Como Ser um Príncipe - Interativa escrita por Mila


Capítulo 30
Eles te dirão que eu estou insana


Notas iniciais do capítulo

Olá, senhoras e senhores!!! Já faz um tempinho!
Achei que os veria mais em breve, mas esse fim de semestre está um loucuraaaaa! E acabei reescrevendo várias partes desse capítulo, para entrar mais na mente de Sinead.
Espero que vocês gostem dela... ou não. Grande polêmica.
Não se a música me inspirou ou se Sinead Hibernia inspirou a música (kkkk), mas Centuries, de Fall Out Boys lhe serve per.fei.ta.men.te.
https://youtu.be/LBr7kECsjcQ?t=13s

Até lá em baixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706018/chapter/30

Há 74 anos 

Eventos marcantes:  

A "frágil" saúde do Rei Hans impossibilita-o de governar e a monarquia se prepara para imediata regência de Duque Norbert Éire e sua esposa, a Princesa Sinead, próxima na linha de sucessão ao trono.  

A província de Wicklow encontra-se sob nova série de incidentes violentos e exige ações imediatas das autoridades.

♕ ♕ ♕ 

Não havia nada de errado em querer ser grande. E fazer grandes feitos.  

Hans sempre quisera o mesmo, ela disse a si mesma, como um bom argumento.  

Sinead Hibernia observou os longínquos campos das propriedades do Palácio e para as casas da cidade que começavam pouco antes de desaparecerem no horizonte. A grandeza era a perspectiva imediata de qualquer um que se coloca ali no lugar dela, próxima a imensa janela de vidro do terceiro andar. O sol poente também contribuía para a caracterização do cenário.  

Ela amava demais Nova Irlanda, seu reino. Sua casa.  

E tinha certeza de que não mediria esforços para fazer o que fosse preciso para ajudar sua nação. Como também não mediria esforços para ser grande.  

 

Porém, Sinead Hibernia reconhecia o quanto suas duas paixões poderiam ser conflituosas.  

Ela finalmente teria a chance de realizar ambos os sonhos, mas pressentia uma dialética conflituosa entre eles. O Destino sempre guardava algumas ironias para os melhores momentos afinal de contas e ela? 

Ela sempre guardava receios.  

♕ ♕ ♕ 

O homem coçou a barba ligeiramente comprida e olhou mais uma vez os documentos em suas mãos, soltando um pesado suspiro. 

— É por isso que nos odeiam? 

Sinead virou-se para observar o marido e encostou-se na mesa em que ele espalhava os papeis. Franziu as sobrancelhas, pensativa. 

— Os seus ancestrais eram próximos do governo na época da Quarta Guerra Mundial. Os Éire fizeram atos grandiosos, mas por motivos políticos e econômicos da época, acabou fragilizando e inclusive rompendo alianças importantes de Nova Irlanda e os outros reinos, que foram arduamente restauradas anos depois. A população em geral não tem muito conhecimento disso, ou mesmo não vê relevância nisso, mas os nobres, sim, ficaram bastante ressentidos com as atitudes de seus ancestrais. – Ela observou o rosto do marido, Duque Norbert Éire, os olhos castanho escuros, o queixo quadrado e a estatura mediana eram comuns em toda a sua linhagem. Perguntou-lhe, curiosa: - Não sabia disso? 

—Minha família narrava um ponto de vista diferente do que prova esses argumentos. - Ele contou, batendo os olhos nos documentos por um momento, fingindo os ler enquanto evitava contato visual. Mas ela o conhecia muito bem e sabia o quanto estava envergonhado com o histórico de seus ancestrais. - Talvez um pouco mais romantizada... e menos pejorativa.  

Ela pegou a mão dele. 

—Querido, você não é o culpado disso. Tenho certeza que em algum lugar por aí já ouvi a frase: "O passado é deles, o presente é nosso".  

Ambos se olharam por um instante em silêncio, ele com os olhos apertados. Por fim, não aguentou e abriu um largo sorriso. 

—E eu tenho certeza que você a inventou.  

—Eu sou mesmo muito boa improvisando. - Sorriu em resposta. 

Sinead e Norbert estavam casados há doze anos. Conheceram-se e em pouco tempo decidiram se unir, ela tinha apenas dezenove e ele vinte e sete. Ele recebera o título de duque ao se casar com a princesa e o antigo "Marques Éire" foi esquecido rapidamente. O matrimônio chamou atenção na época, esperavam que a jovem Sinead, sempre presente em todos os mais animados eventos, demorasse a se casar; e o susto foi ainda maior quando descobriram que o noivo vinha de uma outra dinastia, há muito tempo manchada por diversos erros. 

