Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 16
Gun


Notas iniciais do capítulo

Cada jovem restante de Ashville está tentando a seu próprio modo se recuperar da onda imparável de ataques do dia anterior. Mas nada indica que estão seguros. O Fantasma ainda observa, planejando seu próximo movimento.



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A Luz do sol entrava pela janela. Esse era o fim dos dias de chuva? A Manhã dava as caras iluminando gentilmente o quarto conforme Keaton abria os olhos lentamente. Sentiu um peso em seu ombro esquerdo, era a cabeça de Marty deitada sobre ele, seu braço já estava um pouco dormente. Se virou, puxando o devagar debaixo do travesseiro sentindo um certo alívio. Marty acordou com o movimento:

—Bom dia... -Dizia ele ainda e olhos fechados cochichando.
—Bom dia. -Keaton ficou de lado, de frente a ele puxando as cobertas um pouco mais para cima até os ombros escondendo sua nudez.
—Você já vai embora? -Marty perguntou ainda sonolento.
—Não... não estou com vontade...
—Que bom.

Keaton, ainda que confuso, não reagia nem lutava contra. Ele nunca teve uma namorada, e Marty também nunca teve ninguém. Provavelmente a coisa toda fora uma novidade para os dois. Ele havia se deixado levar, mas não sabia ao certo como seria daqui pra frente. "Somos namorados? Eu sou Gay? Isso foi só essa vez? Será que vai ficar um clima estranho depois?", era um pensamento confuso atrás do outro. Keaton nunca parara para pensar nessas coisas antes, e agora que tudo isso caiu feito uma bomba é realmente um choque. A única coisa de que tinha certeza, é que estava aconchegante e não estava com um pingo de vontade de se levantar dali.

—Sua mãe... -Keaton dizia baixinho.
—Já foi trabalhar... ela sai 5:30.
—Nossa.
—É.. Vou te levar na delegacia hoje. Você tem que ir lá.
—Tá bem. Mas vou ter que passar em casa primeiro.
—Eu sei. Que horas quer ir?
—Depois da hora do almoço, pode ser?
—Tá ótimo.
—E até lá, vai fazer o que?
—Ficar aqui...
—Ótima escolha.
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Claire cruzava os braços ficando parada em pé ao lado da cama. Steve dormia pesadamente roncando.

—Steve. -Ela dizia séria. E Parecia que ele respondia com roncos. -Steve?... café tá na mesa, babaca. Levanta.

Nada. Apenas ronco.

—Não vai levantar? -Ela dizia olhando para ele, impaciente. Ele não se mexia. -Okey... você pediu isso.

Ela se curvou abrindo a gaveta de seu criado mudo tirando de lá uma corneta rosa. Tomou fôlego e assoprou. O Apito alto e extremamente agudo assustou Steve que acordou se debatendo aos pulos.

—Anda, café tá mesa. -Claire estalava os dedos.
—Caramba, você é louca?
—Sou.
—Eu devia saber.
—Aham, agora vai, sai daí.
—Por que a pressa?
—Bem, porque eu quero tomar café e depois passar o dia deitada nessa cama. E Não confio ficar deitada na mesma cama com um homem acordado.
—Mas eu estava dormindo...
—Não está mais.
—Graças à você.
—De nada. Tô te esperando lá embaixo. -Dizia ela se retirando do quarto.
—Louca...
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Juliett mexia as rodas de sua cadeira de um lado para o outro na calçada como se dançasse. Alissa a chamou para tomar um sorvete, mas, a mãe de Alissa foi junto ficando de olho nas duas. A Líder de torcida esperava na frente da sorveteria quando seu olhar se lançou ao outro lado da rua. Havia uma loja de festas que vendia pratos e copos de papel, enfeites, bexigas, e fantasias. Algumas das fantasias estavam penduradas na vitrine. Um manequim estava vestido com uma longa capa preta cheia de filetes embaixo dos braços, portando uma faca de plástico na mão, usando a máscara. Juliett encarava aquele manequim de olhos cerrados, mordia os lábios pensando se diria alguma coisa ficaria quieta. A Mão de Alissa surgiu por seu ombro segurando uma casquinha.

