Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 1
Piloto


Notas iniciais do capítulo

Só um gostinho do que está por vir. Este primeiro capítulo, bem á moda de "Pânico" (Scream) estabelece o jogo antes de conhecermos os devidos personagens. "Qual seu filme de terror favorito?" Por favor, comente o que achou, adoro responder os comentários e aceito críticas construtivas.



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Era noite, um pequeno e redondo lago calmo parecia dormente. A Casa marrom dando aparência de ser feita toda de madeira envernizada por fora quase parecia ser uma parte natural do local, se não fosse pelo luxo da grande residência, que a destacava como ouro sobre a terra. A Frente, contava com uma varanda espaçosa e uma grande janela retangular, que era quase que completamente do tamanho da fachada da casa, quase indo de ponta a ponta. Era possível ver todo o interior, ainda mais agora, com as cortinas escancaradas. Atrás dessa janela, estava ela. Observando a noite, a ampla visão que se tinha das estrelas, do lago, da pequena estrada de terra á esquerda, retinha, que daria nos grandes portões que davam acesso a casa. Não se dava infelizmente para ver as corujas entre as árvores, mas era possível ouví-las. Ela estava de pé, observando a calmaria com aquela cara de tédio infeliz que sempre fazia, olhando para o topo das escadas de 5 em 5 minutos, atenta para qualquer ruído, choro, ou tosse que pudesse vir das crianças, essas que dormiam. Além da preocupação de acordar os pirralhos, havia também o inferno de seu celular que insistia em apitar toda hora, indicando mensagens de Steve. A Cada notificação, era um pedaço da unha que ela roía, se recusando a prestar atenção no namorado, ou melhor, Ex! "Namorado" é um termo que ela não usará mais para ele, não mesmo! Apreensiva, coçando a cabeça de minuto em minuto, não sabia se rezava para que o Sr. e a Sr.a Mcambridge chegassem logo de uma vez, ou se aproveitava a ausência deles para dar uma olhada nas gavetas... Ver que tipo de jóias, colares, ou vestidos a coroa usava. Mas ela não saía do lugar, a janela e a vista, sem motivo algum a seguravam.

Seu nome é Jill. A Garota antes adorada, hoje abandonada, trabalhando nesse lixo de emprego de Babá, ainda empacada nessa "infortúnia" cidade do interior do estado de Ohio, Ashville, uma cidade modesta cercada por montanhas e de bastante altitude. Costumava pensar que Ashville era como um "Circo que nunca pega fogo". Não adianta o quão atrativa e bonita, nada de interessante realmente acontece. Até mesmo os poucos turistas que surgiam, Jill se controlava para não apostar 100 dólares de que eles todos morreriam de tédio e voltariam correndo ás pressas para casa após 24hrs. Ela respirou fundo tentando manter calma, quando sua atenção fora movida novamente ao celular, estava tocando, vibrando sobre a mesinha de centro. O Toque era uma música da Rihanna, "Don't stop the music", o que significava que não era Steve, só podia ser Anna! A Menina cruzou os braços, decidindo entre atender ou não... mas não conseguia segurar o impulso. Saiu da frente da janela e se pôs a atender catando o celular:

—Alô?
—Oi... Jill?
—Oi Anna, fala. -Respondeu um pouco seca.
—Oi miga... como você tá?
—Pior impossível.... -Respondeu Jill já com a voz trêmula beirando o choro.
—Ai meu Deus... aconteceu alguma coisa aí?
—Não... Não, aqui tá tudo bem. -Respirou fundo - É Só.. o ódio mesmo. Eu cheguei num limite que se eu ver a cara de alguma daquelas vagabundas eu vou ter um surto e Deus sabe o que eu sou capaz de fazer!
—Ai.. calma.
—Não me mande ter calma!
—Tá... desculpa..
—Não, desculpe digo eu. Eu estou tão nervosa, que acabo descontando nos outros.
—Eu sei. Relaxa.
—Então...
—Então?....
—Ué, você me ligou pra falar alguma coisa, não foi?
—Ain.... quer mesmo saber?
—Claro! Vai, não fica com medo não, desembucha.
—Então, o Steve me ligou.
—Ai.... quando?!
—Agora a pouco... ele tava falando um monte de coisas sem sentido, eu não entendi nada.
—Tipo o quê?
—Ah, tipo "Ai fala pra Jill parar de frescura, que eu estou do lado dela não importa o que aconteça" e aí depois ele falou "É melhor juntos"....
—Sim, tá bom. Já entendi o que ele quis dizer.
—E... você quer que eu dê algum recado pra ele?
—De jeito nenhum. Eu já disse pra ele que ele não presta pra nada. Porra, você sabe o que aconteceu naquela festa, a pessoa não tem noção nenhuma e vai estragar tudo logo agora?
—Eu sei que ele tava te ajudando, e você tava bem nesses dias, você só não me contou o que ele fez.
—Ah nem queira saber, sério.


