Depois dos Seis escrita por Lilás


Capítulo 2
Inimigo antigo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Resolvi voltar um pouco mais cedo por causa dos pedidos, mas ainda estou tão cheia de trabalho que ainda não consegui definir um dia para as atualizações. Vamos para o capítulo de hoje.



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— Kuchiki Rukia, Kuchiki Ichigo e Abarai Renji acabaram de chegar – anuncia o mensageiro.

Pronto. A paciência de Ichigo foi para o espaço. É que, na sociedade das almas, ele era conhecido como Kuchiki Ichigo. Segundo Byakuya, na Soul Society, se houvesse casamento entre nobres, o cônjuge da família menos importante deveria adotar o nome da família do parceiro. Como Ichigo pertencia ao banido clã Shiba e a família Kurosaki não era reconhecida na Seireitei, ele precisou adotar o nome dos Kuchiki apenas por formalidade. Mas ser lembrado todas as vezes que pertencia à mesma família de Byakuya não era nada agradável.

— Obrigada – Rukia agradeceu o mensageiro e empurrou a imensa porta. Logo, eles estavam na companhia dos capitães e tenentes do Gotei 13. Quer dizer, ainda faltava o capitão-comandante Shunsui Kyouraku que, para variar, estava atrasado.

— Rukia, finalmente chegou – Byakuya cumprimentou a irmã com sua costumeira frieza, ignorando totalmente a presença de Ichigo.

— Algum problema, nii-sama? – Rukia perguntou, preocupada.

— O capitão da Primeira Divisão tem um anúncio importante – Byakuya fechou os olhos – Mas eu preferiria ouvir notícias da futura herdeira do clã Kuchiki. Está quase tudo pronto na mansão para o aniversário de Hisana, Rukia.

Ah, é mesmo. O aniversário de seis anos de Hisana seria em três dias e os anciãos do clã Kuchiki convenceram, ou melhor, forçaram Byakuya a fazer uma festa que a Seireitei não esqueceria tão cedo. Ichigo também não estava gostando nem um pouco dessa história. Ainda não havia engolido aquela ideia de Hisana ser a futura herdeira de Byakuya. O arrogante nobre nem ao menos perguntou para os pais da menina se queriam isso para ela. Byakuya apareceu como uma assombração na frente de Ichigo no dia do nascimento de Hisana e lhe deu a notícia, sem dar espaço para o ruivo negar.

— Já disse que não será necessário – Ichigo se intrometeu na conversa dos irmãos – Faremos a festa de Hisana na casa do meu pai e é só.

Com a intromissão, Ichigo ganhou olhares gélidos, não apenas de Byakuya, mas também de Rukia.

— Ichigo – Rukia falou em um tom severo – Não seja mal-agradecido. Meu nii-sama está apenas querendo ser gentil porque gosta muito de Hisana.

— Está bom – Ichigo suspirou, derrotado – Não está mais aqui quem falou.

— É bom mesmo – Byakuya disse, friamente.

Ichigo até pensou em dar uma resposta malcriada para o cunhado, mas foi interrompido com a chegada de um bocejante capitão Kyouraku.

— Estão todos aqui? – ele deu um grande bocejo e nem esperou por resposta – Vamos começar logo com a reunião.

— Recebemos um comunicado importante – Ise Nanao ajeitou os óculos enquanto analisava alguns papeis – Saiu o alerta de um ataque à prisão máxima e da fuga de alguns prisioneiros.

— Quais prisioneiros? – Hitsugaya Toushirou perguntou com uma leve ansiedade – Algum para nos preocuparmos?

— Sim – Son Fong apressou-se em responder – Alguns são bem perigosos. Mas o mais preocupante é que um deles é Sousuke Aizen.

Imediatamente, todos ficaram nervosos e começaram a falar ao mesmo tempo.

— Como assim ele conseguiu fugir? – Hirako Shinji se exaltou.

— Seus poderes não estavam selados? – Mugurama Kensei se pronunciou.

— Quem estava vigiando? – Renji quis saber.

— Devemos disparar o alerta máximo? – Kira Izuru perguntou.

