Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 41
Quando tudo começou a dar errado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! To muito feliz por estar conseguindo postar regularmente e empolgada com os próximos capítulos... pelo título já dá pra saber que vai ter mais um pouco de drama né?
Espero que gostem!



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Como Sirius disse, ele não tinha consciência. Isso ficaria bem claro para todos depois da quinta-feira, o primeiro dia de lua cheia.

A semana começou relativamente calma para os marotos, Rose tinha despertado em James um desejo louco e, assim como Sirius e qualquer garota da escola, os dois passavam a maior parte do tempo livre namorando. Talvez Black e Potter estivessem usando todo o tempo livre para curtir as garotas por saberem que os próximos dias seriam exclusividade de Remus Lupin e seu problema peludo.

Outra pessoa que deveria estar curtindo os dias antes da lua cheia era o próprio Remus, mas as coisas entre ele e Dorcas estavam um pouco estranhas desde aquela noite no armário de vassouras.

— Remmie, você tem certeza de que está bem? Está meio pálido... — Dorcas comentou, saindo da última aula do dia. Os dois caminhavam de braços dados pelo corredor um pouco afastados do restante do grupo.

— Eu to bem, Dorcas. — Ele revirou os olhos e repetiu pela décima vez desde que o dia começou. — Se eu não melhorar até amanhã vou para a enfermaria, ok?

— Eu fico preocupada com você. — Ela o puxou para um banco na lateral do corredor, onde os dois sentaram lado a lado. — Sei que você não gosta de falar sobre isso, mas eu realmente me preocupo quando você vai para a enfermaria. Se pelo menos me deixassem entrar lá, eu poderia tentar ajudar... — Os dedos finos de Dorcas passavam da bochecha pálida de Remus para seus cabelos cor de areia e seus olhos margeavam.

Era isso que Remus causava nas pessoas que o amavam: preocupação e dor. Ele sempre teve medo do momento que Dorcas lhe perguntaria sobre sua saúde e agora ela estava quase chorando graças aos problemas dele.

—  Dory, não se preocupe com isso. Eu sempre fico bem, não é? — Ele respirou fundo e tentou tranquilizar a namorada, forçando um sorriso e tentando acreditar que as coisas realmente ficariam bem.

Dorcas o abraçou tão forte que algo dentro dele pareceu se quebrar. Talvez fosse seu coração se partindo, tentando capturar esse breve momento de amor antes do que estava por vir.

O caminho até o Salão Comunal foi silencioso, mas Dorcas segurava forte a mão de Remus, quase como se ele fosse escapar se ela afrouxasse. Provavelmente o sexto sentido desenvolvido pelas aulas de Adivinhação estava a avisando que as coisas estavam prestes a complicar.

Mal passaram pelo retrato da Mulher Gorda e já ouviram uma voz conhecida gritar: — Por que demoraram tanto para voltar? Ficamos esperando vocês para jogar! — Marlene estava sentada no braço da poltrona onde Gildeon estava, segurando as cartas do Snap Explosivo.

— Acho que não vamos jogar, Lenny... — Dorcas puxou Lupin para o sofá e se aninhou em seu peito, ainda um pouco chorosa.

Nesse momento, Lily pensou que Remus tinha contado sobre seu segredo para a namorada mas ele estava tranquilo demais para alguém que acabou de relevar ser um lobisomem. Lançou um olhar que dizia "O que aconteceu?" para ele e foi respondida com um "O mesmo de sempre". Vencido pelo cansaço que a lua lhe provocava e aquecido pela loira deitada sobre ele, Remus logo pegou no sono.

— Acho que também não vamos jogar, eu estava pensando em dar uma passada na biblioteca. Me acompanha, Fab? — Lily entrelaçou seus dedos nos de Fabian e deu um sorriso simpático. — Nos vemos no jantar. — E assim, os dois saíram pelo buraco na parede, deixando um casal choroso e recém adormecido no sofá e outro casal esperando por um jogo de Snap na poltrona mais próxima da lareira.

— Então não vai ter jogo... — Lenny largou o baralho na mesinha de centro e voltou a sentar, agora no colo de Gildeon. Ele estranhou por um segundo, mas lembrou-se de que Marlene McKinnon era o tipo de garota que fazia o que queria sem se preocupar com o que os outros iam pensar.