Jill ajeitou o cabelo e se deitou no sofá grande de couro ao lado da grande janela que ficou parada durante vários minutos observando a noite. Anna ainda puxava papo no telefone.


—E amanhã? Você vai pro colégio?
—Não sei. Querer eu não quero. Se eu puder evitar todo mundo amanhã, melhor ainda.
—E a polícia, o que disseram?
—Ah... merda nenhuma que ajudasse. Pra falar a verdade eles nem acreditam na história.
—Putz.. e sua mãe?
—Até parece que eu falei alguma coisa pra ela, ela só me culparia.
—Por que você não tentou falar, sei lá, conversar com as meninas sobre isso?
—Mas nem morta, Anna! Você tá brincando neh? A Culpa de tudo isso é delas! Eu hein.
—Ok, melhor encerrar esse assunto.
—É... é melhor mesmo, Amiga.

Uma pequena pausa se deu na conversa, e Anna retrucou:

—Ai meu Deus!
—O que foi, Anna?
—Jill, o Steve acabou de me mandar uma mensagem. Falou que vai te ligar e que é pra você atender.
—Pode mandar ele ir tomar naquele lugar, não vou atender essa merda.
—Vesh, falo isso mesmo pra ele?
—E por acaso estou te impedindo?
—Ai não vou falar isso... tá, vou falar isso, mas com jeitinho....
—E vem cá, por que do nada você mencionou as meninas?
—Jill, você sabe porque.
—Não, eu sei. Você é amiga delas, por mim tudo bem. Mas eu não tenho que me misturar também. Tipo, se você fizesse o favor de largar mão dessas piranhas, eu agradeceria, mas, você faz o que você quiser, não vou detonar minha amizade com você pelo fato de você falar com elas, Ainda mais porque você nem tava lá no dia.
—Sim, eu entendo. De coração, eu só quero que você fique bem. E sinceramente, qualquer alternativa que possa surgir pra resolver esse problema, mesmo que isso signifique você falar com elas, e elas pedirem perdão, sei lá...
—Perdão?...
—Tá, esquece o que eu falei...
—Não.. relaxa.... Anna, tá tudo bem.
—E as crianças?
—Dormindo. Pelo menos. Estão lá, mega desmaiadas.
—Jill, me fala que você não colocou sonífero no suco delas...
—Dessa vez não heheh....
—Você é horrível...
—Eu sei. Espera só pra ver o que eu vou fazer.
—Do que você está falando?

A conversa fora interrompida pelo celular de Jill que apitou:

—Só um segundo, Anna.
—Okey.

Jill olhou pra tela do celular, mostrava que Steve estava ligando:

—Espera só um pouco Anna, eu vou dar um fora no Steve aqui.
—Estou no aguarde....

Jill colocou Anna na espera, atendendo Steve, que parecia ofegante:

—Jill, por favor, deixa eu falar.. -Disse o rapaz, num tom de quem implora.
—Eu não quero ouvir.
—Por favor, só me escuta!
—Vai pro diabo!

A Garota desligou na cara dele, jogando o cabelo pra trás se ajeitando no sofá, se esticando ainda mais, contente consigo mesma, já abrindo um sorriso, enquanto ia voltando a conversa com Anna.

—Ai, amiga, você tá aí?
—To aqui, Jill.
—Já me sinto melhor. Que inferno. Ele não sabe que eu estou trabalhando de babá nos Mcambridge hoje, não é?
—Não, por quê?
—Ah.. por nada. Só que seria constrangedor se ele aparecesse aqui, só isso.
—Imagino. Bom, miga, odeio dizer isso mas vou indo dormir. A gente se fala amanhã.
—Tudo bem..
—E se você não for pro colégio amanhã, eu passo na sua casa depois
—Okey, beijos sua vaca.
—Ha ha ha ha... maldita. Beijos!


Jill desligou o telefone, sorrindo.

