Love Story escrita por Fofura


Capítulo 176
Forget Me Not - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! :')
Cá estamos de volta com esse capítulo nada feliz, nada agradável, porém necessário.
Eu não tenho estruturas para este episódio e GENTE, ficou enorme! Peço desculpas de antemão pra quem não gosta de capítulos grandes, e olha que eu tive que dividir como puderam ver no título. Simplesmente não dava pra colocar tudo num só porque ia ficar estupidamente grande e cansativo. Então vamos ter que adiar mais um pouquinho o sofrimento.
Capítulo dedicado a Bruh, que fez aniversário dia 23. Sei que não é o mais feliz pra se dedicar kkkk mas você disse que não tinha problema em ser esse ♥ Espero que tu e todas gostem ♥
Boa leitura :')



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De vestido decotado, cabelos presos num coque, e salto alto, Sara observava, sentada na mesa que havia reservado, uma comemoração de aniversário de uma galera numa mesa próxima. Era o fim da garrafa de vinho que ela tinha pedido e nada dele aparecer. Não que ele de fato fosse, achava difícil ele aparecer. Obviamente ele não iria, mas estupidamente ainda tinha um fundinho de esperança.

“Agora na maioria das manhãs que eu olho pela janela

Eu imagino onde você poderia estar” ― Bread

Era seu aniversário e estava hospedada em uma suíte no Mediterranean. O dia que completou quarenta anos tinha sido ótimo, sol, piscina, spa, descanso, e agora jantar. Mas ao contrário do que gostaria, estava sozinha. Solteira e sozinha.

O aro, agora prateado, permanecia ainda em seu dedo. Um colar e uma pulseira também prateados davam um charme a mais em seu look. Duas mechas de seu cabelo estavam soltas na frente, do jeito que ela gostava.

O aniversário de Abby foi dez dias antes e Sara mandou uma mensagem pra menina desejando feliz aniversário. Foi com tristeza que a morena não recebeu uma resposta. Abby ainda estava muito brava com ela. Restava esperar mais isso passar.

Sara se encontrava sozinha perdida em pensamentos até que eles foram interrompidos com surpresa, quando uma garçonete apareceu com um pedaço de bolo e uma velinha em cima pra ela.

— O que é isso?- ela perguntou surpresa não obtendo resposta da garçonete que se retirou, mas uma voz conhecida tomou seu lugar.

— Eu dei um tiro no escuro. Por favor, diga que eu acertei.

Ainda surpresa por ver Taylor, o mesmo homem que deu uns pegas no bar, Sara indagou:

— Como sabia?

— Você parece estar comemorando, e eu vi que você estava observando a festinha daquela mesa ali.

— Deus... Está tão óbvio?- ela riu sem jeito. E ele sorriu com esse feito. — Dois garfos?- perguntou estendendo um pra ele, claramente convidando-o a se juntar a ela.

— Claro.- ele aceitou e se sentou. — Não vai comer o bolo de aniversário sozinha.

Sara sorriu.

— Bom, então, eu acho que devo apagar a velinha.

— Quer que eu cante o “parabéns pra você”?

“Ai não, que vexame”

— Não, não, por favor.- imagina que vexame seria. Respirou fundo, fechou os olhos, desejou com força e apagou a vela.

— Que seu desejo se torne realidade.

— Obrigada.- é, ao que parecia, a noite estava cheia de surpresas.

Taylor chamou o garçom pedindo outra taça e mais vinho, mas lembrou-se de perguntar.

— A menos que a festa tenha acabado.

— Ah, não, eu não estou dirigindo.- ela respondeu com certa dificuldade por estar mastigando um pequeno pedaço do bolo. — É um presente pra mim mesma. Um dia no spa, uma noite no hotel, jantar…

— Muito bem.- ele sorriu. — Cuidando de si mesma, você merece.

Ainda surpresa por ele estar ali, e ainda sem jeito pelo mesmo motivo, Sara o observou enquanto o garçom o servia e ele sorriu pra ela, daquele jeito fofo. Não tão fofo quanto Grissom, mas fofo.

Brindaram e Sara quis uma explicação. Ainda estava chocada que ele apareceu na mesa dela do nada depois de duas semanas. O que é? Estava perseguindo ela? Que outra explicação tinha?

— Mas agora é sério, sem joguinhos, como sabia que eu estava aqui?

— Não sabia, sério. Foi coincidência, eu estava no bar e te vi de longe. Não pude perder a oportunidade. Mas olha, pode me expulsar daqui se quiser.- sorriu.

— Imagina.- ela riu. — Obrigada pela surpresa. Está gostoso, come.- ela empurrou o pratinho pra ele e ambos comeram o bolo de aniversário enquanto conversavam amenidades, do mesmo jeito que fizeram no bar, só acrescentando mais coisas e bebendo vinho em vez de cerveja. A hora passou voando e Sara nem percebeu.

Já era dez da noite, estava tarde e por mais que quisesse ficar mais, tinha que parar de beber, mesmo sem dirigir, pra evitar uma ressaca das brabas. Sara precisava tomar seu remédio e dormir.

— O papo está ótimo, mas eu preciso me recolher.- sorriu.

— Você trabalha amanhã?

— Não, me deram folga amanhã também.

— Olha só, a coisa boa de fazer aniversário.- riram.

— Certamente sabiam que eu ficaria de ressaca.- riram novamente.

— Bom, eu te acompanho.

