Ordinary Love escrita por Evans


Capítulo 1
Único




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— Obrigada. - ela agradeceu timidamente ao garoto parado ainda com seu livro na mão - Você é Scorpius Malfoy, não é? - ele concordou com um aceno de cabeça e colocou um último livro no topo da pilha que ela carregava. Parando para analisa-la rapidamente Scorpius se perguntou para que ela queria tantos livros se estavam apenas no início do ano letivo. - Nos vemos por aí. - E sorrindo um sorriso bem mais aberto, ela continuou seu caminho, com seus braços cheios de livros e a mochila nas costas fazendo um barulho engraçado por causa dos muitos chaveiros pendurados nos zíperes.
Scorpius aguardou, mas nada aconteceu então decidiu por seguir seu caminho de volta ao salão comunal e durante todo o caminho até as masmorras pensou na estranha menina. Claro que ele sabia quem ela era, afinal estavam no mesmo ano e ele viu quando ela foi selecionada para a Grifinória, mas teve a impressão de que ela não o suportava, mesmo sabendo que estava sendo, de certa forma, preconceituoso. Mas a julgar a careta que ela fez ao ouvir seu nome ser chamado para a seleção e logo depois quando foi selecionado para a casa da Sonserina, ele supôs que ela não gostasse muito dele ou pelo menos de sou nome. Depois disso decidiu que não prestaria mais atenção na menina.
Entretanto, hoje, depois desse encontro um tanto inesperado e confuso e a animosidade e simpatia com que ela o tratou Scorpius não sabia mais o que pensar.
Definitivamente ela não era uma garota comum.
Três semanas se passaram desde o ocorrido no corredor e nada mais aconteceu até então. Scorpius frequentou as aulas normalmente e aquelas que tinha com Rose (poções e DCAT) ele passou a observá-la.
Por carregar o sobrenome Malfoy e estar na Sonserina, muitas pessoas conjecturaram que ele odiaria qualquer um que tivesse o sobrenome Potter ou então Weasley e que odiaria com todas as forças a Grifinória, porém ele não tinha nenhum problema com os nomes e quanto a casa ele podia dizer apenas que a fama de que grifinorios usam mais os músculos do que o cérebro não era totalmente infundado. Mas fora esse pequeno detalhe, ele não tem grandes motivos para odiar a casa.
— Malfoy? - ao reconhecer a voz ele mal acreditou que ela estivesse lhe falando mais uma vez - Você já tem uma dupla para o trabalho de DCAT?
Estavam na biblioteca, Scorpius estava sentado em um canto afastado como de costume e Rose estava parada a sua frente com alguns livros em seu braço.
— Até agora não.
— Posso ser sua dupla? - ela estava sorrindo. Aquele mesmo sorriso do dia que trombaram no corredor, o mesmo sorriso tímido. Olhava com expectativas para os olhos azul acidentados.
— Pode... Eu acho. Er... Sem problemas. - desconcertado com o tamanho do sorriso que a menina ficou, ele virou a página do livro e continuou fazendo anotações no pergaminho.
— Então, quando poderemos começar? Temos duas semanas, mas acho que podemos fazer em dois ou três dias se começarmos hoje. Não é algo tão difícil, mas precisamos fazer algumas pesquisas antes de elaborar o texto...
Rose continuou tagarelando incansável, sentou-se na cadeira s frente de Scorpius e depositou livros e mochila na mesa sem nem perceber a careta de irritada indignação do seu parceiro.
— Você não consegue parar de falar? - questionou em uma voz contida e acrescentou em um tom mais ameno - preciso terminar esses dever de poções.
Rose pediu desculpas e se calou. Pegou um livro da pilha a sua frente e começou uma leitura silenciosa.
Por um tempo o único som que se ouvia eram das páginas sendo viradas, a pena arranhar o pergaminho e a respiração tranquila dos dois jovens.
— Então Rose, já podemos iniciar as pesquisas. - informou enquanto a observava abaixar o livro.
— Por onde começamos então? - sorriu mais uma vez, e ele queria que ela parasse com isso. Os sorrisos dela o deixavam desconcertado.
