Mafia Princess escrita por CarolFonseca


Capítulo 1
Human


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, aqui quem fala é a Carol (também conhecida como Jujuba sem Mel e Arlequina), tudo bem com vocês? Pra quem já me conhece, sabe que essa é a segunda fic minha em parceria com a Janis, então, esperamos que vocês gostem.
Essa ideia surgiu, quando em um belo dia eu decidi que queria (e precisava) fazer uma fanfic Bellarke. Conversei com a Janis (foi assim que nossa amizade começou), ela topou a idéia, e cá estamos nós!
Então, bora pro primeiro capítulo!



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Mas sou apenas humana

E eu sangro quando caio

Sou apenas humana

E eu me arrebento e me desmonto

Human - Christina Perri

 

Clarke

 

Uma multidão, todos vestidos de preto. A cor que melhor nos representava nesse momento. A com que melhor me representava nesse momento.

Encarei o padre, o único ponto de luz em meio de toda aquela treva. Suas rugas na estatura dos olhos, juntamente com seus pequenos óculos apoiados na ponta de seu nariz e sorriso bondoso, ressaltavam ainda mais a sua velha idade. Mudei meu foco de visão, me deparando com três corpos, todos cobertos por panos em cima da pira. Wells não chegaria a idade daquele velho padre. Ele não cumpriria a promessa de sempre estar ao meu lado, custe o que custa-se. Por culpa do destino, ele não ocupava mais o mesmo plano astral que eu. Muito menos papai e mamãe.

— E agora, as condolências. – o padre concluiu.

Movi meus olhos praticamente mortos, novamente em sua direção. Ele agora ajudava tia Ellen a se mover, apoiando seu finos braços em suas costas, dando pequenos passos com ela.

— Eu... – não conseguiu concluir, se desabando em lágrimas. Atirou tristemente uma única rosa vermelha em cima dos corpos e caminhou em minha direção, abraçando-me. – Clarke, eu sinto tanto... Clarke? – Tia Ellen suplicou, quando permaneci dura, não movendo nenhum musculo.

Tudo que eu queria era retribuir seu abraço, me aconchegar em seu colo e sentir seu cafune em meus cabelos enquanto ela falaria que tudo ficaria bem. Mas nas atuais situações em que eu me encontrava, isso era totalmente impossível. Nunca demonstre fraqueza Clarke, papai sempre alertava, um passo em falso, e você perde tudo. Não seria agora que eu demonstraria fraqueza. Não quando absolutamente tudo estava em jogo.

Olhei atentamente para Jaha, meu ex-futuro-sogro. Ele continuava com sua postura séria. Não chorava, mais seus olhos vermelhos e inchados o denunciavam. Ele somente encarava um ponto fixo, nunca desviando os olhos do corpo de seu falecido filho.

— Clarke. – o padre me olhou. – Quer dizer algumas palavras?

Olhei novamente para os corpos, sentindo um nó se formar em minha garganta. Arrastei minhas botas Jimmy Choo na grama, enquanto me obrigava a andar em direção a ele, parando ao seu lado. Pela minha visão periférica, pude ver Jaha acendendo uma tocha, logo caminhando em minha direção.

— Gostaria que você fizesse isso. – me ofereceu o pedaço de madeira do qual soltava pequenas labaredas de fogo.

Apenas o encarei. Não tinha falado nada o dia todo, desde que recebera a notícia da morte de meus pais e Wells, e não sentia vontade de falar agora. Peguei a tocha de sua mão cuidadosamente, começando a caminhar em direção a pira funerária. Minha visão ficou repentinamente embaçada, e foi com muita força que engoli o nó que se formou – novamente – em minha garganta.

Lentamente, levei a tocha em direção a palha. Quando os dois se encontraram, a palha começou a se queimar.

— May we meet again. – Proferi um de nossos lemas.

— May we meet again. – os demais repetiram, abaixando a cabeça em sinal de respeito.

Só naquele momento que meu cérebro finalmente processou o que havia acontecido. Meus pais, juntamente com meu namorado, estavam mortos. Sendo cremados, pra ser mais específica. E tudo era culpa minha. Um “ploft” ecoou aos meu pés. Olhei a tocha que começava a se apagar no chão sem entender, até me dar conta que fora eu mesma que a havia soltado. Uma cachoeira de lágrimas começou a descer pelas minhas bochechas, mas rapidamente reprimi o soluço, secando minhas lágrimas com as costas da mão. Fiquei parada ali, apenas observando o corpo de minha família se dissolver em cinzas.

Só reparei que havia passado um longo tempo quando uma mão encostou em minhas costas, me despertando de meu torpor. A pira agora, havia se apagado, e suas fuligens seguiam um caminho quase invisível em direção ao céu. Virei meu corpo, dando de cara com Jimmy, meu chofer. Como de costume, ele estava usando um terno preto, juntamente com um sapato social, luvas brancas e um quepe.

— Srta. Griffin, odeio interromper, mas já está na hora da reunião.

— Certo Jimmy. Me leve até lá então.

 

♕♛♕

 

O hall de entrada estava praticamente vazio, fazendo o barulho de do meu salto se reproduzir mil vezes mais alto, a cada vez que caminhava em cima do piso de vidro. Passei rapidamente pela porta – também de vidro – ao lado da catraca, local onde somente os empregados usavam, tanto para ir trabalhar quanto para saírem no término do turno, indo em direção ao elevador panorâmico. A empresa era basicamente feita de vidro.

Já dentro do elevador, apertei o botão com o número 18º e repassei meu batom, já que com certeza eles iam cair em cima. Eles são piores que urubus em cima de carne nova querida, mamãe sempre me alertava.