Ambos levantaram e se dirigiram ao elevador. Sara estava deslumbrante, é importante mencionar isso mais uma vez porque eu quero. Enfim. A morena apertou o botão de subir.

— Obrigada. Salvou minha noite.

— Você foi uma melhora definitiva da minha também.- ele respondeu jogando aquele charme quase irresistível.

Sara sorriu de lado, o elevador chegou e ele segurou a porta pra ela entrar primeiro. Sara entrou ainda sorrindo toda tímida.

— Então… qual o seu andar?

— 12.

— 12 pra você, 18 pra mim.- ele falou enquanto apertava os botões.

Se rolou uma tensão sexual ali dentro, não saberíamos dizer, ou talvez sim, mas o fato é que até chegarem no 12, ficaram desviando o olhar do outro totalmente sem jeito, sorrindo de lado, até que ele chegou e Sara não tomou uma decisão muito certa tendo em vista o que estava por vir, ou melhor, não tendo ideia de que sua vida viraria um inferno nas próximas horas e dias.

— Você chegou no seu andar.

— Eu sei…- em vez dela sair, ela ficou. (AI MDS) — Mas, de repente, ficar… sozinha no meu quarto… não parece ser tão divertido.

Taylor ao que parece entendeu o recado. Soltou a porta e subiram pro quarto dele.

— Imagino que as coisas entre você e seu ex ainda estejam ruins.- ele comentou querendo ser o mais amigável possível.

Não tinha ido até Sara com segundas intenções apesar de ter sido pago — coisa que ela não sabia —, jamais faria isso com ela, pois havia gostado dela de verdade.

— Eu não sei nem porquê fiquei esperando que ele aparecesse.

— Bom, você ainda não tirou a aliança, é compreensível que ainda deseje que ele volte atrás no divórcio.

— Ele não vai.

— Eu aposto que foi o que você pediu pra velinha.- ele comentou assim que saíram do elevador em direção ao quarto.

Sara sorriu sem jeito e até triste por esse ter sido realmente seu pedido, tão previsível.

— Bom, de qualquer forma, se não fosse você, esse teria sido meu pior aniversário.

Taylor sorriu.

— Fico feliz em ter ajudado nisso. Ah, nem pedimos comida lá embaixo, só bebemos e comemos o bolo. Podíamos pedir serviço de quarto, o que acha? Está com fome?

— Não muito, mas eu topo, vai ser ótimo.

Entraram, Taylor pediu pra ela ficar à vontade, ele fez o pedido, inclusive descobriu naquele momento que ela era vegetariana enquanto a mesma abria outra garrafa de vinho. Dane-se, era seu aniversário.

Enquanto ele pedia a comida, Sara observava a vista da janela. As luzes de Vegas eram tão bonitas, mas não se comparavam com as de Paris. De repente, bateu uma saudade danada.

— Não sei se já disse isso…- ele interrompeu seus pensamentos e ela se virou para olhá-lo. — Mas você está linda hoje.

Sara corou como um tomate.

— Ah, obrigada. Gentileza sua.- ela então lhe estendeu uma das taças que encheu.

— Dei sorte de te encontrar aqui também. Sabe oq ue isso significa?- piscou em brincadeira.

Sara riu. Ao que parece, tinha feito um novo amigo.

— Besta.

A comida não demorou pra chegar. Eles sentaram pra comer enquanto conversavam mais um pouco e bebiam mais uma garrafa. Conversaram sobre várias coisas, mas quando o assunto Grissom foi mencionado, Taylor não perdeu a oportunidade mais uma vez de jogar seu charme, e quem sabe uma isca pra ver se ela pescava ou se caía em sua rede.

— Olha, com todo respeito, esse cara é burro demais.- Sara ficou surpresa com o que ele falou, não com a jogada de mestre que ela sabia que ele faria. Não era boba. — Deixar uma mulher como você, tão incrível e tão bonita, e que ainda por cima é apaixonada por ele… é muita burrice.

Sara corou, mas concordou.

— É, é burrice. Mas ele sempre foi assim… burro.- riu do que ela mesma disse. — E… obrigada pelos elogios.

— Não há de quê.- ele sorriu, mas ficou um pouco mais sério depois, sem saber como prosseguir sem parecer invasivo ou forçado demais, precipitado. — Olha… Se você quiser, nós… podemos continuar de onde paramos…

Sara imaginou que ele fosse querer avançar ou tocar no assunto mais cedo ou mais tarde. E pela cara de sem jeito dela, ele percebeu que não foi boa ideia. Ela acabou de sair de um divórcio.

— Mas eu não quero forçar, de jeito nenhum, ficarei feliz em ser só seu amigo.

Sara sorriu.

— Muito fofo da sua parte se preocupar em não ser invasivo. Eu não quero nada com ninguém agora, mas a sua amizade eu quero sim, com certeza.

Ele sorriu.

— Legal! Claramente eu não tenho o seu aval para mais um beijo, mas legal.

Riram e foram interrompidos por um apito de mensagem. Sara pegou o celular pra olhar e seu sorriso sumiu. Tinha recebido mensagens de alguns de seus amigos ao longo do dia, nada de estranho, mas essa…

— Quem é?- Sara ficou imóvel. — É seu ex?

— Não achei que ele fosse mandar alguma coisa, já são mais de onze da noite.

— O que ele disse?

— Ah, é só um parabéns… Eu… preciso ir pro quarto agora, está tarde e eu já bebi demais.- sorriu.

— Ah, tudo bem… Quer que… eu te leve até lá?

