We both escrita por natyL


Capítulo 7
Capítulo 7- Going away


Notas iniciais do capítulo

Oi, meu abelho anda acompanhando, que medo, baita pressão shhshshs, te amo



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Hoje é um dia triste, ao menos pra mim, Parker está indo embora, me sinto estranha demais pra admitir em voz alta, a minha mãe me olha com cara de assustada e eu sempre respondo com um sorriso sem graça. Ela realmente gostava de Parker, o que era novo, ela não era o tipo de mãe que gostava dos 'relacionamentos' em potencial dá filha, não que eu esteja cogitando essa hipótese com ele, óbvio.

Nada é motivo pra se abater, fevereiro está quase aí, vou viajar para Miami, quais motivos eu tenho para ficar assim? Um par de olhos bonitos e um sorriso lindo que não vai ser!

Hoje meus pais, que inventam essa pequena grande queda por aquele rapaz, marcaram uma 'janta' que não é nada janta, vamos comer cachorro quente e eu estou nervosa, tão nervosa que preciso me deitar.

Vou até os fundos dá empresa e vejo aquele paraíso de casal, um colchão de molas mais velho que eu, era um ótimo colchão! Me deitei e em poucos segundos já cai na inconsciência.

Eu juro que não foi de propósito, mas eu acordei na hora certa, a hora em que ele chegou. Ok, sem desespero!

Mas como não me desesperar? Meu rosto está inchado, meu cabelo horrível, cheirava a sono e não tinha escova de dentes ali, tudo certo, cem por cento...!

Eu ainda acho que se eu abrir a boca eu mato o menino, com o bafo de onça que eu tenho é provável.

Apareci na porta e minha mãe prendeu o riso, estava tão ruim assim? Que raiva! 

—Oi, boa noite- disse ao nosso  convidado.

Caminhei até uma cadeira perto dele e sentei, não lembro o momento exato, mas começamos a tocar violão, corrigindo... Ele começou! Eu estava com vergonha, nunca fui boa cantora, mas eu gostava de cantar, então depois de um incentivo dá parte dele eu comecei a cantar, era engraçado como nossa amizade nunca foi tão profunda, mas ali eu sentia que era íntima dele naquele momento.

Estávamos todos conversando e rindo quando meus pais tiveram a brilhante ideia de nos deixar sozinhos, eu juro que ainda sinto o suor e o calor que me subiu,   A primeira coisa que eu pensei foi; Eu não acredito que eles estão fazendo isso!

—Acho que agora eu quero uma em inglês!- eu disse.

—Qual? Não conheço muitas...- ele me respondeu rindo.

—Procura Oceans- pedi.

Ele estava com o aplicativo de cifras aberto no seu celular e enquanto ele procurava eu respirava fundo, eu gosto mais de inglês do que português, sou apaixonada por inglês desde que tinha 5 anos e sempre foi assim.

Ele começou a dedilhar o violão e eu suspirei quando olhei pelo celular e uma mensagem chegou, eu sabia que era de outra menina, tinha um nome, parecido com apelido, e um coração do lado, OK querida, ele não é nada seu, lembra?

Sorri sem graça, ele percebeu, tanto que desistiu dá música, a única coisa que eu queria era não ter visto aquela mensagem, mas não ia ser isso a estragar a última noite de Parker aqui.

—O jantar tá servido!- minha mãe disse.

Olhei para trás e vi a panela de molho, que aparentava estar quente, os pães na mão do meu pai e os condimentos na do meu irmão mais velho.

Eu queria saber o que eles estavam armando e como convenceram meu pai a deixar a princesinha dele sozinha com esse marmanjo, como ele mesmo gosta de chamar.

Depois de comermos eu vi meu pai armar a mesa de ping pong, esportes que envolvem mesa e limites- como uma mesa- não são meu forte, eu iria tentar mesmo assim.

As rodadas foram insanas, eu era muito ruim naquele jogo, eu não conseguia enxergar a bolinha as vezes, Parker riu tanto que pensei que ia convulsionar, mas ele também estava nervoso, eu percebia no jeito que ele segurava a raquete e olhava pra mim, era o mesmo jeito que eu fazia.

O medo de sair algo errado me assustava tanto quanto a ele, medo de acabar encarando demais ou rindo demais, ou exceder qualquer limite.

—Acho que deveríamos ir tomar um banho na lagoa- minha mãe disse.

Foi bem do nada essa ideia que ela teve, simplesmente pensou e falou.

—Eu acho legal!

Eu também nem pensei.

—Vamos então, Mary, pega umas toalhas- minha mãe pediu.

—Eu não vou, quero terminar essa jogada infinita com Parker- meu pai sorriu convencido.

—Infinita, é?- minha mãe riu.

—Vamos pessoas que querem ir- minha mãe disse já saindo.

Eu queria muito que Parker fosse conosco, mas ele parecia estar prestando mais atenção no jogo do que em mim, o que me frustou, tenho de admitir, mas admitir apenas pra mim.

Saímos andando e rindo alto demais, nem sabíamos do que rir, mas estavam  todas determinadas e isso era legal, com exceção do meu irmão, tenho certeza que ele estava lá apenas pela sua esposa. Caminhamos felizes com nosso plano perfeito em execução, ao menos era o que pensávamos, planos sem falha, ou não!

Sabe quando a frase inteira é perfeita e aquele 'se', 'mas' ou 'porém' acaba estragando tudo? Então...

Teria dado tudo certo, se não tivesse começado a chover quando chegamos na esquina. Não molhamos nem o dedinho do pé na água, foi frustante demais, quase tanto quanto aquela mensagem ou a vez que vimos Parker com outra menina, mas por que eu tenho sempre que lembrar de Parker?

Voltamos correndo para dentro e eu pude ver meu pai rir.

—Não foram? Porquê?- perguntou.

—Começou a chover- respondi frustada.

—Ficaram com medo de se molhar?- caçoou.

—Gracinha!- disse entediada.

Ele voltou sua concentração para o ping pong, as partidas se seguiram, eu estava entediada com essa tal ideia de 'jogo infinito', alguém me tira daqui que eu vou dormir de novo!

—Vocês ainda não cansaram de jogar isso?- minha mãe perguntou.

Aleluia, alguém se manifestou.

—O que mais a gente pode fazer?- meu pai perguntou.

Como se não houvesse mais nada no mundo além de duas raquetes, uma mesa e uma bolinha branca ridícula.

—VAMOS JOGAR DETETIVE- minha cunhada disse rápido.

Eu sei como ela gosta de jogar esse jogo, eu também gostava, meu pai não muito, mas minha mão convenceu e Parker... Ele não tinha voz ou opinião ainda no nosso meio!

—Vamos começar...

Ela sorriu pegando um papel para anotar os nomes 'vítima', 'detetive' e 'ladrão'.

—Eu vou colocar nesse aqui 'senhora'- minha mãe disse.

Não existe no mundo pessoa mais louca que minha mãe, ela coloca uma ideia na cabeça, a maioria é insana, e faz.

—Esses são 'senhor', 'velho', 'velha' e 'guria'- ela disse recortando os papéis.

Estávamos em roda, Parker estava no meu lado direito e minha mãe do lado esquerdo, durante esse tempo todo Parker não disse muito, ele apenas ria nervoso, era engraçado, só de lembrar eu sinto pena.

—Vocês sabem jogar?- minha cunhada disse logo após distribuir um papel pra cada um, ninguém disse que não, acho que ela entendeu que aquilo foi um sim, já que: Quem cala, consente.

—Então... Que comecem os jogos!- ela disse e eu ri, louca!


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Notas finais do capítulo

Te amo meu brócolis



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