Até que a morte nos separe escrita por Diego Batista


Capítulo 2
Tempos difíceis (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores, vamos começar a entrar na vida de Jack? Ai esta o segundo capítulo...
— Tenham uma boa leitura!



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Meu pai era um verdadeiro vagabundo, e dane-se que ela era meu pai. "ERA"' porque ele não durou muitos anos depois disso. Não trabalhava só vivia do seguro de vida da minha falecida mãe, a qual eu realmente sinto muita falta! Vivia bebendo e quebrando tudo dentro de casa feito um vândalo, um verdadeiro animal sem escrúpulos! Quando não estava moendo alguma mobília, estava descontado sua raiva em mim, da última vez a qual me recordo, fui parar no hospital com o braço quebrado enquanto ele espalhou pro mundo todo que eu cai do topo da árvore no nosso quintal.

— Que olho roxo é esse moleque? E porque esta chorando? Homem não chora! (Disse berrando para variar).

— Não foi nada pai, eu levei uma bolada na aula de educação física

Contar a verdade ou mentir acabaria no mesmo resultado, ele me xingaria e culparia por todas as merdas que ELE fez e ainda faz. Eu estava subindo ás escadas em direção ao meu quarto quando ele soltou a pérola:

— Você é inútil igualzinho sua mãe! (Resmungando)

Se tinha duas coisas que eu não entendia na época era como minha mãe já gostou dele e como eu tinha paciência com ele? Tudo bem que ele é meu pai, mas acho que o lado porco e áspero mascaravam completamente seu papel de "pai". Mesmo assim, como a morte ainda não era uma opção, resolvi apenas escutar e ignorar. Cheguei no meu quarto joguei minha mala no canto perto do computador e me joguei na cama. Chorei por alguns minutos até lembrar que ninguém se importava...

Mais tarde, ao entardecer, lembrei que no dia seguinte teria prova de química, abri rapidamente meu caderno pra ver se tinha algum rabisco com o conteúdo. Logo que abri na matéria, encontrei um desenho meu. Se tem uma coisa que eu gosto de fazer é desenhar, pode ser qualquer coisa, eu sempre dou um toque macabro em meus desenhos. Por sinal, aquilo que a gangue juvenil tinha roubado de mim era meu caderno de desenhos e o que eu mais desenhava nele era a minha princesa, Samanta olhos de esmeralda.

Meu quarto era repleto de desenhos meus, não tinha muitos móveis, uma cama, um guarda-roupa de duas portas, minha escrivaninha e só. Nas paredes uma boa e clássica tinta Azul real, já que minha mãe não deixou eu pintar de preto na época. Eu costumava colar meus desenhos pelas paredes e como ninguém vinha em meu quarto o ambiente devia agradar apenas a mim.

O tempo literalmente voou, só parei para ir no banheiro e pegar um sanduba na cozinha. Quando olhei no relógio já eram 23h e infelizmente amanhã a escola não estaria pegando fogo, ainda..., fui direto dormir.

Começando mais uma manhã de merda, levantei atrasado para variar, corri escovar meus dentes e trocar de roupa e quando eu estava pegando minha bicicleta avistei o gato cinza do meu vizinho perturbando o canarinho la de casa. Eu nunca fui muito fã de bichos, mas como aquele passarinho era de minha mãe e ela gostava muito dele, resolvi que este seria uma exceção. Larguei a bike e fui para os fundos da casa, onde a gaiola dele ficava pendurada. Logo que cheguei lá estava a peste tentando enfiar a aquela pata com garras pelas frestas da gaiola.

— Sai dai praga! (Gritei enquanto taquei uma pedrinha nele)

Obviamente, o gato não retirou sua pata, sorriu pediu desculpas e se mandou, ele preferiu ficar ali perturbando o passarinho.

— Solta ele bicho irritante (Disse enquanto tentava puxar o gato que estava praticamente grudado na gaiola)

Assim que puxei o bichano, aquele desgraçado me arranhou todo e para variar não soltou da gaiola. Como eu já não tinha paciência e muito menos tempo, num impulso enraivecido corri até a garagem, peguei a enxada e cravei ela no maldito gato. Fiquei ali alguns minutos destrinchando o animal, e por incrível que pareça, eu não me apavorei ao ver sangue ou em pensar no que eu estava fazendo, apenas fiz.