Eu continuava tanto com o meu vestido preto quanto com a minha blusa de pelos (falsos) da Chanel, trocando somente minha bota de cano longo por um scarpin preto, também da Jimmy Choo. Meus óculos-de-sol preto já esvavam apoiado cuidadosamente em cima da minha cabeça, para não estragar as poucas tranças que continham nele. Meu esmalte e minha maquiagem também estavam da cor do luto, contrastando com o batom nude em minha boca. Penteei rapidamente meus cabelos com os dedos, já ouvindo o famoso “plin” do elevador, indicando que estava no andar certo.

Passei pelos corredores reunindo toda a minha alto confiança, dispensando os seguranças e abrindo as pesadas portas de vidro com um baque. As discussões imediatamente se cessaram.

Não havia mais espaço para Clarke boazinha. Não havia mais espaço para choros e lamentações.

Era hora de atuar.

— Senhores. Senhoras. – os cumprimentei assim que cheguei na ponta da mesa, indo me sentar na cadeira de papai, sentindo um doloroso aperto no peito.

— Um momento, Clarke – um cara magro e ruivo, Rodalf, se não me engano, segurou meu braço, me fazendo parar. -, mas acho que este lugar não pertence a você.

— Como assim este lugar não pertence a mim? Eu sou a legítima herdeira do trono. Se enxergue-se e coloque-se no seu devido lugar Rodalf, caso a caduquice já esteja te afetando. – terminei irônica.

Voltei a caminhar e me sentei no trono, desta vez sem ser interrompida.

— Algum problema Srta. Blake? – indaguei séria, porem com uma diversão contida nos olhos. Octavia estava começando a ficar vermelha de tanto gargalhar. Dei uma rápida olhada na mesa, vendo alguns segurando o riso, e poucos corajosos soltarem suas risadas, mesmo que num tom de voz baixo, diferente de O. Ela praticamente fazia um cover das risadas de Bellatrix Lestrange.

— Ne-Nenhum, Srta. Toda Poder-Griffin. – se corrigiu rapidamente. – Srta. Griffin.

Arqueei uma sobrancelha: – Pois bem. – proferi depois de algum tempo, me virando ao restante da mesa. – Posso saber o motivo dessa reunião? – indaguei com voz fria.

— O-o mo-mo-motivo dessa reuni-nião é qu-que... – um cara que eu não me interessei de saber o nome começou a gaguejar falar, se borrando de medo. Quase que eu ofereci um rolo de papel higiênico pra ele. Quase.

— Você não é a chefe da C.A.C.T.U.S. Princess. – Rodalf me informou com deboche. - Não de acordo com a nossa lei 1368, Art. 17º.

— O que você quer dizer com isso Rodalf? – perguntei fervendo de raiva, mesmo já sabendo a resposta.

— Que de acordo com esta lei Clarke, você não poderá assumir a máfia sem um marido ao seu lado. E pelo que eu soube seu noivo está morto não?

Imediatamente saquei a arma que estava no meu vestido, escondida pela blusa, no rumo de seu coração.

— O que você disse Rodalf? Repita! Acho que não ouvi direito.

— V-você não po-pode me-me matar! Não qua-quando não é e nun-nunca sera-ra che-fe. – exclamou aterrorizado. – É-é contra as leis da máfia.

— Lincoln? – olhei pra ele. Lincoln não era exatamente um advogado, mas sempre gostou de conhecer todas as nossas leis.

— Ele está certo Clarke. Sobre as duas leis. Porém...

— Porém, - Raven o interrompeu, continuado - não citou toda a lei, não é Rodalf? – perguntou, o fazendo engolir em seco. – A lei diz que a herdeira, no caso você Clarke, tem o prazo de uma semana para estar casada, e assumir o controle da Máfia.

Rodaf soltou uma risada debochada. – Você acha mesmo possível conseguir um marido com todas as características ideias para ser um líder da máfia, que saiba matar sem hesitar e ainda ser aprovado pelo conselho em menos de uma semana? Boa sorte. – desejou com ironia.

— Eu não preciso de sorte Rodalf. Diferente de você.

Antes que seu cérebro processasse minhas palavras, atirei nele. Claro, eu não podia mata-lo, mas ninguém tinha falado nada sobre feri-lo gravemente.

— Fiquem tranquilos. – falei em tom de escarnio, enquanto ouvia seus gritos e gemidos de dor. – Ele não está morto. Ainda. – informei olhando diretamente aos membros do conselho que pareciam partilhar das mesmas ideias de Rodalf. Dei a volta na mesa, até ficar em frente a ele, me abaixando sem encostar os joelhos no chão. – A bala pegou na sua artéria pulmonar esquerda Rodalf. – declarei com falsa tristeza. – Ainda bem que eu me formei em medicina, não? – abri um sorriso tenebroso, enquanto pegava a bala dentro de seu corpo com as minhas próprias mãos. Ele berrou.

Levantei, me virando lentamente na direção de meus espectadores, colocando a bala em cima da mesa.

— Mais alguém tem algo a declarar? – Perguntei com voz dura. Fria como gelo. Ninguém se pronunciou. Na verdade, ninguém ousou respirar. – Raven, mande alguém limpar isso. – apontei com a cabeça o piso sujo de sangue. – O conselho está encerrado. – declarei, me virando em direção a porta. - E quanto a você. – olhei para Rodalf com nojo. – Sugiro que chame um médico. E rápido. – e saí.

Afinal blood must have blood. E eles iriam pagar.

Eu mesma me certificaria disso.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam dessa Clark@ e superpoderosa e pulso firme?
E das mortes que ja tivemos??? Trágico ne?
Alguém desconfia de algo?
Comentem, estamos loucas pra saber o que vocês acharam!
Beijos e até o próximo capítulo!



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