Nasce Um Vampiro escrita por tami_fanfics


Capítulo 13
Capítulo 11 - Edward Caçador Cullen


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei que disse que não ia mais postar no Nyah e isso já faz um bom tempo, mas... Eu não resisto à isso, então: estou continuando as postagens. Espero que ainda tenha restado alguma leitora por aqui!



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Nasce um vampiro

Capítulo 11 --- Edward Caçador Cullen

Estava sentado em minha cama. Pensando... Refletindo sobre tudo o que Carlisle e Esme me disseram.

Em nenhum momento eu ficara abalado pelo fato ser adotado. Não mesmo! Eu sabia que eles tinham um coração enorme e capacitado para a adoção de crianças.

Já conhecera várias pessoas que haviam sido adotadas. Algumas se revoltavam pelo fato de só terem descoberto a verdade tardiamente; outras se revoltavam por não saberem quem são seus verdadeiros pais e consumiam todas as suas forças e dignidade para encontrar os pais biológicos, sem nenhum motivo aparente, somente uma busca insana.

E havia ainda os conviviam com a revelação normalmente, tinham em seus pais adotivos tão alta conta que nunca hesitaram de seus motivos para esconder a realidade, apenas continuaram; seguir com a vida... Era isso o que eu pretendia fazer, mas o fato de descobrir ser uma aberração da natureza mudava tudo.

Não sabia como Jasper e Rosalie reagiriam a isso. Jasper, por ser mais relaxado e desconexo com coisas sérias, talvez não se importasse; não era de seu feitio se abalar fácil, para falar a verdade, eu nunca vira Jasper abalado emocionalmente.

Mas Rosalie... Era emocionalmente dependente, o que me assustava. Tinha medo sobre qual seria sua reação ao saber que é adotada.

O fato de descobrir ser adotado realmente não me incomodava, mas era mais um indício para que eu colocasse na minha lista “Yeah, baby, você é mesmo um vampiro!”. Do outro lado, “Cara, manda eles procurar outro otário!”, só tinha um indício, o fato de eu não ter sido mordido pra ser um vampiro!

Isso me deixava em uma posição relativamente baixa. O que eu faria da minha vida?

Isto é, se eu ainda tivesse uma vida. Afinal de contas, eu morri?

Recostei-me apoiado na cabeceira da cama; ela parecia pesar uma tonelada, quando na verdade, tudo o que pesava eram as interrogações.

Quando pressionei meus pais, Carlisle insistiu para que nós conversássemos em seu escritório. Até o momento em que a porta foi fechada e todo o ar na sala começou a tomar o cheiro de meus pais, eu ainda não havia me confrontado com o monstro.

Eu vi. Eu consegui ver duas partes de mim, duelando, digladiando uma contra outra. De um lado, o Edward bonzinho, obediente, estudioso e responsável. Do outro, o monstro. Daquele que tive medo desde o momento em que soube da verdade.

Eu quis matar minha mãe! A mulher que me criou, alimentou, cuidou de mim quando estive doente e me deixou se esconder atrás de sua quando tive medo dos trovões. E como eu retribuo? Visualizando a melhor forma de matá-la.

Imaginei me aproximar dela, rápido como Emmett se aproximou de mim, e cravar meus dentes em seu pescoço exposto.

Tem partes da na conversa da quais não me lembro, tamanha era a ardência. Eu entendi todas as suas explicações e fiquei agradecido pelo que fizeram.

A única vem que em o monstro se quietou foi quando Carlisle se prontificou a me ajudar a achar meus pais biológicos. Esme teve um sobressalto e posso jurar como a vi chorando. E mesmo assim, ela assentiu, como se concordasse com o que Carlisle dissera.

E vi  o medo nos olhos dela... Medo de me perder, a mim, seu filho – adotado ou não, seu filho. E assim, eu me recompus, concentrei minha mente em outra coisa que não fosse eles.

