Julie Waters, dançarina. Desaparecida há seis dias. O suspeito, Haward Delhomme, ligou pra emergência dizendo que não queria machuca-la e depois tentou se matar. Brass o prendeu e o levou pra delegacia, enquanto Catherine e Sara olhavam a casa dele.

O que encontraram? Milhares e milhares de jornais, revistas e tudo que tivesse Julie Waters.

O caso foi pra imprensa. Nos noticiários era só o que se via. Já haviam se passado seis dias e não acreditavam que ela ainda estaria viva, nunca estão. Depois de olharem a casa, Grissom pediu para que Nick e Sara fossem olhar o apartamento de Julie. Assim que fizeram isso, ambos foram ao laboratório mostrar as fotos para Catherine e Grissom. Quando isso estava acontecendo, Catherine recebeu uma ligação de Brass dizendo que Haward tinha se ferido propositalmente enquanto estava sozinho na sala, e deixou um recado com sangue na parede.

Grissom, Sara e Catherine foram até lá. Os dizeres eram “Sinto muito. Eu não queria machucar ninguém”. Enquanto Grissom e Catherine estavam lendo, Haward estava sendo trazido de volta por um policial – ele tinha ido fazer um curativo –, Catherine se virou ao ouvir os passos e se deparou com Haward olhando fixamente pra ela.

Ao perceber isso, Grissom mandou o policial tirá-lo dali e levá-lo para a outra sala. Por conta desse modo que Haward agiu com Catherine, foi Sara quem o interrogou.

— Eu sei que você quis agir certo. - Sara tentou convencê-lo a falar. Brass estava na sala com ela, por segurança. _ Você ligou pra emergência.

Como ele não disse nada e ficou mexendo no curativo, Brass chamou a atenção dele.

— Você acha que vai sair logo daqui? Vai ficar muito tempo.

— Se você me ajudar, eu posso te ajudar. - Sara continuou. _ Já sabemos de quem estamos falando, só queremos saber onde ela está.

Haward mexeu as sobrancelhas e nada disse.

— Estamos te aborrecendo? - Brass indagou, estava perdendo a paciência com ele. _ Você ainda não entendeu que eu tenho a noite toda. Um de nós vai ganhar hora extra e não é você. Então fale pra mim.

— Eu falo. - finalmente ele disse alguma coisa, porém... _ Mas só com a que está na outra sala. A bonita.

Sara o olhou fixamente, mais séria do que já estava, e saiu da sala.

Aquilo era um insulto. Como assim ele só falaria com Catherine? E como assim “a bonita”? Ela não era bonita não?!! Ah, aquilo a deixou nervosa. Queria ver se não tivesse mulher bonita naquele departamento, com quem ele falaria! Ridículo isso!

Catherine então foi falar com ele. Haward disse que falaria onde ela estava se Catherine fosse com ele até o local. A ruiva concordou e levou vários e vários policias e peritos com ela e Haward, além de Grissom, Sara e Nick, para procurar Julie – Warrick estava viajando –, e claro que a imprensa foi junto.

Distante de todos os peritos e policiais, Gil e Sara estavam frente a frente. Vistos de longe, a cena era linda com as cores do céu no fundo.

— O que a gente está fazendo? Isso tem alguma lógica? Agora os suspeitos escolhem os investigadores?!- Sara indagou indignada.

— Bom, todo mundo quer a mesma coisa, Sara. A Catherine parece ter uma pista. Pode ser útil.

— Ah, então você acha que pode ser útil?!

Grissom nada disse, apenas continuou olhando pra ela. O rosto dela ficava lindo com a luz do pôr do sol.

— O que foi?

— Nada.

Andaram por aquele deserto o dia inteiro e nada de acharem Julie. Haward dizia que estava confuso com tanta gente. Era desculpa pra ficar sozinho com Catherine.

Colocaram ele de volta no carro da polícia para levá-lo a delegacia. Nick e Sara se aproximaram.

