela não era exatamente a melhor dançarina, mas James segurou em suas mãos e a fez balançar de um lado para o outro no ritmo da música e logo ela já tinha se soltado um pouco. Ela se lembrou da festa de Remus, da forma como eles ficaram de mãos dadas sem perceber no fim da noite, e corou. Marlene e Sirius pulavam e dançavam ao lado deles, intercalando entre amassos e a dança.

Como se James estivesse controlando as músicas que tocavam, uma balada começou a tocar e todos os casais da pista se abraçaram, Sirius e Marlene saíram da pista e foram namorar em algum canto do salão. James olhou para Lily sugestivamente, mas ela se afastou, voltando para o sofá.

— Ei!

— Você já teve sua dança, Potter.

— Vamos lá, Lily... Qual é. — Ele a olhou por cima do óculos, fazendo cara de cachorrinho abandonado, com o cabelo caindo sobre os olhos. Aquela expressão fez Lily sentir seu estômago gelar, então apenas para fazê-lo parar, ela se levantou revirando os olhos e pegou na mão dele mais uma vez.

Um pouco sem saber o que fazer, Lily passou os braços atrás do pescoço de James, como as outras garotas estavam fazendo. Ele colocou as mãos na cintura fina dela, balançando suavemente com a música. A diferença de altura entre os dois fazia ele sentir o cheiro de morango exalando do cabelo dela, bem abaixo de seu nariz.

— Você não contou para ninguém sobre o ano novo. — Ela sussurrou, olhando para cima. Daquela distância, ela conseguia reparar na barba mal feita de James crescendo em seu queixo. Depois dele tocar no assunto no aniversário de Remus, ela passou a pensar em como foi bom ele não ter espalhado para a escola toda como o Potter do passado teria feito.

— Eu prometi que não contaria. — Ele abriu um grande sorriso só de lembrar do beijo de ano novo. — E parece que o beijo funcionou, o ano está sendo bem legal.

— É, acho que sim. — Ela deu de ombros.

— Quero dizer, está sendo legal pra mim. Não sei exatamente como você está, com o término com o Prewett e tal.

— Ah, eu to bem. Nós só crescemos, queremos outras coisas... Acho que ele está com a Grace agora.

— E você?

— Sozinha, e pretendo continuar assim, ok? — Ela mordeu o lábio rindo e todas as sardinhas de suas bochechas pareceram saltitar.

— Ah. — Os olhos de James estavam presos aos de Lily, aqueles olhos lindos cor de esmeralda. Ela estava com a boca entreaberta, soltando o ar lentamente até que prendeu a respiração ao ver James morder seu lábio.

— Quer mais bebida? — Ela desviou o olhar, um tanto nervosa. "O que tinha acabado de acontecer ali?”, se perguntou mentalmente.

— Eu pego pra você. — Seu coração estava incrivelmente acelerado. "O que tinha rolado ali? Parecia que Lily queria beijá-lo, ou era só o efeito do álcool?", ele passou os dedos pela nuca e bagunçou seu cabelo. Evans tinha se juntado a Remus, Peter e Mary no sofá.

— Obrigada! — Lily pegou sua caneca com James e tomou um longo gole, atraindo o olhar curioso de Remus.

— Eu estava certo, então? — Ele cochichou para ela, lançando um olhar para James.

— Que? — Ela também estava olhando para James, mas logo desviou o olhar negando com a cabeça. — Não! — Gritou, fazendo com que os outros olhassem para ela. — Nós somos só amigos. — Cochichou para Remus, corada.

— Certo, vamos ver até quando você vai acreditar nisso.


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Notas finais do capítulo

Achei que seria divertido usar o lema de Hogwarts (Draco Dormiens Nunquam Titillandus) num contexto onde a Lily é nosso dragão adormecido, que não está querendo matar James Potter hahaha

Eu amei muito o momento da Lily e do Sirius se zoando e apostando, a amizade dos dois vai ficando mais e mais legal conforme ela e o James vão se aproximando, prometo!

Semana que vem minhas aulas voltam e eu não tenho nada do próximo capítulo escrito, apenas a programação do que quero que aconteça. Vou fazer o possível para escrever esses dias e espero vocês aqui semana que vem!

Me contem o que acharam desse capítulo!