Nasce Um Vampiro escrita por tami_fanfics


Capítulo 12
Continuação: Capítulo 10




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“Eu começo falando sobre a adoção?”, ele perguntou.

- A-a-doção? – gaguejei deploravelmente a minha pergunta. Eles olharam para mim rapidamente, como se eu tivesse cometido a gafe do século; “Empurrei a rainha da Inglaterra escada abaixo?”, estava prestes a perguntar.

- O que disse? – indagou Emmett verbalmente. Eu podia ver claramente a surpresa, tanto em seus olhos, quanto nos de Alice.

- Você acabou de perguntar se começava a falar sobre a adoção. Eu ouvi. – respondi prontamente.

- Não, eu acabei de pens... – parou abruptamente. – Você é telepata, Edward? – continuou.

- Não – respondi ao mesmo tempo em que Alice dizia “sim”. – Não – neguei para ela agora.

Senti um surto de raiva preencher meu corpo, deixando-me surpreso. Eu não era dado a ataques de raiva em discussões e principalmente por causas bobas. Afinal de contas, telepata?

- Calma Alice, precisamos explicar as coisas para ele primeiro. – agora ele ostentava um sorriso brilhante. – Edward – virou-se com as mãos em forma de oração apontadas para mim –, espere, por favor. Você realmente pode ser um telepata; deve ser o poder que você herdou da sua existência como humano.

- Como? Telepatia... Poder... Humanos... Vocês... Vocês são loucos? Primeiro chegam aqui do nada, entram – sem ser convidados, pra falar a verdade, começam a discutir sobre minha família, até me deixarem extremamente confuso, e agora, como se já não fosse o suficiente, dizem que eu sou um telepata? – desabafei.

Senti uma nova onda de raiva passar por mim, mais forte e opressiva. Indulgente e determinada a passar por todo o meu corpo. Mas uma parte em especial: a garganta; minha boca estava seca e ressecada.

Caminhei em direção à geladeira, a fim de pegar um copázio de água.

- Não vai melhorar. Só vai piorar enquanto você não caçar. – dessa vez o informativo cultural extraterrestre partira de Alice. Assenti fortemente enquanto devorava avidamente o copo. E ao esvaziá-lo perceber que ela ainda estava lá. Queimando e destruindo, a sede irredutível...

O que Alice dissera?! ... “Só vai piorar enquanto você não caçar.”

Caçar? Caçar?! Ora, vejam só. Agora imaginem Edward Cullen caçando! O pensamento me fez gargalhar alto e espantar a platéia.

Para mim foi simplesmente hilário imaginar-me caçando, seja lá qual fosse a presa!

Eles estavam me olhando espantados, eu mesmo estava espantando comigo espantado. Acho que estava usando a frase “Rir para não chorar.”. Aos poucos consegui voltar a ser racional e me concentrar em Alice e Emmett, cujas expressões eram de quase alívio.

- Desculpe – murmurei.

Eles assentiram. Endireitei meu corpo e pus-me a olhá-los firmemente.

- Edward, queremos que preste atenção – começou Emmett. – Você sabe o que aconteceu ontem a noite?

Por que ele tinha de me lembrar? Eu estava tratando de esquecer. Tal dor não poderia me machucar mais, exceto na garganta. Ela não tinha aliviado como o resto do corpo. Ela estava aumentando gradualmente de nível sem que eu fizesse nada para impedi-la.

Pigarreei para falar novamente.

- Sim.

- Você sabe por que tudo aquilo aconteceu?

- Gripe – supus, mas pareceu uma interrogação.

- Não. Basicamente, você estava fazendo uma transformação.

- Transformação?

- Sim, você estava se transformando... Em... Um vampiro.

Olhei-o desconfiado. Minha primeira reação foi abrir a boca para negar tudo. Mas ponderei antes; e infelizmente, percebi com uma ponta gigantesca de desespero, que eles poderiam ter razão. Com os pensamentos virados nessa direção, a revelação dele parecia ser a única peça existente para desvendar aquele quebra-cabeça monstruoso. Literalmente, monstruoso.

Mas com grande teimosia eu não queria acreditar que eles falavam a verdade. Quer dizer, eles falavam em vampiros! Seres míticos e inexistentes. Contos de terror... Drácula... Alho, estacas e água benta! Isso eram vampiros!

Criaturas que andam na madrugada. Imortais vagando pela escuridão eterna por não poderem ser tocados pela luz solar. Amaldiçoadas e desalmadas. Vampiros são belos homens e mulheres que vivem em uma constante paralisia perfeita. Sem evoluir e muito menos regredir. Sugadores de sangue insaciáveis e impiedosos. Monstros demoníacos alheios às convenções humanas sociais.

Eu não sou assim.

- Vampiro? – eles assentiram sincronizados a minha pergunta.

Como eles poderiam afirmar com tanta segurança? Só então eu percebi a verdade: eles eram vampiros.

- Vocês... Vocês são vampiros? – novamente uma resposta silenciosa.