O carro da polícia partiu e Catherine comentou:

— Bom, pelo menos ficamos um tempo com ele.

— A defensoria pública pode querer soltá-lo amanhã cedo. - informou Grissom.

— Bom, por enquanto não achamos ninguém. - afirmou Nick. _ Alguém já parou pra pensar que esse cara pode ser doido?!

— Até encontrarmos o corpo, ele é a única evidência que temos. - disse a ruiva.

— Nem sabemos se foi ele. - a morena se pronunciou.

— Ah, tenho uma sensação quanto a isso.

— O suspeito também. O único motivo de termos feito essa caçada louca hoje, foi porque ele queria dar uma volta com você. - disse Sara, atiçando a ruiva, mostrando sua indignação. _ Bem estranho.

Grissom apenas observava.

— Olha, eu prefiro buscar a evidência, mas se ela prefere me acompanhar, tudo bem.

O texano resolveu ficar ao lado de Sara, pois concordava que foi ridículo Haward ficar escolhendo que investigador ia trabalhar no caso.

— O chamado de desaparecimento foi feito pra Sara e pra mim! - disse olhando para Grissom.

— Eu sou a mais experiente aqui! - Catherine alterou um pouco a voz, não gostando do comentário de Nick.

Grissom resolveu corrigi-la.

— Ah, eu sou o mais experiente aqui.

— Você quer? - Catherine olhou para Grissom sentindo-se contrariada.

Grissom franziu o cenho.

— Espera aí! Esse caso é de carreira, Grissom. - Nick voltou a falar. _ Eu e a Sara estamos esperando uma promoção. Se trabalharmos nesse caso, ganhamos alguns pontos.

Catherine contra argumentou.

— Eu já trabalhei em casos muito importantes, eu acho que o xerife ficaria mais tranquilo se eu assumisse o comando.

— Nosso departamento é grande, tem lugar pra todo mundo! - exclamou Sara. Sua colega estava se achando demais!

— E nós nunca pediríamos se não fossemos capazes! - Nick concluiu.

Grissom não sabia o que dizer, mas sabia que se Catherine não trabalhasse nesse caso, Haward nunca falaria. Então, assim que levantou a cabeça, olhou diretamente para Sara sem dizer nada.

— Ótimo! - disse Sara decepcionada, e se retirou dali.

Nick, com a mesma expressão, olhou para os dois e seguiu Sara.

Catherine ficou surpresa, porque ele sempre foi legal com Sara e Nick e achou que fosse dar o caso pra eles, mas deu pra ela.

— Você vai me apoiar?

— Eu sempre te apoio.

— Ele queria a mim, e vai ter!

...

No laboratório, Catherine achou melhor não chamar nem Nick, nem sara para lhe ajudar, falou com Grissom e ele concordou em colocar Greg para ajudá-la. O técnico quis saber porquê.

— Olha, eu sei que o Warrick está fora, e a Sara está brava. Que tal pedir pro Nick então?

— Você quer aprender? Pode começar não repetindo os meus erros.

— Está falando do San Braun?

— Eu pisei na bola. Você me ajudou.

— Por isso eu estou aqui? - perguntou com um tom meio indignado.

— Não. Está aqui porque eu quero que esteja.

Greg não se convenceu muito.

...

Mexendo nuns arquivos, Sara resmungava.

— Não acredito nisso...

— Deixa pra lá, somos todos da mesma equipe.

— Nick, o caso é nosso! Você mesmo disse, a nossa carreira depende um caso assim.- jogou os arquivos na mesa e se sentou. _ É perfeito pra nossa promoção.

— Vamos só... procurar a moça, tabom? - Nick não queria demonstrar que estava bravo com a amiga, e tentou mantê-la calma.

— Sabe o que mais me incomoda nesse caso? A Catherine sabe que eu sou capaz.

— Eu também sou.

— Eu escolheria a gente, em vez da Catherine e do Greg, sempre.