Do lado de fora, corujas piavam, e vagalumes pareciam dançar perto do lago. Era uma noite quente, muito agradável, do tipo que nem mesmo um casaco leve era necessário. Jill já estava bem á vontade de regata vermelha, Jeans e All Star, de frente a geladeira, decidindo o que ia devorar... Os Mcambridge sempre diziam que ela podia comer o que quisesse, e francamente, era isso que ela fazia. Mas ali não tinha nada que realmente abrisse o apetite... Com desdenho, ela fechou a geladeira, abrindo o Freezer e logo o sorriso apareceu:

—Ui.... vem pra mamãe...

—Disse ela pegando um pote de sorvete de Creme, colocando-o embaixo do braço enquanto abria a gaveta, escolhendo a maior colher que visse pela frente. Botou a colher na boca, empurrando a gaveta de volta com o joelho e dando meia volta, retomando seu caminho até a sala.

Chegando na sala, Jill se atirou no sofá, deitando esticada com o pote de sorvete no colo, abrindo o mesmo e enterrando a colher, que vinha cheia até sua boca. Mal saboreava o sorvete em paz, quando o celular começou a tocar. De boca cheia, Jill pousou a colher de volta no pote, tentando engolir o sorvete o mais rápido o possível para atender. Esticou a mão pegando o celular, e o visor indicava "Número desconhecido". O toque dessa vez era o toque comum de telefone, nada personalizado:

—Steve.. se for você... -Disse a si mesma antes de atender.

Deslizou o dedo na tela atendendo a ligação revirando os olhos:

—Alô?
—Ahm.... Alô? -Respondeu uma voz masculina do outro lado, era uma voz jovem, porém um pouco áspera, meio rouca.
—Steve, já disse que eu não estou afim de conversar com você.
—Quem é Steve?....
—Ahm.. com quem você quer falar?
—Com você mesma...
—Então, me diz quem você é.
—Por que a pressa?
—Porque eu realmente não estou com vontade de conversar com ninguém no momento.
—Tudo bem, mas eu não falaria nesse tom se fosse você.
—Escuta, eu estou trabalhando, e você está me atrapalhando, estou ocupada.
—Ha ha... não está não...


Jill sentiu um calafrio percorrer seus ombros, se sentou colocando o pote de sorvete na mesinha de centro:

—Ah é? Não estou?...
—Não. Até onde eu sei você está afogando as mágoas não fazendo absolutamente nada, a não ser parecer um pato sentado.
—É Mesmo? E o que você sabe? Acho melhor você assumir logo que ligou pro número errado, senão a coisa vai ficar feia, meu amigo.
—Feia? hahaha... essa é a sua situação.
—Como assim?
—Você ainda nem olhou as crianças....


Jill levantou do sofá num salto. Trêmula, preocupada. Olhando em volta naquela casa vazia e silenciosa. Decidiu manter o tom sério e debochado no telefone, mesmo que suas emoções no momento mandassem que fizesse o contrário.

—E como você poderia saber? -Disse ela num tom firme, bancando a corajosa.
—Me diz você... "Jill"...
—Quem é você e como sabe de tudo isso?
—Eu não sou ninguém.
—Bem, então é o seguinte, "Ninguém".... quando "Ninguém" liga, NINGUÉM atende! Boa noite pra você.
—Tem razão, mas você também é ninguém Jill... na verdade, em poucos momentos você não sera nada além de ossos enterrados a sete palmos do chão.
—O quê?! Isso é uma ameaça? Espero que pelo seu bem, isso seja uma pegadinha.


Jill chegou próximo á lareira, pegando o atiçador, completamente desconfiada do ambiente, atenta a qualquer sombra ou movimento:

—Não vai falar nada? Eu vou chamar a Polícia...
—A Polícia? Ela não ajudou você quando precisou não é mesmo Jill? Até onde eu sei, a polícia é a última coisa da qual você quer chegar perto, dado ao que você tem feito... Sim... eu sei!