Procurei neles os velhos preceitos de vampiros. Os dois eram igualmente pálidos, embora Emmett tivesse uma condição física para o vampirismo, a pequenina Alice parecia estar longe disso!

Pensei que os olhos de vampiros eram daquele vermelho-sange, literalmente. E os dois apresentavam olhos azuis brilhantes, que eu os denominaria normais. Eles não tinham as temidas presas pontudas nos caninos mas eu sabia que eles poderiam ter presas retráteis.

Eles eram pessoas bonitas, em todos os detalhes; rostos bem formados e uma aparência impecável. Eles tinham o tipo de beleza que abria qualquer porta; o tipo de beleza, que eu, definitivamente, não ganhara.

- Olhem para mim! – disse para eles, exasperado. – Eu não sou como vocês! Eu não sou bonito, eu não, eu não tenho boa aparência...

- Exatamente, Edward. – fazia tempo que Alice não falava e estava relativamente séria. – Olhe para você.

Eu realmente ainda não havia me olhado no espelho hoje. Saíra apressando do quarto para atender a porta.

Andei devagar até o primeiro espelho que vi, na sala. E... Bom, digamos que eu... Eu fiquei chocado. Definitivamente, ontem à noite, eu não era assim.

Meus olhos estavam em um tom de verde forte e brilhante; refletia ofuscando no espelho. Era como se eu tivesse feito uma recauchutagem geral em uma clínica para cirurgias plásticas ou passado todos os cremes de Rosalie e Esme ao mesmo tempo.

Eu estava até... Er... Bonito?

Ainda assim... Eu me recusava a acreditar que fosse um vampiro.

- Não...  – me virei para falar com eles, mas Alice estava em minha frente. Encarando-me com todo o seu diminuto corpo.

- Acredita em nós, agora? – neguei com a cabeça.

- Eu nunca fui mordido! Eu saí para jantar com a minha família, fui deixar a Bella em casa, voltei e...

- Nós vimos. – interrompeu-me ela.

- O que?

- Nós vimos o que aconteceu ontem à noite.

- Vocês... Vocês viram? E porque não fizeram nada? – meu tom de voz havia subido consideravelmente.

- Não podíamos fazer nada, Edward... – seu tom de voz também era ameaçador; estávamos praticamente gritando um com o outro.

- Eu não sou nada disso! Eu nunca fui mordido! Se vocês estavam lá, vocês viram. Nenhum vampiro me mordeu.

- É genético! – Alice gritou.

Fiquei sem reação. Ela estava insinuando que Carlisle...? Que Carlisle e Esme eram...?

Não, não podia ser; eles me contariam, eu tinha certeza disso!

- Meus. Pais. Não. São. Vampiros. – informei cada palavra como uma sentença, tamanha a minha fúria.

- Eles não são seus pais – esclareceu Emmett, já que Alice parecia enfurecida demais pra se importar. – Você é adotado, Edward.

Só então o que ele disse fez sentido... “ Eu começo falando sobre a adoção?”... Isso! Eu era adotado.

- Vocês...

- Shii! – antes que eu pudesse perguntar como eles poderiam afirmar aquilo, Emmett pediu para que fizéssemos silêncio.

Era um carro. Um carro estava vindo para a minha casa. Não me preocupei; era o carro de Carlisle, a Mercedes. Ele e Esme deviam estar voltando.

- Nós temos que ir – impôs Alice.

- Não, para onde...

- Nós voltaremos – prometeu Emmett. Não sei se pra minha alegria ou tristeza.

Emmett se dirigiu para a cozinha, imaginei que ele fosse sair pela cozinha. Alice continuou me encarando. Ela andou até mim e passou sua leve e delicada mão sobre a minha, segurando-a levemente.

- Não os pressione demais; cuide-se!

E depois partiu para onde Emmett a aguardava na cozinha. Assim que eles desapareceram, escutei a maçaneta girando. Fechei os olhos fortemente enquanto tentava absorver TUDO. Não queria pensar em tudo o que eles disseram para mim, a minha única prioridade no momento era saber a verdade de Esme e Carlisle; meus pais.

- Você bem que gostou do fato do mercador ter me cantado, Carlisle. Ele fez as compras com desconto!

- Sim, mas... Eu não quero que você tenha que passar por isso toda ver que quiser desconto.

Ela ria abertamente; em sua mente, ela estava achando suas ações meramente infantis, movidas por um ciúme bobo.

- Olá Edward – disse ela ao perceber minha presença.

Não queria joguinhos ou mentiras, então, fui o mais direto possível; mesmo que fizesse sofrer ou doesse.

- Quando pretendiam me contar que eu sou adotado?

--- Fim do Cap. 10 ---


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem ou deem ups. =D

Capítulo 11 - Edward Caçador Cullen

Que tal uma recomendação, amore? Eu agradeceria de joelhos!
Bom, se tudo der certo, pretendo postar o próx. cap na próxima semana, está bem?

Obrigado por me acompanharem,

Tamii Santos.