— Não, tudo bem.- sorriu mais uma vez guardando o celular. — Não precisa.

Taylor então só a levou até a porta.

— Obrigada mesmo por hoje.

— De nada.

Ele não resistiu e lhe deu um beijo rápido. Sem compromisso, como antes.

Sara só sorriu de lado sem impedir o beijo e foi pro próprio quarto. Ao chegar, tomou um banho, vestiu seu pijama, tomou seu zolpidem — mesmo tendo bebido muito — e puff! Capotou.

No outro dia, acordou apenas com uma leve dor de cabeça. Arrumou sua mala, ajeitou o quarto e desceu pra ir embora.

Assim que o elevador se abriu, deu de cara com Greg.

— Sara? O que está fazendo aqui?- ele perguntou surpreso e ela estava mais ainda. Ele estava de colete e com a maleta.

— Saindo.

— Passou a noite aqui?

— Por que está aqui?

— Corpo no décimo oitavo andar, homicídio.

Sara estava com aquele leve pressentimento ruim.

O elevador ia fechando e Greg segurou pra ela sair, mas ela não quis.

— Eu… eu subo com você.

— Não consegue ficar longe né?- ele brincou e ficou ao lado dela pra subir. — A propósito, feliz aniversário.

— Sabia que tinha esquecido.

— Não esqueci, só quis dar pessoalmente.

— Aham, sei. Nick me mandou mensagem.- ela provocou, mesmo ainda sentindo aquela coisa ruim dentro dela.

— Porque Nick é um puxa saco.

Sara sorriu. O elevador se abriu e ambos saíram. Sara deixou a mala na porta, e Greg mostrou a direção. Haviam vários policias e curiosos circulando pelo andar, e cada vez mais que Greg fazia o caminho certinho para o quarto de Taylor, Sara rezava para que não fosse lá. Mas era lá mesmo que estava a fita amarela de “não ultrapasse, cena de crime” na porta. O assassinato foi lá, no quarto onde ela esteve noite passada e o corpo era dele, pode ver assim que parou na porta e viu Nick e David agachados perto dele. Taylor estava morto com facadas no peito.

Sara ficou em estado de choque olhando pro corpo estirado no chão. Entrou em pânico por dentro. Primeiro, porque podia ter impedido que isso acontecesse já que estava lá antes, segundo, que por conta disso ela claramente seria a principal suspeita do crime, pois iriam achar suas digitais no quarto, e terceiro, teria que conseguir provar que era inocente. Fora a possibilidade de todos acharem que ela era infiel.

Estava encrencada. Tinha que falar logo que ela estava lá antes que descobrissem por si só.

— Hey.- Nick a tirou de seu devaneios. — Não estava de folga?

Russell chegou na mesma hora. Sara não respondeu o amigo.

— Preciso falar com você.

— Claro, dá pra esperar?- ele perguntou gentil.

— Não. Não dá.- o desespero estava estampado em sua cara.

— Ok.

Se afastaram um pouco e ela foi direto ao ponto.

— Eu conheço ele. A vítima.- quase sussurrou pra ninguém escutar.

— Como assim conhece?

— Eu fui pro quarto dele ontem.

— Naquele quarto?? Com o corpo?

— Eu estava jantando lá embaixo, ele apareceu na minha mesa, eu fui pro quarto dele e fiquei mais ou menos uma hora.- ela resumiu implorando mentalmente pra ele não pensar besteira. — Não aconteceu nada.- enfatizou.

Russell suspirou.

— Você vai sentar com um detetive, prestar o depoimento e contar tudo, cada detalhe.- ele também enfatizou. Se ela tinha feito algo ou não com aquele cara no quarto, ela teria que contar tintim por tintim.

Sara assentiu, com medo, mas como sabia que não tinha feito nada de errado, estava com a consciência tranquila. Achou que só daria seu depoimento e mandariam ela pra casa. Grande engano, ela sabia que seria suspeita, pelo menos no início.

Enquanto isso, Greg e Nick periciavam o quarto enquanto David checava o corpo, sem fazerem a menor ideia do que estaria por vir. Greg pegou uma taça que continha batom e uma digital, tirou foto e mandou para Mandy identificar, sem saber que Hodges estava com ela e Henry no mesmo local. A arma do crime também não estava no quarto, o que significava que o assassino tinha levado com ele.

Assim que Russell entrou no quarto dizendo que eles tinham um problema, o resultado da digital chegou nas mãos de Greg. A identificação e foto de Sara apareceu.

Nenhum dos dois acreditou naquele resultado até Russell confirmar que ela tinha acabado de falar com ele admitindo que estava no quarto com a vítima, mas que isso não importava porque eles iam fazer o trabalho deles como se fosse qualquer outro.

Nick e Greg trocaram olhares confusos e preocupados.

Por motivos óbvios, Jim não pegou o depoimento de Sara, era conflito de interesses e ele estava fora da cidade resolvendo problemas de sua filha. Não tinha ideia do que estava acontecendo em Las Vegas. O trabalho foi passado para o recém detetive Kevin Crawford, que não foi nem um pouco amável em seu interrogatório.

— Nós saímos do restaurante e fomos pro quarto dele às 22h, eu fiquei só uma hora. A gente conversou… foi só isso.

— Tem certeza? Sua digital estava numa taça, vocês tomaram três garrafas…

— Era meu aniversário.- Sara não gostou do que ele falou, mas manteve a pose.

— Então você ficou no quarto dele por uma hora e a noite acabou, por quê? O que aconteceu?