Mas como toda boa fofoca, teve seu auge e logo foi esquecida. Eventos que ascenderam na mídia em seguida foram: O segundo casamento de seu irmão mais velho, o Rei Hans, o nascimento do primeiro e único filho de Sinead – Norbert II  - e o início do tratamento experimental do monarca para aumentar a sua fertilidade.  

Foram o seu casamento e o nascimento de Norbert II que lhe atraíram de volta a atenção do público. Além desses nada mais da vida da princesa e segunda na linha de sucessão do trono de Nova Irlanda foram 

Até que os tratamentos experimentais tocaram numa ferida antiga do Rei Hans, a qual infelizmente, em termos mais técnicos, ativaram um gene adormecido presente nos homens da Dinastia Hibernia. Como uma verdadeira maldição, o monarca adoeceu rápida e terrivelmente. Os piores medos de qualquer monarquia pareciam prestes a se concretizar em Nova Irlanda: O rei faleceria antes de ter um herdeiro de sua coroa.  

As linhagens reais e todos os veículos midiáticos rapidamente encontraram a Princesa e Duquesa Sinead Hibernia como a próxima na linha de sucessão, retirando-a com surpresa de seu conforto fora dos holofotes.  

Em um dia chuvoso, o que significa que era um dia como todos os outros em Nova Irlanda, Sinead se viu não apenas Princesa Regente de um reino que nunca esperou governar... e uma potencial futura rainha.  

 

Alguém bateu na porta e uma criada adentrou na biblioteca silenciosa.  

—Princesa Sinead, Duque Norbert Éire. – Ela fez uma reverência desajeitada, nervosa como todos naquele reino. – Está tudo pronto para anunciar a regência. 

O casal se olhou mais uma vez, sentindo as células do corpo eletrizadas pelo nervosismo. Levantaram ainda de mãos dadas, um buscando no outro o apoio que precisavam. 

Sinead, o apoio para assumir o lugar de seu poderoso irmão numa situação em que Nova Irlanda parecia lentamente desfalecer. 

E Norbert... Nunca antes os Éire estiveram tão próximos da coroa quanto naqueles dias cinzentos. 

♕ ♕ ♕ 

Para a sua sorte – ou talvez azar – Sinead logo conseguiu esquecer a confusão da regência e todas as suas preocupações consequentes com as questões mais práticas que logo lhe recaíram.  

Até porque, aquilo estava uma bagunça, uma completa bagunça.  

A Princesa Sinead revirou os papeis de sua mesa. Acordos políticos, obras públicas, constituição do país, fofocas internacionais. Era um caos. Sem contar com as preocupações constantes de Norbert quanto ao desgosto generalizado da população por ele, e com o pesar que ela sentia por ter tão pouco tempo para o filho devido a nova agenda cheia de compromissos de um regente – coisas que ela buscava avidamente ignorar no momento. 

 Ela não conseguia imaginar como seu irmão lidava com tudo aquilo.  

Sua atenção voltou-se a um documento sob muitos outros, com a assinatura do Rei Hans. Ela o puxou e leu o conteúdo. 

Havia um pequeno conflito ocultado das mídias na porção leste do país. A área estava sendo invadida por um pequeno, mas significativo grupo armado que tentava dominar o local sem motivos aparentes.  

A província de Wicklow estava ligeiramente denegrida após a Grande Guerra. A população tentava se sustentar com comércio e reestruturação do solo para plantio – sempre fora um território bom para esse uso, e essa última tática, nas últimas décadas, desenvolvia-se cada vez mais e a influência na economia de todo o reino era significativa.  

Por isso, a regente não conseguia pensar em nenhuma explicação que levasse aquelas pessoas a invadirem a Irlanda em território relativamente longe da fronteira.  

Franziu as sobrancelhas, como costumava fazer quando estava pensativa, e continuou a leitura do documento, mantendo-se ainda mais atenta. 

A proposta encontrada por um dos conselheiros reais, aprovada pelos demais e ratificada pelo próprio rei, propunha a expulsão da população local para combater o inimigo – seja ele quem fosse - com o poder bélico do exército de Nova Irlanda. E a reação que teve ao ler o documento foi imediata: 

—Isso é ridículo! – Ela reclamou em voz alta consigo mesma e socou a mesa. Ela chamou o criado do lado de fora do cômodo e exigiu: - Convoque os conselheiros agora mesmo. 

Estava na hora dela provar o seu valor. 

♕ ♕ ♕ 

O conselheiro riu na cara dela. 

—Perdão, Alteza. Mas o que sugere é maluquice. 

