Inimigos de Sangue escrita por Ana-Carolina, HannahHell


Capítulo 2
Capítulo 2




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Passaram-se onze anos desde o dia em que Elizabeth Chevalier chegou a Caçadores de Demônios S.A. E desde aquele dia ela não parou mais de treinar, sempre cumprindo bem suas missões, ajudando e sendo ajudada por seus amigos.

 

Via Jack raramente, ele sempre aparecia pelo menos umas três vezes ao ano, mas já havia um ano desde que ele não dava as caras por lá e isso além de praticamente matar Elisabeth de saudades a deixava muito preocupada.

 

Mas Isabella não estava muito diferente, Rick, achou seus pais, pelo menos os corpos deles e essa notícia foi passada a ruiva três dias depois do seu aniversário de dez anos, meses depois Rick se juntou a Jack na missão de deter Arthemis. E isso fez Isa, sair da depressão e passar seu tempo treinando junto com Elizabeth, Daniel e Zack.

 

Tanto Isa quanto Lisa eram as garotas mais fortes de lá, mas não conseguiram alcançar os garotos, que conseguiram superar as expectativas de todos no quesito força e técnica.

 

Os quatro se tornaram grandes amigos, talvez até mais, eles era uma família praticamente, um cuidava do outro. Elisabeth e Daniel era a dupla preferida de Lloyd para as missões que exigiam mais força bruta. Agora Zack e Isabella eram a escolha certa se fosse uma missão em que a racionalidade fosse altamente necessária. E a cada dia sentiam que a hora de se juntarem a missão de Jack e Rick estava cada vez mais próxima.

 

Elizabeth, agora no auge dos seus dezesseis anos, dormia profundamente abraçada ao Senhor Gato , com uma perna caindo da cama e a cabeça encostada na parede. Murmurava coisas como “eu quero” ou “bolo de chocolate”.

 

-Lisa acorda – Isabella disse ao sair do banheiro, mas a colega de quarto murmurou algo como “mais um pedaço Senhor Coelho” e continuou dormindo.

 

 Isabella passou os dedos pelos cabelos ondulados que agora iam até quase a sua cintura, cresceu bastante, tanto que era a garota mais alta de lá.

 

-Elisabeth, se você não acordar agora, eu vou jogar água em você – ameaçou depois de desistir dos cutucões e berros no ouvido da amiga – de novo.

 

-Certo, eu já acordei, pode parar com isso sua maníaca da água – Lisa anunciou sentando-se na cama.

 

Elisabeth não era o exemplo de pessoa alta, mas com toda certeza estava na média ou até um pouco acima. Deixou seus cabelos lisos crescerem até um pouco depois do busto.

 

-Hoje é o dia! Lloyd está nos chamando para a missão do Jack e o Rick – Isa contou animada - então é bom você não voltar a dormir senão vamos sem você – avisou enquanto colocava seu uniforme de caçadora nível 2b-uma blusa azul arroxeada justa e uma calça branca de moletom-e saiu do quarto.

 

Lisa foi para o banheiro, escovou os dentes e tomou uma ducha rápida e vestiu seu uniforme de caçadora nível 2a-uma blusa justa roxa, uma calça de moletom branca e um colar cujo pingente era uma miniatura de sua espada – deu um abraço apertado no Senhor Gato, que agora chamava-se Senhor Gato de Dormir, e pegou o colar que estava enrolado no bicho-um cordão preto com um pingente de uma miniatura do brinquedo, chamado de Senhor Gato de Missões – ela colocou cordão no pescoço e saiu do quarto.

 

No caminho pelos corredores espaçosos e sempre cheios de gente passando, ela pensava em Jack, fazia tanto tempo não o via, mas sempre que tinha a oportunidade de vê-lo ficavam horas conversando, era como se conseguissem fazer o que aconteceu nos tempo em que não se viram assunto para tratarem por todo tempo que Jack ficava por lá.

 

Entrou na sala de Lloyd e encontrou seus três melhores amigos a encarando impacientes e seu chefe sorrindo, como todas as vezes que o via.

 

Zack tentava controlar os cabelos rebeldes loiros  com muito gel, os jogando para trás, mas não deu muito certo e ao invés do efeito garoto arrumadinho, conseguiu um topete espetado, alguns fios caindo na testa e os cabelos atrás ainda desorganizados. Estava impressionantemente da mesma altura que Isabella, e isso era bem nítido já que estavam com os braços apoiados um no ombro do outro.