A Menina engoliu seco:

—O que você quer?
—Oh... eu quero fazer um jogo..
—Eu não sou criança.
—E eu adoro brincar... principalmente com facas. Ainda mais se isso incriminar você.. imagine, o Sr. a Sr. Mcambridge chegando em casa, achando seus filhos mortos e você desmaiada ao lado coberta de sangue, com uma faca nas mãos... humm.. não seria bom Jill, levar esse fardo...
— Você é louco... não vai tocar nas crianças, só por cima do meu cadáver, seu desgraçado.
—Por cima do seu cadáver?... Gostei da sua maneira de pensar..
—Você é louco. Eu vou desligar.
—Se você desligar o telefone vão precisar de uma arcada dentária pra identificar seus restos!
—Para de me assustar!!
—Assustar?.... você ainda não viu nada... a casa silenciosa, a babá indefesa... um louco á espreita. Perfeito cenário de terror, não acha?
—Vai se catar..
—Falando nisso, qual seu filme de terror favorito Jill?
—O Que isso tem a ver?
—Só quero saber... como você gostaria de morrer...


Jill deu risadas, eram risadas debochadas, para disfarçar o medo extremo que se encontrava, mas não podia perder a pose! Não agora!

—Bem, meu filme de terror favorito, otário, é "Halloween".
—Curioso, não? É um filme sobre um psicopata mascarado que assassina babás... isso vem muito a calhar no momento.
—O que quer dizer?!.....
—Acho que vamos descobrir juntos.
—Quem é você?!
—Neste momento. Estamos no seu filme de terror preferido Jill. Eu sou Michael Myers, e você é a Jamie Lee Curtis... Boa sorte!


Ele, seja quem for, deligou o telefone. Jill gelou de medo. Ainda com o celular em mãos, discou 911, e ficou esperando.... chamou.... chamou...

—Emergência, em que podemos ajudar? -Disse uma voz feminina do outro lado.
—Oi, meu nome é Jill Hardesty, e estou sendo ameaçada de morte.

A Garota encostou a cabeça no ombro, segurando o telefone, enquanto ia em direção a janela.

—Ameaçada por quem, senhora?
—Eu não sei, um cara me ligou e começou a falar um monte de coisas esquisitas, acredito que ele está me observando.

Ela foi até a ponta da enorme janela de vidro, puxando a cortina, andando até a outra ponta para cobri-la por inteiro, quem quer que a observasse do lado de fora, não poderia mais vê-la do lado de dentro.

—E onde você está?
—Estou na estrada depois da ponte, Rua Blue Lane, Nº 1996.

Neste momento, houve uma batida vinda do andar de cima. Jill virou o olhar em direção as escadas com o susto:

—A Senhora é residente? -perguntava a atendente.
—Não, eu sou a babá. Estou cuidando de duas crianças.
—Ok, aconselho que fique com as crianças.


Jill passou a cochichar:

—Eu ouvi barulhos no andar de cima agora mesmo... não sei se foi uma das crianças ou se "Ele" está na casa.
—Mantenha a calma, estou mandando uma viatura.
—Obrigada.
—Acione o alarme, você tem o código?
—Tenho sim....
—Okey, aqui consta que essa é a residência de John Mcambridge, correto?
—Sim
—Eu vou confirmar agora com o Sr. Mcambridge, a viatura chega em 10 minutos.
—Muito, muito obrigada.
—Não saia daí, Jill.
—Eu vou tentar...


Jill desligou o telefone. Quando outra batida se deu no andar de cima, seguido de um grito, era com certeza uma das crianças!

—Ai droga!

A Garota enfiou o celular no bolso segurando firme o atiçador de Lareira, correndo em frente pela sala em direção as escadas. Em passos rápidos, subia os degraus com agilidade incansável, nada a pararia. Mais um grito, era do Garoto!

—Eu estou indo!!! -Gritou Jill na tentativa de acalmar as crianças.

Degrau após degrau ela não poupava esforços, chegou no topo das escadas suando frio, dando de encontro com as duas crianças, um menino e uma menina, de pijamas aos prantos, Charlie e Elizabeth, que a abraçaram com força:

—Eu estou aqui!! Estou aqui, o que aconteceu? -Disse ela se abaixando, ficando na altura deles.

O Garotinho, aos prantos, respondeu:

—Tinha alguém... no nosso quarto....
—E ele ainda está lá?


A crianças responderam sinalizando um "Não" com a cabeça.

—E onde.. onde ele está, agora?!...

Charlie e Elizabeth gritaram em pânico, apontando para trás de Jill, que se virou rapidamente e pode ver uma figura mascarada parada atrás de sí, no topo das escadas. Estava todo de preto, encapuzado da cabeça aos pés, portando uma grande faca de caça, mas o detalhe mais apavorante, era máscara. A Boca grande, oval e deformada, acompanhada do resto do formato daquele rosto, como um esqueleto derretido, algo parecido com o do quadro "O Grito".