—Explique-me o porquê. – Exigiu com mais ar de teimosa que de soberania e definitivamente ofendida pela humilhação. Mas decidiu ignorar a risada irônica do jovem conselheiro, pelo simples fato de ela achá-lo jovem. Ele era novo, inclusive, naquele cargo. Controlar gargalhadas era algo que em pouco tempo aprenderia a fazer. 

—Bom, - O jovem homem pigarreou. Seu nome era Sean, o mais novo dos conselheiros, com apenas dezoito anos. Sinead tentou se lembrar de como ele viera parar ali... A antiga conselheira havia tido um bebê? Ou será que adoecera? – Não podemos revidar os invasores com armamento bélico em uma região habitada e responsável por 60% da produção agrícola do país. As pessoas ficariam assustadas e poderiam se machucar. Por isso a ideia anterior de retirar a população de lá.  

—Quanto precisaríamos para realocar a população, nesse seu projeto? – Ela questionou sem alterar o tom de voz, mas internamente incomodada com aquele jovem sentado diante dela. – Não para despejá-la, mas dar-lhe um novo endereço.  

—Eu não tenho os números, - Ele respondeu com cautela, corando ligeiramente. - A intenção era apenas mover a população, nunca fora pensado num plano de realocação. Mas estimo que o equivalente que usaríamos para investir nas infraestruturas dos campos. Considerando nesse cálculo também todos os fatores negativos proporcionados por um êxodo.  

—Supondo que usemos esse investimento, em quanto tempo o recuperaríamos? 

—Em uma década com uma economia positiva.  

Não era bom e todos sabiam disso. O olhar apreensivo foi exibido por todos os quatro conselheiros dispostos ao redor da mesa de reunião. 

—Quanto precisaríamos para recuperar todo e qualquer prejuízo à agricultura local? – A princesa questionou. 

—O dobro. Talvez o triplo. De tempo e capital. – A conselheira que costumava se responsabilizar por esse assunto foi quem respondeu com certo pânico na voz.   

—Considerando que combateremos esses invasores no local da invasão, quais são as chances de o Setor Primário sofrer com esses conflitos? – Sinead voltou a perguntar especificamente para a mulher. Como só fazia perguntas, os demais presentes começaram a ficar subitamente receosos, temendo a rápida linha de raciocínio que ela seguia e que nenhum era capaz de acompanhar. 

—Cem por cento de chances, Vossa Alteza. Mesmo que o prejuízo seja mínimo.  

—De onde eu vejo... - Sinead finalmente parou as perguntas e comentou o que se passava em sua mente. - Se colocarmos, de fato, em prática a decisão do Rei Hans, de retirar a população, sem realocá-la, e usar investimento em poder bélico, nós causaríamos prejuízo à agricultura. Se tentarmos realocar as pessoas, como eu propus, evitaríamos que elas sofressem de qualquer forma com a intervenção militar; entretanto, enfrentaríamos o mesmo problema em relação ao setor primário.  

A Princesa Sinead se aprumou, confiante, mas parou um tempo antes para pensar a respeito de sua própria decisão. Confirmou para si mesma, após alguns segundos, de que era um bom plano.  

Aquela era a sua primeira e única oportunidade para realmente fazer o que sempre quis para com o seu país. O rei poderia não resistir a severa doença que o acometia, mas talvez ele melhorasse em pouco tempo, e Sinead não mais seria regente. Assim, sentia que precisava realizar as coisas que acreditava serem certas e mostrar-se uma boa pessoa para o reino enquanto durasse o seu governo. 

Então, confiante, ela explicou: 

—Eis o que proponho: Não movemos a população e não há gastos com a sua realocação. O dinheiro para o Setor Primário continua para o seu funcionamento e o capital disponível da monarquia será utilizado para a recuperação dos futuros e possíveis prejuízos, não como um investimento. Desso modo, o investimento no armamento é cortado ao mantermos o Exército fora do conflito. Em seu lugar aplicamos as intervenções sorrateiras e menos destrutivas da Força Especial, tendo assim mínimos gastos com arsenais de guerra e menor impacto à sociedade e à agricultura locais.  

Então estava finalmente dito todos os planos que se construíram em sua mente. 

As inúmeras e intermináveis perguntas de Sinead, que instauraram dúvidas nas cabeças dos conselheiros, foram em fim concluídas em um discurso que durou menos de um minuto. Rápido e sem piedade como arrancar um band-aid.  

E com isso, ninguém disse nada. Alguns conselheiros até pararam de respirar. 