— O Greg está ajudando ela??

— Está.

Nick suspirou não gostando, mas mesmo assim não expressou.

— Bom, o único jeito de aprender é indo pra rua. Se o Greg quer ajudar, por mim tudo bem.

Sara o olhou séria.

— Fui meio egoísta, não fui?

— Um pouco, mas eu também estou chateado. A gente sabe quanto o Greg quer sair do laboratório.

— Tem razão, vai ser bom pra ele. Mas com relação a Catherine, eu não mudei.

— Nem eu.

Enquanto isso, Grissom dizia a Catherine o que o xerife havia falado em relação a ela trabalhar com Greg em vez dos outros. Achou meio egoísta da parte dela, porém não disse. Catherine revirou os olhos e disse que sabia o que estava fazendo. Já Nick e Sara continuavam olhando os arquivos.

— Doze garotas desapareceram nos últimos dois anos, dez foram mortas. - informou Sara.

— E quantas eram modelos?

— Só esta. É... Robin Knight. Um vigia encontrou os restos mortais há seis meses. - mostrou a ficha a ele.

— Lavado por chuvas fortes em Furnace Creek. Chegou de manhã pra uma sessão de fotos. Tem uma lista de fotógrafos na agenda. - Nick viu um nome conhecido e olhou para Sara. _ Adivinha que nome está na lista.

— Haward Delhomme.

— Vamos até o áudio e vídeo.

...

Catherine chegou na sala e parou na porta, Nick e Sara estavam olhando o computador e concluindo as rotas.

— Oi!

Nenhum dos dois a respondeu.

— Como está indo?

Sem olhar pra ela, Sara respondeu:

— O caso é seu, fala você.

Catherine levantou as sobrancelhas sem se deixar abalar pela patada de Sara. Ela passou as informações que obteve, chegaram a uma conclusão de quilômetros que Haward andou com seu carro e conversaram sobre Julie ter ou não feito uma sessão de fotos com Haward, pois não encontraram nenhuma foto em lugar nenhum.

Catherine e Greg foram novamente na busca por Julie com os policias e peritos. A encontraram enterrada. Nick e Sara foram pra lá ajudar a desenterrar.

Depois que Catherine foi pra autópsia dela e interrogou Haward duas vezes, alguém a chamou na recepção. Era o irmão de Haward. Ele disse que o fotógrafo lhe enviou quatro rolos de fotos que tirou de Julie e disse para usar aquilo para ajudá-lo se o prendessem. Tinha algumas fotos estranhas de corpo com coisas de carro – dupla exposição –, e Catherine pediu para Archie revelá-las e tentar descobrir se o corpo era de Julie. Enquanto Catherine falava com Archie, Sara apareceu lá pra avisar a ruiva que um cadete achou as coisas de Julie numa lixeira, e terminou com um “Quer que eu chame o Greg?”. Já que ela escolheu trabalhar com seu amigo, não ia querer a ajuda dela pra nada. Mas Sara errou, Catherine percebeu que Sara perguntou aquilo de propósito e disse que não, que ela mesma podia ajudá-la.

Encontraram fotos de rosto da Julie, a agenda dela e as roupas que ela usou pro ensaio. Uma dessas peças era um meia que continha sangue. Catherine disse a Sara que Haward falou que Julie não usava meias quando a orelha dela sangrou, e Sara pra provocar de novo, disse “Acho que o Haward mentir pra você”.

Catherine então foi comprar uma meia pra provar que o sangue veio da orelha mesmo com base no formato da gota.

— 65 dólares? Uh! - Sara achou cara.

— Investimento de capital. Nossa vítima ainda não era um sucesso. A vida dela era correr atrás dele. O cara certo, o jantar certo, e depois disso...

— Jeito difícil de subir na vida.

Catherine a olhou e suspirou. Era alfinetada atrás de alfinetada, mas essa foi sem querer, Sara nem reparou no que disse e como foi interpretada.

