Love Story escrita por Fofura


Capítulo 175
Perdida


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! ♥
Não postei mais cedo porque infelizmente hoje eu trabalhei, oh derrota
Mas enfim, mais um capítulo triste, pra variar
Vamos dar um abraço coletivo na Sara pq olha... assim não dá :/
Boa leitura (ಥ﹏ಥ)



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Depois de segundos, minutos, horas, chorando, Sara esperou. Esperou que ele voltasse. Mas isso não aconteceu. Esperou que ele mudasse de ideia. Mas não mudou.

Desceu as escadas… os olhos vermelhos e inchados, a garganta ainda com um nó e o pequeno soluço ainda presente. Foi até a cozinha beber um copo d´água. As lágrimas ainda rolavam sem que ela pudesse contê-las.

“Eu te odeio muito, mas ainda te amo

Antes da escuridão me aprisionar, não saia do meu lado

Se ainda me ama, se você sente o mesmo, não me deixe hoje

Não me pergunte porque tem que ser você

Apenas fique do meu lado, fique comigo [...]

Não há nada mais que eu quero agora

Eu não sei nem dizer se meu coração ainda está batendo

Ao invés de conversar bem alto com os outros

Eu preferiria estar em um silêncio constrangedor ao seu lado

[...] Neste mundo de mentira, minha única verdade é você

[...] Eu não espero muito agora

Apenas fique do meu lado, fique comigo” — BLACKPINK

Sentou-se no balcão com o copo do lado e olhou para os papéis.

Ela podia muito bem não assinar aquilo. Não queria se divorciar. Folheou cada página e viu todas as assinaturas dele, a caligrafia que ela conhecia tão bem. Eles ainda teriam que se encontrar pra reunião final, assim que ela lhe enviasse esses papéis que estavam em suas mãos.

Sara era pura tristeza.

“Nós fomos feitos um para o outro

Para ficarmos juntos para sempre

Eu sei que fomos

Eu só quero que você saiba

Tudo o que eu faço me entrego de corpo e alma

Mal posso respirar

Eu preciso senti-lo aqui comigo” ― Avril Lavigne

A morena ficou longos minutos olhando para aqueles papéis recusando-se a assinar. E não assinou. Levou pra Vegas depois que voltou, ainda com a esperança de que ele desistisse. Como isso não aconteceu, a raiva a consumiu, queria vê-lo de novo somente para lhe encher de tapas. Que diabos deu na cabeça dele de pedir o divórcio depois de anos de luta? E todo aquele papo de passar por qualquer coisa juntos? E aquele jantar no Mediterranean pra passar seu aniversário? Já tinham feito a reserva juntos online. Que surto foi esse??

Num impulso de raiva, Sara também surtou... e assinou. Se era assim que ele queria, que fosse! Desconhecia esse tipo de amor, esses motivos tolos pra pedir o divórcio de um casamento ansiado por anos. Grissom tinha perdido o juízo, tinha entrado em completo descontrole dos sentimentos… de novo. Ela que não insistiria mais. Havia se humilhado demais implorando, e não se deve implorar amor de ninguém.

Hank sentiu que sua mãe estava estranha. Com isso, ficou ao seu lado o tempo todo. Sara tentou não chorar perto dele, mas Hank sentiu exatamente o que Grissom passou na época que Sara deixou Las Vegas, e ao vê-la daquele jeito, também pegou a dor pra si. Sara não queria que ele ficasse assim.

Com dor no coração, Sara enviou os papéis de volta para Grissom e esperou. Teria que se controlar muito para fingir que estava tudo bem enquanto estivesse no laboratório. Até funcionou, ninguém descobriu sobre seu divórcio, mas não deu pra esconder seu desânimo e tristeza de seu “pai”.

O capitão Brass percebeu, antes de todos, que tinha algo errado com Sara.

Depois de fechar um caso, a morena estava saindo da delegacia com a intenção de ir ao laboratório escrever seu relatório e ir pra casa. Brass pediu que ela fosse até sua sala antes.

Quando ela entrou, ele simplesmente a puxou para seus braços protetores fortemente, num abraço aconchegante e acolhedor.

— O que houve?- perguntou ela estranhando, mas retribuindo o gesto com carinho.

— Achei que estava precisando de um abraço.- respondeu sorrindo e o desfazendo. — O que você tem, querida?

Sara hesitou. Não queria que ninguém soubesse.