Demorou um tempo até que alguém finalmente obtivesse clareza nos próprios pensamentos e reunisse coragem para questionar a nova autoridade máxima da Irlanda do Norte. Fora o conselheiro mais velho que se inclinou na direção da princesa e lhe perguntou, como se não tivesse ouvido direito: 

—As Forças Especiais, Vossa Alteza? 

Os espiões? — Sean traduziu de maneira surpreendentemente infantil. 

Fingindo não perceber os quatro pares de olhos apreensivos direcionados a ela, Sinead respondeu com determinação: 

—Os gastos são menores com esse serviço, e será de grande ajuda qualquer informação que eles podem obter sobre essa invasão aparentemente sem motivos. Não temos absolutamente nenhuma informação a respeito destes ataques e precisamos delas para lidarmos com o problema mais apropriadamente. 

Fazia sentido. Fazia tanto sentido que chegava a ser assustador. 

Os conselheiros, melhor do que ninguém, sabiam que até o mais perfeito plano poderia falhar e, principalmente, que toda conquista vinha com um sacrifício. 

Foi Sean que decidiu tocar no assunto. 

—Alteza... As ofensivas desse grupo invasor não são discretas e a mídia já está tomando conhecimento disso. Ao utilizarmos os recursos expiatórios da Força Especial que, devo concordar com a senhora, possui suas vantagens, não será visto pela população. Ninguém ficará sabendo! - Ele decide completar enfaticamente. - Dessa forma, o problema futuramente parecerá que se resolveu sozinho, isso se ele se resolver, sem a ajuda e intervenção do governo. De fato, irá parecer aos olhos que a monarquia sequer tentou ajudar a população local. É... é um risco considerável à vossa pessoa e à monarquia. 

A Princesa engoliu em seco. Ela havia calculado esse sacrifício em sua matemática. Queria realizar grandes feitos e queria ser amada, mas começara a perceber que as duas condições não eram compatíveis ao mesmo sonho.  

Dessa vez, porém, levou menos tempo para tomar a decisão, pois ainda era uma pessoa de princípios e lutaria pelo que acharia ser certo. Talvez a sua imagem fosse afetada, mas ela pouparia a monarquia dessa condenação. Afinal Rei Hans era um grande governante e a dinastia Hibernia sempre foi amada por Nova Irlanda. Mas Sinead não era rainha...  

E a dinastia Éire já estava manchada há mais tempo. 

Só o que precisava dizer era que ela e o duque com o maculado sobrenome tomaram a decisão juntos.  

—Um dia eles entenderão. – Ela murmurou e a frase que ecoou em sua cabeça foi “um dia ele entenderá”. Já sentindo o arrependimento que carregaria consigo por toda a sua vida, pediu desculpas aos anjos, temendo nunca conseguir o perdão do marido. Limpou a garganta e exigiu: – É uma ordem. Coloquem em ação. 

♕ ♕ ♕ 

O castelo inteiro ouviu a briga entre Duque Norbert I e sua esposa, a Princesa Regente.  

Ninguém se atreveu a comentá-la e, nem mesmo a mídia caiu em cima da dramática situação familiar, descrevendo brevemente que o duque partira do Palácio Real com seu filho e deixara Sinead para trás. 

A situação criada por Sinead se tornara insuportável e ela não se surpreendeu – embora tenha sofrido intensamente - quando viu seu marido fazer as malas, pegar o filho e desaparecer no mapa novo-irlandês. E ela sabia que não deveria tentar procurá-los. Suas decisões foram extremamente drásticas.  

Porém, a Princesa Regente definitivamente não esperava que fosse sofrer com a sua própria imagem pública manchada. 

O caos se instalou mais rapidamente do que previra.  

O temor pelo possível falecimento de Rei Hans e a sutil curiosidade com a regência inesperada de Sinead Hibernia e da Dinastia Éire foram silenciosa e velozmente esquecidos, como se nunca antes tivesse existido. A província de Wicklow se voltou com fúria à monarquia, às suas inatividades diante das frequentes batalhas travadas em seu território.  

Logo, os jornais espalharam a ignorância do governo e todo o reino compartilhou a ira de Wicklow.  

O afastamento de Sinead e Norbert também fora noticiado. As diferentes manchetes traziam o homem como covarde, que fugiu da situação angustiante a bandonou o próprio país, como também circularam um falso testemunho de Sinead de que ela estava "tentando reverter a situação", intrinsecamente acusando Norbert de ser o único culpado pela crise.  

