O que "pilhéria" quer dizer? escrita por Zoey


Capítulo 3
Capítulo 3 - O que ela quis dizer?


Notas iniciais do capítulo

Muuuito obrigada pelas marcações de acompanhando, aguardo os comentários!
Uma pequena observação, Hannah Finch-Fletchley é minha criação, ela não aparece em nenhuma referência à saga.
Como sempre, espero que gostem ♥



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Eu estava jogando quadribol, arrancava suspiros de algumas garotas que assistiam nas arquibancadas. Era mais um treino, que, como capitão do time, eu tinha permitido ser aberto, esses treinos ajudavam a preparar-se para os gritos no dia da partida. E também porque é essencial para o meu ego ser alimentado. O nosso goleiro esta lesionado, então, ao invés de estar a procura do pomo, estava cobrindo o gol. Era um tanto difícil não estar um pouco mais acima dos outros jogadores, caçando a bolinha dourada, mas eu também não era tão ruim assim no gol.

Eu havia acabado de fazer uma defesa quando notei um vulto ruivo acomodando-se nas arquibancadas. Tive uma ideia.

“Pausa”.

Gritei.

O time reuniu-se a minha volta.

“Vamos trocar de posições, eu vou ser artilheiro agora e você, Zabini, vai no gol”.

Sem questionamentos recomeçamos o jogo. Eu iria mostrar para Rose como é que se faz.

Já nos primeiros momentos do jogo, recebi um passe, desviei de um marcador, joguei a bola para outro, abaixei a vassoura e saí do caminho de um balaço. Recebi outro passe e fiz um lindo gol.

Muitos aplaudiram. Fingi não ter notado os olhos fixos da Weasley no jogo. Isso sim estava alimentando meu ego.

Muitos gols depois, nós descemos das vassouras e encerramos o jogo. Guardamos as bolas e despedimo-nos. Estava carregando a caixa com as bolas para fora do campo, juntamente com a vassoura, quando alguém bloqueou meu caminho. Olhei para figura a minha frente.

“Olha só, quem é vivo sempre aparece”.

Falei parando e largando a caixa no chão.

“Graças a você estou viva. Eu só queria agradecer, ontem a noite eu estava com muito sono e não tenho certeza se disse obrigada”.

Ela parecia desconfortável quando disse aquilo, Estava com os braços atrás das costas e balançava-se para frente e para trás como uma criança.

“Na verdade, você disse, duas vezes”.

“Hã, obrigada de novo, de qualquer jeito”.

E ficamos lá. Ela mordia o lábio inferior e, por Merlin, aquilo instigava coisas em mim que eu preferia que não fossem instigadas em céu aberto. A diretora Minerva passava pelos corredores, quando olhou para fora e viu-nos parou imediatamente esperando os gritos. Acredito que ela ficou tão surpresa quanto eu quando as próximas palavras da Weasley não saíram em forma de xingamentos e não houve nenhum acesso de tapas. Observei a diretora afastar-se lentamente e desconfiada.

“Malfoy, eu só queria que você soubesse... Bom, eu não tenho certeza se eu queria... Eu...”.

Ela me fitou.

“Deixa para lá, não é importante”.

Ela se virou e eu segurei o braço dela com delicadeza. Virei ela para mim.

“Você dizia...?”

“Nada. Preciso ir, até mais. Boa sorte na partida de quarta. Vai precisar. A Grifinória vai chutar o traseiro de vocês”.

“Vai sonhando, leãozinho sem garras”.

Ela saiu e eu juntei minhas coisas do chão. Esses encontros com Rose estavam dando-me o que pensar. Depois de guardar tudo e de uma boa chuveirada, fui para o salão comunal. Albus estava lá conversando com Hannah Finch-Fletchley, filha de Justino Finch-Fletchley. Decidi não interferir e sentei-me junto aos outros membros do time de quadribol.

Albus e Hannah tinham alguma coisa, não sabia definir o que exatamente, mas, de algum modo, todos sabiam que se encostassem em Hannah, enfrentariam a fúria de Albus. Todavia, nenhum nunca disse uma palavra de confirmação sobre o relacionamento. Eu instigava Albus a contar-me, mas ele limitava-se a dizer que eles não tinham certeza sobre o assunto e, de vez em quando, ele suspira e dizia “difícil, Scorpius, está difícil”.

Depois de muitas gargalhadas e comidas deliciosas, decidi que o quase-namoro do meu amigo podia esperar. Fui até ele, que parecia grato por ter uma desculpa para sair dali.

“Hannah, sinto muito, mas vou ter que roubar o Albus. Albus?”.

“Hã, claro, Scorpius. Vejo você amanhã?”

Disse Albus para Hannah.

“Acho que não”.

Ela disse amarrando a cara e voltando-se para mesa.

“Boa sorte com essa ai”.

Cochichei no ouvido de Albus.

Ele estremeceu e fomos até a sala comunal da Sonserina. A sala estava praticamente vazia e, assim que chegamos, os alunos mais novos saíram do sofá para podermos sentar-nos.

“O que você quer, Scorpius?”.

“Precisamos conversar. Sobre sua prima”.