— Nada…- ela ficou sem jeito por um momento, mas não podia esconder a mensagem de Grissom dele, se checassem as ligações iam saber que ela omitiu esse fato. — Recebi uma mensagem de alguém me dando parabéns.

— “Alguém”?- ele olhou nos registros. — A mensagem era de Gil Grissom. Seu marido, não é?

— Já checou minhas ligações?- ela indagou indignada. Ela era de fato uma suspeita, não podia acreditar!

Ele ignorou.

— Vê a mensagem do seu marido e termina a noite, mas o seu encontro... - ela o interrompeu.

— Ele não era meu encontro!

— O cara…- corrigiu-se. —… como ele reagiu? Ele ficou bravo?

— Por que ele ficaria bravo??- Sara estava perdendo a paciência com aquelas insinuações.

— Você foi pro quarto dele, vocês beberam bastante, ele deve ter pensado que te levaria pra cama.

— Eu não sei o que ele pensou!- respondeu nervosa. — Eu só sei que eu voltei pro meu quarto, sozinha!

— Bom, de acordo com o leitor da sua porta, isso foi às 23h15min. Está correto?

— Está.- respirou fundo ao responder, sem paciência nenhuma. Agora sabia como um suspeito se sentia sendo interrogado por algo que não fez.

— Me fala da ligação à meia noite.

Sara franziu o cenho.

— Que ligação?

— Você ligou pra vítima, 00h04min, do seu telefone pro dele, a chamada durou 8 minutos.

Mas ela não lembrava de ter ligado.

— Não, não liguei.

— Eu chequei suas ligações, lembra?

Sara franziu ainda mais o cenho.

— Eu não lembro dessa ligação, deve ter sido um engano.

— Bom, então, depois da ligação que não aconteceu, o que você fez?

— Eu não fiz nada, estava dormindo. Eu tenho tido insônia então meu médico me passou um remédio.

— Tomou pílula pra dormir? Depois daquele álcool todo?

— É, tomei.- deu de ombros.

— O cartão chave da sua porta diz que você reentrou no quarto às 2h49 da madrugada.

— Crawford, isso é impossível! Eu não saí do quarto!

— Quer ver os registros você mesma?- ele também perdeu a paciência e Sara pegou a papelada pra olhar. Aquilo não podia estar acontecendo. — Vê o problema? É o seu paradeiro da meia noite até as três da manhã.

Sara ficou em choque mais uma vez. Não sabia que explicação dar, estava dormindo, não se lembrava de ter feito essas coisas e não fez! Agora, como provaria?

— Eu não sei como explicar isso, mas estou falando a verdade. Não saí do meu quarto, eu estava dormindo, Crawford.

Ele suspirou.

— Vamos fazer um exame de sangue. Preciso saber o seu nível de álcool ontem.

— Eu não estava bêbada o suficiente pra esquecer das coisas que fiz, e assassinato claramente não foi uma delas.

— Sara, só estou fazendo meu trabalho. Vamos.

Enquanto isso na cena do crime, Greg estava inconformado que Sara não contou nada pra ele, sendo que ela subiu com ele no elevador. Nick o repreendeu dizendo que não queria falar daquilo e que era pra eles focarem no trabalho. Durante todo o tempo que ficaram lá, Nick achou um colar de Sara e Greg achou cabelo dela no ralo do chuveiro. E quando foram analisar a cama, não tinha lençol. Se tivessem feito sexo não daria pra saber.

De volta ao laboratório, quem coletou o sangue de Sara foi Morgan.

— Só um aviso, já faz algum tempo que eu não furo ninguém.

Sara sorriu, sem saber que seria a última vez que sorriria por muito tempo.

— Hodges é o especialista.

— É, mas você não ia querer o Hodges com um objeto pontiagudo agora.- Morgan falou sem graça.

— Como assim?- a morena perguntou e Morgan nem precisou responder, sua cara denunciou o motivo. — Ele acha que eu traí o Grissom.

— Que é a mesma coisa que trair Deus, e pro Hodges foi o que você fez né.- mais uma vez ela falou sem jeito, era um assunto delicado e Hodges não tinha que ter insinuado nada. Os rumores já tinham se espalhado.

Sara ficou puta.

— Então esse é o consenso geral aqui? Que eu traí o meu marido?- ela perguntou com raiva virando para Crawford, não para Morgan.

Claramente eles não estavam preocupados dela estar sendo acusada de um crime, o que mais importava era de fato se ela traiu ou não traiu Bentinho.

— Olha…- Morgan voltou a ter a atenção dela. —… Eu não conheci o Grissom, ele saiu antes de eu entrar. Mas só pelo fato dele nunca vir aqui… eu entendo.

O quê? Até ela?

— Morgan, não aconteceu nada!- enfatizou.

— Tudo bem.- ela sorriu, não estava acusando nem nada do tipo. — A questão é, não a julgaria se tivesse feito.

Sara abaixou a cabeça. Morgan olhou para Crawford e disse que assim que saísse o resultado toxicológico, eles saberiam os níveis da noite anterior.

Crawford saiu e Sara suspirou.

— Isso vai ser um inferno.

— Calma.- a loira tentou tranquilizá-la. — Sei que não fez nada de errado, e vamos conseguir provar.

— Obrigada.- pelo menos uma estava do lado dela, pelo menos uma não lhe olhou torto quando chegou, pelo menos uma não a julgaria por nada que fizesse. A abraçou e depois tratou de ir atrás de Hodges antes que ele espalhasse mais mentiras. Se ele soubesse como tudo aconteceu ficaria menos putinho e não se meteria tanto na vida dos outros, como se mete na dela e na de Grissom desde que descobriu dos dois.