—Chocolate?
—Sim, certinho obrigada. -Respondeu Juliett pegando o sorvete, ainda olhando fixamente para vitrine do outro lado da rua. Lambeu o sorvete e Alissa percebeu que ela estava fixada numa direção, tentou acompanhar seus olhos.
—O que você tá olhando?
—Nada... aquela é a mesma máscara? -Juliett apontou para a Vitrine do outro lado da rua.

Alissa apertou os olhos:

—Eita.. é sim. Você não lembra quando a Claire mostrou aquela foto? É essa mesma. Eu vi, ontem ele estava usando enquanto dirigia tentando matar a gente.
—Credo.
—Espera, eu pensei uma coisa.
—O que é?
—Eu posso estar enganada. Mas... há umas semanas atrás, a gente tava passando por aqui, e eu vi a Jill entrando naquela loja.
—Na.. loja de festas?
—É... você não lembra, Juliett? Eu fiquei na dúvida se me aproximava ou não, porque né, ela ainda tava puta com a gente. Então, eu fiquei parada, vi ela saindo da loja colocando uma coisa na sacola...
—Colocando o quê na sacola? -Juliett demonstrou extremo interesse.
—Eu podia jurar que era uma fantasia igualzinha a aquela...
—Oh... My God...
—Falando do que meninas? -A Mãe de Alissa surgiu de dentro da sorveteria.
—Ahm.. nada mãe. Vamos dar uma volta? Juliett, quer que eu te empurro?
—Eu agradeceria.
—Então vamos.

Alissa empurrava a cadeira levando Juliett à frente cochichando no ouvido dela discretamente:

—A gente fala sobre isso depois, com todo mundo.
—Ok.
—Vocês estão com muito segredinho por meu gosto. -A mulher dizia acompanhando-as.
—Ai mãe, para de ser chata.
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—Bianca onde você vai? -Gritava Amelie descendo as escadas correndo atrás da irmã.
—Eu vou dar uma volta, respirar. Pelo amor de Deus não aguento mais ficar dentro dessa casa.
—Eu vou com você.
—Não! -Disse ela se virando parando ao pé da escada.

Amelie parou no último degrau restante, sua irmã ficou encarando-a nervosa.

—Como assim não?
—Amelie, eu vou falar uma coisa. Eu tô nervosa, estressada, com medo e você não tá ajudando. Você continua falando com aquele povo e colocando aquela gente dentro de casa.
—Bianca..
—Xiiu! To falando!

Amelie aquiesceu.

—Olha só pra você... Amelie, você tá um caco! Você continua se fazendo de sonsa. Faz porque gosta ou o quê? Você não é otária. Eu convivo com você e sei disso.
—Eu quero me enturmar, e parar de ser uma besta!
—Você não é uma besta! Mas faz coisas como tal. Besta é quem anda com aquele tipo de gente.
—Você está parecendo a Claire falando assim, sabia?
—Não me compare com aquela garota! Escuta bem, eu vou falar em alto e bom som pra você entender. Eles estão caindo como moscas, Amelie! E quem ficar perto, vai rodar junto. A Coisa inteligente a fazer, é manter distância.
—É, e ficar quieta também é uma opção!
—Como é?
—Você me ouviu. Você fica ouvindo as conversas dos outros, depois sai contando pra Deus e o mundo. Steve, Chris, Claire, isso porque odeia ela hein! Mas na hora do "Bafão" ela é a primeira pra quem você vai correr pra contar.
—Eu vou arrancar o seu cabelo com as mãos se você não calar essa boca agora.
—Arranca. Vem pra cima, você vai me enfrentar como você enfrentou a Alissa? Hã?... porque nossa, aquilo foi exemplar, que belo cacete você deu nela.
—Eu estou avisando...
—O quê? Vai contar até três? Tá esperando permissão Bianca? Vai, dá na minha cara!

Bianca virou a mão tascando um tapa na cara da irmã, que gritou.

—Quer outro?

Amelie virava o rosto de volta fitando-a com ódio, tirando os cabelos da frente do rosto:

—Agora é minha vez...

Amelie proferiu um soco, atingindo em cheio a boca de Bianca, que foi para trás com o golpe caindo de costas no chão.

—Eu poderia cantar com o tapa que você meu garota...

Amelie se aproximava da irmã caída no chão, que estava tampando a boca, de onde já começava a escorrer um pouco de sangue.