 

Daniel era o mais alto de todos, sendo quase uma cabeça maior que Zack e Isa,  ele ficaram bem mais forte, ombros largos e braços com músculos definidos, tinha uma maneira muito peculiar de acertar seus cabelos negros, bagunçava-o0s com gel e rezava para que ficassem bons, o que geralmente acontecia.

 

Zack estava usando o colar com a miniatura de sua arma, uma camiseta roxa bem escura e uma calça de moletom preta, essa roupa indicava que ele era uma caçador nível 1b. Já Daniel usava além do colar, uma blusa e uma calça de moletom preta, o uniforme dos caçadores nível 1a- os caçadores mais fortes dali.

 

-Pontual como sempre – Lloyd comentou.

 

-Meu lema de vida: Antes tarde do que nunca. Não se esqueça – ela retrucou com uma piscadela e os quatro se sentaram nas cadeira à frente da mesa do chefe.

 

-Vamos ao papo sério – mesmo com a voz séria Lloyd mantinha-se sorrindo – último contato que fizemos com Jack foi alguns dias atrás, quando ele estava a caminho de São Loren, acho que o melhor seria irem para essa cidade.

 

-Justo para São Loren? Mas não é lá que tem aquele povo super religioso? – Lisa perguntou fazendo uma cara de quem não gostava da idéia de ir para aquela cidade.

 

-Essa cidade mesmo, sei que não gosta de religiosos, mas Jack e Rick suspeitaram que lá havia alguma pista – Lloyd contou – além de desconfiarem que alguém do alto escalão de lá estava sendo controlado por Arthemis.

 

-Essa Arthemis já está me irritando seriamente – Isa falou levemente emburrada.

 

-Prestem atenção, essa será a missão mais difícil da vida de vocês, não será nenhuma brincadeira e eu exijo que vocês a terminem vivos, entendido? Se acharem que não vão conseguir sintam-se a vontade para desistir.

 

-Missão perigosa, é? Isso bota tanto medo em mim quanto pudim – Lisa comentou arrogante.

 

-É como ela disse chefe – Daniel concordou – se estamos aqui é porque nós não vamos voltar atrás.

 

-Podem ir então, peguem seus GPS, celulares, armas e tudo mais que precisarem.

 

 

 

Os quatro chegaram a garagem do prédio- um lugar que ficava no subsolo- só tinha veículos pretos, carros esporte, motos de último modelo e das mais rápidas, tudo que caçadores precisam para ir de um lugar ao outro bem rápido.

 

-Dan, que carro vamos usar?  -Lisa perguntou ao amigo que segurava a mochila dele em uma mãe e a dela na outra. Enquanto ela levada a espada dele – uma arma do tamanho dela, com sua largura em que um lado é liso e afiado e outro serrado – e a espada dela – tinha a lâmina curvada formando uma lua e o punho personalizado curvado para o lado inverso da lâmina e vermelho.

 

-O que você acha? Na moto tosca do Zack que não vamos, não tem espaço sabe – ele falou como se dissesse algo para um bebê – seu carro é uma zona, o da Isa, para variar um pouquinho, está quebrado, só resta então...

 

-O seu bebê! – ela deduziu rindo.

 

-Muito bem, pintora de rodapé – ele parabenizou – pensou nisso sozinha ou o Zack te deu a resposta?

 

-Pensei sozinha, tonto- ela rolou os olhos e continuou acompanhando o amigo pela garagem.

 

-Não deveríamos andar juntos como bons companheiros de equipe? – Zack indagou apontando para os outros dois que estavam vários passos a frente. Ele assim como o moreno segurava a sua mochila e a de Isa.

 

-É o Dan e a Lisa, dã – a ruiva falou como se fosse algo tão óbvio que chegava a ser idiota a pergunta dele. Ela levada a sua espada – tinha a lâmina curvada para dentro o que deixava a ponta da espada maior que o meio- e a espada dele- com a lâmina quase do tamanho dela e quase da sua largura e perigosamente afiada.

 

Os quatro pararam na frente de um carro esportivo inteiramente preto- vidros, lataria até mesmo as luzes tinham uma película escura- um automóvel extremamente aerodinâmico que com toda certeza corria muito.

 

Dan abriu o porta malas para que ele e Zack colocassem as espadas por lá,o sistema de defesa do carro era bom o suficiente para que não precisassem delas enquanto estiverem dirigindo.

 

Entraram no carro, Dan e Lisa na frente –o garoto como motorista – Isa e Zack se sentaram no banco de trás, um em cada janela.

