Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 10
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Os dias seguintes passaram rápidos, Harleen permanecia em seu quarto desenhando, lendo e até mesmo decorando-o. Mesmo com seus óculos tendo ficado no Arkham, ela não precisava deles para uma leitura, mesmo que ficasse com dor de cabeça depois. Ela achava o ambiente muito claro e sem cores fortes, ela fez vários desenhos em caneta permanente nas paredes, eram desenhos felizes como borboletas e notas musicais, apenas para que o tempo passasse mais rápido. 

No 5º dia dos eventos anteriores, Harleen recebe uma nova roupa, um short branco e uma blusa preta com mangas curtas. Coringa ainda estava de "recuperação" pelo tiro que levou, mas seus homens ainda estavam trabalhando - e muito, ao todo foram mais dois assaltos nos últimos 4 dias. Harleen já havia aceitado o fato de que estava bem por ali, ela não faria mais nenhum plano para o futuro, pois ao que aparenta, parecia tudo ir ao lado oposto.

Ela e o Coringa não se viam a dias, desde que ela soube que segundo a mídia ela era sua "cúmplice" e ele lhe disse que a mataria. Mas ela não acreditava nem um pouco nisso, visto que ele levou um tiro por ter ficado para buscá-la, mesmo que seja por motivos egoístas e repulsivos, ele cuidou dela no processo.

Ele estava com mais raiva do que nunca por não poder "participar" dos roubos e mortes que ocasionalmente estavam acontecendo e por um momento ele se arrependeu de ter levado aquele tiro. Ele estava se mergulhando em cada vez maiores doses de álcool, até chegou a atirar dentro do próprio escritório na noite passada, seus homens não viam a hora dele poder sair logo e descarregar sua raiva. 

Todos os dias Harleen perguntava sobre seu estado, e ela sabia que ele estava quase enforcando qualquer um, então preferia continuar no seu quarto. Mas ela sempre se pegava pensando "no que ele estaria fazendo" naquela hora.

Após mais dois dias, ela soube que eles iriam invadir e assaltar um empresa de seguros, e o Coringa iria junto. Dessa vez ele nem passou perto de seu quarto, nem imagino o por que. Após duas horas ela ouviu todos voltando pela porta e o Coringa estava rindo alto, ela se sentiu aliviada de que correu tudo bem e ele estava um pouco mais "calmo", mesmo que isso tenha custados muitas vidas, com certeza.

Ela volta a ler aquele livro sanguinário, ela se divertida enquanto se lembrava de como conseguiu aquele livro.

~

— Eu só estou pedindo um livro — Harleen diz ao homem que estava sempre em sua porta — Tem duas horas que estou olhando para essas malditas paredes! 

O homem parece irritado mas mantem sua pose, ele não tinha permissão de sequer chegar perto dela.

— Verei o que posso fazer. — Ele diz obviamente se controlando

Harleen fecha a porta em sua cara, ele aperta os pulsos de raiva.

[...]

— Um livro? Os óculos dela ficaram no Arkham — Coringa argumenta

— Não sei, senhor. Tinha quase vinte minutos que ela estava batendo naquela porta, eu precisei vir falar com você, ela não se cansa!

— Ela tem sorte que daqui eu não a escuto. — Coringa rosna para si mesmo

As feridas de ambos o impediam de tomar devidas providências. "O problema da tortura, seria tão mais fácil se eu pudesse estalar os dedos e voilá! Saúde perfeita para começar tudo de novo" - Ele pensa enquanto caminha.

Coringa vai até a sala de estar e corre os olhos pela prateleira, mesmo sem ter tantas coisas a serem feitas ele estava lá perdendo seu tempo com caprichos daquela mulher infernal.

— Aqui, leve esse para ela. — Ele diz com um sorriso

[...]

Harleen estava deitada na cama de barriga para cima, observando o teto assim como fez por toda a manhã. Ela escuta duas batidas na porta e rezava para ser algo bom.

— Sim? 

O homem apenas lhe entrega um livro cinza.

— Obriga-...? — Quando ela ia agradecer ele fecha a porta — Grosso!

Ela segura o livro pesado e vai até a cama. Marcha da morte - O Holocausto.

— Só pode estar brincando comigo — Ela bufa entediada

Ela não ia pedir outro livro, pois ganharia como resultado um Joker muito, muito enfurecido. Isso era muito óbvio.

— Okay, não pode ser tão ruim...

~

A Marcha da Morte era o deslocamento de milhões de judeus entre vários campos de concentração nazistas, onde quando parassem de andar ou tentavam fugir eram fuzilados e deixados aos abutres. Esse era um livro narrando esses acontecimentos desumanos. 

— É, eu menti. Isso é mesmo horrível. — Ela diz ao final do livro

Três batidas na porta a fazem olhar para cima

— Sim?

