Assim Morreram Romeu e Julieta escrita por Liz Black


Capítulo 5
Ato II - A Nova Verona / Cena II - Sala na Casa dos Grifinórios


Notas iniciais do capítulo

Hello, everyone! Rs.

Fico muito feliz por todos aqueles que favoritaram e comentaram a história e por todos aqueles que estão lendo e acompanhando.

Temos mais um pouco dos Grifinórios nesse capítulo. Espero que gostem! :D



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Ato II – A Nova Verona

Cena II – Sala na casa dos Grifinórios

 

—Espera; onde está o "E eles viveram feliz para sempre"? Ele se mata; ela também; as famílias ficam amigas e... fim? Acabou-se? Só isso?

Havia se passado uma semana desde que eles receberam a detenção e os Marotos e Lily se encontravam reunidos ao redor de uma mesa quando chegaram a um consenso – via carta, para prevenir novas detenções – com os sonserinos sobre a peça que eles iriam escolher para representar. Dumbledore não se enganou quando disse que iria fazer algumas alterações. O Festival não seria mais uma competiçãoentre casas, os alunos de Hogwarts poderiam interagir entre si, fazendo parte do elenco de uma mesma peça. Excetuando-se os nove, a inscrição era opcional, mas, apesar disso, já havia um número relativo de pessoas inscritas nas peças, que eram seis ao todo. Uma Lily extremamente feliz acabara de contar a sinopse da peça que iriam representar – Romeu e Julieta – e um James, que divagava sobre um Romeu de cabelos arrepiados e uma Julieta ruiva, indignou-se ao notar o triste fim que os amantes tiveram.

—Shakespeare era dramaturgo. – Peter se pronunciou com o cenho franzido. O maroto, é claro, foi praticamente arrastado pelos outros três para participar da peça com eles. Uma vez maroto, sempre um maroto; e se um se encrenca, os outros vão junto sempre que possível. Essa era a regra. – Ele não era muito fã de finais felizes. – ele encarou Lily com interesse. – Estou certo, Evans?

—Está, Pettigrew. – ela tornou a sorrir. – O Will é o gênio da dramaturgia, em minha opinião. – ela suspirou. – A rítmica das falas, os trocadilhos, as reflexões...

—Will? – foi a única coisa que James conseguiu dizer.

Remus se aproximou de James com um sorriso no rosto.

—Ela está falando de Shakespeare, Prongs. – sussurrou em resposta.

—Ah, tá. – ele falou, não muito satisfeito com isso, virando a cara para o lado.

—Qual a relação dos nomes do elenco, Evans? – a voz de Sirius soou ansiosa ao mirar um pergaminho nas mãos da ruiva, enquanto James resmungava algo que lembrava muito "Ele nasceu há não sei quantos mil anos, já está morto, ela nem o conhece realmente e o chama de Will; ela me conhece a sete e me chama de Potter.".

Lily correu o olhar pelo pergaminho, antes de lançar um sorriso para o maroto.

—Nós aqui e os outros. – ela resumiu rapidamente, referindo-se a eles, aos sonserinos e ao corvinal. – A Alice, o Frank, a Dorcas, a Héstia, o Chang, o Digorry, os Prewett, a Emmeline... – Remus sentiu o rosto esquentar. – a Marlene... – Sirius esboçou um sorriso.

—A Mckinnon? – a visão de um emaranhado de cabelos escuros chorando sobre o seu corpo imóvel e dizendo "Seus lábios ainda estão quentes" depois de um longo beijo fez-se presente na mente de Sirius e ele alargou o sorriso.

—... Jorkins e Skeeter. – encerrou Lily, como se não notasse que Sirius estava muito distante dali. – A primeira reunião será amanhã... – ela franziu o cenho. – Black, você ouviu alguma coisa que eu falei?

—Como vamos escolher os papéis? – ele disse, ainda sorrindo. James parou de resmungar algo que já lembrava um "Será que a Evans tem alguma espécie de síndrome de paixonite por cadáveres de escritores?" e pareceu interessado.

—Nessa reunião iremos decidir quem irá dirigir e organizar a peça e o roteiro. – ela falou calmamente. – Será essa pessoa quem irá resolver a melhor maneira de escolher os papéis.

Sirius pareceu ligeiramente desanimado. Já James alargou o sorriso, arquitetando algo por antecipação.

***

Os raios da lua minguante entravam imponentes através das janelas do dormitório masculino, enquanto se podia ouvir o farfalhar da copa das árvores da floresta e os pios das corujas partindo para a caça. James espreguiçou-se lentamente e, com um leve bocejo, levantou-se da cama com um impulso e foi fechar a janela. O pequeno ruído desse ato fez com que o maroto da cama ao lado desviasse o olhar do livro sobre o seu colo e o encarasse um tanto quanto intrigado.

—Está frio. – disse calmamente.

—Eu não perguntei nada. – o outro retrucou, rindo. – Não ainda... – James arqueou uma sobrancelha. – É que... eu achei que você não mais dormiria aqui até a próxima lua cheia.

—Ficou com saudades de mim, Sirius? – zombou James com um sorriso enviesado.

—Não é isso. – ele revirou os olhos e Prongs riu. – Você e a ruivinha estão sem se falar? – ele deu de ombros. - Você está meio... estranho.

James jogou-se na cama, adquirindo um ar derrotado. Ele não conseguia esconder nada de Sirius.

—Estou pensando em desistir dela. – ele murmurou, mirando o teto de forma pensativa.