—Sabe qual é a diferença entre você e a Claire, Bianca? - falava voz alta quase que aos berros. -É que ela pode ser o demônio em pessoa. Mas uma coisa ela não é: Falsa. Ela não é falsa como você. Ela não abandona os amigos dela nas situações difíceis. E nem foge dos problemas. O Seu namorado está morto! Ele foi morto na minha frente e você não demonstrou nem sequer um pingo de tristeza! Ainda teve a cara de pau querer acusá-lo de ser um assassino!!! Claire pode ser o demônio, mas você é o inferno! Você é uma covarde! Pior que o nosso pai aquele imprestável! Chris merecia alguém muito melhor que você. Porque ele era mil vezes uma pessoa melhor. Você é fria, oportunista, fofoqueira. E tenho orgulho de ser totalmente diferente de você! Você quer dar o fora, dê o fora então, vai! A porta está bem ali! Continue fugindo do jeito que você está fazendo. Vamos ver se você vai ter mais sorte do que a Anna...

Bianca se levantou do chão, mostrando os dentes vermelhos por conta do sangue.

—Não ouse falar assim comigo! Eu aguentei o seu chororô enquanto você se lamentava dizendo que não tinha amigos, que se sentia isolada e é assim que você retribui?
—É... E agora quem não tem amigos é você... cadê seus amigos? Steve?... Chris?... Juliette?.. quem mais hein garota "popular"?... cadê os amigos da CNN? Você está tão na merda quanto eu. A Diferença, é que agora... eu tenho amigos.
—Ah é mesmo?
—É. Sabe, Steve me chamou pra sair... pois é. E Depois do nosso encontro, vamos pra casa da Claire.. ele me avisou hoje de manhã que a Claire vai fazer uma "Festa do Pijama".. quer dizer, tá mais pra festa do "Vamos ficar juntos pra não morrer", mas enfim. Eu fui convidada. Por ela. Cadê seu convite? Steve te chamou?... Não né. Vai, anda logo, dá o fora.

Bianca não disse uma palavra, cuspiu um pequeno jato vermelho no chão, passando direto pela irmã, saindo com raiva batendo a porta com força atrás de si.
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Claire acompanhava Steve até a porta, a mãe dele já havia ligado inúmeras vezes implorando que ele voltasse para casa.

—Desde que a gente não está indo mais para o colégio nesses dias... -Dizia ela caminhando pela sala. -Eu acho que vai ser uma boa ideia todo mundo ficar junto, conversar...
—É, sua mãe pelo visto tá quase que sua escrava no momento.
—É. Mas não quero tirar vantagem disso, de verdade. É que, eu me sinto muito, muito melhor quando vocês estão comigo. E, é melhor juntos não é? E você e a Amelie.. que amorzinho. Já quero vomitar.
—Ela é legal.
—Eu sei. Mas é muita melação. Romance sempre me deixa enjoada. Ela é uma menina doce, nunca arrumou encrenca com ninguém. Mas Jesus Cristo, casais me dão agonia. De qualquer jeito, fez bem em dar uma chance pra ela.
—É...

Steve parou de costas para a porta.

—Claire, me conta... qual era seu problema com a Jill?
—Ah... falando a verdade.. uma tinha inveja da outra. Olha que bobeira.
—Inveja, de quê?
—Ah... coisas de garota. Você não entenderia. É bobagem. O Foda é que passou do limite...
—Eu sou culpado por essa desavença entre vocês?
—O quê?... você acha que, eu tinha ciúmes de você com ela? -Claire ria debochada.
—Ah, sei lá. Eu e você somos amigos há muito tempo... e...
—Steve. Eu + Você.. só vai acontecer numa próxima vida. Isso se o carma estiver de sacanagem com a minha cara. Apesar que, acho que estou pagando por todos os meus pecados de vidas passadas nessas semanas.
—Há... fala a verdade. Você nunca sentiu nada por mim?
—Sim... Nojo. -Ela ria.
—Você é uma palhaça. -Steve se segurava para não gargalhar.
—Garoto, nem vem. Sério. Eu olho pra você e... credo é como um irmão. O único jeito de a gente dar certo seria numa dessas FanFic's bem polêmicas.
—Ah é mesmo? -Steve estava achando a maior graça em tudo aquilo. Provocar Claire e deixá-la nervosa é um dom que ele aprimorou com o passar da adolescência.
—É. Mas a nossa história é de terror, então. Goodbye. Proibido Shippar.