— As vezes eu esqueço como você é impulsiva. — Passou os braços fortes pela cintura dela e sorriu. — Achei que estivéssemos sendo discretos.

— Cansei de ser discreta, não combina comigo. — Marlene agarrou os cabelos ruivos de Gildeon e aproximou seus rostos, dando-lhe um beijo urgente. Quando separaram seus rostos, o garoto tinha as bochechas coradas e estava um pouco ofegante, mas não foi o suficiente para impedi-lo de beijar a garota outra vez.

x

Para Sirius, o caminho da sala de Transfiguração para o Salão Comunal foi desviado por Jane Cattermole. Antes que pudesse perceber, o casal estava num armário de vassouras tirando as roupas. Para Black, era quase tudo automático: beijos, mão boba, provocações e enfim, o ápice em que a garota gritava um "Ah Sirius Black..." para anunciar que estava com ele para todos que passassem perto.

Sentindo a leveza e a sonolência que todo esse ato lhe proporcionava, Sirius continuou seu caminho até o retrato da Mulher Gorda para descansar até o segundo round depois do jantar, quando ele encontraria Héstia Jones. 

— Se não é o meu melhor amigo... — James o encontrou virando o último corredor antes do Salão Comunal. Seus cabelos estavam bagunçados como sempre, mas Sirius sabia o motivo dessa vez. — Também fez uma parada antes de vir para a Torre?

— Eu disse que isso era incrível, Potter. — Sirius riu e bagunçou os cabelos do amigo. — Será que alguém topa um Snap Explosivo antes do jantar? — Perguntou animado enquanto entravam na Torre da Grifinória. Entretanto, essa animação sumiu quando ele se deparou com Marlene e Gildeon aos beijos na sua poltrona perto da lareira. Ela estava sentada de lado no colo do ruivo, que passava as mãos pelas costas e pelo cabelo escuro dela enquanto a beijava intensamente.

— Sirius, cachorrão, não se estresse com isso... — James entrou na frente do amigo, tentando impedir que Black fizesse algo que se arrependeria depois. Bem, pelo menos ele o impediu de fazer algo dentro do salão comunal, porque Sirius saiu em disparada para fora do Salão Comunal procurando por um pouco de confusão.

A passos largos e rápidos, Sirius Black andou pelos corredores do castelo com a cabeça fervendo. Parte dele odiava Marlene por estar seguindo em frente, por não ter esperado muito tempo para namorar outro cara, por ser tão linda como era e porque nenhuma outra garota conseguia ser tão boa quanto ela. A outra parte dele sabia que o grande culpado por tudo aquilo era ele mesmo, e isso o deixava ainda mais irritado.

— Olha só se não é o Ranhoso... — Sirius avistou Snape por uma janela baixa do corredor, que não foi impedimento para ele com tanta adrenalina no corpo. Sirius pulou no parapeito da janela e logo estava do lado de fora, em frente a uma das pessoas que poderiam ajudá-lo a gastar sua raiva. — O que está fazendo aqui sem seus amiguinhos? Acha que não vamos nos vingar pelas brincadeirinhas de vocês? — Sirius empurrou Severo para a parede, derrubando os livros que ele trazia consigo, e apontou a varinha para ele.

— Seu idiota, o que está faze... — Severus tentou pegar sua varinha, mas antes que pudesse reagir Sirius já havia lançado uma Azaração da Perna-Bamba nele, o fazendo perder o equilíbrio.

— Vai demorar para alguém vir te salvar, aposto que nem seus amigos vão dar falta... — Sirius comemorou, antes de dar as costas para o garoto caído chão com as pernas bambeando. Severus conseguiu pegar sua varinha com muito custo e atingiu Black com a azaração do tropeço, o que aumentou ainda mais a raiva do garoto.

