Inimigos de Sangue escrita por Ana-Carolina, HannahHell


Capítulo 7
Capítulo 7




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Aos poucos as motos se aproximaram mais uma vez da floresta onde Elisabeth havia sido seqüestrada. De certa forma, a sensação ruim que aquele lugar agora exalava mantinha todos quietos. E, em tal silêncio, esconderam suas motos em meio aos arbustos e adentraram a mata.

 

Dessa vez a cautela não era mais a necessidade principal, na realidade, eles nem pensaram muito sobre isso, só se concentravam em tentar acompanhar Daniel e Jack.

 

Os morenos corriam passando pelas pedras, pulando os troncos e desviando de arbustos e árvores como se não houvesse nada. Tamanha era a concentração que mantinham em apenas chegar na maldita fábrica o mais rápido possível.

 

Ao afastar algumas folhas puderam encarar uma visão, um tanto perturbadora, algo que poderia muito bem ser considerado a visão perfeita de um pesadelo infantil.

 

O antigamente belo jardim estava mal cuidado com ervas daninhas espalhadas pelo gramado alto a mal cuidado, a sombra das árvores dera às antigamente verdes sebes que ladeavam o caminho até a fábrica um aspecto cinzento e  depressivo, sem contra que à muito perderam o corte perfeito em formas de animais. Sendo agora nada mais do que sombras disformes.

 

O caminho de pedras brancas que fazia os sapatos de salto produzirem um engraçado som de ‘tec, toc, tec, toc’ agora estavam verdes e escorregadias por caisa dos musgos que surgiram com a umidade da floresta.

 

Ao fundo de tal jardim tenebroso, havia uma velha e gigantesca fábrica, com sua pintura cinzenta manchada pelo mesmo verde do caminho, as janelas fechadas com ripas de madeira mal colocadas e, as altas chaminés não produziam mais as gordas nuvens cinza de outrora.

 

Até mesmo a brisa sonora da floresta contribuíra para tal cenário. Brisa gélida e úmida que fez aqueles seis caçadores se arrepiarem conforme andavam na direção da entrada da fábrica.

 

-Jack, estou com um pressentimento ruim – Mikoto comentou quando chegaram na porta – está muito silencioso, não acha?

 

-Ela não está aqui – ele contou calmo – mas com certeza teremos material para algum interrogatório – com isso ele empurrou a porta com força até que ela abrisse com um forte e irritante rangido.

 

Por dentro, podiam sentir o cheiro de mofo e ver a deteriorização do ambiente, as teias de aranha se espalhavam livremente pelas portas e paredes, criando quase que um forro para o teto. Não havia energia para ligar o grande candelabro que pendia no centro do hall de entrada e não tinha ninguém para dar informações empoeirada mesa de recepção.

 

O silêncio era apenas cortado pelos barulhos da floresta.

 

-Vamos nos separar – Jack decidiu – três grupos de dois, cada um se encarrega por um andar.

 

-Isso realmente não deu muito certo da  última vez – Daniel começou irônico rolando os olhos.

 

-Você prefere perder tempo? – Jack arqueou uma sobrancelha irritado – nos separando investigamos essa fábrica três vezes mais rápido. E eu não posso arriscar perder mais tempo.

 

-Zack – Daniel berrou e o amigo soltou um murmúrio indicando que ouviu o chamado – vamos então – começou a andar sem esperar o colega passando por uma porta.O loiro o seguiu com passos apressados e logo só ouviram o barulho abafados dos passos deles ficando cada vez mais longe.

 

-Vamos – Jack murmurou e caminhou até o lugar onde havia uma pequena caixa de força, ligou a energia do lugar e o candelabro ofuscado pela poeira oscilou demoradamente antes de acender parcialmente. O homem caminhou até uma porta de madeira rosada e a abriu, revelando um elevador antigo – entrem.

 

Mikoto, Isa e Rick se entreolharam incertos se entrar num elevador antigo e há tanto sem ser usado seria uma boa idéia.

 

-O elevador não está tão empoeirado e quando eu entrei não rangeu em demasia – Jack contou – em outras palavras: ele está sendo usado.

 

Mikoto suspirou demoradamente e fez um sinal com a cabeça para os mais novos a acompanharem. Entraram no elevador que deu um pequeno rangido e afundou um pouco por causa do peso deles.

 

Jack apertou um botão e eles começaram a subir, as correntes faziam um barulho alto e preocupante até pararem com um solavanco no segundo andar.

