Gabi olhou bem para a menina que estava em seus braços.

 — O que você acha princesinha? Aqueles dois não me enganam. Acho que não demorará a que os seus papais descubram que foram feitos um para o outro – ela afirmou brincando com a menina e sorrindo com prazer.

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 Eles seguiram em direção ao apartamento de Sara. Não era tão distante do seu, porém pelo horário pegaram um engarrafamento que lhes custou alguns minutos a mais do que o de costume no percurso. Ele parou bem em frente ao prédio onde ela morava. Era um edifício antigo de três andares. Ela desceu do carro e virou-se para ele, pousando o braço na janela do automóvel:

 ― Eu não demorarei muito. Você pode subir se quiser e me esperar na sala enquanto me arrumo – era o mínimo que ela podia oferecer por ele ter lhe dado carona até em casa.

 Grissom desceu do carro, acionou o alarme e seguiu junto a ela para o apartamento. Sara pegou as chaves dentro de sua bolsa e abriu a porta. Grissom entrou e vislumbrou uma residência com toque feminino, contudo a decoração era sóbria. Pela pintura das paredes dava para saber que ela gostava da cor roxa. Sara seguiu para seu quarto a fim de tomar um banho e trocar de roupa. Grissom parou diante da estante da sala e através da análise dos títulos dos cds e dos dvds, soube que ela era fã de rock. Havia alguns livros também. Os títulos sugeriam que ela era aficionada por investigação criminal, bem condizente com sua profissão.

A perita Sidle assim que chegou ao seu quarto, retirou sua roupa e seguiu para o banheiro. Ligou o chuveiro e entrou debaixo da ducha. A água estava morna e deliciosa, perfeita para aquele dia frio de inverno. Deixou que a água levasse suas preocupações e receios. Depois de lavar o cabelo ensaboar-se e retirar todo o vestígio do sabonete de seu corpo, saiu do banheiro, abriu seu guarda roupa e procurou por uma roupa confortável para vestir.

Optou por usar uma blusa de alça vermelha com um leve decote em U e uma calça jeans preta, além de sapatos também pretos. Independente da roupa que usasse durante o trabalho ela, e todos os outros peritos devia usar um colete que os identificava como prestadores de serviço da Polícia de Las Vegas, portanto, não era tão importante assim a roupa que estivesse trajando. A não ser é claro, o charmoso homem que lhe esperava na sala de estar. Como os dois iriam juntos para o laboratório, ele a veria em seus trajes de civil. Não custava nada caprichar um pouco no visual.

Quando Sara entrou na sala Grissom não pôde reprimir um olhar de admiração. Ela estava linda! Não importava que roupa ela vestisse, ela sempre ficava linda! Sentiu seu sangue ferver. Tentou afugentar as milhares de ideias maliciosas que estavam surgindo em sua mente. Era impossível. Ela era pura tentação.

― Pronta? Temos que ir agora ou se não chegaremos atrasados – ele propôs tentando por fim aos seus pensamentos impróprios.

― Já estou pronta! Podemos ir – ela concordou, pegou sua bolsa, trancou a porta do apartamento e saiu com Grissom.

Não levaram mais que vinte minutos para chegarem ao laboratório. Como era de se supor adentraram o edifício juntos. Não estavam de mãos dadas, porém quando Grissom e Sara chegaram ao mesmo tempo – Grissom sempre chegava primeiro e bem mais cedo – bem em cima do horário no Departamento, isso levantou a suspeita de Catherine.

A perita loura achou estranho a chegada dos dois workaholicks ao mesmo tempo no laboratório, como se eles tivessem passado o dia inteiro juntos, na companhia um do outro. Ela nem supunha que foi exatamente isso o que aconteceu. Ela estranhou, entretanto guardou o pensamento só para si. Na hora certa interpelaria Grissom sobre esse assunto.

Assim que teve a oportunidade de ficar a sós com seu amigo, Cath disparou sem piedade:

― Você está dormindo com a Sara?