— Nada, estou bem.- fingiu um sorriso. — Obrigada pelo abraço, mas não é nada, de verdade.

— Nada mesmo? Gil não aprontou nenhuma com você?- Sara não conseguiu disfarçar ao ouvir o nome do quase ex marido, e o detetive soube que o problema era com ele. — Sei que o casamento de vocês não anda bom, a distância complica tudo… mas o amor de vocês é o maior que eu já vi.- sorriu acariciando o rosto dela, como uma filha de verdade. — Vocês vão resolver isso, não é?

— É… vamos sim...- ela forçou outro sorriso se segurando para não chorar nos braços de seu pai postiço, e tomou a iniciativa de mais um abraço duradouro. — Obrigada Jim.

~ ♥ ~

Sara pegou seu dia de folga da semana no dia perfeito para o reencontro, pois já estava tudo certo e Sara precisava levar Hank até Grissom. O cão era dele então nada mais justo do que Hank ficar com o pai e não com ela.

Na sala com o juiz e os advogados, eles deixaram claro se era isso mesmo que queriam. Sara não quis responder, mas depois que Grissom disse que sim, ela não viu outra alternativa. Pronto. Estava tudo encerrado. Não eram mais marido e mulher, não tinham mais nenhum laço. A casa de Vegas ficou para Sara e a de Paris para Grissom. Hank ficaria com o legítimo dono e cada um seguiria seu rumo. Grissom não parecia arrependido, continuava dizendo que era para o bem dela.

— Você está bem?- indagou ele assim que deixaram a sala e estavam no corredor, prontos para que Sara se despedisse de Hank.

— Ainda tem a coragem de me perguntar isso?

Grissom suspirou.

— Não quero que fique com raiva de mim, eu só quero o melhor pra você.

— Mais uma vez você tomou a decisão por nós dois, Gilbert, e eu sonsa admiti. Mas admiti por um motivo: ninguém é obrigado a continuar junto de uma pessoa, preso num casamento que jura não estar funcionando. Quando um não quer, dois não brigam. Não vou implorar pelo seu amor de novo.

— Você não tem que implorar por um amor que já tem, Sara. A questão aqui não é essa.

— Eu sei, a questão aqui é covardia.

Quando Gil ia falar, Sara o cortou, direcionando-se a Hank, se agachando para ficar na altura dele.

— Ei meu amor…- o cão foi direto para os seus braços e Sara lhe fez carinho. — Você vai ficar com o papai de novo, tá? A mamãe precisa ir embora.- sua voz embargou. — Promete pra mamãe uma coisa?- continuava acariciando seu pelo e falava bem pertinho dele, as lágrimas já rolando por seu rosto mais uma vez como em todos os últimos dias. — Promete que vai se comportar e que não vai ficar triste, tá? Mamãe não gosta quando você fica triste.- Grissom sentiu um nó na garganta e quase quis deixar o cão com ela. Sabia que Sara se referia ao tempo que Hank ficou doente quando ela não estava em Las Vegas com eles, quando os sentimentos dele refletiram no cão. — Eu vou sentir muita saudade.- Sara deixou que o choro viesse e abraçou Hank com força. Hank sabia o que era aquilo, uma despedida, e começou a chorar junto. Grissom não aguentou vendo aquela cena e seus olhos também encheram de água, mas não deixou que Sara as visse. Se recompôs antes do abraço terminar. — Eu te amo, meu amor.- deu um beijo na cabeça do cão e se levantou.

Mesmo com Hank pulando em suas pernas querendo que ela ficasse, ela precisava ir embora logo. Olhou para Gil sem se importar que a visse chorando, queria que aquilo pesasse em sua consciência.

— Cuida dele.

Gil não conseguiu dizer nada, só assentiu com uma expressão triste.

Sara se desvencilhou de Hank e saiu andando, mas ele insistia em ir atrás.

— Não, Hank…- Gil o segurou com o coração partido. — Você não vai com a mamãe…

Mesmo não querendo ir, Sara deu as costas soluçando, enquanto ouvia o choro e uivo de Hank implorando pra ela voltar.