Pedi rapidamente para sair da sala; dei a desculpa de que precisa pensar em tudo isso e quase corri para o meu quarto. Desde então estava lá, pensando...

De repente, percebi que não sabia a quanto tempo estava esperando. Olhei para a janela, mas as persianas estavam fechadas. (Medo do sol.) Eu não sabia o que ia acontecer se fosse pego pelos raios solares. Vai que eu entrasse em combustão e explodisse?

Não, obrigado.

Levantei da cama e peguei o meu relógio para ver as horas. Para minha surpresa, já passava das seis da tarde, o sol já devia estar de pondo... Sendo que eu entrei no quarto ainda pela manhã, pode-se dizer que eu já havia refletido demais.

Achei estranho fato de Esme não ter ido me chamar para o almoço, ela devia estar mesmo abalada.

Em pé, como se fosse provável, me veio uma nova perspectiva da situação. O que eu faria agora? Se eu mudasse ao ponto de quase matar meus pais, eu teria me mudar de casa?

Isolar-me de todos, seria essa a solução?

Eu não quis pensar nessa opção! Mudar-me agora seria uma quase afronta a Esme e Carlisle. Eles entenderiam a minha mudança por saber que eu sou adotado. E nem saberia explicar aos meus irmãos um motivo descente, em que eles acreditassem...

E não era isso que eu queria. Esme sofreria mais ainda, e eu não suportaria a culpa pela minha mãe.

O melhor, naquele momento, era esperar o retorno de Alice e Emmett, para que eles esclarecessem alguns pontos e... Dissessem o que fazer!

Rodei meus olhos pelo quarto tentando achar algo com o que me distrair...

Vi minha estante de retratos, o presente de aniversário de Esme. Aproximei-me e peguei um deles; era uma foto em que estávamos todos juntos. Eu sorria para a foto, ao lado de Carlisle. Esme estava disfarçadamente, tentando tirar a mão de Jasper do cabelo da Rosalie.

Eu ri – mais uma vez, daquela imagem. Algumas coisas na vida nunca vão mudar. Ou era o que eu achava até essa manhã...

Devolvi a foto a prateleira, quando estava prestes a voltar para a cama, deparei-me com a foto mais recente. Eu e Bella.

Bella...

Senti raiva de mim mesmo. Como pude esquecê-la?! Nós tínhamos marcado de nos encontrar na escola.

Sem hesitar, mandei tudo aos ares! Devolvi a foto e me preparei para sair pela porta, procurá-la e pedir desculpas. Naquele momento nada me importava, que eu tivesse virado um vampiro ou simplesmente ganhado uma lavagem cerebral de alienígenas.

Eu precisava vê-la.

Quando cheguei a porta, Emmett e Alice apareceram Não sei quanto foi que abriram a janela – ou eu teria feito isso? – e a ultrapassaram. 

Emmett rapidamente leu a cena em que eu me encontrava.

- Aonde você vai? – perguntou em voz baixa, consciente da presença dos meus familiares. Rose e Jazz já haviam chegado?! Eu não saberia responder...

- Eu... – não sabia se deveria contar a eles se iria ver Bella ou não, então optei pela mentira. – Iria procurar por vocês.

Pude ver em suas mentes que acreditavam em mim... Se não sabem que estou mentindo, isso quer dizer que o único telepata seria eu. Isso era uma boa notícia em meio a tantas outras desagradáveis.

- Rápido! – Emmett exclamou –, Você só tem poucas horas até a transformação estar completa. Depois de 24h... Nem queira saber como você vai ficar!

- Espere – disse antes que eles saíssem novamente pela janela –, do que está falando? Eu ainda não sou... Um vampiro?

- Tecnicamente, sim. Mas não um completo antes das primeiras 24h. Se completar um dia antes que você tenha caçado, você nunca mais poderá ter uma alimentação comum.

Eu pensei que eles fossem me dar uma explicação e não me deixarem mais confuso.