 

-Bem, segundo o mapa, São Loren fica à trezentos quilômetros daqui – Lisa informou – vamos chegar lá em três horas indo a cem quilômetros por hora, ou em uma hora e meia indo à duzentos – ponderou analisando o mapa.

 

-E que tal pisar no acelerador e seguir em frente – Dan falou enquanto saiam com o carro, até que ele colocou na última marcha e pisou com força no acelerador.

 

-Nós vamos ganhar uma multa! – Lisa berrou enquanto via o ponteiro subir cada vez mais no velocímetro.

 

-O Lloyd se vira – ele deu de ombros.

 

-Zack, por que você não dirige? – Isa sugeriu enquanto era empurrada contra o banco pela forçada inércia.

 

-Porque é o carro do Daniel, ninguém sem ser o Daniel por dirigir ou pensar em dirigir esse carro – Zack explicou rolando os olhos.

 

-Mas tem que correr assim? – Isa virou para o amigo que parecia se divertir muito com estar quase chegando a quatrocentos quilômetros por hora.

-Se não correr não tem graça – ele disse rindo.

 

-Dan, se por acaso você bater esse carro e não morrermos, tenha certeza que me encarrego de te matar – ela ameaçou.

 

-Eu te ajudo – Lisa anunciou empolgada com a idéia.

 

-Ele não vai bater – Zack garantiu.

 

-Nós estamos à quatrocentos quilômetros por hora, como você garante nossa segurança física? – Isa indagou apontando para o velocímetro.

 

-Não sei se você reparou, mas o carro está seguindo uma linha reta quase perfeita.

 

-É isso aí cara Isabella, eu sou o melhor motorista do mundo com o único carro que alcança quatrocentos quilômetros por hora – Dan se gabou – ao contrário de você.

 

-Olha só porque o mundo conspira contra mim e meu carro quando estou dirigindo isso não quer dizer que eu dirija mal.

 

-Diga o que quiser,mas eu nunca capotei – Dan provocou.

 

-Liga pra ele não Isa – Lisa falou – você dirige muito bem, só não tem sorte.

 

-Logo chegamos em São Loren – Dan informou mudando de assunto.

 

-Diminui a velocidade,logo chegamos numa zona urbana, não quero problemas coma polícia – Lisa pediu e Dan começou a diminuir a velocidade aos poucos.

 

-Sua pequena estraga prazeres – falou rolando os olhos.

 

-Próxima vez se a viagem for mais longa eu deixo você correr o tempo que quiser – Lisa falou sorrindo.

 

-Eu vou cobrar – Dan afirmou e deixou a velocidade nos cem quilômetros por hora.

 

-Chegamos – Lisa informou depois de um tempo – agora é só chegar ao centro da cidade.

 

-Porque o centro? – Zack perguntou curioso.

 

-Bem, porque cidades pequenas têm sempre uma praça no centro da cidade com uma igreja e em volta tem todo o comércio. Fica mais fácild e achar moradores por lá – Lisa explicou.

 

-Chegamos na tal praça – Dan estacionou o carro.

 

Os quatro saíram e pegaram suas armas no porta-malas, cada um foi para um lado da praça a procura de moradores, mas não acharam nenhum lugar aberto, muito menos pessoas andando na rua. A única coisa que estava de portas abertas era a igreja.

 

-Eu não gosto de igrejas – Lisa comentou sentindo um arrepio passar pelo corpo, mas mesmo assim todos entraram no lugar.

 

Passaram pela porta lateral lentamente, sem chamar atenção, no mais completo silencio, não precisou de muito para que vissem todas as pessoas da cidade sentadas nos bancos olhando para o altar, que tinha um caixão de madeira nobre o qual o padre falava algo sobre quem estava nele.

 

Provavelmente era alguém importante na cidade que morrera recentemente. Os quatro puderam reparar que nem Jack nem Rick estavam por lá.

 

 Saíram da igreja com o mesmo silencio com o qual entraram, o clima que pairava por lá os incomodava.

 

-Com toda certeza essa cidade tem grande problemas – Isa comentou quando voltaram para o carro.

 

-Certamente – Zack concordou – só resta saber se o problema é com os demônios ou com caçadores.

 

-Seja qual for o problema, temos de esperar alguém sair para descobrir algo sobre os dois – Isa decidiu.

 

-Só nos resta esperar – Dan falou e soltou um longo suspiro. Os quatro sentaram em um banco e começaram a esperar.