Com o auxílio das instruções passadas em aula começaram a pesquisar e buscar o que precisavam. Ficaram a tarde toda na biblioteca conversando sobre o trabalho e eventualmente Rose fazia alusão à algumas catástrofes que aconteceram com ela depois de chegar do beco diagonal com uma varinha e livros com vários feitiços para serem testados. Contou o teste que fez com a nova companheira de magia fazendo Scorpius rir da bagunça que foi o resultado do teste e da reação de sua mãe quando percebeu o que ela estava fazendo.
O dia passou rápido, já era tarde quando eles decidiram finalizar o trabalho no dia seguinte. Devolveram os livros para as prateleiras e Rose pegou um para levar para o dormitório. Caminharam em silêncio pelos corredores até chegarem ao salão principal onde se despediram e cada um seguiu para sua mesa.
Eles não sabiam, mas esse era o começo de uma grande amizade que os tornariam inseparáveis. A cumplicidade que nasceu no primeiro ano de Hogwarts se fortaleceria durante os próximos anos, não somente na escola, mas para toda a vida.

Três anos se passaram desde aquele primeiro encontro no corredor e hoje, ela com 14 anos e ele com 15, faziam basicamente todo juntos, exceto pelas aulas que não tenham juntos e os treinos do time da Sonserina que não permitiam plateia, ainda mais se a plateia fosse da Grifinória.
— Rose - o loiro chamou, quase em um sussurro, a amiga que estava ao seu lado deitada na grama. Coincidentemente ambos estavam com esse período vago.
— hum? - a menina continuou sem abrir os olhos esperando ele continuar.
— Abra os olhos - a menina meu relutante obedeceu e Scorpius apontou para os galhos acima da sua cabeça. Um pequeno passarinho olha de um desses galhos e ao perceber que finalmente recebeu atenção da menina, desceu da árvore e ficou pululando ao redor dela como o pequeno pinta-roxo do Jardim Secreto, uma das histórias preferidas de Rose, o que fez a semelhança faciná-la.
— Malfoy, olha isso! - disse baixinho para não assustar o seu pequeno amigo - Não acredito que isso está realmente acontecendo.
Scorpius apenas ria enquanto observava a amiga radiante. E tão rápido quanto apareceu o pássarinho foi-se embora - Faz ele voltar Malfoy - disse em tom de brincadeira sabendo que seria impossível trazê-lo de volta. Os dois ainda riam disso quando foram interrompidos.
— Scorp. - uma garota da Sonserina, que reconheceram ser do sexto ano e que Scorpius já vira no salão comunal algumas vezes, chamou com um sorriso enquanto se aproximava - Scorp, posso falar com você?
Ele olhou para Rose como se pedisse permissão e como ela apenas deu de ombros ele seguiu a menina.
Ela os seguiu com o olhar e viu quando pararam mais a frente perto do lago. Viu a menina rir e se insinuar para o amigo e desviou sua atenção. Deitou-se novamente e fechou os olhos por alguns segundos inquietos, não conseguiu relaxar. Abriu os olhos outra vez para procurar seu livro e deu de cara com uma pequena aranha tecendo sua teia do seu livro até a base do tronco. Rose paralisou. Assim como Rony ela sofria com seu medo irracional de aranhas, ela simplesmente trava no momento em que vê uma aranha muito próxima dela. Passaram-se alguns minutos onde a aranha já havia realmente progredido com sua teia enquanto Rose observava com o olhar fixo.
— Rose - Scorpius chamou vindo do lado oposto.
— Tira ela daqui, Scorpius. - falou num sussurro meio gritado, e antes que ele pudesse perguntar ela completou - a aranha.
O garoto, que já estava sentado ao seu lado, olhou onde ela apontava e tirou o livro com a aranha ainda em cima e soprou a criaturinha para o outro lado.
— Você preciso perder esse medo, pirralha. - ele disse serio acariciando seus cabelos.