Pelas minhas contas, 24h deveriam estar completas por volta das 23h. Então, se nós fôssemos, eu acho, rápido, poderíamos chegar a qualquer lugar antes das vinte e três horas.

Então, acho que eu poderia pedir algumas respondessem alguma das minhas perguntas.

- Primeiro: O que quer dizer com alimentação “comum”? Segundo: O que irá acontecer se eu não me alimentar antes de 24h? Terceiro: Para onde nós vamos? E quarto, e mais importante: O que eu sou? O que é ser um vampiro?

- Eu respondo! – Alice se adiantou antes que Emmett o fizesse.

Continuei olhando para ela.

- Hm... Denominamos alimentação o fato de bebermos o sangue de animais; carnívoros ou herbívoros. Se você não se alimentar 24h após a sua transformação, você virará o típico vampiro das lendas. Não poderá se alimentar de animais, como nós; terá que caçar humanos, beber seu sangue até matá-los e será incontrolável e insaciável. Ah, e também não poderá sair ao sol; a não ser que queira morrer, claro.

Ela sair de trás de Emmett e caminhou em direção a cama, sentando-se nela. Enquanto isso, Emmett continuava imóvel. Ele estava claramente tentando bloquear sua mente de mim; estava se sentindo tenso e desconfortável.

- Então, a não ser que queira ser um vampiro sanguinário maníaco, acho melhor irmos caçar! E, a floresta mais próxima está um pouco longa. Podemos ir agora? Você não é o único com fome, sabe?

Eu entendi uma boa parte do que ela falou. Fiquei aliviado por não ter que matar as pessoas. Embora tivesse tido uma boa amostra grátis de como era ser o “vampiro típico” a qual ela se referiu.

Senti a dor crescer e arder gradualmente conforme as horas passavam, ou melhor, se arrastavam. E, eu não via a hora, não importasse como, de saciá-la.

- Então, deixe-me ver se entendi tudo. – Alice suspirou e já parecia estar novamente irritada. O que ela queria? Era eu o recém-transformado! Que fizesse o favor de esperar...

- Eu não preciso matar humanos? – Me surpreendeu o fato de ter passado para o “lado negro” da força tão rapidamente. De um dia para outro eu não era mais um humano.

- Não.

- Não vou queimar ao sol?

- Depende. – Arqueei as sobrancelhas indicando a minha dúvida. Ela suspirou novamente. – Como disse, você só irá virar um clone do Freddy Krueger, se não se alimentar, agora. E, se isso acontecer, você não poderá chegar nem perto do sol. Nunquinha. Entendeu?

- Sim. E se isso não acontecer... ? 

- Bom, se você não for teimoso, e partir conosco para caçar, você ficará muito bem! E, a luz solar irá te incomodar. Se você estiver bem alimentado, não te fará mal algum, mas se estiver sem caçar a algum tempo, ficará mais fraco com a exposição à luz.

- Entendo. Mas eu ainda tenho mais perguntas, por exemplo...

- Não – retrucou Emmett –, faça enquanto corremos; para ganhar mais tempo.

Alice levantou rapidamente da cama e se juntou a ele perto da janela.

Ela saiu primeiro que ele, passando pela janela aberta tempos atrás. Agora o céu estava completamente escuro; sem nenhuma estrela sequer.

- Você não vem? – perguntou ele antes de seguir Alice. Ele estava mais aliviado agora que estávamos saindo da minha casa e eu ainda não entendia o motivo.

- Vou.

Antes de atravessar a janela, dei novamente uma olhada no meu quarto. Eu esperava mesmo que não tivesse que mudar de casa.

Olhei pela janela, lá para baixo. E então me lembrei de uma coisa. 2º andar. Eu estava no segundo andar. Eu teria que pular mesmo dali?

Lá em baixo, Emmett e Alice me esperavam, e pela cara de Alice, com uma certa... Urgência.

Refleti rapidamente sobre o assunto e concluí que se eles, vampiros, puderam pular pela janela e aterrissarem com segurança, eu, vampiro, também poderia. E assim o fiz.