 

Demorou menos do que eles esperavam para que alguém saísse. Um homem de meia idade parou nos degraus da igreja para acender um cigarro, tinha cabelos marrons e a pele morena.

 

-Com licença senhor – lisa o chamou aparecendo na frente do homem que soltou uma baforada de fumaça na cara dela.

 

-Você não é da cidade – ele afirmou na defensiva – quem é você?

 

 -Sou Anna Leen, representante do Departamento de Manejo da Ordem e Segurança – ela mentiu convincentemente – fui mandada aqui por causa de acontecimentos estranhos, sabe do que estou falando?

 

-Departamento de o que? Isso não seria a polícia? – ele perguntou desconfiado.

 

-Ora! Este é um órgão do governo, não nos compare com a polícia,aqueles inúteis que ficam roubando nossos casos em atrapalhando nossas investigações – ela forçou uma voz de raiva contida – por favor,não nos compara à polícia – finalizou com desprezo na voz e rezou para que a atuação tenha dado certo e para que ele não fosse da polícia.

 

-Certo, você veio investigar eventos estranhos, certo? – ela acenou positivamente com a cabeça – aconteceu sim, a morte do Senhor Yohan foi algo estranho, ele tinha uma saúde de ferro e simplesmente morreu, assim, do nada.

 

-E essa morte foi o que? Um assassinato ou morte por causas naturais? – ela pegou o celular do bolso e colocou para gravar a voz deles – para ajudar na investigação – ela explicou quando ele olhou curioso para o aparelho.

 

-Bem, uma semana atrás dois homens chegaram aqui na cidade – ele começou – um era bem alto e tinha cabelos negros meio compridos, o outro era um pouco mais baixo e tinha cabelos ruivos – descreveu.

 

Lisa teve de se controlar para não sorrir ansiosa – e o que esses visitantes tem a ver coma tal morte?

 

-Eles se aproximaram do Senhor Yohan sempre conversando com ele até que, na noite de onde em meio a um jantar que estavam tendo – ele parou para dar um tragada.

 

-O Senhor Yohan morreu – ela deduziu – e como foi isso?

 

  -Os visitantes disseram que fora um ataque cardíaco, mas antes do amanhecer eles já haviam ido embora.

 

-E o senhor sabe para onde eles foram?

 

-Ouvi eles dizendo ontem mesmo que iriam para Porto Belo – o homem contou – você vai procurar eles?

 

-Sim, eu e meus companheiros vamos achá-los e os interrogar até que toda a verdade seja extraída deles – ela garantiu confiante -muito obrigada, senhor. Garanto que o caso do Senhor Yohan logo será resolvido.

 

Ela deu um aperto de mão no homem e foi até o banco onde seus amigos estavam – e então? – Isa indagou curiosa assim que ela chegou perto o suficiente para não precisar gritar.

 

-Estão indo para Porto Belo – ela informou –se sairmos agora ainda dá para pegá-los na cidade.

 

Entraram no carro e Dan deu a partida e guiou o carro para a estrada que levava à cidade.

 

-Mais rápido – Isa mandou.

 

-Muito, mas muito mais rápido - Lisa completou.

 

-Não eram vocês que eram contra correr?- ele indagou confuso enquanto acelerava.

 

-Olha Senhor Espertinho, eles saíram antes do amanhecer – ela explicava – calculando que nenhum dos dois é fã de correr, as chances de chegarmos e eles ainda estarem lá é maior.

 

-Isso aí! – Isa concordou com a amiga – pisa fundo Dan!

 

-Faça essa lata velha correr como nunca correu na vida! – Lisa ordenou.

 

-Lata velha não – Dan reclamou – peça desculpas ou eu reduzo a velocidade.

 

-Você ta de sacanagem, não é?

 

Ele fez o carro diminuir a velocidade para cem quilômetros por hora  -peça desculpas ou vamos andar à cinqüenta.

 

-Ta bom! Desculpa carro do Dan – Lisa rolou os olhos e se desculpou – satisfeito?

 

-Muito – o moreno deu um sorriso de lado e voltou a acelerar o carro – Hey, Zack, você consegue entender essas duas?

 

-São garotas, como você espera que as entendamos? – o loiro comentou.

 

-Você disse tudo, meu amigo – Dan deu uma risada e voltou a prestar atenção na estrada enquanto acelerava o máximo que o carro permitia.

 


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Notas finais do capítulo

Heeeey, espero que vocês gostem
e não se esqueçam de deixar reviews o/