A porta se abre e o homem - que até hoje não sabe o nome - levanta uma capa preta enorme e uma caixa da mesma cor.

— Você vai sair hoje.

— Eu vou? 

— Vai, aqui. — Ele pendura ele na maçaneta da porta e sai, trancando-a

Harleen deixa o livro na cama e se levanta, caminhando até a porta. Ela pega a grande capa preta e se abaixa para pegar a caixa, ela leva tudo para a cama.

Ela puxa o zíper e abre a capa plástica fosca, dentro revela ter um vestido preto com duas alças finas e um decote aberto, atrás uma grande fenda nas costas, ele também não parecia ser muito comprido. Na caixa havia um sapato preto aveludado de salto, não tinha nenhum detalhe. 

— Ah Coringa, o que você está tramando? — Ela diz baixo a si mesma — Que horas é mesmo? — Ela diz alto

— Às 20:00. — O homem diz do outro lado da porta

— Eu não tenho relógio aqui, se puder em avisar com meia hora de antecedência. 

— Eu aviso.

Ela segura o vestido mais uma vez, não poderia negar sua beleza.

(...)

Ela tenta secar o cabelo enquanto se olha no espelho, ela joga a toalha na pia e pega o vestido. O vestido lhe caiu bem apesar que ela o achou um pouco apertado demais na hora em que se abaixou para calçar seus sapatos. Então ela ouve um barulho da porta se abrindo e alguém entrando, ela se ergue.

— Eu espero que esteja pronta, porque... — Ele diz mas se cala ao ver a mulher com a linda roupa

— Coringa, não se entra assim o quarto de uma garota. — Harleen diz séria

— Ops — Ele diz tampando os olhos com os dedos, mas abre um fenda entre eles — Mas é MEU quarto e MINHA garota, agora vamos logo. — Ele aumenta a voz e se vira

Harleen fica envergonhada pelo comentário, pela primeira vez. Não tinha sido um comentário "bonitinho", e sim de posse, mas ela pareceu não ligar. Ela caminha atrás dele observando seu cabelo e sua roupa, não tinha olhos para mais nada ao redor.

 Ao descerem seus homens estavam parados ao redor e todos olharam para a moça, Harleen recuou um pouco para trás e o Coringa percebeu.

— Perderam alguma coisa? — Coringa diz abrindo a capa e mostrando as armas

Todos os homens se dispersam imediatamente, Harleen sorri de cabeça baixa. Coringa lhe estende a mão, Harleen observa e a segura. Ele guia ela até o lado de fora, soltando sua mão. Eles caminham em silêncio pela floresta escura, menos de um minuto eles chegam até o carro.

Coringa abre as portas e os dois entram.

— Não vai ter nenhum assalto a banco, vai? — Harleen diz colocando o cinto de segurança

— Vai ter um jantar com um dos meus fornecedores, o banco Central de Gotham vai explodir. — Ele diz com um sorriso largo, seus olhos briham com a ideia

Harleen se remexe no banco desconfortável com a ideia. Um jantar com um criminoso seria mais perigoso do que um assalto a banco.

(...)

Coringa estaciona frente a um grande restaurante todo de vidro e bem iluminado. Ele desce do carro como se já estivesse acostumado com aquilo enquanto Harleen se deslumbra com a vista. Eles se encontram a frente do carro e antes de entrarem, Coringa oferece seu braço. Harleen entrelaça o dela e eles entram juntos no lugar. Ela sorri silenciosa.

— Ah, Senhor Coringa! É um prazer vê-lo de novo! — Um homem bem vestido para a sua frente — E a senhorita é...? — Ele estende a mão

— Harleen.

— Harley.

Coringa e Harleen dizem ao mesmo tempo, o homem olha confuso para os dois. Harleen estende a mão para ele.

— Encantado. — Ele se aproxima para beijar sua mão

— Eu não faria isso. — Coringa diz sério

O homem a poucos centímetros da mão de Harleen se afasta e sorri sem graça.

— Claro — Ele continua sorrindo sem jeito, Harleen retorna com sua mão e olha de um modo de reprovação para Coringa, que sorri para ela — Vou lhes mostrar sua mesa.

O homem guia os dois até uma grande escada que fazia uma curva perfeita para o andar de cima, ao chegarem as mesas são "privadas" isto é, tem uma cortina em cada espaço. Elas são muito usadas para jantares de reuniões onde se trata de assuntos particulares.

Eles param em frente a uma delas e Coringa sem permissão abre a cortina, se soltando de Harleen. 

— Boa noite, cavalheiro — Harleen ouve Coringa dizendo através da cortina — Hoje eu tenho companhia. 