“Ninguém disse que era fácil

É uma pena nos separarmos

Ninguém disse que seria fácil

Mas também não disseram que seria tão difícil

Eu estou voltando para o começo” ― Coldplay

~ ♥ ~

Sara teve que voltar depressa, pois precisava participar de um caso grande envolvendo vinho e também um CSI de New York. Manteve sua mente ocupada o caso inteiro e isso foi bom. Cobriu as olheiras com maquiagem e disfarçou os olhos vermelhos de choro com colírio. Mesmo já divorciada, Sara não queria e não podia tirar a aliança do dedo, pois se aparecesse naquele laboratório sem ela, seria a primeira coisa que perguntariam. Não queria questionamentos, não queria chorar na frente de ninguém, por mais forte que fosse. Aquilo era recente, e ainda machucava seu coração mais que qualquer coisa.

O caso complicado não demorou muito para ser resolvido e Sara finalmente pôde deixar de fingir. Deixou o laboratório e sabia que não conseguiria dormir pela sétima vez consecutiva. Aquilo claramente era um indício de insônia e sabia que tinha que procurar um médico. Não estava sendo fácil. Não conseguia dormir, chorava todos os dias e só o que queria no momento era beber. Beber e afogar todas as mágoas.

Venceu a razão e foi direto para um bar no fim do caso. Pediu uma dose, depois outra, e depois outra. Até que um homem se aproximou dela.

— É, parece que não está sendo fácil pra você.

Sara mal ouviu o que ele disse, foi pega de surpresa. Olhou na direção do homem bonito, de olhos claros e porte atlético que se pôs do lado dela no balcão do bar.

— O quê?

— Está mandando ver aí, pega leve.- ele riu. — Deixa eu adivinhar… faz um tempo que não bebe assim.

— Você lê mentes?- ela forçou um riso. — Parece tão ruim assim?

— Não tanto.- ele então viu a aliança no dedo dela e hesitou em se aproximar como gostaria, não queria ser desrespeitoso. — Você é casada?- perguntou como quem não quer nada.

— Não. Não sou mais.- Sara quase cuspiu essa informação, claramente com mágoa na voz e raiva também. Estava levemente embriagada, quase nada, ainda conseguia raciocinar.

— Por que ainda usa a aliança? Ainda gosta dele?

— Ele é um estúpido.- comentou desinteressada no assunto. — Mas, infelizmente, sim.

Bom, comprometida ela não era, ele pensou. Por que não conhecê-la? A beleza de Sara era perceptível, chamava atenção sem que ela percebesse, mas de maneira sutil.

— Quer companhia?

Sara deu de ombros e ele se sentou ao seu lado pedindo uma dose pra ele também.

— Aos problemas.- ele quis brindar.

Sara sorriu e brindou. Por que não? Já estava tudo uma porcaria mesmo.

— Taylor.- apresentou-se.

— Sara.- ela fez o mesmo.

Taylor era um completo estranho, não devia contar de sua vida pra ele, mas com sua situação de carência e levemente embriaguez, não conseguiu evitar. Porém, não narrou sua história de vida, só contou com o quê trabalhava e como seu casamento acabou. Pela forma como ela falava, dava pra perceber nitidamente que a morena ainda era apaixonada pelo ex marido, tanto que se recusava a tirar a aliança fora do trabalho, mas Taylor não estava nem ligando pra isso, desde que ela lhe desse brecha. E ela deu.

Sara até tinha consciência de seus atos, mas com seu estado um tanto bêbado e com a falta de calor humano que sentia, ela cedeu às investidas dele. Mesmo com seu divórcio sendo recente, ela era livre, não ia ficar com peso na consciência. Ou ia?

Ficaram umas duas horas conversando, dando risada e bebendo. Foi bem divertido e tinha um tempo que Sara não fazia isso, nem mesmo com Nick e Greg. Sua vida estava de cabeça pra baixo, seu divórcio, sua separação de Hank, a briga com Abby, sua saúde ficando uma porcaria… fora o fato de achar que estava sendo observada quase o tempo todo. Era bom ter um momento como esse pra se distrair, e aproveitou isso… mais do que deveria.

Ao saírem do bar, já tarde, Taylor foi levá-la até o carro. Sara sabia que não podia dirigir naquele estado, mas não deixaria seu carro ali pra pegar um táxi, dava pra ir com cuidado. (não façam isso hsaushjk)

Já perto do carro, Taylor pediu um beijo. Ela riu.

Tiveram toques nas mãos, nos braços e nas costas dentro o bar, mas beijo não rolou. Não podia negar que naquele momento ela também queria e ele estava bem convicto. Ah, sem compromisso. Um beijo não mata ninguém. Não seria a primeira vez que beijaria um estranho num bar qualquer. Lembrou de sua juventude.

