A muito tempo atrás um príncipe achou um ovo de dragão, e quando a criatura nasceu ele pegou uma grande afeição a fera, o criou e o escondeu até o dia em que se tornou rei, pouco tempo depois criou um decreto onde ninguém poderia machucar um dragão a não ser por legítima defesa, caso contrário seria expulso do seu reino, varias gerações se passaram e os dragões foram acolhidos por nos como partes da sociedade, existem centenas de espécies diferentes pelo mundo, muitos ainda não conhecido pelo homem.

Nos dias de hoje, todos tinham um dragão com exceção de mim, ja que meu pai detesta essas criaturas, pois quando ele tinha apenas 8 anos de idade, enquanto caçava cervos com o meu avô tiveram o azar de cair no meio de uma ninhada de uma dragoa, ela enfurecida apareceu e desmenbrou meu avô, meu pai assustado correu até a cidade e pediu por ajuda, mas ninguém o ajudou dizendo que ja era tarde demais, alegaram que meu avô estava errado em invadir o ninho de um animal selvagem, meu pai se revoltou e construiu uma casa na floresta onde vivo hoje. Sinto pena do meu pai por isso, pois ele nunca se recuperou desse trauma, pelo contrário, ele virou um caçador de dragões, mata qualquer um que crusar o seu caminho, muitas pessoas não gostam dele mas só eu vejo o porque ele faz isso, pelo menos tento. 

Quando era pequena, um dragãozinho vermelho apareceu na porta de casa piando, eu fui a primeira a encontra lo, era de madrugada quando abri a porta sonolenta e o peguei em meus braços, me virei para minha mãe sorrindo dizendo que tinha um dragão, então das sombras surgiu meu pai enfurecido, minha mãe tampou a boca com as mãos e me olhou horrorizada, na hora eu não entendi o porque, mas então meu pai avançou sobre mim, arrancando o dragão dos meus braços, e me empurrando para trás, cai sentada no tapete da porta o vendo jogar o filhote no chão com força, o bebê bateu a cabeça no chão com violência, meu pai correu para o galpão nos fundos da casa e voltou carregando um machado. Eu estava tão assustada que nen consegui piscar, minha mãe passou seus braços em torno do meu corpo e me levantou do chão, ela me segurava com força, como se estivesse com medo de me perder.

O Dragão se levantou meio tonto no intuito de fugir, mas então meu pai o repartiu ao meio com apenas um golpe do seu machado, minha mãe me levou para dentro de casa e me disse o porque do meu pai ter matado o dragão, ele queria a vingança, ela disse que não importava oque viesse a acontecer, eu jamais deveria ser como ele, concordei com ela e fui para a minha cama sem derramar uma lágrima, estava com raiva e por ter personalidade forte não cedia facilmente.

Ouvi meus pais discutindo e cobri a cabeça, não querendo ouvir nada do que eles falavam, pois sabia que era sobre mim. Um tempo depois meu pai abriu a porta do meu quarto, jogou minhas cobertas no chão e me arrastou até a cozinha, ignorando meus protestos, na mesa tinha uma panela com um líquido vermelho dentro, meu pai pegou a panela e despejou um pouco do líquido em uma panelinha, então a cabeça do dragãozinho caiu no meu prato, arregalei os olhos assustada, achando que tudo aquilo não passava de um pesadelo. 

-Beba tudo. Ordenou meu pai, seus olhos estavam negros e brilhantes e suas rugas na testa repuxadas.

Olhei para trás na tentativa de fugir, ela estava minha mãe parada na porta, tampando a minha única saida, me virei para meu pai e respondi.

-Não vou comer.

-Não vai?. Perguntou ele com um tom irônico na voz. 

-Não. Respondi firme.

-Como não vai? Vai sim você não se manda garota!!. Gritou ele batendo os punhos na mesa, fazendo um pouco do sangue do dragão espirrar da minha tigela.

-Pare por favor Ezequias!. Pediu minha mãe, colocando uma mão em meu ombro.

Meu pai me olhou da cabeça aos pés e então parou seu olhar na minha mãe, suspirando logo em seguida e vindo na minha direção, me virei e corri para abraçar a cintura da minha mãe, que não retribuiu o abraço.

"Você nunca deve confiar em um Dragão, pois quando você menos esperar ele vai se virar contra você e te matar". Disse ele na minha orelha, quase em sussurro.

Tudo que me lembro daquele dia foi que choveu muito, passei a noite agarrada a minha mãe. Todos os dias me vem essa lembrança, uma das piores que eu ja tive, com exceção do dia que descobrir que minha mãe estava morta.

Eu tinha quatorze anos, quando voltava para casa cavalgando com minha amiga, fui parada pelo meu pai.

-Preciso te contar uma coisa Lira. Disse ele cabisbaixo. 

-Oque foi papai?. Perguntei aproximando meu cavalo do dele.

-Venha comigo e verá. Falou ele virando e cavalgando de volta para a nossa casa, o segui pelo percurso sendo seguida pela minha amiga que não disse uma palavra.

Ao chegar mais perto da casa de madeira, avistei muitas pessoas andando em nossa propriedade, alguns pisavam nos canteiros de morango, enquanto outros cochichavam em grupos de três ou quatro pessoas.

Meu pai foi até a porta de casa e desceu do cavalo em um salto, fiz o mesmo e me aproximei da multidão onde ele se aprofundava, e então avistei o corpo da minha mãe estirado em uma maca branca, ela estava de vestido branco, sua pele estava pálida e parecia conter um sorriso em sua face imovel, parecia estar feliz em nos deixar, a muito ela estava infeliz com meu pai, não o amava de verdade, a muitis anos atrás foi dada a ele como esposa para quitar uma dívida, meu pai a amava, dava tudo que ela e eu precisavamos mas nunca foi o suficiente. Doia tanto vela ali, ela usava uma cora de carvalho branco na cabeça, enquanto seus cabelos loiros estavam soltos, na altura do peito ela carregava um buque de flores amarelas, definitivamente estava linda, enquanto eu me sentia a pior pessoa do mundo.

-Ela não. Falei em meio as lagrimas irritantes que desciam pelo meu rosto. 
-Sua mãe não sofreu.. apenas dormiu e morreu em paz. Falou meu pai com a voz abafada, seus olhos lacrimejavam.

Depois desse dia minha vida foi um inferno, meu pai trabalhava o dia todo e metade da noite para sustentar eu e meu irmão, pois agora não tínhamos mais a renda da minha mãe, para sustentar a família. Enquanto meu pai trabalhava eu cuidava da casa e depois ia para a escola, com a finalidade de apreender e ver um monte de babacas se exibindo com seus dragões.

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