Enquanto isso, no necrotério, Finn chegou quando Robbins estava examinando o corpo.

— Imaginei que fosse bonito pra Sara se interessar.

— Se importa?- disse o legista. — Nós conhecemos essas pessoas.

— E nós somos time Grissom ou time Sara? Quem estamos tentando proteger?

— Não vejo motivo pra não protegermos os dois, obviamente estão passando por uma fase difícil e nós temos que respeitar isso.

Albert acompanhou Gil e Sara por muito tempo, viu quando eles passaram por momentos felizes e por momentos turbulentos, e também viu o quanto se amavam. Essa situação não devia estar sendo nada fácil e queria que tudo se resolvesse da melhor forma possível, pois gostava demais deles.

— Acontece que eu não estava sendo desrespeitosa.- respondeu a loira. — É que parece que as pessoas estão mais preocupadas com a possível infidelidade da Sara do que do fato dela ser suspeita de um homicídio.

O legista viu que ela estava com uma foto na mão e deixou esse fato triste das pessoas daquele laboratório de lado por um minuto.

— É a arma do crime?

— Espero que me diga. É do hotel. Eles tem centenas dessas, mas uma estava faltando no carrinho de serviço de quarto do quarto da vítima.

— Comprimento da lâmina parece estar certo. O cabo é consistente com as marcas da vítima. Tudo o que eu posso dizer sem ter a arma em minha mão.

— Vamos tentar consegui-la pra você.- sorriu e saiu da sala.

Enquanto Finn saía de uma, Sara tentava entrar em outra… mas não foi possível.

— Hodges…- ela ia entrando e ele, brutalmente, a impediu.

— Ah, ah, ah! Não entre aqui! Para este laboratório preocupado, você não existe!!

— Eu sei que você está bravo, mas eu…- novamente ele a interrompeu.

— Pode parecer loucura, mas isso não é sobre meus sentimentos, é puramente prática. Acabei de passar três horas esfregando todo lugar que você possa ter tocado aqui, para eliminar qualquer possibilidade de contaminar as evidências, e se você entrar aqui, eu vou ter que fazer tudo de novo!!!

— Então, não está com raiva de mim?

— Eu não disse isso, eu só disse por que você não pode entrar no meu laboratório.- foi a afastando pra fora sem um pingo de empatia. Grosseiro, insensível. Mas Sara tinha que fazer ele tirar aquela coisa de traição da cabeça pelo bem de seu intelecto e saúde mental. Não queria mais aqueles olhares injustos pra cima dela, não queria julgamentos, nem que Hodges se metesse em sua vida daquela forma fazendo todos se virarem contra ela.

— Mas eu vim aqui te contar o que aconteceu.

— E manchar minha objetividade?- ele perguntou fazendo-a franzir o cenho e depois uma careta quando arrancou a força um fio de cabelo de sua cabeça. — Vamos deixar a evidência falar por si.- fechou a porta na cara dela deixando-a furiosa.

Finn passou por ela perguntando como ela estava.

— Eu não, quer dizer, eu nunca passei por uma situação dessas antes, como é que eu vou saber?!

— Não deixe o Hodges ser um fator determinante.- aconselhou.

— Sabe se Nick e Greg já voltaram? Eu sinto que eu preciso falar com eles.

Quase sempre que Sara estava triste ou precisando de ajuda, ela sabia que sempre podia contar com seus melhores amigos, e sentia-se mal por eles se preocuparem tanto com ela e ela não se abrir com eles sobre o que estava acontecendo. Estava passando por tudo sozinha e era muito peso pra carregar, ainda mais agora que estava naquela situação. Precisava deles como nunca, mas como contaria tudo o que aconteceu? Eles entenderiam o porquê dela esconder?

— Sara, vai pra casa, vai descansar.

— Eu tenho que ficar aqui e ajudar.- Sara não via motivo em ir pra casa e ficar sem fazer nada enquanto sua imagem era manchada por boatos de que traiu Grissom e fortes evidências de que tinha matado um homem. Não podia ficar parada e deixar que aquilo a destruísse.

— Você não pode e você sabe disso. Vai pra casa, toma um banho, cuida de você mesma. É sério, esse é o último lugar que você deveria estar.

Sara assentiu, mas muito triste. Realmente não tinha o que fazer a não ser deixar que seus amigos fizessem o trabalho deles. Mas não era fácil ser ela naquele momento. Finn tinha razão, tinha que ir embora.

— Eu prometo que vamos resolver, tá?

Sara abaixou a cabeça e Finn como uma boa amiga a abraçou para lhe passar conforto. Enquanto estava ali com Sara nos braços, a loira conseguiu observar alguns olhares sobre elas, e aquilo estava irritando muito. Não era nem com ela e estava ficando farta, quem dirá Sara. Tinha que dar um basta, ou pelo menos tentar.

Assim que Sara saiu, claramente aos olhares de muitos, a loira se certificou de que ela não estava escutando e já tinha ido embora, e então perdeu a paciência com aquele povo todo quase gritando no corredor.

— Escutem aqui, seus idiotas!- a grande maioria olhou pra ela de dentro de suas salas e alguns pararam no corredor assustados com a chamada nervosa. — Será que dá pra pararem de olhar pra ela assim?! Como se sentiriam se estivessem no lugar dela?- ela então repetiu o discurso que fez a Robbins no necrotério, pois todos deveriam ouvir. — Estão mais preocupados com a possível infidelidade dela do que com o fato dela ser suspeita de um homicídio, que tipo de pessoas são vocês??