Somente após descontar minha raiva no bicho, me toquei de que isso não agilizaria o processo, pelo contrario, só me atrasaria ainda mais. Larguei a enxada no chão, corri até a cozinha pela porta dos fundos e peguei uma sacola, coloquei os restos do bicho dentro dela e joguei por cima do muro. Acho que meu vizinho não gostaria muito da surpresa, mas foda-se. Catei a enxada ensanguentada e enxaguei com a mangueira de jardim, aproveitei para lavar minhas mãos pois chegar na escola com as mãos cheias de sangue não seria muito agradável.

Como a merda do gato já tinha feito eu perder minha primeira aula, resolvi passar em um local antes, o "meu cantinho". Na verdade, o local não passava de uma casa velha de madeira, abandonada a anos, localizada no meio do bosque próximo a estrada deserta bem longe do centro da cidade. Este era o local que eu usava para me isolar de todos, já que ninguém  sabia da existência dele, eu passava horas ali quando criança mas na adolescência eu ia raramente. A parte da velha casa que eu mais gostava era o porão, ele estava repleto dos meus melhores desenhos e dos melhores retratos da Samanta.

Assim que cheguei no meu paiol, empurrei aquela porta de madeira toda podre com dobradiças enferrujadas e já fui descendo para o porão. Lá em baixo só tinha uma mesa velha, uma cadeira de ferro e alguns lápis para desenho. Sentei rapidamente e fiz um esboço do gato morto, tentei juntar as partes dele para parecer mais com um gato... E sabe que ficou bom! Larguei o esboço ali juntamente com o desenho que estava no meio do meu caderno ontem a noite. Sai correndo pois o caminho era longo e queria chegar pelo menos na segunda aula.

Cheguei juntamente com o sinal tocando, larguei a bicicleta em qualquer canto e quando eu estava passando pela porta escutei a voz lá de cima me chamando. Lá de cima porque a diretora tinha uns dois metros de altura.

— Jack pode ir parando ai mesmo (Com aquela voz de "Você ta fudido")

— Pois não (Disse já sabendo que ia ouvir muita merda)

— Adam me procurou hoje na primeira aula e disse que você confrontou ele ontem e o agrediu assim que saíram da escola

— Eu agredi ele? Não esta vendo meu olho roxo e as marcas de arranhões nos meus braços?

— Se não foi você quem fez isso, então como explica este seu caderninho de desenhos com vários desenhos dele e dos amigos sofrendo ou sendo violentados? Olha, vou ter ligar para seu pai pois você esta suspenso por uma semana e deve iniciar ainda esta semana o tratamento com a psicóloga do colégio. Estamos entendidos?

— Sim senhora! (Disse mesmo que minha vontade era dizer "Entendidos o caralho")

Sendo assim, peguei minha bicicleta e dei meia volta para casa. Mesmo que aqueles idiotas tivessem me feito de palhaço e tivessem conseguido me irritar mais uma vez, pelo menos agora eu não precisaria ver a cara deles por sete dias ao menos. Chegando em casa, desta vez com um leve sorriso no rosto, afinal quem não gosta de uma folguinha de sete dias? Abri a porta e dei de cara com o velho porco segurando uma ripa de madeira, a qual ele bateu com tudo na parede logo que eu entrei.

— Moleque de merda! A porra da sua diretora ligou dizendo que você foi suspenso por mal comportamento! Sua única obrigação é estudar e nem para isso você serve! (Disse ele bêbado para variar...)

— Espera pai não foi bem isso que aconteceu! (Se eu não acalma-se aquela anta ele ia me espancar até a morte)

— Cala boca! Já estava na hora de você aprender a ter bons modos! (Gritou vindo em minha direção)

Neste exato momento eu já sabia que ia dar merda, então resolvi tacar o foda-se.

— Quer saber? Vai tomar no meio do teu cú! Me bata se você é machão mesmo!


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Notas finais do capítulo

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— Até o próximo conto!
"Se tiver um tempinho, confira minha nova Fanfic: O OUTRO LADO DO ESPELHO"



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