Ela virou para encarar os olhos do loiro, ela ainda estava meio pálida do susto e não respondeu e nem objetou ao apelido que às vezes ele usava para irrita-la. Sem dizer nada voltou a fechar os olhos, ele a puxou para deitar em seu colo. E dessa, ela deitada em seu colo e ele acariciando seus cabelos, passaram o resto do período vago.
Já nessa época algo começou a mudar entre os dois, mas obviamente eles nem percebiam. Tudo o que sabiam era que ambos queriam mais tempo juntos e assim fizeram até o próximo ano.
Porém foi no quinto ano que começaram as discussões infundadas e as reconciliações insuficientes. Passavam dias sem se falar, mas sempre decidiam relevar.
— Ainda não entendo porque está bravo comigo Scorpius. - falou irritada. Ao contrário de todas as pessoas normais, Rose só Scorpius pelo primeiro nome quando estava muito brava ou muito fragilizada - Quantas vezes vou ter que explicar que o Tony queria a matéria emprestada e nada mais.
— E você ficou feliz em empreste a matéria para o Tony não é?! Muito feliz. - o rapaz estava em um grau de irritação que não era do seu feitio. Não conseguia, e não queria, encarar a menina pois sabia que se encarasse seus olhos verdes sua fúria abrandaria na mesa hora. Seria ele a pedir desculpas mais uma vez. Ele sabia que era o certo a fazer, que era ele quem estava errado, mas não queria dar o braço a torcer.
— Não venha com essa conversa outra vez... - disse frustrada - E se eu realmente ficasse feliz? Você... Scorpius, você simplesmente não tem o direito de agir assim comigo! Pelo amor de Deus, não somos irmãos, nem sequer somos um casal, Scorpius! - ela andou até ele que ainda estava de costas e o abraçou daquela forma mesmo, encostando a testa nas costas do rapaz - Para com isso, você sabe que odeio discutir com você.
Ele suspirou e virou de frente para ela mantendo o abraço e observou Rose deitar a cabeça em seu peito e ficar ali quieta, apenas sentindo a respiração de Scorpius acalmar.
Era sempre do mesmo jeito, o ciúme de Scorpius e a irritabilidade de Rose.
No sexto ano as coisas se acalmaram um pouco, no entanto as pessoas continuavam a comentar e palpitar a relação dos dois, e ambos ignoravam. Achavam a idéia extremamente absurda. Até que no recesso de Natal e ano novo antes de a maioria dos alunos voltassem para suas casas, surgiu o boato de que Rose e Tony Scott tinham sido vistos agarrados em um corredor vazio. Scorpius ficou possesso, principalmente ao lembrar-se que Scott já foi motivo de algumas das discussões com Rose.
O garoto foi para o seu dormitório e não saiu de lá até o dia seguinte. Foi tomar o desjejum no salão principal e observou Rose tomar o café sozinha na mesa da Grifinória e quando a garota levantou sem olhar para os lados ele foi atrás.
Rose andava distraída em direção a torre da Grifinória, não conseguia entender porque Scorpius sumiu o dia todo e nem sequer mandou um bilhete avisando que decidiu passar o Natal em casa. Esse pensamento a entristecia pois desde o primeiro ano era tradição entre eles passarem o feriado juntos na escola.
Levou um susto quando sentiu duas mãos segurarem seus ombros virando-a de repente e a empurrando para a parede.
— Scorpius, que susto. - ele tinha as mãos nas paredes cercando-a para que ela não escapasse e uma expressão seria no rosto - O que deu em você? Achei que tinha voltado para casa.
— Seja sincera, Rose. Os boatos são verdadeiros, você e o Scott...? - ele sussurrava para que só ele ouvisse, mesmo que estivessem só os dois ali, como se falando bem baixinho o fato pudesse ser negado.
— Outra vez não... - falou impaciente, já estava cansada do assunto Tony Scott.
— Só me responde - ele a olhava com intensidade, como se sua vida dependesse dessa resposta. Ela desviou o olhar e ele sabia que havia algo errado - Rose... O que aconteceu?
