Boston, Massachusetts

05 de Julho de 2015

Alissa Roberts vive em um confortável apartamento com seus pais, na cidade de Boston, capital do estado de Massachusetts. Katlyn Roberts, mãe de Alissa, é corretora de imóveis e gerente do estabelecimento onde trabalha. Bruce Allan Roberts, seu pai, é professor do ensino secundário em uma escola pública de Boston. Alissa é uma bela garotinha. Magra, mediana, de cabelos longos, castanhos e ondulados, e também muito inteligente. Por trás dos aros finos de seus óculos, ela esconde um olhar doce, porém cauteloso.

A jovem de 13 anos decide passar boa parte das férias de verão na casa de sua tia Ivie, em Greenville, pequena cidade de New Hampshire com pouco menos de 3.000 habitantes. Dois dias antes da data prevista para a viagem, Alissa já havia arrumado suas malas e não via a hora de o final de semana chegar. Ela adora passar um tempo com sua tia preferida e queria aproveitar ao máximo o tempo que ficariam juntas.

— Já arrumou as suas coisas, filha?

— Claro, mãe! Já está tudo pronto. – Alissa mal podia conter a animação

— Muito bem. – sorriu Katlyn, satisfeita

2 dias depois...

— Pegou tudo, Alissa? – pergunta Katlyn

— Sim, está tudo aqui.

— Tem certeza? Não está esquecendo nada?

— Não mãe, não estou...

— Querida, não precisa se preocupar. Nossa Alissa já está bem grandinha e sabe de suas obrigações. – disse Bruce enquanto guardava as malas da filha no porta-malas do carro.

— Obrigada, pai. – respondeu Alissa com um sorriso convencido enquanto batia seus punhos nos do pai.

— Ok, está bem... Podemos ir? – pergunta a mãe

— Agora mesmo. – confirmou Bruce

Após colocar as malas de Alissa no carro, a família finalmente saiu rumo a Greenville. Ivie havia se mudado para a cidade há pouco mais de 1 ano, e essa era a primeira vez que Alissa visitaria a cidade e passaria as férias na nova casa de sua tia. A jovem acreditava que jamais conseguiria se acostumar com o frio congelante de Boston, e nada como o verão para tornar as coisas um pouco mais agradáveis.

Depois de 20 minutos de viagem, o carro da família enfim entrou na auto-estrada 3N, em direção a New Hampshire. O tráfego estava tranquilo para o horário, e o dia favorável. Enquanto admirava o céu azul entre nuvens, a menina observava atentamente a paisagem que rapidamente ficava para trás.

Algumas horas depois, chegaram ao endereço anotado por Katlyn. O pequeno imóvel de 2 andares se localizava numa região mais afastada de Greenville, cercado por pequenos Ciprestes e Azaleias. Ao perceber uma movimentação na frente de sua casa, Ivie saiu para receber seus familiares. Enquanto os cumprimentava, a moça se ofereceu para ajudar a carregar as malas.

— Não precisa Iv, está tudo bem. Alissa trouxe apenas 2 malas. Acho que o suficiente para 2 semanas. – sorriu Katlyn

— Tudo bem. Entrem. Vou preparar um chá para vocês.

Enquanto se acomodava no sofá da sala, Anissa não pôde deixar de reparar na bela casa de sua tia. O lugar era simples, porém aconchegante, com pequenos quadros pendurados no centro da sala de estar. A parte externa da casa colonial era coberta por um gramado vasto e bem cuidado, localizado próxima a um grande pântano.

— E então. Como foi a viagem? – perguntou Ivie enquanto retornava, trazendo consigo uma bandeja com xícaras de chá e biscoitos para todos

— Tranquila. Saímos cedo de Boston para evitar trânsitos na estrada. No final, deu tudo certo. – respondeu Bruce

— Oliver não quis vir?

— Não, ele ficou na faculdade. Embora esteja de férias agora, preferiu ficar com os amigos por lá.

— Que pena. Nosso menino cresceu tão rápido. Logo será a vez da Anissa. – respondeu Ivie sorrindo para a garota

Após algumas horas de prosa, Katlyn e Roberts decidiram partir. Apesar das insistências de Ivie para que ficassem e retornassem a Boston no dia seguinte, o jovem casal preferiu voltar no mesmo dia. Se não demorassem muito, poderiam chegar antes de escurecer. Logo, os pais de Anissa se despediram da filha mais nova. Não sem antes deixarem algumas recomendações.

— Obedeça a sua tia, ok? Coma nos horários certos, não durma muito tarde e não se embrenhe sozinha na mata.

— Mãe, eu não tenho mais 5 anos. Pode deixar que não vou fazer nenhuma besteira. – garantiu Anissa

— Ela tem razão, Katlyn. Anissa é uma boa menina e nunca me deu trabalho. Pode ficar tranquila. – respondeu Ivie enquanto pousou suas mãos delicadamente nos ombros da sobrinha

— Tudo bem. Ligo quando chegar em casa. Divirta-se, querida. – se despediu Katlyn dando um longo e demorado beijo nas bochechas da filha

— Pode deixar.

Pai e mãe abraçaram a filha pela última vez antes de partirem. Katlyn sentiu um calafrio percorrer sua espinha e por muito tempo se deixou convencer de que tudo ficaria bem, por mais que ela sentisse o contrário.