— Seu ranhoso nojento, eu ia pegar leve com você... — Sirius levantou do gramado e voltou correndo na direção do sonserino, que havia se livrado da última azaração. —  Expelliarmus! — A varinha de Snape voou para longe, parando perto de uma árvore a alguns metros de distância. Alguns alunos pararam próximos ao duelo, mas ninguém atreveu se meter. — Furnunculus vai combinar bem com você. — Pequenas feridas começaram a aparecer no rosto de Snape. — E se quiser uma revanche, vou estar na Casa dos Gritos amanhã a noite. Se contar para alguém, acabo com você. — Sirius aproximou seus rostos e ameaçou, totalmente inconsciente do que seu desafio poderia causar. — Vá sozinho pela passagem embaixo do Salgueiro Lutador. — E virou as costas para Severus Snape, cujo rosto estava coberto de furúnculos.

x

O sol tinha acabado de se por e os marotos se preparavam para a primeira noite de lua cheia. Remus estava particularmente melancólico naquela noite e foi para a enfermaria logo para tomar suas poções, enquanto Sirius estava ansioso e inconsequente.

Eles tinham sorte que McGonagall não tivesse suspendido as noites com Lupin, então precisavam fazer tudo como tinha sido combinado. Peter, Sirius e James se esconderam embaixo da Capa da Invisibilidade e saíram do castelo.

— Sirius, o que tá havendo com você? — James perguntou, vendo que Sirius não conseguia parar quieto embaixo da capa.

— Só quero um pouco de ação. — Sirius se livrou da capa quando atingiram a parte do jardim onde o Salgueiro Lutador estava. Peter seguiu o combinado e se esgueirou entre os ramos agressivos da árvore e a imobilizou, James e Sirius seguiram para a passagem para a Casa dos Gritos.

Parado no espaço abaixo do Salgueiro, Sirius olhou para a direção da saída do castelo e avistou Snape. — Eu tenho uma coisa para resolver antes de ir, Pontas. — Era como Sirius chamava a forma animaga de James, por causa da enorme galhada de cervo.

— Sirius, o que foi que você fez? — James viu Snape exatamente quando a lua cheia surgiu de trás das nuvens. Pela passagem até a Casa dos Gritos ouviu-se um uivo desesperado que eles sabiam que era de Lupin. — Seu idiota! Eu sei que está chateado com a Lenny, mas não pensou que ele pode morrer? Vá ficar com o Aluado antes que ele sinta o cheiro desse seboso e venha pra cá! — Potter empurrou Sirius para a passagem, forçando-o a se transformar no grande cachorro preto que era sua forma animaga. Ele sabia que só haveria mais confusão se deixasse Sirius duelar com Snape.

James saiu do buraco que era a passagem escondida pelo Salgueiro Lutador para impedir que Snape fosse atingido pelos ramos da árvore, mas foi um pouco tarde. Um dos galhos atingiu o peito do sonserino e o derrubou, um pesado galho chicoteou ameaçadoramente o ar acima dele.

— Não se aproxime, Snape! — James gritou de debaixo da árvore, onde os galhos não conseguiam atacar. Ele não podia imobilizar o Salgueiro ou Snape poderia querer entrar na passagem, mas os troncos grossos da árvore podiam esmagar o garoto a qualquer momento.

— O que estão escondendo? — Severus questionou antes de ser atingido nas pernas por outro galho. James viu que a única opção seria desativar a proteção do Salgueiro, se não Snape estaria inteiro coberto de hematomas no dia seguinte.

— Snape, só volte para o castelo ok? — James imobilizou a árvore e correu na direção do outro empunhando a varinha. Outro uivo vindo da passagem despertou a curiosidade de Severus, que olhou maliciosamente para James.

— Potter... Vocês estão escondendo alguma criatura ali? — "Malditas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas", James pensou ao ouvir a pergunta. — Se os marotos podem ver a criatura, acho que eu também posso, não é mesmo? — Snape continuou andando em direção a passagem secreta, mas uma Azaração do Tropeço o fez cair na entrada do buraco. 

— Pontas, tire o Ranhoso daqui antes que Lupin se descontrole ainda mais! — Ouviu-se a voz de Peter ecoando pelo túnel, carregada de desespero.

— Lupin, é? — Snape sorriu. — Espera... Ele é... — Um uivo alto e o tremor do túnel o interromperam, seguidos por um grunhido de cão.