Claire abriu a porta, se deparando com algo ou alguém parado diante dela levando um susto:

—Ah!!.... Meu Deus, que horror você fica parado assim na frente da casa das pessoas?!

Era o Xerife Nicholas, prestes a tocar a campainha.

—Ah, desculpe.
—Tá tudo bem. O que posso fazer por você Xerife?
—Sua mãe está?
—Ah ela não vai lugar algum não se preocupe. Mãe!!! -Gritou ela.

Steve se aproximou acenando um "Olá" para o Xerife, Claire tornou a perguntar.

—Tudo bem Xerife? Algum problema?
—Bem. Eu preciso que você e sua mãe venham a delegacia depor. Vim buscá-las.
—Hum.. que chique.
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Amelie deitava afundando a cabeça no travesseiro chorando. Não acreditava nas palavras que haviam saído de sua boca. Aquela não era ela. Bianca já não voltara a mais de uma hora, a garota já começava a imaginar que a irmã a abandonaria depois de tudo, ou que jamais a perdoaria. Seu travesseiro em formato de coração seria lavado por suas lágrimas. Era tudo de uma vez. Stacy, Chris... a garota achou que havia chegado ao seu limite. Tudo isso além do fato de que no momento não podia contar com uma mãe ou um pai. Sua mãe morrera por conta de um tumor cerebral quando ela e Bianca tinham 10 anos. Seu Pai, ainda que esforçado, não conseguia muito bem lidar em ter que cuidar das duas sozinho. Ele deu um voto de confiança para as duas, especialmente para Bianca, que sempre insistiu que elas poderiam se cuidar sozinhas enquanto ele estivesse no trabalho, e é assim desde então. E muitas vezes, já aconteceu delas considerarem ir morar com os tios. Ela em seu choro refletia o que era ou não importante. Seus Cd's, sua coleção de filmes, suas roupas, o conforto de sua casa. No que tudo aquilo lhe servia quando as pessoas ao seu redor estão morrendo? "Não, não eu não posso me afundar assim" - Pensava limpando as lágrimas esfregando o rosto. Não queria sucumbir ao medo. Essa tarefa de auto-ajuda poderia servir, mas talvez esse fora o momento errado. Como um relâmpago surpresa, o som de uma janela se quebrando a fez dar um pulo. Estremecendo em pavor, Amelie se sentou na cama paralisada ouvindo os milhares de cacos de vidro sendo espalhados pelo chão. O Alarme da casa disparou, como uma sirene imparável, insuportável e aguda, que só ajudava a aumentar o terror e a tensão. O Barulho vinha do andar de baixo. Pensando rápido, a menina se abaixou deitando no chão avistando a poucos metros, o vão que a permitia ver por debaixo da porta. Não queria por nada nesse mundo que passos passassem por ali. Era hora de fazer uma escolha. À sua direita, ela poderia facilmente se rastejar e ficar embaixo da cama, encolhida em posição fetal esperando pela morte ou que o invasor fosse embora. Ou poderia se levantar, fugir, ou enfrentá-lo. Francamente, nenhuma das opções era tentadora.

Pequenas pancadas foram ouvidas, eram com certeza passos. Ela ainda não havia se movido, continuava deitada no chão de bruços. Quase que involuntariamente, o medo a conduzia para debaixo da cama. Lentamente, Amelie se arrastava para o lado. Era isso? Se esconderia no lugar mais óbvio? Passando a cabeça, os braços, ela rastejava pelo chão feito um bebê. Querendo desaparecer completamente desse mundo. O Alarme não cessava. Se viu totalmente coberta pela cama, puxando as pernas que ficaram para trás. Pronto, agora sim, ela era uma covarde completa. Se sentia mal, burra, e ridícula. Batidas metálicas ecoaram. Alguém estaria revirando a casa? Estariam procurando-a em todos os cantos possíveis? A Porta do quarto estava trancada? O que fazer. Envergonhada, por amarelar tão rapidamente, um golpe do destino pareceu lhe ajudar. Ao se encolher um pouco mais na pequena escuridão que a cama sobre si lhe proporcionara, ela sentiu seu braço encostar em algo. Tirou a mecha de cabelo da frente para ver o que era, e lá estava. O taco de Baseball de Bianca. Tomando isso como um sinal, um aviso de que ela deveria lutar por sua vida e enfrentar seus medos ao invés de se encolher com medo do bicho papão, Amelie colocou seus dedos em volta da base do taco, segurando-o com força. Uma porta fora arrombada. Seria um dos quartos? O Medo não deixava ter nenhuma noção de espaço quanto aos sons que eram ouvidos. Colocou um braço para fora, usando-o como apoio para tirar o resto do corpo debaixo da cama. Silenciosamente, Amelie emergia da covardia. Se fosse morrer, que fosse lutando. Ajeitando seu corpo, ela se levantou, agora com as lágrimas secas em suas bochechas. Levantou o taco colocando-o próximo da altura de seu ombro, apertando a base com os dedos de ambas as mãos. Seus passos ainda eram hesitantes. Sairia do quarto?