Morgan foi até ela preocupada, ela podia se dar mal se a encontrassem gritando no corredor e chamando todos de idiotas, por mais que merecessem.

— Finn…- ela falou baixo, meio que tentando acalmá-la.

— Voltem ao trabalho e cuidem da vida de vocês!!!

Ninguém se atreveu a dizer nada e as duas loiras voltaram a focar na investigação.

E para Sara, não tinha lugar mais triste agora do que sua casa. Assim que entrou e parou na sala pôs-se a observar cada canto daquele cômodo. Fotografias dela e de Grissom juntos era o que mais decorava o ambiente fora as plantas e os livros. O pequeno piano ainda estava intacto desde a última vez que usaram, a mesinha continha insetos em vidrinhos, tudo do jeitinho que eles gostavam, natural e cheio de lembranças boas.

Suspirou.

Foi pro quarto, tirou a roupa, vestiu um roupão, calçou suas pantufas, ligou o som e a água da banheira pra encher. Enquanto enchia, foi até a cozinha beber um copo d’água. Colocou gelo no copo, e assim que foi encher de água na torneira, ouviu o barulho da lavadora de louças. Estava ligada. Não tinha lavado louça, por que ela estava ligada?

Desconfiada, ela deixou o copo na pia e abriu a lavadora. O desespero só aumentou assim que viu uma única faca lá dentro. A faca que faltava no hotel. A arma do crime.

Seus olhos encheram de lágrimas, só podia ser um pesadelo.

Respirou fundo, não tocou na faca, só levantou, pegou o celular e ligou para Nick e Greg. Enquanto esperava eles chegarem, foi pro banheiro e desligou a água. Ia tomar banho na banheira, uma banho mais relaxante e demorado, mas com essa agora nem dava mais. Estava encrencada. Tomou no chuveiro mesmo, um banho bem rápido, se vestiu e esperou que seus amigos chegassem. Isso não demorou pra acontecer.

Greg foi logo verificar o perímetro e Nick foi dar uma olhada na cozinha.

— E-eu não sei como isso foi parar aí.- Sara dizia enquanto Nick pegava a faca da lavadora. — Eu vim pegar um copo d’água, vi que a lavadora estava ligada, abri…

— Ela já estava ligada quando chegou?

— Talvez, eu não prestei atenção. Nick, alguém quer armar pra mim!!- Sara era puro e completo desespero, e Nick estava estranhamente calmo.

— Quem?

— Eu não faço ideia.- Sara andava de um lado pro outro.

Greg foi até eles com um envelope na mão.

— Eu chequei a casa inteira, não tem sinal de arrombamento.

— Quem mais tem a chave e a senha do alarme?- o texano perguntou a amiga.

— Vocês, Grissom e só. Olha, alguém esteve aqui, e foi provavelmente a mesma pessoa que matou Taylor Wynard.

— É, se for verdade nós vamos achar evidências.

— Como assim “se for verdade”??- ela se alterou um pouco.

— Relaxa! Estamos do seu lado.

— Pois é, só que você tem que nos ajudar.- Sara franziu o cenho. — Lembra que nós somos uma família? Então temos que dizer a verdade sempre.

— Do que está falando??

— Eu achei isso no seu quarto.- ele então mostrou o envelope.

— E o que é isso?- perguntou Nick.

— Fotos.- e entregou diretamente nas mãos dele, sem Sara ver. A morena, claramente não fazia ideia do que era, mas Greg achava que sim. Sara estava com uma confusão enorme no rosto.

Quando Nick tirou as fotos de dentro e viu seu conteúdo, mostrou-se decepcionado.

— O que foi? Que fotos são essas?- Sara não estava entendendo nada e eles não responderam. Ela então arrancou as fotos da mão de Nick e também ficou pasma. Eram fotos dela e Taylor se beijando naquele dia do bar, encostados no carro dela. Alguém, a pessoa que estava incriminando ela, tirou aquelas fotos pra acabar ainda mais com a vida dela. — Que droga é essa??

— Imagino que o Grissom não saiba disso.- Nick claramente falou num tom magoado, pois aquelas fotos “afirmavam” a traição dela.

— Não é o que estão pensando.

— Então é o quê?- perguntou o mais novo.

— Vocês não entendem. Eu…

— Então explica, Sara! O que está acontecendo com você?

— Eu achei que fossem me ajudar, não me julgar como todos os outros estão fazendo!!

— Tenho que te levar até o Russell. Não deve explicações pra mim, deve pra ele. Vamos.

Não adiantava Sara bater boca, não queria contar sobre o divórcio, mas estava começando a achar que não tinha escolha. Se não contasse, tudo ficaria pior pro seu lado.

Já na sala de Russell, os dois sentados de frente pra ele, Sara com a maior cara de culpada do mundo, por não ter contato do encontro anterior e com medo da bronca que ia levar, e Nick sério esperando a bomba estourar enquanto o chefe olhava as fotos.

— Então aqui é você e Taylor Wynard não é?! Não gosto de você mentindo pra mim desse jeito, Sara.

— Eu não menti, isso aí foi omissão.

— Chame do que quiser, eu ainda não gosto.

— Tá, mas isso prova o que eu disse, alguém armou pra mim.