Respirei fundo e pulei.

Senti uma leve brisa acariciar o meu rosto na decida.

Antes que eu pudesse me dar conta do que havia feito, já estava no chão. Foi suave demais... Surreal demais! Meus joelhos só se curvaram milimetricamente.

- Bom? – perguntou Emmett, bem perto de mim, na calçada.

- Muito – respondi sorrindo.

A rua estava quase deserta. Cidade pequena, sem muitos atrativos, as pessoas se reuniam em casa cedo.

- Então, vamos até uma rua mais adiante e então poderemos correr.

Alice confirmou com a cabeça. Em sua mente, eu via apenas o líquido vermelho que ela tanto estava desejando. Sangue.

Nós começamos a andar rumo a rua seguinte. Do lado de fora, eu podia escutar mais e melhor, do que os sons abafados que ouvia enquanto permaneci no quarto.

Músicas, passos, falas, gritos, sussurros, e o melhor... Pensamentos.

Diversos e variadas cenas. Elas vinham de todos os lados, o abordavam de forma violenta. Uma jogada sobre a outra.

Assistiu um pouco de televisão pela mente de uma dona de casa. Ouviu duas ou três músicas, pelos adolescentes em seus quartos.

Ele estava apenas descobrindo o lado bom de ser um telepata. E, ele adorava o espaço extra em sua mente.

Mas tudo o que se ganha, sempre é cobrado. Assim como tinha parte boa também descobriu as dificuldades.

Tive de acompanhar a reação de uma mulher traída, ao saber do marido infiel. Isso a algumas quadras de distância.

Também vi... Bom, eu não queria saber da vida sexual de ninguém. (Já bastava a minha desanimada, para recuperar.)

[N/A: Isso deixa uma brecha. Será Edward virgem? Ele disse “recuperar”.]

Mas isso não me impediu de ver relances da paixão de dois amantes.

Isso me dava um bilhete mental: Tentar descobrir como bloquear os pensamentos alheios. Era isso, ou enlouqueceria.

Já estava no final da rua, ao lado do casal de vampiros, quando escutou alguém chorando. Fez de tudo para não ser atraído para a mente da pessoa; talvez conseguisse bloqueá-los...

Mas, algo lhe dizia que já havia escutado aquele sofrimento antes.

Nós viramos o para a rua seguinte. Fiquei tão imerso em escutar a vida alheia, que esqueci deles. Quando virei para olhá-los, os dois estavam me encarando.

- O que foi? – perguntei.

- Nada – responderam os dois ao mesmo tempo.

- Se não me contarem, vou descobrir mesmo. – Dei de ombros para enfatizar meu desinteresse. 

- Exatamente. – Emmett disse, antes de explodir em gargalhadas.

Esperei pacientemente – ou não – que ele terminasse de se expressar, para que eu pudesse pedir uma explicação. Minha vontade era de pular em cima dele e lhe acertar a cabeça!

Desde quando eu me tornara tão violento?!

- Terminou? – Perguntei quando ele consegui ficar ereto novamente, depois de se dobrar de tanto gargalhar.

Sorte a dele, que como vampiro, não respirávamos da forma convencional; caso contrário, ele já teria engasgado e... morrido.

Morrer... Vampiros podiam morrer? Ou éramos, como se retratava, imortais?

Decidi deixar essa pergunta para outro momento. Ele suspirou e murmurou:

- Sim.

- E então?

- Diga-me uma coisa. Você está se aproveitando do fato de ser um telepata, não está?

- Bom, - protelei – se eu tenho essa habilidade, devo usá-la, certo Alice?

Chamei Alice para a conversa pois fazia um tempo que ela não falava nada, e pelo que havia aprendido observando Esme e Rose, mulheres caladas era igual a problema.

Ela estava parecia estar concentrada em algo distante, com o cenho franzido e o olhar largo...

- Alice? – perguntei novamente.