Assim, se fosse possível mensurar, demorou menos ainda para todo o reino se posicionar contra a princesa, visto sua falta de atitudes para auxiliar Wicklow. Duques, marqueses e condes de toda Nova Irlanda ofereceram seus recursos para auxiliar como pudessem, entretanto, todos sabiam que o conflito não seria resolvido com doações aos desabrigados, o núcleo do problema estava na violência do local... e ninguém nada podia fazer sem os mecanismos do Exército, o qual, deveria permanecer ao lado do governante sob quaisquer circunstâncias.  

Se pudesse ilustrar o cenário com uma imagem – embora nunca fosse contá-la a ninguém, Sinead imaginava as dezenas de antepassados e futuros inimagináveis descendentes da Dinastia Éire escritos numa imensa tapeçaria com a árvore genealógica constante e perigosamente sendo tomada por ma mancha preta, que cobria tudo. Passado, presente, futuro.  

Ela havia condenado a Dinastia Éire. Seu marido, seu próprio filho... e os filhos dele.  

E talvez, condenado até mesmo Wicklow.  

Não passava um dia sem que se perguntasse se optar pelo uso da Força Especial havia valido a pena. E quando vinham lhe comunicar que não haviam descoberto nada de significativamente relevante, a princesa se questionava de novo.  

As coisas andaram demasiadamente devagar para quem desejava com urgência de respostas, de cessar seu sofrimento. Sonhava com o dia em que, finalmente, com a verdade em mãos, se colocaria em frente à população zangada e lhes contaria todo o seu plano e toda a solução que colocaria em prática.  

Mas o dia em que a Rainha Felícia lhe chamou para conversar chegou primeiro.  

—Querida, seu irmão está finalmente acordado e mostrando sinais de que irá se recuperar. Provavelmente isso ainda leve algumas semanas exaustivas, entretanto... - A mulher loira, estonteantemente bela, contraiu a boca, hesitando o que iria falar e buscando suas habilidades mais delicadas para dizê-lo. - Visto a fúria do reino com a sua regência... Os conselheiros me sugeriram para anunciar minha gravidez.  

Sinead ficou espantada imediatamente.  

—Está grávida?! 

Felícia corou e desviou o olhar. Constrangida, confessou: 

—Não. Em breve ficarei quando o Hans melhorar e voltarmos às nossas tentativas. Os médicos disseram que os medicamentos fortes que ele tomou nos últimos meses, embora o tenham enfraquecido, realmente impulsionaram a sua fertilidade. Estou confiante de que não teremos problemas quanto a isso...  

—E então...? - Sinead esperou, sabendo o que estava por vir, mas preferindo ouvir e se confrontar com a verdade.  

—A população ficará mais calma sabendo que eu e Hans teremos um herdeiro para a Dinastia Hibernia.  

Sinead então se calou. Compreendia o que a rainha lhe dizia, mas ainda assim foi um baque para ela. Continuaria regente por apenas mais algumas semanas, mas sob a promessa de todos que o rei voltaria saudável e que um pequeno herdeiro estava a caminho da vida real.  

E Sinead Hibernia havia sacrificado demais. Sacrificado tudo para que, no final, não obtivesse resultado algum.  

Voltaria para a vida que tinha antes com uma popularidade ainda mais baixa e sem a companhia de sua família.  

E sem respostas.  

 

No dia em que a Rainha Felícia anunciou sua falsa gravidez a todo o reino, a Princesa Sinead Hibernia encontrou-se com o chefe das Forças Especiais e subornou-o para continuar as investigações mesmo depois de sua regência ter acabado e que todos os detalhes encontrados deveriam ser reportados essencialmente a ela.  

Poderia lhe arrancar todo o dinheiro e lhe tomar a vida inteira esperando, mas a resposta era a única coisa a qual ela ainda podia se agarrar.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ahhhh tenho um esboço disso pronto há muitooooo tempo! Desde os primeiros capítulos. É um grande alívio vê-lo postado. (A propósito, esse título estava destinado à Sinead Hibernia há muito sempre. "Eles te dirão que eu sou insana" era a marca dela)

Comentem sobre Sinead e me informem se esse capítulo ajudou para a compreensão de QUALQUER coisa dessa história hahaha
(A intensão não é só jogá-lo aqui no meio interrompendo a adrenalina da história hehehe. Não sou tão má).

Tentarei ao máximo postar a continuidade semana que vem (terça!!), faltam algumas partes para serem escritas ainda. Mas é o último capítulo da Parte 1!!!!

Bom, acho que de recados enrolados e animados só esses hoje mesmo.
Espero outro vez que tenham gostado e muitíssimo obrigada aos comentários que recebi no último mês! Leitores antigos, leitores novos... ♥

XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Ser um Príncipe - Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.