 

-Ficamos por aqui – Mikoto avisou e abriu a porta puxando Jack delicadamente pelo braço – se cuidem, crianças – desejou quando saíram e fechou a porta.

 

-Bem, maninha, pelo jeito será apenas eu, você e o terceiro andar – Rick comentou enquanto o elevador voltava a se movimentar.

 

-Mal posso esperar – ela retrucou rolando os olhos, mas deixou escapar uma risadinha.

 

O elevador parou novamente e eles saíram, o terceiro andar consistia de um largo corredor com portas apenas do lado que ficava de frente para o elevador, não possuía muitas janelas e as lâmpadas estava tão sujas que não se podia dizer se estavam ligadas ou não.

 

Isa empunhou sua espada e Rick fez o mesmo, se encararam brevemente e depois olharam para cada lado do comprido corredor.

 

-Talvez se nos separarmos...  –Isa começou como quem não queria nada.

 

-Não vou te deixar sozinha – Rick afirmou sério.

 

-Não temos tempo, Rick – ela suplicou – por favor, quanto mais rápido acabarmos aqui, mais rápido acharemos a Lisa – seus olhos estavam marejados e fazia uma cara de súplica que com toda certeza faria o irmão ceder.

 

-Um berro – ele fez o número um com o indicador – e eu irei até onde você estiver – ele deu as costas e começou a nadar por um lado, mas sentiu-se sendo abraçado pela irmã.

 

-Obrigada – ela murmurou com o rosto nas costas dele e logo o soltou seguindo seu caminho.

 

 

 

No andar inferior, Zack e Daniel se entretiam em matar alguns demônios que tentavam os surpreender saindo de seus esconderijos em meios às grandes máquinas.

 

-Dan, nós não devíamos estar perguntando onde a Lisa está? – Zack indagou depois de chutar um pequeno demônio.

 

-Certo – o moreno deu de ombros e segurou o demônios contra o qual lutava pelo pescoço, jogou-o com força no chão e encontrou a ponta de sua espada no peito da criatura – pode perguntar – encarou o amigo com um sorriso sacana.

 

-Onde está Arthemis? – o loiro questionou calmamente.

 

-Não sei – a criatura gritou desesperada.

 

-Resposta errada – Daniel forçou a espada para baixo o matando e gritoupara que todos os demônios ainda escondidos pudessem o ouvir – é bom vocês terem uma boa resposta, ou terão o mesmo destino de seus coleguinhas.

 

-Daniel, assim eles não vão falar nada! – Zack reclamou controlando o impulso de socar o amigo.

 

-Melhor, assim poderei os matar mais rápido.

 

O loiro suspirou, era mais que óbvio, chegava a ser ridículo o modo como seu amigo estava extravasando sua frustração e irritação, mas não poderia realmente reclamar disso, pelo menos o mundo teria vários demônios a menos.

 

 

 

 

Jack abriu uma porta com o pé, ele e Mikoto haviam se separado para investigar os corredores do segundo andar, mas sua busca estava o cansando, até agora encontrara apenas escritórios empoeirados e vazios.

 

E dessa vez não era diferente, não havia sinal de algum demônio ou que tal escritório tivesse tido contato com algo ou alguém recentemente. Saiu da sala e prosseguiu respirando pesado conforme seus passos ecoavam.

 

Uns poucos metros de onde estava, Mikoto passava pela mesma situação; salas vazias sem sinal de ocupação. Nenhum demônio nem mesmo para lhes distrair.

 

Ambos só se contentavam com os barulhos dos passos um do outro enquanto permaneciam em sua busca.

 

 

 

Isa abriu a última porta do seu lado do corredor, em toda sala encontrou pelo menos um demônio metido á engraçadinho, nenhum durou mais do que o tempo para ela perguntar onde estava Arthemis e chegar a conclusão que eles não sabiam.

 

Mas ao abrir essa última porta, seu coração começou a bater mais rápido, pelo jeito havia achado o que queria e muito mais. Alias, muitos mais. Respirou fundo e se proparou, conseguindo apenas fazer uma coisa antes de ser atacada.

 

-RIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICK!

 

O ruivo ouviu o grito da irmã e matou o demônio com o qual estava lutando com um golpe, desistindo de seu interrogatório. Saiu pela porta e começou a correr pelo corredor.