A Menina tímida, mal enturmada e covarde teria de ficar para trás. Sua respiração ficou mais pesada, seu olhar mais sério. E num movimento do qual nem ela esperava de si mesma, abriu a porta com tudo indo direto para o corredor. Aqui está ela. Olhando em volta, nada dava sinal do invasor. Ainda mais ousada de sua parte, exclamou:

—Quem está aí?!

Dando passos cautelosos em direção as escadas, olhava para baixo atenta a qualquer vulto, movimento ou barulho. "Se é pra ser, que seja agora". Suspirou, descendo os degraus correndo pronta para enfrentar quem quer que estivesse ali. Mesmo suas pernas amolecendo lentamente por conta do medo, a descida continuava veloz. Quando deu por si, já estava na sala. "Que merda eu fiz?" Sua ação imprudente acabara de ficar claro. Deslizando a mão na parede, seus dedos alcançaram o alarme, sem tirar os olhos da sala, ela digitava o código as pressas, "78995". O Som parou. Agora até mesmo sua respiração podia ser ouvida. Parecia tudo bem na sala. Não havia nada revirado ou bagunçado. Um pouco mais à frente, antes da cozinha, do qual ela tinha uma visão ampla, havia uma porta. Era um pequeno armário que seu pai usava para guardar bugigangas e enfeites de natal, além disso, era onde ele também deixara uma arma reserva escondida. A Porta em questão, estava levemente entre aberta, e nas bordas, haviam arranhões e pequenas lascas de madeira no chão. Este era porta que havia sido arrombada. Amelie se aproximou, pronta para golpear o sujeito caso ainda estivesse lá dentro. Com o taco preparado, ela foi em frente. Estava indo até rápido demais para falar a verdade. Ficando de frente à porta, ela a empurrou usando o taco. A porta rangeu se abrindo conforme a garota empurrava o objeto. Não havia ninguém ali, e nem haveria como alguém se esconder ali com tanta tralha, não haveria espaço. Olhando para baixo, viu uma pequena caixa de metal. O Cadeado que a fechava estava jogado no chão. Se abaixou rapidamente. "Não, não pode ser, por favor não!". Abriu a caixinha. Vazia. A Arma que seu pai guardara ali, havia sumido. Agora se o maníaco ainda estivesse na casa, ela não teria nenhuma chance contra um revólver. Se levantou, ainda tensa olhando em volta. "A Cozinha!". Seguiu em frente sentindo um vento refrescante que vinha dali. Seus cabelos balançavam, conforme ela se aproximava.

Parou antes de entrar na cozinha. Havia cacos para todo lado, a porta de vidro que daria acesso ao quintal dos fundos fora destruída. Estava escancarada, o vento trazia folhas para dentro, e ainda sim, não havia sinal de nenhuma presença. Mesmo assim, era hora de correr. Amelie correu em disparada cruzando a sala empunhando o taco de Baseball. Veloz, a menina abriu a porta pronta para dar o fora, correr até deixar a maldita casa para trás. Mas não precisou de muito, ao chegar no jardim uma viatura estacionava com a sirene ligada.

—Ah, graças à Deus! -Ela disse a si mesma abaixando o taco.

O Carro parou, um oficial saiu de dentro do veículo correndo em sua direção.

—Está tudo bem? Eu vim correndo!
—Nossa, você foi rápido!
—O Alarme disparou, fomos acionados, eu era o mais próximo daqui. O Que houve?
—Alguém invadiu minha casa!
—Esse alguém ainda está aí?
—Não sei... acho que não!
—Levaram alguma coisa?
—Levaram... alguém roubou um revólver do meu pai.
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Marty esperava do lado de fora da delegacia encostado na parede de braços cruzados, impaciente. A Porta foi aberta, o que lhe chamou a atenção se prontificando, o pai de Keaton saiu segurando a porta para que o menino passasse, Keaton saiu quase que no mesmo instante. Marty já foi logo perguntando.

