— O quê? O que está acontecendo? – perguntou Sophie.

— São bandidos – respondeu Nina – Eles estão vindo direto para cá.

Sophie tremeu de medo.

— Grite para eles irem embora, Nina!

Mas foi inútil ela dizer isso, Clyde já estava invocando ventos fortes ao redor deles, calando sua voz.

O garoto fez um pequeno ciclone e o lançou à frente, na direção dos bandidos, que vinham a todo o vapor. Os ventos fortes derrubaram alguns homens de seus cavalos, mas não fez mais que isso.

Os bandidos então mudaram a rota e começaram a ir diretamente ao Vale das Pedras, junto com os homens que tinham caído, já montados em seus cavalos decadentes novamente.

Clyde estalou a língua com raiva. Olhou apreensivo para sua amiga presa e correu para o outro lado, sabendo que assim chamaria a atenção dos vilões e manteria Sophie longe deles. Nina, entendendo o que ele queria, correu para onde o outro estava e preparou-se para batalha também.

Os cavalos chegaram em pouco tempo e começaram a rodear os dois, rindo com seus dentes sujos e empunhando suas facas.

Clayde Eagle entrou em sua pose de batalha e atacou o primeiro homem que viu à sua frente, lançando sua rajada de ventos cortantes, dessa vez com força total, derrubando o bandido e o cavalo e fazendo cortes profundos em seu peito e rosto.

Os outros não pararam para ajudar o colega caído, o que não foi de se surpreender.

Clyde lançou outra rajada que atingiu mais dois bandidos, derrubando-os junto com o outro. Faltavam mais seis, segundo as contas do garoto.

Enquanto isso, Nina desviava dos golpes que os homens lançavam contra ela e falava palavras enfeitiçadas mandando os homens atacarem uns aos outros, embora parecesse não funcionar.

Então, de repente, a garota viu seu colega cair desacordado no chão.

— Clyde! – exclamou ela se abaixando para ver se ele estava bem. Viu o cabelo castanho do garoto tingido de sangue e olhou para cima, vendo um dos bandidos segurando um taco grosso – Covarde! – gritou com raiva.

O homem apenas gargalhou, mostrando dentes amarelos.

— Vamos nos divertir um pouco, rapazes?

O círculo de homens começou a se fechar, com sorrisos maliciosos.

Nina odiava quando homens faziam isso com ela. Não era inofensiva, conseguia se defender nesses casos, mas detestava a mediocridade de homens que se rebaixavam a ponto de tentarem fazer coisas de adultos com ela.

— Saiam de perto de mim imediatamente! – ordenou colocando o máximo da sua ameaça que conseguia.

Mas os homens não pareciam ser afetados. Nina não entendia porque, até ver pedaços de esponja tapando os ouvidos dos homens. Como eles podiam estar preparados para a sua ameaça?

— Não! – gritou ela desesperada. Não sabia o que fazer. Tentou atingi-los com seus punhos, mas nunca fora boa em luta corpo a corpo, os homens apenas desviavam ou bloqueavam seus ataques – Sophie, socorro! – gritou ela desesperada.

— Nina! – gritou uma voz ao longe, mas ela não tirou a atenção dos homens que se aproximavam, sedentos, da garota.

Então um grito se fez ouvido e uma pilha de pedras voaram pelos céus, finalmente chamando a atenção dos homens para a garota magrela e de pele e cabelos escuros que os encarava com olhares raivosos.

Sophie Hibou fez algo que nunca antes fizera: estendeu sua bolha de proteção com uma velocidade surpreendente e a recolheu rapidamente, fazendo um impacto como um golpe forte nos bandidos, que foram lançados a alguns metros de distância. Apenas Nina e o desacordado Clyde continuavam no lugar onde estavam antes.

— Não pense em machucar os meus amigos! – gritou Sophie aumentando mais uma vez sua bolha de proteção e fazendo os homens voarem pelas árvores da floresta ao longe.

Então ela empinou o seu nariz, confiante.

— Ninguém machuca meus amigos e sai ileso.