 

O grito chegara deveras baixo, indicando que ela deveria estar no final do corredor, provavelmente numa das últimas salas.

 

-Rick! – ouviu novamente e correu para  a fonte do berro. Abriu a porta e viu Isa se defendendo de vários ataques vindos de pelo menos dez demônios, o mais agrecivo e forte deles, usava uma roupa de aspecto pomposo, quase como se fosse a farda de um oficial de alta patente. Com certeza era quem mandava por ali.

 

-RICK!

 

O Ruivo abriu o caminho liquidando alguns dos demônios que açoitavam sua pequena irmã e encostou suas costas nas dela.

 

-Preparada? – ele comentou com um sorrido de lado conforme se defendia e atacava alguns demônios.

 

-Sempre – ela avançou até o demônio pomposo enquanto Rick impedia que os demais se aproximassem.

 

Ela sabia que ataques diretos demais não funcionariam, então teria de usar a cabeça.

 

Conforme defendia e atacava, utilizando das mesas, estantes e paredes de apoio para ampliar a força e velocidade de seus ataques a ruiva olhava ao redor procurando algo que pudesse usar para obter a vantagem.

 

Até que viu a coisa mais óbvia, deu um sorriso de lado e atraiu o demônio até a janela, deixou-se ser encurralada e, num golpe ágil puxou as cortinas para baixo com tamanha força que a tapeçaria caiu no demônio.

 

-Rick! Ajuda! – ela berrou enquanto socava a criatura e tentava o manter embaixo da cortina.

 

Rick logo acabou com o último demônio e ajudou a irmã à prender o demônio, deixando-o somente com a cabeça para fora.

 

-Então, onde Arthemis está? – Rick foi direto ao ponto

 

-Nunca irei dizer  - o prisioneiro retrucou.

 

Isa deslizou a ponta da sua espada com força no rosto dele, causando um profundo corte – isso é apenas o começo – ela murmurou e guiou a lâmina para o outro lado do rosto – vai falar?

 

-Não – a garota repetiu o ato anterior.

 

-Quem te ensinou a torturar? – Rick indagou assustado.

 

-A Lisa e o Dan e eles aprenderam com o Lloyd, mas isso não vem ao caso – Isa rolou os olhos e voltou sua atenção para o demônio e colocou a lâmina no nariz dele – o que será que acontece se você perder o nariz?

 

O prisioneiro engoliu em seco esperando pelo ataque daquela garota maluca – se eu fosse você falava – Rick comentou – ela não vai parar, mas também não vai te matar.

 

-Sul, ela foi para o extremo sul, algo entre o litoral e a fronteira, não sei exatamente onde, só sei que foi nessa direção – ele contou desesperado quando Isa começou a dividir no meio uma de suas narinas.

 

-Bom garoto – ela sorriu e se virou para sair da sala. Rick, com um movimento rápido cortou a cabeça do demônio e acompanhou sua irmã.

 

-Você ainda tem que me explicar essa história de tortura – ele começou sério – não quero mais ver minha irmãzinha fazendo coisas como essa.

 

Ela entrou no elevador e sorriu para ela – certo irmãozinho – eles entraram e a máquina começou a  descer – eu realmente não gosto muito dessa parte, normalmente quem fica encarregado dos interrogatórios é a Lisa, ou o Dan, eles parecem gostar dessa parte, eu apenas fiz o que eles iriam fazer numa situação dessa – ela deu de ombros e os dois saíram no segundo andar.

 

-Jack! – ela berrou – Mikoto! Conseguimos! Elas estão indo para o extremo sul!

 

Em questão de segundos Jack e Mikoto já estavam do lado deles e logo seguiam para o elevador enquanto Isa ligava para Zack.

 

-Zack, volte para a entrada, conseguimos a informação que queríamos.

 

-Nós também – ele comentou - extremo Sul, não é?

 

-Sim.

 

-Isso vai ficar interessante – ele comentou antes de desligar.

 


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Notas finais do capítulo

Tudo deu errado ultimamente. eu e a Hannah andamos nos desencontrando bastante e o tempo foi pro beleléu.
MAs agora ela tem vários caps adiantados para digitar. E disse que vai tentar digitar os caps mais rápido. Num espaço de uma semana ou duas...
então, agora sua espera não será tão grandiosa, não é?

De qualquer modo, espero que tenham gostado desse cap, ainda falta tanto por vir...

e não se esqueçam das reviews

Beijoooos ;****