Grissom não demorou muito para encontrar Catherine, a pessoa com quem desejava conversar. Ela se encontrava na sala de autópsia, procurando juntamente com doutor Albert Robbins, alguma evidência na vítima que lhe houvesse passado por alto e que a ajudasse na resolução de seu caso ainda aberto ou que lhe levasse a mais algum suspeito.

  — Oi doc! – Grissom saudou o idoso rechonchudo de gentis olhos azuis e quase careca, o qual conhecia desde que começara a trabalhar no Departamento.

  — Oi Gil – o legista o saudou de volta demonstrando a intimidade que tinha com o recém - chegado.

   Grissom voltou sua atenção para Catherine.

   — Preciso conversar com você Cath – ele informou.

  — Eu cometi algum erro? Alguma coisa relacionada com o caso? – ela indagou com o cenho franzido.

   — Não. É assunto pessoal – o supervisor respondeu.

   O sinal de alerta soou na mente de Catherine.

 — É sobre o que estou pensando? – ela quis saber, embora já suspeitasse do que se tratasse.

 — Não sei o que você está pensando, mas acredito que sim – não havia como enganá-la, pois a mulher diante dele o conhecia muito bem e há muito tempo. Já somavam mais de trinta anos de amizade – Podemos conversar em minha sala?

 — Tudo bem – ela concordou.

 Catherine dirigiu-se ao legista também seu amigo.

— Volto em alguns instantes Al. Vou só conversar com Gil e volto para terminarmos de averiguar o corpo.

— Certo – ele assentiu.

Os dois amigos seguiram juntos até o escritório de Grissom. Assim que entraram Cath o interpelou:

— Muito bem. O que você quer tanto falar comigo que é tão urgente e não pode esperar eu me desocupar?

Ele colocou as mãos nos bolsos. Subitamente não sabia como começar. Algo com o qual ele não estava acostumado. Sempre fora conhecido por sua eloquência e por sua retórica. No entanto sabia que Catherine ia censurá-lo pelo pedido que estava prestes a fazer. E ele não a culpava. Em outras circunstancias, ele faria exatamente igual. No entanto, aquela situação era diferente. Sabia dentro de si que Mae fora um presente dado a ele, para modificar sua vida.

— Gostaria que você me indicasse o nome de uma babá para cuidar de Mae enquanto trabalho – ele disse por fim.

— Gil... – ela nem precisou continuar.

— Eu sei o que você pensa sobre isso Cath, porém não posso levar Mae comigo a todo lugar que eu vá. Não é correto. Preciso de alguém responsável que possa ficar com ela enquanto não achamos a mãe dela – ele explicou.

— Tem certeza de que é apenas isso? – ela o questionou.

— Sim, tenho – ele mentiu para ela pela primeira vez.

 — Então está bem – ela pegou um papel e uma caneta e escreveu nele um nome e o número de telefone e o entregou a Grissom – Essa pessoa é de minha inteira confiança. Você vai gostar dela. É muito responsável e foi ela quem cuidou de Lindsey quando eu mais precisei.

— Obrigado Cath – ele agradeceu ao receber o papel.

Como prometido, Catherine deixou a sala de Grissom, retornando para suas atividades. Gil olhou para o papel que estava em suas mãos. Precisava conversar com a babá indicada por Cath imediatamente, porém, antes disso, queria conversar com outra pessoa. Alguém muito importante para ele.