Sirius riu, largando o livro de lado e escorregando os pés para fora da cama.

—Conta outra, Prongs. – ele comentou esboçando uma feição cética. – Não é a primeira vez que eu ouço isso.

—Agora é sério, Sirius. – James moveu-se na cama, deitou-se de bruços e descansou a cabeça em um dos braços, fazendo com que metade do seu rosto ficasse ocultada por ele. – Eu já cansei de esperar e já estou me cansando desse sentimento. – ele suspirou. – O problema é que o fato de vê-la novamente é suficiente para me fazer mudar de idéia e sentir tudo outra vez.

—Prongs, você está ferrado. – Sirius mencionou de forma sincera. – Não vou dizer que a ruivinha te odeia, mas eu creio que ela não mostra interesse nenhum em ter algo com você. Das duas, uma: ou ela não te ama, ou ela sabe fingir muito bem.

—Também não precisa ser realista, Sirius, não vê que eu preciso de apoio moral? – ele ergueu-se um pouco, sustentando o peso do corpo com os braços. – O que você está lendo? – questionou sem muito interesse e Sirius soube perfeitamente que ele queria mudar de assunto.

—A peça. – ele deu de ombros. – A história é bem interessante...

—Eu concordo. – James falou num meio sorriso, ajeitando os óculos. – Eu já li.

Sirius franziu o cenho.

—Então, essa foi a razão do seu sumiço essa tarde? – James assentiu.

—E aproveitei para encomendar o livro também. – ele completou, arrastando-se sobre a cama e inclinando-se para abrir a primeira gaveta da mesa de cabeceira, tirando de lá um bolo de pergaminhos. – Tudo bem que a Floreios e Borrões é uma livraria bruxa, mas eles devem dar um jeito. – ele suspirou. – Qualquer coisa, eu peço para minha mãe ou meu pai comprarem um exemplar numa livraria trouxa para mim. – ele encarou Sirius com certo receio. – Não deve ser muito difícil de achar, não é?

—Acho que sim. – Sirius comentou com os olhos estreitados. – Hum, Prongs... – ele o chamou meio baixo. James desviou a atenção dos pergaminhos para encara-lo. – Você está pensando em ser Romeu, não é?

James fez uma careta em discordância.

—Não me importo muito. – ele esboçou um ar sério. – Eu só quero uma garota para encenar comigo, Pads. E quem me garante que a Evans vai ser a Julieta? – ele silenciou por alguns instantes, como se refletisse. – Eu acho melhor não arriscar.

Sirius ainda o encarava com certa desconfiança.

—Sério, Sirius. – ele insistiu, um tanto quanto emburrado. – Eu sei que você está doido para aparecer um pouco mais. – disse rindo, recebendo um travesseiro em resposta. – Se você quiser, eu posso te ajudar a ensaiar. – ele devolveu o travesseiro para Sirius ainda rindo. – Só não me peça para ser a Julieta.

Padfoot esboçou uma nítida careta ao que Prongs gargalhou gostosamente. Sirius voltou a se deitar na cama e puxar o livro para perto de si. James, por sua vez, tinha adquirido um brilho peculiar nos olhos castanho-esverdeados enquanto mirava os pergaminhos a sua frente. Sorriu. Ele estava apenas começando...

***

A porta se abriu num leve rangido e uma luz mais forte vinda do quarto ofuscou a visão de Remus, entrando em contraste com a tênue luminosidade do corredor. O rapaz acabara de voltar de mais uma ronda noturna pelos corredores do castelo e estava um tanto cansado.

Moony adentrou o quarto, desejando ardentemente desabar em sua cama e sorriu. Um silêncio agradável pairava no quarto, o que fez o maroto crer que os outros três deveriam estar dormindo; mas, dando uma estudada melhor, percebeu que os cortinados ainda se encontravam abertos e os três marotos, completamente acordados.

Franzindo o cenho, ele correu o olhar de Sirius – que lia algo – para James – que também lia algo e movia os lábios incansavelmente – e terminou em Peter – que apenas retribuiu seu olhar confuso e deu de ombros.

—Desculpem. – ele olhou para Sirius e James mais uma vez e depois para a porta. – Acho que entrei no dormitório errado.

Como se combinassem, os dois marotos ergueram o olhar do que liam e miraram Remus com uma sobrancelha arqueada.

—O que aconteceu, Moony? – indagaram ao mesmo tempo.

—Vocês são mesmo James e Sirius? – ele retrucou, rindo, e fechando a porta do dormitório calmamente.

Sirius aproximou as sobrancelhas e James tocou a si mesmo, pensando que poderia haver algo de errado com ele.

—Algum problema? – eles tornaram a falar ao mesmo tempo e, ao notarem isso, se entreolharam. – Você quer parar com isso? – ambos reviraram os olhos.

Peter prendeu o riso e meneou a cabeça. Remus exibia um ar risonho.

—O que deu em vocês dois? – Remus questionou, incrédulo. – Lendo a essa hora da noite, em pleno sábado?

—Eu estou lendo a peça. – disse Sirius simplesmente.

—Eu estou, hum, revendo uns relatórios que preciso entregar para a Mcgonnagal. – ele falou num dar de ombros. – Ando meio relapso ultimamente e a Evans está pegando no meu pé por causa disso.

Remus soltou um fraco riso em resposta, lançando um olhar desconfiado para James, recebendo um ar ligeiramente inocente em resposta. Moony teve plena certeza de que o amigo estava planejando algo... ele só gostaria de saber o quê.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo! :D

Beijos!



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