Cedeu ao contato e Taylor a encostou no carro beijando-a com volúpia.

Há anos Sara não sabia o que era beijar a boca de outro homem, e por mais que correspondesse na mesma intensidade e fosse bom, não era a mesma coisa. Não era bom o bastante, sua boca não se encaixava na dele com tanta perfeição como na de Grissom, não lhe fazia tremer as pernas, não arrepiava seu corpo, tampouco ascendia a chama dele. E por mais vontade que tivesse de ter relações sexuais com tanta frequencia como tinha, não iria pra cama com outro homem jamais. Um beijo era o máximo que Taylor ou qualquer outro homem iria ter, e olhe lá.

Afastou-se dele, que mantinha uma mão esperta em sua cintura, querendo deslizar para a parte de trás.

— Eu tenho que ir.

— Vou te ver de novo?

Assanhado! Seu rosto dizia o quanto estava afim de ir além, mas o coitado ia ficar na vontade, pois no corpo de Sara só Gil tocava.

— Talvez.- ela respondeu sorrindo. — Obrigada pela noite, me diverti bastante.

— Eu também.- retribuiu o sorriso e a puxou para mais um beijo. (Irresistível, né colega? u.u)

Sara correspondeu, mas logo o afastou novamente e entrou no carro se despedindo dele.

Foi pra casa, tomando cuidado pra não fazer merda igual a última vez, e foi direto pro chuveiro. Uma ducha bem gelada. Preparou um café, tomou um comprimido pra dor de cabeça e caiu na cama. Demorou pra dormir, mas rezou para não acordar com tanta ressaca. Felizmente, foi pouca e não foi chamada para nenhum caso no plantão. Conseguiu chegar sóbria no turno seguinte e tcharan! com peso na consciência. Sentia que não devia ter feito aquilo, ao mesmo tempo que queria ligar o foda-se do tipo “tô solteira mesmo, e daí?”, a outra parte ficava “mal separou de um e já pegou outro? Superou rápido, né, minha filha?”.

“O tempo não apaga, não desfaz

O beijo que eu desejo sempre mais

Não posso esquecer o seu olhar no meu

Eu sei que o nosso amor ainda não morreu” — Victor e Léo

Sua cabeça estava martelando mil coisas, precisava urgentemente se distrair de outra forma e também ir ao médico, já que a insônia permanecia. Iria assim que seu turno acabasse.

Demorou um pouco, mas conseguiu marcar uma consulta e o médico lhe receitou um remédio, zolpidem, aquele que nunca falha. Sara passou a tomar um todo dia antes de dormir. Apetite? Não tinha nenhum, mal comia.

Nick e Greg perceberam que ela estava emagrecendo, mas nada disseram, já que podia ser algo momentâneo.

Sara fingia que estava tudo bem o máximo que podia, mas para as paredes de sua casa ela nada precisava esconder. Chorava todas as manhãs quando chegava até o zolpidem derrubá-la. Era assim todo dia, quase como uma rotina. Não comia, chorava e dormia.

Seu cabelo começou a ficar mais ressecado, pois ela não estava mais cuidando dele. Mas sua feição? Era sempre a de uma pessoa tranquila e saudável, resultado de uma boa maquiagem para esconder as olheiras e teatro para esconder a dor.

Para completar, Abby ainda não queria olhar na cara dela, seu aniversário estava chegando sendo que ela não tinha mais ânimo nenhum pra ir em hotel nenhum, Jim continuava desconfiado, nunca mais falou com Catherine, estava escondendo tudo de seus melhores amigos que tanto cuidaram dela... tudo ia de mal a pior.

E estava prestes a piorar ainda mais.

“Seus sentimentos, ela esconde

Seus sonhos, ela não consegue encontrar

Ela está perdendo a cabeça

Ela está ficando para trás

Ela não consegue encontrar seu lugar

Ela está perdendo a sua fé

Ela está caindo em desgraça

Ela está por aí” ― Avril Lavigne


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Notas finais do capítulo

A despedida com o Hank me despedaçou inteira, pqp :(
Taylor é familiar pra vocês? Quem imagina qual é o próximo capítulo? aaaa não falem :(
Não vai ser fácil não, bem no nível Dead Doll (ಥ﹏ಥ)
Abraço de urso e até o próximo :')



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