Os olhos de Albus ergueram-se e estavam repletos de interesse, meus problemas eram uma possível distração para ele e, do ponto de vista dele, nunca ficava desinteressante a nossa nada harmoniosa convivência. Contei a ele sobre os eventos da noite passada e sobre hoje depois do treino. Albus estava com os olhos um tanto arregalados e com uma expressão de surpresa no rosto.

“Eu sempre soube, cara”.

“Soube o quê, Potter?”.

“Ela gosta de você, assim como você gosta dela”.

“Albus...”.

“Toda a implicância... É claro que só podia ser amor, encoberto com uma camada de xingamentos e feitiços”.

“Albus! Eu nem sei o que ela tentou dizer-me! Pode ser qualquer coisa. Ela podia estar querendo aprender a jogar quadribol ou qualquer coisa. Olha, cara, não invente coisas onde não há. E, além do mais, por que eu me importaria com isso? A Weasley não faz meu tipo”.

“Certo, Scorpius. Acredito em você. Qual é, vocês se gostam faz séculos e Hogwarts inteira sabe disso”.

“Albus, você está vendo coisas onde não há”.

Albus respira fundo e bate o pé, em uma óbvia tentava de recompor-se.

“Quer saber? Tudo bem, Scorpius. Se você não quer admitir, tudo bem. Mas talvez você esteja deixando a sua única chance de conseguir Rose. Na vida.”

Albus sai e deixa-me pensando com meus botões. Será mesmo que aquela seria minha única chance com a ruivinha?

Subi para os dormitórios e fui estudar.

A diretora Minerva havia instituído novas regras para fazer parte dos times de quadribol desde que havia assumido a administração da escola. Do seu ponto de vista, nenhum aluno que não se esforçasse nos estudos, deveria participar de atividades extracurriculares e de tanta importância como o próprio quadribol, afinal, os olheiros dos grandes times, contratavam a maioria de seus jogadores assim que estes saiam da escola. E como a própria diretora disse:

“Não deixarei que vocês façam essa escola passar vergonha! Qualquer um que deseje estar no time de sua casa deve, primeiramente, estudar e merecer a honra de ser um jogador, independente de suas habilidades”.

Bom, eu não era um péssimo aluno, na bem das verdades, minhas notas eram excelentes e esse era mais um dos motivos da ira de Rose Weasley. Saber que seu maior rival tinha boas notas e jogava quadribol irritava a ruiva profundamente.

Eu consigo visualizar perfeitamente ela tendo um ataque enquanto comenta com Lily Potter “ou você é bom aluno ou você joga. As duas coisas não podem ser feitas juntas!”.

Eu sabia que ela detestava não ser boa no quadribol, mas, segundo meu pai, Hermione também era péssima no controle da vassoura. Isso rendia boas piadas da minha parte e, consequentemente, bons tapas da parte da Weasleyzinha.

Pessoalmente, eu achava adorável a falta de tato da garota em relação ao quadribol. Ela era esforçada, conseguia ficar em pé na vassoura sem escorregar pelo outro lado e dava voltas sem maiores problemas, mas, pedir mais que isso, fazia com que ela perdesse o controle e fosse obrigada a pousar no chão. Obviamente, a turma esforçava-se para não rir, Rose era osso duro de roer e filha de dois grandes bruxos, levava-se muito em conta que sua mãe era a Ministra da Magia.

Mas, Rose, por si mesma, era capaz de defender sua honra e impor respeito. Poucos se atreviam a desmentir a ruiva e criticar qualquer ação dela. Rose sabia como executar feitiços mais precisamente do que qualquer outro estudante. Lembro-me de rumores no terceiro ano quando os professores indagavam Ronald e Hermione Weasley sobre a possibilidade de avançar a garota um ano. Claramente, os dois ficaram orgulhosos, entretanto, disseram que isso prejudicaria as amizades da filha e ambos levavam muito em conta a questão das relações com os amigos.

Eu fiquei extremamente aliviado quando soube da notícia. Rose nem tanto.

O fato era que pensar na baixinha terminando a escola um ano antes de fim, além de ferir meu orgulho, afinal, eu também era um excelente estudante, fazia-me estremecer. Perderia um ano de troca de insultos e partes do corpo deformadas com ela avançando uma série.

Refleti sobre os feitiços trocados nos corredores. Já havia visitado tantas vezes a enfermaria que Madame Pomfrey já reservara duas camas no fim da ala hospitalar especialmente para nós. Certa vez, acabei com um gengibre substituindo minha orelha e ela com cenouras na ponta dos cabelos. Azarações eram a nossa especialidade.

Então, uma nuvem de dúvidas cobriu meus pensamentos e perdi o sorriso que sustentava no rosto. O que será que ela quis dizer-me esta tarde? E se Albus estivesse certo e essa fosse a minha única oportunidade? Maldito Albus.

Talvez eu estivesse fora de mim, talvez tenha sido algo que eu bebi ou comi, mas decidi fazer algo a respeito. Não ficaria deitando esperando Rose agir. Eu sou um Malfoy, não preciso esperar que alguém me diga que posso fazer algo. Eu vou lá e faço.

Iniciei a elaboração de um plano. Amanhã, Rose e eu teríamos uma conversa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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