— Não aconteceu nada Scorpius. É mentira. Bom, estávamos mesmo no corredor e Scott tentou forçar a coisa e, bom, passaram algumas pessoas na hora. Só isso. - prevendo a fúria do rapaz ela o segurou antes mesmo de terminar de contar.
No segundo seguinte ele tentava as soltar da menina.
— Rose, me solta! - ele tentou soltar o braço da menina do seu pescoço com a maior delicadeza que conseguia. - Eu vou acabar com ele.
E quando ele estava quase conseguindo solta-la, ela pulou no seu colo, firmando os braços em seu pescoço novamente e enroscando as pernas em sua cintura, fazendo Scorpius soltar seus braços e, por instinto, segurar suas coxas para sustentar o peso dela.
Ficou um silêncio repentino, enquanto cada um tomava consciência de seus atos, dos seus sentidos, do espaço, ou melhor do pouco espaço que havia entre eles.
Rose o olhava séria, com o rosto vermelho pela vergonha do que acabara de fazer e pela consciência das mãos de Scorpius em suas pernas não a deixavam se acalmar o suficiente para normalizar a expressão. Diante de tamanho constrangimento Rose tentou transmitir apenas com o olhar que ela já tinha cuidado de Tony Scott, e que ele não precisava de preocupar.
Scorpius entendeu muitas coisas naquele momento, e uma delas foi que não conseguiria resistir nem mais um minuto.
Prensou a garota contra a parede, olhou com intensidade nos seus olhos verdes quase que pedindo permissão e como não recebeu nenhum sinal de recusa acabou com o espaço entre suas bocas. Rose ficou surpresa ao perceber que estava tão ansiosa para que isso acontecesse.
Diminuíram a intensidade do beijo e Scorpius finalizou sugando o lábio inferior de Rose. Ela desceu do seu colo sentindo as pernas bambas, tamanha a adrenalina da descoberta de se sentir atraída pelo seu melhor amigo.
Não faltam nada, Rose encostou a cabeça no peito de Scorpius, ainda agarrada em seu pescoço e ele encaixou o rosto em seu pescoço, sentindo o leve aroma floral que ela tinha.
Foi nesse dia que descobriram que não conseguiram mais viver sem o outro.
No entanto a relação deles mudou drasticamente, não assumiram nenhum romance e evitavam se aproximar muito por algum tempo, como se receassem o que poderia acontecer se tocassem um no outro. E assim foi o resto do sexto ano.
Durante as férias de verão porém, eles não deixaram de se ver. Passaram a encontrar todos os dias e saiam para qualquer lugar. O lugar pouco importava desde que estivessem juntos.
E foi em uma dessas tardes em uma sorveteria no beco diagonal que Scorpius pediu Rose em namoro.
A garota ficou estática. Não esperava por isso, ao mesmo tempo que ansiava o pedido desde o sexto ano. E a resposta não poderia ser outra senão um singelo "Sim" que fez com que Scorpius Malfoy se considerasse o homem mais sortudo do mundo.
Voltaram para o sétimo ano em Hogwarts com um sentimento diferente.
Scorpius e deu ciúme ficaram mais tranquilos quando os boatos começaram a correr e ficava orgulhoso de responder positivamente a cada curioso que vinha lhe perguntar se era verdade que ele e Rose agora estavam namorando.
Passara-se um mês e parecia que nem toda a escola estava sabendo, visto que alguns engraçadinhos ainda mexiam com sua namorada. Foi então que decidiu que provaria para toda a escola que não cabia mais ninguém no coração de Rose.
E foi em um sábado, depois de uma vitória arrasadora da Sonserina contra a Corvinal, Scorpius comemorou da melhor forma. Ali na frente de toda a escola, para que não restasse mais dúvidas Scorpius beijou Rose. Lembrando um pouco o primeiro beijo, pois Rose , como daquela vez, se surpreendeu com a atitude do rapaz, mas como daquela vez não deixou de corresponder.
E como sempre que estavam juntos, não repararam as caras de espanto nem nos gritinhos e aplausos no campo. Para eles só havia Rose e Scorpius. Um completava o outro e isso era o suficiente.


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