— Se eu achar ele primeiro, posso lutar com ele? – Kenpachi Zaraki abriu um largo sorriso.

— Calma – Kyouraku suspendeu as mãos e todos ficaram novamente em silêncio – Não conseguimos detectar a reiatsu de Aizen nem mesmo nas imediações da Soul Society. Mesmo assim, a Soul Society ficará em alerta máximo até resolvermos a situação. Qualquer sinal ou acontecimento inexplicável deve ser reportado imediatamente à Central de Comando. Certo?

Todos assentiram e recomeçaram com as discussões entre si. O capitão Kyouraku pediu silêncio mais uma vez.

— Antes de irem, só mais uma coisa – ele pediu – O capitão Kurotsuchi Mayuri pediu para dar um último aviso.

— Apenas uma nota rápida – Mayuri levantou um dedo – Por incompetência de meus subordinados, algumas das minhas cobaias acabaram escapando do meu laboratório. Se virem alguns... hollows estranhos, comuniquem o Décimo Segundo Esquadrão.

— Ótimo. Então, essa reunião está encerrada – Kyouraku finalizou com um grande bocejo.

Essa era uma notícia péssima. Aizen estava solto e, sabe-se lá, tramando alguma. Justo agora, Ichigo pensou com amargura.

— Você está bem, Ichigo? – Rukia perguntou depois de eles terem atravessado o portal para o mundo humano.

— Depois dessa notícia? – ele suspirou.

— Eu sei como você deve estar – ela falou, olhando para o chão – Mas vai ficar tudo bem. Afinal, temos você.

Rukia falou isso de uma forma tão natural que Ichigo não pôde deixar de sorrir.

— Pois é – Ichigo coçou a nuca – E eu já consigo dominar o Getsuga Tenshou Final. Não vai ser como da outra vez...

Ichigo não conseguiu terminar de falar porque, ao cruzar a porta da casa de seu pai, ele e Rukia tomaram um susto com uma coisa que pulou em seus pescoços. Um fantasma assustador soltou um berro terrível e pegou os dois desprevenidos. Mas o susto não foi tão grande, não, e Hisana ficou desfilando e uivando pela sala com aquele lençol branco a cobrindo e com apenas dois minúsculos buraquinhos para os olhos.

— Você não tem medo de fantasmas, Hisana? – Ichigo perguntou, entrando na brincadeira da menina. Estava achando muito engraçado e, até mesmo irônico, Rukia ter se assustado com Hisana em uma fantasia de fantasma.

— Claro que não. Eu que sou o fantasma – disse Hisana, cheia de si, indo para a cozinha.

Isshin, Yuzu e Karin estavam na cozinha. Yuzu tentava terminar um bolo, mas o seu pai guloso queria “experimentar” antes enquanto Karin fazia um esforço para mantê-lo afastado dos doces sobre a mesa.

— Ichi-nii!! Rukia-chan!! – Yuzu disse, animada – Estávamos fazendo uma pequena festinha antecipada para Hisa-chan. Estamos com muitas saudades dela.

— Yo, Yuzu – Ichigo sorriu brevemente – Eu sei que não trouxemos Hisana muito ultimamente, mas é que estamos muito ocupados, sabe?

— Desculpa esfarrapada – Isshin virou-se para ele – É porque você não passa de um ingrato mesmo – e choramingou em um canto – MASAAAKI!! Nosso filho continua rebelde mesmo depois de formar uma família! Em quê erramos na sua educação?

— Seu velho chato – Karin chutou o pai – Se o Ichi-nii disse que está ocupado é porque está.

— Vocês fizeram essa fantasia para Hisana, foi? – Ichigo apontou para o “fantasminha” que rondava a mesa à procura de uma brecha para roubar um doce.

— Que fantasia? – Karin perguntou e ela e Yuzu olharam para a sobrinha.

— Oh, o lençol do quarto da frente – Yuzu cobriu a boca.

— Hisana, sua destruidora – Ichigo ralhou com ela.

— Tudo bem, Ichi-nii – Yuzu tentou acalmá-lo – É só um lençol velho.

— Não querem uma ajuda, meninas? – Rukia sorriu para desviar a atenção.