—Corram!! -Gritou ela.

E assim as crianças obedeceram, passando a toda velocidade, berrando no corredor indo de volta ao quarto, Jill se levantou a pressas fazendo o mesmo, acompanhando os pequenos enquanto a figura mascarada vinha correndo sem parar em sua direção com o punho levantado portanto aquela faca reluzente. Os passos eram como rápidas e incessantes batidas no piso de madeira, Ele estava chegando perto, provavelmente os alcançaria. Em toda sua vontade de sobreviver, Jill empurrou com toda a força as crianças para dentro do quarto, sem nem ao menos se preocupar se as machucaria. "Dane-se, elas vão me agradecer por isso depois!" -Jogou as crianças para frente, lançando-as para dentro do cômodo, entrando de uma vez, lançando a porta com tudo para que se fechasse!

Isso seria o fim do pesadelo, porém, o braço do mascarado passou pelo vão, segurando a porta pouco antes dela fechar, na mão dele, estava a faca. Jill usou todo o peso de seu corpo com as costas, se jogando contra a porta, tentando de todo jeito impedir que o psicopata adentrasse. Empurrava a porta com as costas, segurando com as duas mãos o atiçador de Lareira. A mão esquerda do maníaco, que estava para dentro, se atiçava sem parar! Ele jogava o braço para a direita tentando a todo custo esfaquear Jill, que gritava:

—Ah!!! Ah!!! Sai daqui!!!


A Faca parecia chegar cada vez mais perto, os golpes por enquanto atingiam apenas o ar, mas por quanto tempo tempo?

—Vão! Saiam pela janela!!!

As crianças, aos berros, obedeceram, correndo em direção a janela, abrindo-a com agilidade. O Garoto passou por ela facilmente, ficando em pé no telhado, logo, esticava o braço para ajudar irmãzinha, que não hesitava nem um segundo.


—Ai caralho!!! -Jil continuava berrando tentando travar a passagem do assassino.


Uma grande pancada na porta de deu, o Mascarado com certeza jogara seu corpo contra a mesma, que bateu contra as costas da garota que fora lançada para frente com violência caindo de bruços no chão!

—Ah!!!

A Porta se abriu completamente com o golpe, Jill ainda estava se levantando ficando de joelhos, com os cabelos jogados contra o rosto, suando frio de nervoso esticando a mão pegando sua arma de defesa que caíra próxima de si.

Em passos largos e pesados, a figura se aproximava, Mas Jill decidiu ser mais rápida, Virando-se agilmente, lançando o braço que segurava o atiçador de lareira para trás, acertando uma bom golpe mais ou menos na coxa do inimigo, que se curvou recuando, em seguida, levando um tombo. O Mascarado caiu para trás ficando no vão da porta, com as pernas para dentro do quarto e o torso no corredor. Pouco importava se ele estava inconsciente ou não, ela tinha de fugir!

Ela se inclinou para frente ao correr, passando até a cintura pela janela, completamente debruçada quase de cabeça para baixo, tateando o telhado, pousando ali o atiçador de Lareira. Se jogou mais para frente, até seu peito encostar na superfície, e então, rapidamente recolheu as pernas. "Que sorte!"- pensava ela, tinha conseguido passar sem que ele a pegasse. Se levantou ofegante, percebeu que estava suada e o coração aos saltos. Olhando para dentro do quarto, viu que a figura não estava mais caída ali, havia desaparecido! Sem pestanejar, segurou a borda da janela, fechando-a com força!

—Crianças?!


Jill se abaixou para pegar o atiçador de Lareira, recobrando a postura ereta, olhando em volta e entrando em desespero ao não ver os pirralhos. Ali não era muito alto, o telhado era inclinado, tinha que tomar cuidado para não escorregar. Devagar, deslizando as costas na parede, ela dava passos de lado, torcendo para que não caísse. Olhando para baixo, podia ver o gramado, e pequenos vultos correndo furtivamente para a parte de trás da casa.

—Ai merda!! Crianças!!!

Durante este pequeno surto de desespero, Jill perdeu o equilíbrio, dando um passo em falso, seu corpo despencou na superfície do telhado, rolando e rolando sem parar até que não houvesse mais sobre o que estar em cima. Em poucos segundos, ela já passara da beirada caindo tendo seu impacto contra o chão.