— Isso mesmo, agora vamos. — Tinha tanta adrenalina correndo pelas veias de James que ele nem se quer pensou no que aconteceria se Snape descobrisse sobre Remus. Por sorte, Severus ficou tão chocado com a nova informação que deu chance para James lançar um Mobilicorpus e o levar até a sala de Dumbledore. James estava torcendo para que Sirius pudesse aguentar e acalmar Remus.

— Gotas de chocolate. — James tentou a última senha que tinha escutado o Professor usar e conseguiu chegar até a sala com Snape ainda flutuando a alguns centímetros do chão. — Professor Dumbledore!

— Sr. Potter? O que houve, meu rapaz? — Foi só naquele momento que Potter reparou no estado de Snape: a calça estava com rasgos na altura do joelho, que sangrava, assim como sua testa. Enquanto Alvo reacordava Snape e limpava seus ferimentos, James contou tudo que havia acontecido mudando apenas a parte de Sirius ter desafiado Snape para "Snape estava nos seguindo". Tudo para proteger seu melhor amigo.

— Eu cuido do Severo, agora vá ver como o Sr. Black e o Sr. Pettigrew estão. — Dumbledore prometeu para James que o segredo de Lupin seria mantido, tranquilizando-o um pouco.

Já estava quase de manhã quando James voltou ao Salgueiro Lutador e foi preciso de um galho e o feitiço Wingardium Leviosa para imobilizar a árvore e chegar à Casa dos Gritos.

Sirius, na forma de cachorro, tinha alguns machucados fundos que preocuparam James, mas pelo menos Remus parecia calmo para os padrões de lobisomem, tentando capturar Peter, em sua forma de rato, com suas garras.

Quando o sol finalmente nasceu, o efeito da lua cessou e Remus voltou a forma humana e fraca de sempre. Pálido e trêmulo, ele não falou muito com os meninos até que Madame Pomfrey fosse encontrá-lo seguindo as ordens de Dumbledore. Quando a senhora viu o estado de Sirius, com o ombro ensanguentado, foi correndo com os dois para a enfermaria.

x

— O que você estava pensando, Sirius? — James praguejou assim que Sirius acordou. Madame Pomfrey o entupiu de remédios com medo da mordida ter passado a licantropia para o rapaz, mas no fim estava tudo bem. Ou quase... Seu braço estava enfaixado.

— Era só uma pegadinha... — A voz dele estava arrastada e grogue.

— Ele podia ter morrido, ou pior... Podia ter sido mordido por Remus! — James se exaltou, mas por sorte a enfermaria estava praticamente vazia, com apenas Lupin dormindo a algumas camas de distância.

— Nem parece que é do Ranhoso que estamos falando, ninguém sentiria falta dele. Nem de nenhum daquele sonserinos imprestáveis! — Sirius sentou na cama, irritado.

— A questão é que se algo tivesse acontecido com ele, nós poderíamos ser expulsos. — Era raro ver James falando sério, mas aquele era um dos momentos. — Além disso, agora ele sabe sobre o segredo do Aluado.

— Merda... — Sirius abaixou a cabeça, reconhecendo que tinha feito besteira.

— O Sr. Snape não vai contar o segredo para ninguém, sob pena de ser expulso de Hogwarts. — Dumbledore surpreendeu os dois amigos, aparecendo a algumas camas de distância. — Mas eu espero que vocês saibam que isso não pode acontecer outra vez, ou então não poderão voltar à Casa dos Gritos.

— Isso não vai se repetir, Senhor. Sentimos muito, vamos tomar cuidado... — Sirius estava desesperado, não imaginou que suas ações pudessem causar algo tão grave. — Dumbledore assentiu e mandou os garotos para a aula, restando apenas um último maroto na enfermaria, confuso demais com os fatos da noite anterior para fazer qualquer outra coisa se não dormir com os remédios da Madame Pomfrey.


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Notas finais do capítulo

Vocês também querem bater no Sirius ou sou só eu? hahaha
Perguntei no capítulo passado e a Lyanna acertou que nesse capítulo teria uma referencia a lua cheia!
Comentem aqui embaixo o que mais vocês esperam para os próximos capítulos (isso me ajuda a criar mais momentos legais na fic e a gente ainda tem uma brincadeira pra ver quem acerta mais)
Espero muito que tenham gostado e até a próxima sexta! Beijos



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