Ela continuou sem responder. Parecia estar em um lugar completamente diferente. Olhei assustado para Emmett, que a encarava.

Ele saiu de onde estava e foi até ela, colocou as mãos em seus pequenos ombros e sacudiu-a.

- Ah, oi, quer me largar? – Chiou assim que voltou a si.

- O que viu?

Ela deu um risinho forçado, quando olhou em minha direção; como se estivesse escondendo algo de mim.

- Nada demais. Só sei que temos muita comida esperando ao leste e, Edward tem exatamente quatro horas e quarenta e seis minutos antes de virar um zumbi horroroso. Então, sugiro que começamos a correr agora! – E assim ela partiu floresta a dentro, deixando a mim e a Emmett perplexos e sem fala.

Eu podia escutar o vento se rebelar em volta dela e o farfalhar dos galhos de árvores quando batiam de encontro a ela, embora não pudesse mais vê-la.

Eu não consegui entrar em sua mente no curto período em que ela esteve absorvida em seus pensamentos mais escuros. Então, eu não pude ver o que ela estava guardando de mim.

Emmett também não engoliu a historinha contada por ela, o que só reforçava as minhas crenças. Mas, como eles formavam uma equipe, devia proteger um ao outro, e era o isso que estava tentando fazer.

- Venha – Emmett chamou –, você só precisa pensar em correr e já estará em ativa.

Como se para demonstrar isso, ele se foi, embrenhando-se na mata como Alice fizera.

Fechei os olhos e imaginei o meu corpo em movimento. Antes que os abrisse novamente, já estava nas na escuridão formada pelas sombras dos galhos.

A sensação era maravilhosa! Eu nunca me sentira tão livre quanto naquele momento. Eu ainda podia senti-los metros a frente, mas parecia que estava sozinho; desfrutando a natureza só para mim.

Repito: sensação única e maravilhosa.

Meu corpo apreciava toda aquela força que surgia entre o atrito dos meus passos e o chão. A cada novo passo, era impulsionado com mais força para frente. Os galhos não faziam diferença ao contato com a nossa pele. Uma carícia, apenas.

Tive uma imensa vontade de tirar o calçado; só para sentir a ligação com a terra enquanto percorria a trilha em alta velocidade. Gostaria de saber que velocidade era aquela. Mais veloz que um carro esporte, talvez...

- Vem Edward! – Alice gritou. – Mais rápido! – Foi tudo o que escutei antes de um titilar suave invadir o ar. A risada dela!

Eu tinha experimentado a sensação, chegara a hora de acelerar.

Forcei minhas pernas e irem mais e mais rápido. Os impulsos mais fortes e o atrito com o chão mais pesado. Minha respiração inalterada desde o primeiro minuto; manter o fôlego intacto era uma novidade no assunto corrida.

Correndo a uma velocidade, que poderia super, ter quebrado a barreira do som, ultrapassei Emmett e Alice rapidamente.

Forcei-me a diminuir a velocidade, pois chegara o momento crucial. Eu precisa de respostas, e o momento me parecia oportuno.

- Emmett, o que é ser um vampiro? – As sobrancelhas dele se arquearam em dúvida, e eu decidi retratar a pergunta. – Quero dizer, fora de todos os mitos e fantasias. De verdade!

- Bom, - murmurou – a partir de agora, terá uma série de regras que você deverá cumprir. É como entrar para uma sociedade. Temos leis e alguém para infringi-la. Mas, a mais importante, é deixar essa irmandade, ou sociedade, em segredo. Ninguém deve saber o que nós realmente somos, entendeu?

- Sim.

- Caso coloque a nossa espécie, você será severamente punido pelos seus atos...

- Por quem? – perguntei, ávido por mais.

- O Conselho.

- Conselho?

- Sim. Mas, preste atenção, existe assuntos, nos quais não podemos tocar com você. Com você e com nenhum recém-transformado. Um dia, você terá que buscar essas respostas você mesmo.

Assenti para ele.