— Claro, Rukia-chan – Yuzu abriu um largo sorriso.

— Hisa-chan também estava nos “ajudando” – Karin fez o sinal de aspas.

— Por isso que a cozinha está uma bagunça – Ichigo observou.

— Ajude também, Ichi-nii – Yuzu estendeu algumas fôrmas na direção do irmão – Pode ir ajeitando as comidas.

Os seis Kurosaki ficaram rindo e conversando por um bom tempo enquanto terminavam de arrumar os docinhos sobre a mesa. Ichigo precisou prometer mais uma vez para Yuzu que, mesmo com a comemoração de agora e a festa na casa de Byakuya, Hisana teria uma nova festa na casa dos Kurosaki no dia do seu aniversário.

— Aquele velhinho esquisito de chapéu que vocês conhecem – Yuzu disse, sorrindo – disse até que iria providenciar algumas coisas legais para a festa de Hisa-chan.

Ichigo revirou os olhos, já adivinhando que iria se irritar extremamente com um certo ex-capitão e muambeiro por causa disso.

Eles sentaram na sala para comer e conversar, mas não demorou muito para Hisana cair no sono. Ichigo resolveu levá-la para um dos quartos. Ele e Rukia ficariam ainda mais um pouco porque, afinal, não estavam tendo tantas oportunidades para visitar a família de Ichigo.

Ichigo ficou observando Hisana dormindo calmamente por um tempo. Era o único momento em que a garota ficava quieta tempo o suficiente para que ele pudesse olhá-la. Hisana parecia tão pequena e tão frágil. Ele suspirou, pensando nos perigos que poderiam assombrar a sua filha. Pensou na fuga de Aizen e estremeceu. Hisana era muito pequena para se defender de qualquer um de seus inimigos, mas e se... E se aquilo que Renji disse for verdade?

— Ela acordou? – Ichigo se assustou com a voz de Isshin atrás dele.

— Não – Ichigo percebeu, espantado, que seu pai estava sério – Estava apenas pensando.

— Hisa-chan está crescendo muito rápido, não? – Isshin se aproximou e observou a neta dormindo largada sobre a cama.

— Rápido demais – Ichigo suspirou – Hum, pai? – ele chamou meio envergonhado – Sabe dizer se... se os poderes de shinigami de Hisana podem se manifestar por agora?

— Como assim? – Isshin enrugou a testa.

— Bom, é que Renji me disse que Rukia despertou seus poderes quando completou seis anos – Ichigo abanou a mão como se estivesse espantando uma mosca insistente – E que era bem possível acontecer o mesmo com Hisana.

— Não sei de nada disso, Ichigo – Isshin coçou o queixo – Pode ser que não aconteça nada.

Ichigo suspirou aliviado.

— Mas pode ser que aconteça – Isshin completou – Afinal, ela é sua filha e os filhos costumam superar os pais.

— Você está tentando me ajudar ou me deixar mais nervoso? – Ichigo reclamou.

— Calma, filho – Isshin sorriu – Eu tenho certeza que Hisana dará uma boa shinigami.

— Mas não me refiro a isso – Ichigo bagunçou os cabelos – E sim, se meus inimigos descobrirem de Hisana. Recebi a notícia hoje de que Aizen escapou da prisão.

— Realmente, é de se preocupar – Isshin concordou, sério – Mas ele não sabe de Hisana. E terá que passar por todos nós para chegar nela.

— Eu acho que o senhor tem razão – Ichigo suspirou mais uma vez – É melhor não se preocupar com isso agora.

— E é melhor sairmos daqui para não acordar a bela adormecida – Isshin brincou – Ainda bem que ela tem um sono pesado.

— Mais pesado que um elefante – Ichigo sorriu – Vou aproveitar e ver se sobrou algum chocolate para mim lá embaixo...

Porém os dois pararam no corredor quando ouviram uma vozinha vinda do quarto.

— Também vou querer chocolate, papai.


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Notas finais do capítulo

Se quiserem comentar até mesmo para falar mal do capítulo final do mangá, fiquem à vontade.
Até mais.



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