—E aí? O que houve?
—Nada... tudo certo. -Keaton respondeu.
—Ufa.. que bom.
—Vamos, eu vou deixar você em casa Marty. -Disse o pai do garoto indo em direção ao seu carro fazendo sinal para que os dois andassem logo.
—Espera só um segundo pai.

Marty via o homem entrando no carro ligando o motor.

—Marty... meu pai não vai me deixar sair de casa hoje.
—Eu entendo.
—E... sobre o que aconteceu entre nós... eu quero que saiba que, está tudo bem.
—Mesmo?
—É. Eu... vou ficar com você.
—Achei que você não ia querer. Eu.. não quero te forçar a nada.
—Não... eu quero. Quero ficar com você. -Keaton ria sem acreditar no que dizia. -Sabe. já está bem claro que, a coisa já é maior que amizade.
—É.. -Marty estava sem graça.
—E, acontece. Eu nunca parei pra pensar nessas coisas. Nunca, me perguntei por quem eu iria me apaixonar, ou qualquer coisa do tipo. Mas agora eu sei, que.. eu não tenho nenhum problema em gostar de outro garoto.
—Nunca pensei que ia ouvir você dizer isso.
—Nem eu. Mas... é isso.

Marty sorriu, Keaton retribuiu o sorriso. Os dois estavam um pouco mais confortáveis um com o outro, ainda que tudo fosse uma surpresa:

—Eu... te abraçaria agora mas, você sabe... meu pai.
—É.. eu sei. Não tem problema.
—Só uma dúvida... você sempre teve sentimentos por mim, ou... aconteceu agora?
—Eu.. acho que sempre tive.
—É, eu é que fui burro e nunca percebi. Na verdade nem eu mesmo tinha percebido que talvez... eu também tivesse.
—Mas acho que, antes de ontem, eu já tinha feito alguns movimentos involuntários, sabe. Sem querer.
—É... eu andei pensando nisso. Lembrei daquela noite na Lan House, quando o assassino deixou o celular da Jill. Você pegou no meu braço de um jeito, que, podia ser medo. Mas também podia ser outras coisas. E na casa dos Stone, quando estávamos naquela rodinha, e a Violet fez aquele comentário... você estava com as mãos dentro da minha blusa, deitado no meu ombro. E, depois me abraçou. Achei que era coisa de amigo.
—Você é meu amigo. Sempre foi. Isso é o mais importante.
—E sempre vou ser.
—Então.. vamos. A gente se fala hoje por Skype?
—É o jeito.

O Homem buzinou, apressando os garotos.

—Vamos, antes que ele tenha um surto.
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Bianca atravessava a rua, afim de evitar Alissa e Juliett que passavam na calçada tomando sorvete. A ruiva a encarou discretamente, lhe lançando um olhar nada contente. A Morena bufou se virando antes que elas chegassem mais perto. Deu uma jogada de cabelo com desdenho, seguindo em frente pela faixa de pedestres. Enquanto atravessava, a voz de Alissa ecoou:

—Cara feia pra mim é fome, viu!

Bianca continuava seus passos, chegando ao outro lado da rua de nariz empinado, fingindo não se importar com o comentário da ruiva. Poderia voltar e dar o troco, mas com a mãe dela ali ao lado e Juliett, que sempre fazia escândalo, isso não era uma boa opção. Fez de conta que não as viu continuando seu caminho quando sentiu uma vibração em seu bolso. Ainda andando, tirou o celular do bolso de trás vendo a mensagem que recebera de um número desconhecido:

—"Você será a notícia mais quente da cidade, CNN".

Bianca fitava o celular desconfiada. Se virou para trás vendo Alissa e Juliett se afastando. Para ela, uma das duas mandara a mensagem. A Morena esperaria até o momento certo de revidar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Por favor, comente o que achou. Essa "calmaria" não parece certo. Quem será o próximo a morrer? Sexta-feira tem mais galera, E nessa sexta, começa a última rodada do segundo ato de capítulos. Depois, na outa semana, será a finale. Com massacre final e revelação do assassino. Serão 5 capítulos consecutivos de finale. Até mais galera!



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