— Seu pai já te disse que você era bonita?

— Acho que sim. - Sara respondeu. Sua memória voltou para as lembranças felizes que tinha de seu pai. Sentia falta.

— Disse que você era esperta?

E como!

— Disse. - quis sorrir, mas não sorriu.

— Então você nunca deve ter pensado que seria um fracasso.

Sara balançou a cabeça como se dissesse: éér, pode ser.

— Se todo mundo diz que você é linda...- dizia enquanto colocava as meias. _ ... você pode deixar tudo de lado e viver de um jeito muito perigoso.

Catherine confirmou ao pingar as gotas, que Julie estava usando as meias e que estava de pé quando sangrou.

Archie mandou uma mensagem pra ela avisando das fotos, e Sara foi ver junto com ela na sala da mesa de luz, enquanto Nick estava com o técnico na sala de áudio e vídeo vendo a foto de dupla exposição. Depois de analisar com ele a foto, Nick foi até as meninas contar o que tinham descoberto e as levou pra sala.

Para descobrirem se o corpo na foto de dupla exposição era o de Julie, Catherine pediu para Archie pegar as fotos da autópsia dela para comparar com o corpo da foto.

— Ãhn... Por que não dão uma saidinha?!

Nick e Archie entenderam o recado, mas Sara não quis sair.

— Tudo bem, eu não me incomodo com essas fotos.

— Eu me incomodo!

Sara a olhou nada satisfeita com aquela atitude e sem dizer nada saiu da sala pra deixar a “toda poderosa” fazer o que queria. Enquanto isso ela foi analisar as coisas de Haward na sala da mesa de luz. Depois de alguns minutos, Catherine se juntou a ela.

— E aí? - Sara quis saber como foi.

— As fotos nus não eram da Julie.

— Como assim? Delhomme falsificou fotos de nudez e mandou pro irmão? - indagou confusa.

— A essa altura não ligo pro que ele fez. Achou alguma coisa?

— Nada. Absolutamente nada. Se ele a estuprou com um objeto, não está nessa mesa.

Não demorou muito para Sara alfinetar ela de novo.

— Você quer que eu saia pra fazer isso sozinha?

— Sara, não havia necessidade do laboratório inteiro ver o corpo da Julie exibido no monitor. - foi a desculpa dela.

— Eu e o Nick somos o laboratório inteiro?

Catherine não disse nada.

— Não é isso, Catherine, você sabe muito bem!

Catherine resolveu explicar a situação.

— Vi o jeito como Haward me olhou. Eu ganhava a vida com aquele olhar. Ele me queria, precisávamos dele, eu resolvi me aproveitar dessa situação.

Sara mantinha o olhar fixo nela, séria, muito séria.

— Por mais brava que fique, se estivesse no meu lugar faria... a mesma coisa.

Sara não disse nada.

Depois disso, Catherine encontrou a prova que precisava e conseguiu condenar Haward pelo assassinato de Julie.

Grissom e Catherine viam ele ser preso pelo noticiário, na sala de descanso.

— Parabéns Catherine.

— Tive ajuda. - disse simplesmente.

— Como estão as coisas entre você, Nick e Sara?

— Tudo bem. - ela deu de ombros. _ Somos profissionais.

...

— Sara?

Nick chamou a atenção dela que estava perdida em pensamentos, olhando pro lado de fora da lanchonete onde estavam.

— Ãhn?

— Ainda está chateada? Nós pegamos o cara.

— Mas não do jeito que queríamos.

— Eu sei. Mas pegamos. Isso que importa. Esquece isso, vão aparecer outros casos pra gente. Tabom? - sorriu para ela fazer o mesmo, mas ela não fez.

— Foi injusto.

— Ainda está brava com a Catherine, ou é com o Grissom?

— Com os dois.

“Diga-me que você precisa de mim

Porque eu também preciso de você

A cada dia, uma decepção

Eu só estou tentando me manter sã” ― Lady Gaga