O amor nasce escrita por The white witch


Capítulo 2
A Feiticeira


Notas iniciais do capítulo

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A noite se abatia sobre a aldeia, um vento frio soprava dando boas vindas a nova estação. Rin estava sonolenta, mas insistia em esperar seu Seshomaru, ela tremia um pouco e não havia comido nada o dia todo, mas esses fatos sequer eram lembrados pela menina. Rin olhou para o céu e rezou em silêncio pela segurança de seu amado e que ele fosse vê-la logo, pois sentia seu coração mais e mais pesado a cada dia que seu silêncio se impunha. Alguma coisa teria acontecido a ele? Finalmente o youkai havia se cansado dela, uma mera humana? Afinal de contas, a vida dos frágeis seres humanos não era nada se não uma rápida sucessão de dias diante da imortalidade dos youkais, ele poderia ter se esquecido completamente de sua existência. Esse pensamento assustou Rin, mais do que a própria morte, a menina não se importava em partir desse mundo, mas, sim, de que o rosto de Seshomaru não fosse a última coisa que ela veria. Depressiva, a menina seguiu seu caminho até a aldeia, sem prestar muita atenção ao caminho, lutando ardentemente para segurar o choro, no entanto, algumas lágrimas insistentes escapuliram por sua face pálida.

Seshomaru estava perturbado além do que poderia aguentar, Rin não parecia bem. Ouviu as batidas desritmadas do seu coração, o cheiro salgado de suas lágrimas, e seus passos incertos. Observou a menina durante todo o tempo em que ela esteve na clareira do bosque, ela não havia se alimentado. Não estaria muito magra para a idade humana? aquele fino Kimono não a protegeria do vento que anunciava chuva. No entanto, enquanto divagava sobre o bem estar de Rin, Seshomaru não parecia acreditar que o corpo sinuoso da menina era desproporcional à sua tenra maturidade, e ao imaginar seu frágil kimono, reviu a imagem dos contornos de Rin marcados pela roupa de seda. Decidiu segui-la e garantir que a garota chegasse salva à aldeia. Seus passos rápidos logo alcançaram Rin, a menina parecia completamente desnorteada e sem direção. As nuvens logo cobriram a lua e sua densidade anunciava a proximidade da chuva, Rin mal parecia notar as mudanças do clima e, de repente, atentando-se, pela primeira vez, onde se encontrava, deteve-se em frente a uma caverna, apoiando-se em sua parede rochosa.

— Rin. 

A menina sobresaltou-se e se virou para ter certeza se era a mesma voz que aguardara com tanto ardor.

— Seshomaru-sama?

O youkai nada disse, mas encarou Rin silenciosamente.

— Pedi aos deuses que trouxessem você para mim, eles me ouviram. Finalmente.

Seshomaru permanecia em silêncio, observando as mudanças evidentes no semblante de Rin, a menina parecia ter se transformado. Ela sorria largamente e sua face parecia iluminada, nenhum vestígio do choro que ainda agora a machucava, seus olhos expressavam paz, amor e devoção. Seshomaru havia vivido tempo suficiente para conhecer profundamente as nuances das emoções, mas nunca havia entendido completamente o que significavam, até que Rin invadiu sua vida. Era essa a palavra certa, Rin simplesmente entrou em sua vida sem aviso e sem ser convidada e agora, representava tanto para o youkai.

— Entre -  Seshomaru disse com voz de comando.

Rin seguiu silenciosamente o youkai, sem nada questionar. Nada mais importava, estava ao seu lado. assim que entraram na caverna, a chuva torrencial caiu sobre o bosque. O barulho das gotas batendo de encontro à rocha acalmava Rin, o interior da caverna estava escuro, Seshomaru sentou-se elegantemente como se estivesse no local mais confortável do mundo. Rin se ajoelhou ao seu lado e os dois não disseram nada, não era necessário. A exaustão finalmente venceu Rin e ela acabou por repousar no ombro de Seshomaru, o youkai sentiu toda a potência do seu perfume, a temperatura do seu corpo e sua respiração ritmada. Ajeitou sua manta felpuda ao redor da menina e deixou que aquele instante os envolvesse, Rin nunca saberia o que se passava no coração do grande youkai. Amava Rin, amava sua fragilidade humana e sua força selvagem, amava a simplicidade dos seus desejos e a complexidade de seus pensamentos, nunca havia conhecido ninguém tão impressionante e tão inconsciente do seu próprio encanto. Seshomaru conhecia bem os sentimentos de Rin, mas o que era o amor de um humano? tão volúveis e errantes eram esses seres, o que era a vida humana? um bater de asas. Rin  deixaria de existir tão rápido quanto o nascimento de uma borboleta. O pânico tomou conta de seu ser, o youkai tentou afastar tais pensamentos, suas garras passeavam pelo pescoço fino da menina. Seria tão fácil matá-la, nada mais do que um simples movimento. O semblante de Rin era tão relaxado e pacífico que desarmou completamente o youkai. Ela confiava nele de um jeito insultante. Ouviu seu próprio nome ser chamado pela menina em seu sono profundo, acompanhado de um franzir de sobrancelhas, ela parecia sofrer. Estaria sonhando?

Lá fora a chuva continuava a cair forte, mas não importava, o mundo não parecia existir naquele momento para certos dois seres muito distintos. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanhar e aguarde o próximo capítulo



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