Ele retorna para o lado de fora e puxa Harleen para perto, ela passa pela cortina vermelha e vê um homem sentado do outro lado da mesa, em um pequeno sofá. O homem se levanta e estende a mão.

— É um prazer. 

— Achei que já soubesse que com meus brinquedos ninguém brinca, Mr. Ottis — Coringa diz sério ao homem, que puxa o braço de volta — Querida? — Ele aponta para o sofá ao seu lado

Harleen se abaixa e quando ia se sentar Coringa a impede e aperta o seu braço com força.

— Era apenas para sair da frente. — Ele diz sério, apertando seu braço mais

Harleen tenta puxar o braço de volta e ele a solta.

— Elas nunca aprendem, não é? — Mr. Ottis tenta parecer simpático ao Coringa, que se sentava no sofá

— Nada que uma boa surra não resolva. — Coringa diz puxando Harleen ao seu colo

Ela se assusta e se senta rapidamente, ela olha ao redor e sente o peitoral de Joker nas suas costas, ambos estavam descobertos.

Ele passa o braço por ela e apoia a mão na mesa, o coração de Harleen começa a acelerar e ela tenta ficar parada.

Instintivamente ela se movimenta um pouco para o lado, pelo desconforto da situação. Coringa se movimenta da mesma forma, aprovando seu movimento. Ela fica parada e imóvel.

— Então, já tem as autorizações? — Coringa puxa a conversa

— Quase todas, faltam duas assinaturas.

— Que seriam...?

Harleen não prestava mais atenção na conversa, na verdade ela só escutava seu coração que batia em um ritmo acelerado quase ao ponto de sair pelo peito. Ela não entedia muito bem porque estava tão nervosa, mas sentir a pele de Coringa nas suas costas e os braços dos dois lados do seu corpo estava começando a deixa-la desesperada por ar.

Felizmente para ela, a conversa não dura mais do que dois minutos.

— É sempre bom fazer negócios com você, Coringa. — O homem diz com um sorriso

— É claro que sim. Mas agora — Ele diz abaixando a mão da mesa até a perna de Harleen que olha para ele — Vamos, querida? 

Ela levanta na hora, se livrando da mão de Joker. Ele sorri ainda no mesmo lugar.

— Tchauzinho Ottis, espero que cumpra sua parte. — Coringa se despede

Harleen dá as costas e sai da cortina respirando fundo aquele ar que parecia muito precioso. Ela logo sente a cortina se abrindo novamente e Coringa aparece ao seu lado, ele segura sua mão a torcendo e apertando com força, Harleen abre a boca com dor e ele se aproxima de seu rosto.

— Chegando em casa a gente conversa. — Ele diz baixo e solta sua mão

Harleen movimenta a mão morrendo de dor e corre um medo em sua espinha pelas suas recentes palavras, ele passa reto por ela sem olha-la e ela corre para acompanha-lo. O que quer que tenha feito o deixou completamente irritado e ele desce as escadas pisando duro.

Ela olha sem entender mas o acompanha, o homem na porta que os guiou se aproxima de Harleen.

— Meu Deus Senhorita, sua mão! Você está bem? — Ele pergunta visto que Harleen segurava ela

Antes que pudesse responder, ouve-se um estrondo e o homem cai direto no chão, Harleen recua para trás e uma poça de sangue se forma instantaneamente ao redor da cabeça do homem, as pessoas ao redor começam a gritar e Harleen olha para frente, onde Coringa ainda estava com a arma erguida em sua direção, por um momento ela pensou que ele iria atirar nela pela raiva em seu olhar.

Ela não sabia se corria ou gritava, o sangue começa a chegar perto de seu sapato e ela dá dois passos para trás. Sem paciência, Coringa vai em sua direção e a segura pelo cabelo, Harleen grita de dor e ele começa a levar ela para fora, onde as pessoas estava correndo. Harleen se debate para sair e ele a joga no capô do carro.

— Entra AGORA! — Ele berra no seu ouvido e vai entrar no carro

Harleen se ergue do capô e não sabia se segurava a mão que foi espremida ou o cabelo que foi puxado, ambos doíam demais. As pessoas corriam e logo a polícia iria chegar, ela vai depressa entrar no carro antes que ele fosse embora ou saísse para busca-la. Se ela corresse, ele provavelmente atiraria nela.

Ela entra no carro e ele acelera com força, dando um soco no volante. Rapidamente o carro atinge 80 km/h e em seguida 120 km/h , Harleen tenta puxar o cinto de segurança enquanto as curvas ficavam cada vez mais perigosas. Ela olha para ele e só há raiva e ódio estampado em sua mão que apertava com muita força o volante.

Ela resolve não dizer nada e seus olhos começar a encher de lágrimas. Se ele não a matou ainda, com certeza seria hoje.
 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥



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