Não era o que eu esperava. Um conselho, assuntos secretos... Eu teria tempo suficiente para pensar nisso depois. Naquele momento, eu queria o maior número de informações possíveis sobre a minha nova espécie.

- Então, o que mais podem me contar? – questionei.

- Você... – começou Emmett.

- Você vai ter que trocar suas roupas! – Alice cortou-o.

- Minhas roupas? – indaguei, avaliando-me. Eram as mesmas roupas sempre: jeans desbotados e camisetas xadrez; não havia nada demais com elas. – O que há de errado com elas?

- Você quis dizer “o que NÃO HÁ de errado com elas”. Certo? Pelo amor... – fiz uma cara feia pra ela. Novamente, senti uma aglomeração sonora em minha garganta. Agora eu sabia o que era. Eu queria rosnar para aquela baixinha petulante.

Mas, com um grande esforço, me contive.

Ela continuava falando...

-... não aguento mais isso. E dê graças que você não precise mais usar aquele óculos ridículo; eu estive a um ponto de arrancá-lo do seu rosto durantes essas semanas. Francamente, Edward! Com a Bella ali, e você nem pra pedir um mísero conselho sobre moda! – Ela balançava a cabeça de um lado para outro, descrente.

Ouvir o nome da Bella me deu uma vertigem de eletricidade pelo corpo. O que ela estaria fazendo naquele momento? Provavelmente estava com muita raiva de mim. Bella não recebia “furos” frequentemente.

E pior, nós acabamos de avançar mais um passo. Seria uma péssima maneira de dizer “gosto de você” deixando-a plantada!

Um arrepio me assaltou. O que seria de nós? Eu poderia ter algo com Bella, a partir de agora?

Quando eu era humano já seria difícil... Nós éramos tipo princesa e plebeu, e agora, sem ironias, por favor, como a donzela e o Conde Drácula!

Até agora, eu já tinha escutado pensamentos, pulado da janela do 2º andar, visto as partículas de poeira e sentido uma sede descomunal.

Quero dizer, mesmo assim, eu ainda podia querer que ela ficasse comigo? Eu já era anormal antes, agora então...

Tudo bem que Bella não era o melhor exemplo de “pessoa normal” para a humanidade, mas eu tinha ultrapassados os limites!

Descobri a nova sensação que Bella me passava. Medo. Eu estava atormentado pelo medo de perdê-la.

Quis perguntar a Emmett se eu... Se eu ainda podia... Ter algum relacionamento com a Bella. Porque a única imagem que me vinha cabeça era Bella sair gritando assim que eu contasse para ela sobre minha nova identidade.

Mas, considerando novamente o fato de ela ser o extremo, simples assim, talvez ela até gostasse! Eu podia imaginar todas as possibilidades do que ela iria fazer, até esgotar, mas era óbvio que ela iria contestar tudo e ser diferente!

Emmett estava com uma cara de tédio, como se algo o aborrecesse; procurei Alice e entendi o motivo, ela continuava falando!

Seria esse o poder dela? Falar por dias e dias sem nunca se cansar?

Estive tão absorto em meus pensamentos que não percebi a enxurrada de palavras que ela estava despejando.

-... um casaco, com certeza. Mas é tudo uma droga, mesmo! Por que perto? Eu odeio isso! Ficamos parecendo góticos! “Entenda, Alice, por favor; é a melhor forma de se fundir as sombras e se proteger contra o sol.” – ela estava remedando alguém.

Era por isso que Emmett estava com o cenho franzido; ele provavelmente, ter escutado a mesma coisa várias vezes.

Queria mandar Alice calar a boca. “... ela que fique com a sua aversão as leis. Eu não ligo para termos de usar somente o preto.”

Quis perguntar mais a Emmett, mas um detectei um novo cheiro no horizonte escuro, ao leste. E eu não parecia ser o único já que Alice havia parado de falar (milagres sempre acontecem para aqueles que acreditam, não era isso?) e Emmett estava olhando na mesma direção que eu.