—AH.........

Um gemido seco de dor saía de sua boca... que estava aberta enquanto a garota tentava recobrar o fôlego, havia caído em cima do próprio braço direito. Uma sorte ele não ter fraturado, mas pela dor, com certeza deslocou o ombro. Mantendo o braço junto de si, encostado no peito, ela se levantou com o apoio da outra mão. E nem precisou pensar muito para que seus passos desesperados, ainda que mancos, a levassem na direção em que vira os pequenos indo. Os cabelos já grudavam na testa devido ao suor, e a dor era intensa, mas ela não desistiria! Virou a esquerda dando de frente com a varanda de trás da casa:

—Charlie?.... Elizabeth? -Cochichou.

Não houve resposta. Estava um silêncio mórbido. Naquela parte de trás da casa, haviam apenas árvores, que davam para um mata fechada. As sombras eram enganadoras, e sinistras, um pio de uma coruja lhe despertou alerta, fazendo com que Jill levasse seu olhar para todos os lados, temendo até que sua respiração lhe entregasse. A sua frente, havia 4 degraus, que davam acesso a varanda. Foi em frente, subiu lentamente, tentando não fazer muito barulho, embora isso fosse praticamente impossível, a merda da madeira rangia a cada passo. Curioso era a expressão no rosto dela, não era exatamente de medo, era mais próxima do ódio. Foi indo em frente, vagarosamente, atenta a qualquer movimento, seja das crianças, ou daquele que tentava matá-la. Será que as crianças estavam embaixo da varanda? Ou atrás de alguma árvore?....

Antes que pudesse tomar alguma atitude quanto a uma dessas alternativas, pensou em pegar o celular, passou a mão na coxa, na altura do bolso.... e para seu espanto, ele não estava lá!

—Não acredito.....

Meteu a mão no fundo do bolso, com se por algum milagre o aparelho fosse aparecer magicamente ali. Não havia nada. Atrás de si, deram-se quatro batidinhas agudas. Era na janela! Jill se virou esperançosa, mas, tudo o que via era a cortina, tampando a vista de dentro. Se inclinou para tentar ver se era uma das crianças, quando de repente, a cortina fora puxada! Revelando a figura mascarada!

—Ah!!!! -

Jill deu um grito de pavor, enquanto o psicopata mostrava que em sua mão, estava o celular dela.

—Filho da puta! -Exclamou a garota se afastando

Repentinamene, a janela se quebrou! Váriso estilhaços de vidro se disperçaram para todo lado, Jill teve que fechar os olhos e com o susto, acabou de afastando rápido demais, tropeçando para trás caindo pesadamente sobre o piso da varanda, batendo com as costas no parapeito! Meio tonta, levou seu olhar para cima. Vendo aquela figura negra infernal passar pela janela, firmando o passo na varanda.

Jill se levantou ainda cambaleante para correr, quando ouviu as sirenes da polícia ao longe, provavelmente estavam chegando ao portão da propriedade, no final da estradinha de terra.

—Socorro!! Socorro!! -Os gritos das crianças ecoavam. Parecia que vinham da parte da frente da casa.

Jill, em pé, encarou o psicopata:

—Já era! -Girtou ela

O Assassino pareceu nem se importar, rapidamente, agarrou a garota pelos cabelos, dando um puxão que lhe arrancou um grito de dor na garota, no mesmo segundo, ele jogou sua cabeça contra a parede! Jill deu com a testa num baque e tanto indo em direção ao chão quase que no mesmo momento. Caída, completamente desnorteada, o sangue escorria pela sua testa inundando seus cabelos pelo corte que abrira na pancada.... Ela ainda tentava respirar, e mesmo com a vista embaçada não podia deixar de notar aquela máscara horripilante, que estava sobre si.

O Assassino proferiu um golpe de faca em seu estômago, para impedi-la de gritar..... Engasgada com o próprio sangue, sem chance alguma de exclamar alguma coisa, Jill sabia que era o fim... O Assassino debruçou sobre ela, e seu braço se ergueu.... outra facada estava por vir.... Jill cuspiu um jato espesso de sangue e saliva que respingou pela máscara.... antes do fim... a última coisa que ela conseguiu ver, foi a faca descendo em direção ao seu rosto em um golpe final.....


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! E espero que acompanhar essa história seja extremamente divertida, ou assustadora para vocês. Essa foi só a abertura.