— Sara, você conhecia a vítima. Sabe o que isso parece né?

— Eu não achei que isso fosse relevante com o que aconteceu no hotel.

— Quando conheceu ele? Quando foi isso?

— Isso aí foi há duas semanas, foi a primeira e única vez que estive com ele.- Sara explicava escolhendo bem as palavras e com as pernas até bambas com o que havia se metido. — Mas quando ele apareceu na minha mesa ontem foi uma surpresa total.

— O que está havendo?- perguntou Russell preocupado. — Pílulas, álcool… essa não é você.

— É, e dez horas depois o nível de álcool no seu sangue ainda era de 0.3, e o seu calmante, zolpidem, 0.9ml.

— Isso é impossível! 0.9?? Eu tomei uma pílula de 5ml, não tem como o nível estar tão alto assim depois de dez horas.

Nada fazia sentido pra ela.

Russell a interrompeu.

— A questão não é essa, seu comportamento é o que me preocupa. Você mentiu pra mim, você mentiu pro Nick…- Sara estava de boca aberta, balançando a cabeça, com tudo o que estava ouvindo. Ela não mentiu pra ninguém! — E eu sei que eu não tenho nada a ver com a sua vida pessoal, mas…- agora ela quem o interrompeu.

— Quer dizer de eu ter traído meu marido?- a cara foi um pouco de deboche, até porquê era só disso que o pessoal daquele lugar sabia falar. Russell suspirou e Nick abaixou a cabeça. Sara umedeceu os lábios antes de relevar o que mais lhe doía, se segurando pra não chorar. — A verdade é que… ele não é mais meu marido.- doeu muito dizer isso.

Ambos a olharam surpresos, quase deu tela azul no cérebro de Nick.

— Por quê? O que houve?

— Pergunta pra ele, deve ter sido pelo meu bem.- sua voz deu uma leve embargada enquanto ela olhava pro lado, mas voltou sua atenção para Russell com os olhos um pouquinho brilhantes pelas lágrimas que tentava segurar. — Então… é, eu tenho sofrido um pouco.

— Eu sinto muito.- disse Russell.

— Eu não traí o Grissom porque não estava mais com ele. Se estivesse, claramente não estaria afogando as mágoas num bar e beijando um desconhecido. Todos me olham como seu eu fosse a pior pessoa do mundo sem nem saber o que eu passei.

— Nunca foi a intenção deles, eu sei disso.

— Ah, claro que não.- ela ironizou.

— Sara, você vai pra casa, e vai ficar lá até essa investigação terminar, sem se envolver, entendeu? Se tiver mais alguma coisa pra contar, a hora é agora.

Como Sara não disse nada, Russell pediu que Nick a levasse pra casa.

Enquanto eles falavam com Russell, lá em uma das salas onde a maioria dos tubos de ensaios ficavam e onde onde misturavam solventes, Greg, Finn e Hodges conversavam.

— A faca bate com a arma do crime.- revelou Finn.

— Mas ela não matou ninguém.- Greg defendeu.

Ela também não acreditava que Sara tinha matado ninguém.

— Não é nenhum crime querer uma companhia.

— Eu acabei de analisar o cabelo do ralo do chuveiro.- disse Hodges, o babaca. — Com toda certeza é da Sara.

— Ok, então ela tomou banho. Por que ela mentiria sobre isso?

— Ainda seria mentira se ela não se lembrasse?- perguntou o técnico, aparentemente defendendo Sara, coisa que não aconteceu de fato. — Sara ingeriu uma grande quantidade de zolpidem, um calmante associado a vários tipos esquisitos de sonambulismo.

— É, que nem comer ou dirigir dormindo.

— E depois que isso acontece, a pessoa quase nunca consegue se lembrar do que fez.

— Então você está sugerindo que Sara tomou banho dormindo e que não se lembra?- parecia algo absurdo.

— Eu estou sugerindo que se foi isso, ela pode ter feito outras coisas dormindo, e assassinato pode ser uma das possibilidades.

Finn desviou o olhar claramente preocupada com essa “acusação” e Greg suspirou sem paciência, mas Hodges não calou a boca.

— Aliás, vocês não acham que algum de nós deveria ligar para o Grissom?

— Não.- respondeu Greg, sério. — Um de nós não deveria ligar para o Grissom.

Hodges entendeu o recado e se retirou.

— Sério que ele pensou na possibilidade de Sara ser uma assassina? Não acredito nisso.

— Vindo do Hodges, espere qualquer coisa. Ele ficaria contra todo mundo aqui se o nome de Grissom estivesse envolvido.

— Meu Deus…- Finn estava inconformada.

Saindo da sala do chefe, ainda sob olhares curiosos — o recado de Finn aparentemente não surtiu efeito —, Nick conversava com a amiga.

— Eu queria que tivesse me contado que você e Grissom se separaram.

— Ele é tão reverenciado por aqui, sem chances de eu não sair como vilã.

— Qual é, eu teria bebido com você.

Sara parou no meio do corredor, pois assim que passaram pelo áudio e vídeo, o colar dela estava no monitor, o colar que Edie — a garçonete que trabalhava no Frank’s — lhe deu.

— É o meu colar. Por que o meu colar está no monitor?

— Sara…

— Nick, v-você encontrou meu colar no hotel?

— Sara, você não devia estar vendo isso.

— Nick, me escuta, tá? Eu não usei aquele colar ontem, ele estava na minha casa, no meu quarto.

— Ouviu o que o Russell acabou de dizer, então, calma.