Era muito parecido com o cheiro de meus pais, menos acentuado, mas ainda forte. Foi como beber larva! Senti que agora sim eu tinha uma ideia de como seria beber água fervente!

Automaticamente, meu corpo começou a correr naquela direção; sem que eu tivesse que pensar em segui-la.

Emmett e Alice em meu encalço; eu já havia percebido que era mais rápido do que eles. Mas Alice parecia mais afoita que ele. Tão ávida de sede quanto eu, embora eu descordasse.

A menção de uma possível disputa por alimentos, meu instinto comandou a situação. Inclinei-me mais na direção do cheiro e apertei o passo, tornado-me mais veloz.

A cada novo passo, novo metro, minha boca se tornava mais e mais seca.

Eu me lembrava vagamente da semelhança dos cheiros. Minha memória me levou até a minha infância, em um passei familiar no zoológico.

O cheiro era de um leão. Leão da montanha.

A descoberta só me deixou mais louco ainda!

Alice não era páreo para mim. Emmett podia até ser, mas não estava com vontade de entrar da disputa pelo felino feroz logo a frente. Ele estava, com certeza, admirado com a minha velocidade.

Mais alguns passos e Alice estava descartada de me roubar o leão.

Embora o leão fosse um admirável corredor, ele não teve muitas chances quando dei o bote.

Durante todo o caminho, fui cuidadoso para não despertar logo a sua apurada audição. Quando ele deu por si, eu já estava muito perto. Somente alguns metros nos separavam quando eu me lancei contra ele.

Foi uma questão de segundos até que eu cravasse meus dentes afiados no pescoço do animal, o lugar em que o sangue pulsava mais forte.

Sugar o sangue foi como experimentar um pedaço do céu! (Será que eu ainda iria pro céu?)

Ele desceu saboroso e tranquilo pela minha garganta. Teve o mesmo efeito de quando eu bebia água. Sim, igual a água para os peregrinos do deserto.

Ou, algo mais delicioso ainda: sorvete nos dias de verão.

E foi assim até que o líquido começou a vir em menor quantidade. Goles mais fracos e consequentemente, pareciam ainda mais saborosos! Estava acabando... O leão estava dando seus últimos ganidos, já sem forças.

Após o último gole, arremessei-o longe; o leão se chocou contra uma árvores e caiu no chão desfalecido.

Mas não dei importância.

Vir-me-ei e olhei Emmett de pé, alguns quilômetros de distância, apenas observando-me. Alice, que não estava em meu campo de visão de início, logo estava ao lado dele, também fitando a mim.

Eu me sentia mais forte. Minha garganta estava fria, sem qualquer resquício da ardência que enfrentara nos últimos meses. Corri de volta para eles.

Como agora já não estava mais com sede, fui devagar. Percebi o leve chiado do vento, que tamborilava algumas folhas na relva.

Quando me aproximei de Emmett, vi que ele carregava algo em sua mão esquerda, mas a pouca luz não ajudou muito a discernir o objeto.

Quando fiz menção de perguntar do que se tratava, ele segurou o meu braço com força e prendeu o objeto em mim. Inicialmente, deixei que o meu braço se curvasse para ele, mas depois do choque, tratei de empurrá-lo.

Ele só cambaleou alguns passos para trás. Pensei em fugir, mas como ele sorria da mesma forma de quando o conheci, decidi olhar primeiro o que ele enganchara em mim.

Observei a munhequeira atentamente. Ela era uma faixa negra de tecido, muito macio, e o mais reluzente era o emblema que ostentava, em prata. Um desenho muito refinado, que eu não poderia decodificar.

Só distingui a palavra grafada:

Volturi

- Agora sim, - disse Emmett – nasce um vampiro.

--- Fim do cap. 11 ---


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, meninas!

Capítulo 12 "Quando o seu mundo está desmoronando - Parte I".

Beeeijos,

Tamii Santos.