— Apenas me diga: você achou aquele colar no hotel??- perguntou fula da vida já.

— Achei.- ele respondeu também sem paciência. — Agora vem comigo, vem.

Nick saiu andando e Sara ficou parada olhando pro monitor. Sabia quem estava fazendo aquilo. Só havia um motivo para eles acharem justo aquele colar no quarto. Era ele.

— Sara!

— Já estou indo!

Nick a levou pra casa, mas ela não iria ficar parada. Esperou um tempinho e saiu de novo, dessa vez indo atrás de Basderic. O “encurralou” no estacionamento.

— Eu sei que é você, Ronald. Você queria que eu soubesse, né? Por isso deixou o colar.

— Eu não faço a menor ideia do que você está falando.- o sínico respondeu.

— O colar que a Edie me deu porque eu ajudei ela com o mandado.- Sara ia falando e avançando, e ele, recuava propositalmente pra perto da câmera de segurança. — Na época, você vigiava cada passo dela e você viu quando ela comprou o colar pra mim, não foi?- Sara parecia ameaçadora, mas ele não estava com medo, porque claramente já tinha traçado um plano e ia usar isso contra ela também.

— Você não parece nada bem, Sara. Eu acho que ultimamente você tem andado muito estressada. Eu me preocupo com você.

— Você matou ele, Ronald!!- Sara não ia cair nesse papinho furado, era óbvio que ele estava tentando provocá-la. — Por quê?? Por que você fez isso?- ele olhou pro lado querendo sorrir, ela estava se alterando e pra ele, isso era bom. — Por que eu ajudei a Edie?? Por que eu enfrentei você??

— Mas você estava errada sobre mim, Sara.- ele disse calmamente. — Por que você estaria certa sobre mim agora?

— Você ficou me seguindo! Ficou me vigiando! Você tirou aquelas fotos e fez o Taylor ir pro hotel me encontrar!- quase gritou.

— E fui eu que te fiz ir pro quarto dele?- provocou mais ainda. Sara ficou estática. — Eu te forcei a trair o seu marido?

— Fica longe de mim!!!

Ele continuou.

— Falando nisso, você já ligou pro seu marido? Contou pra ele sobre seu dia difícil? Quer saber, vamos fazer isso juntos, eu tenho o número dele aqui na discagem rápida.

Sara perdeu a postura, enfurecida, bateu na mão dele com força jogando o celular pra longe e o empurrou fazendo-o cair no chão.

Ele foi se afastando enquanto Sara avançava devagar.

— Dessa vez você não vai se safar! É uma promessa!

— Vai me bater?- ele perguntou sorrindo. Já não estavam mais ao alcance da câmera de segurança, como ele planejou.

— Eu deveria acabar com a sua raça agora mesmo.

— Vai em frente.

— Vou provar que você é o responsável, e eu espero só ver sua cara de novo no julgamento!- virou-se e voltou pro carro pra sair dali.

Basderic sorriu. Era hora de ir pra próxima fase.

~ ♥ ~

Lá estava Sara em sua casa reunindo todas as informações que tinha de Basderic possível. Precisava do registro telefônico dele pra ter certeza de ele teve contato com Taylor e pra descobrir se ele mandou alguma daquelas fotos para Grissom, ou tentou contatá-lo de alguma forma. Mas pra isso precisava de um mandado. enquanto tentava resolver isso com uma atendente pelo telefone, ela percebeu movimentos em volta de sua casa. Pegou a arma por precaução, disse que retornava depois e foi checar. Olhou pelo olho mágico, e eram policiais.

— Oi.- disse o policial.

— Akers.

— Sara, você precisa vir comigo.- ele pediu muito sem jeito, como se não quisesse prendê-la.

— O que aconteceu?

— Só pega o que precisa e vem comigo, por favor.

Mesmo sem entender nada, Sara foi pegar sua bolsa e acompanhou o amigo policial. Ele não quis dizer porque estava a prendendo, porque obviamente ela estava sendo levada sob custódia, ela sabia, só que era informalmente, sem algemas. Ela sabia que tinha sujado pro seu lado, que eles provavelmente acharam outra evidência incriminatória.

Para sua surpresa, quando chegou à delegacia, Crawford tentava acalmar um cara que dizia “ela estava me esperando, ela me seguiu, foi até o meu trabalho!”. Quando o homem se virou, Sara congelou.

Era Basderic, com o lado esquerdo do rosto todo machucado como se tivesse levado uma surra. Ele estava acusando Sara de ter feito aquilo com ele e que tinha provas na câmera de segurança.

Crawford não teve outra alternativa a não ser prender Sara e processá-la por agressão.

Sara foi detida e levada para uma sala onde seria processada por Finn, que no caso, pegaria suas roupas, coletaria amostra das unhas, todo aquele rolê, e ela então teria que usar aquela roupa laranja de condenada.

Tudo o que ela não achava que aconteceria…

Para aquela delegacia e as pessoas que trabalhavam ali... ela era uma criminosa.

“Agora sinto sua falta mais do que senti antes

E agora onde encontrarei consolo, só Deus sabe

Porque você me deixou quando eu mais precisei de você” ― Bread

 

To Be Continued…


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Notas finais do capítulo

CENAS FORTES NO PRÓXIMO CAPÍTULO AAAAAAAA
Domingo que vem tem a parte 2, meus amores. Me digam aqui o que acharam dessa primeira parte e se as cenas acrescentadas foram boas pra vocês ♥
Abraço de urso e até lá :3



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