As Sete Ameaças escrita por Leh


Capítulo 8
Parte I: Os Sete – A amizade de Clyde, Nina e Sophie 1


Notas iniciais do capítulo

Hello, meus leitores! Prontos para conhecerem os últimos três?



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— Quem vem me desafiar? – gritou Zaki para a multidão – Quem acha que pode me vencer?

— Você vai tentar? – perguntou Yuki para Ana ao seu lado.

— Não vou deixar você sozinho.

Mas o garoto sabia que isso era só uma desculpa. Na verdade, ela não queria arriscar perder. Afinal, por mais que ela fosse forte, o fogo a venceria e a machucaria mais.

— Sabia escolha – sussurrou Yuki para a amiga.

— Ninguém quer tentar? – gritou Zaki mais uma vez triunfante.

— Eu vou – gritou uma voz no meio da multidão, e de lá, saiu o mais velho pupilo de Ivo.

Clyde Eagle era o guerreiro mais experiente de todos os sete, por ter treinado por mais tempo com o seu mestre, ele conhecia a maioria dos movimentos e os dominava, era um grande estrategista e analista, além de ser surpreendentemente elástico.

Zaki tremeu e olhou para o outro lado.

— Você não vale.

— Que injustiça! Por que não?

— Por que você é um dos sete e eu não quero lutar com você.

— Deixa de besteira, Zaki, nós treinamos juntos o tempo inteiro.

— Não quero com você...

A multidão começou a vaiar, ansiosa para ver um duelo.

— Certo, vamos lutar! – cedeu o menor.

O povo gritou de contentamento enquanto Clyde se posicionava em frente à Zaki.

Os dois passaram os primeiros minutos se olhando, esperando o outro fazer o movimento, até que Leeu se moveu e enviou uma bola de fogo na direção do oponente. O outro apenas defendeu-se com uma lufada de ar.

Então Eagle correu em direção do adversário, desviando dos ataques que este enviava. Saltou quando Zaki fez uma coluna de chamas para se proteger e deu um giro completo no ar, dando um chute no peito do outro antes de aterrissar no chão.

O moreno desequilibrou e caiu com o impacto, mas não ficou parado, lançou um chicote de fogo rente ao chão. Clyde quase não consegue pular para evitar a queimadura, mas ao pisar novamente no chão, viu mais chamas vermelhas vindo em sua direção e teve de se inclinar completamente para trás para evita-las. Quando estava mais uma vez seguro, deu uma cambalhota e parou de pé novamente.

— Você podia ir para o circo.

— Menos papo, mais ação – respondeu lançando um tufão de ventos cortantes na direção do oponente. Esses ventos rasgaram as roupas de Zaki e fizeram pequenos cortes em seus braços e rosto.

Claro que seu movimento de ventos cortantes era muito mais forte que isso, mas Clyde não queria machucar tanto o amigo. Zaki sabia disso e estava quase agradecido enquanto via cortes se materializando em seus braços de repente.

O mais novo também não ficou parado, percebeu o pequeno chafariz perto de onde eles estavam e lançou suas chamas lá, criando uma espessa névoa que cegou os dois.

Eagle riu enquanto lançava ventos e dispersava a névoa, mas se surpreendeu ao não ver o outro em lugar algum.

Então escutou uma vozinha atrás:

— Ele está agora atrás de Clyde e se prepara para atacar... – narrava Ana para Yuki.

O mais velho se virou e por pouco conseguiu escapar da esfera de fogo que passou por ele.

— Chega! – falou uma voz no meio da multidão – Parem essa luta imediatamente!

Clyde Eagle e Zaki Leeu estavam com o sangue quente da batalha e não queriam parar, mas o fizeram, sem conseguir resistir aos comandos mágicos de Nina Flamingo.

Todos olharam para a garota que vinha em direção a eles. Aos seus onze anos, Nina já era mais bonita que todas as mulheres da vila. Tinha um andar altivo, como se desfilasse e seu queixo estava sempre inclinado para cima, como se fosse superior ao mundo inteiro. Apenas os outros amigos sabiam o quão legal e simples era a garota, todos a viam como uma pequena diva, alguém a quem se espelhar, uma modelo, uma rainha e não como a criança que ela queria ser vista. A beleza de Nina Flamingo era sua maior qualidade e também sua maior desgraça.

— Clyde, venha aqui, preciso de você.

— Estou em uma luta – argumentou o único ser do sexo masculino que tinha coragem de contrariar Nina.

— Mas eu preciso de você imediatamente.

— Você pode esperar.

— Não, eu não posso. Venha comigo agora.

Eagle suspirou impaciente, mas cedeu. Conhecia demais a menina para saber que se ela insistia tanto, era algo importante.

Ele se ajeitou e sorriu maliciosamente para Zaki.

— Isso não acabou, viu?

O outro, ofegante e cheio de cortes, sorriu e assentiu, empolgado.

Nina e Clyde caminharam pela multidão e, ao saírem do território da pequena vila, a menina começou a correr e ele precisou se esforçar para acompanha-la. Chegaram então a um campo a oeste da vila, um lugar chamado Vale das Pedras, pois tinham muitas delas, grandes e pequenas, espalhadas pelo espaço. Embora ninguém soubesse exatamente como elas foram parar ali, o Vale das Pedras se transformou no pátio de diversão de crianças, campo de treinamento de Ivo e ponto turístico do lugar.

Porém, o Vale das Pedras também tinha mais um problema: era instável. A quantidade de rochas impostas umas sobre as outras de forma irregular era um campo minado. Elas constantemente caíam sobre as crianças e pessoas que tentavam passar por ali. E era exatamente por isso que Nina estava com tanta pressa.

Mesmo de longe, Clyde ainda pôde ver Sophie presa entre algumas pedras e desejou com todas as suas forças que nenhuma delas tivesse caído sobre algum de seus membros.

Chegaram em alguns segundos, devido à corrida que deram ao avistarem Sophie Hibou.

— O que aconteceu? – perguntou Clyde ao parar de frente para a prisão da amiga.

— Eu estava analisando algumas pedras para minhas pesquisas e uma delas caiu, desequilibrando várias outras e elas me prenderam aqui.

Sophie era apaixonada por pesquisas. Fazia constantemente perguntas das mais aleatórias a si mesma, como “Por que o céu é azul?” ou “Por que flores têm diferentes cores?” ou até mesmo “De onde vêm as estações?”, e com essas perguntas, ela anotava em um caderninho de bolso e saía a procura das respostas. A pergunta da vez era “Por que as pedras do Vale das Pedras são tão diferentes?” e por isso a garota estava passando tanto tempo no local.

— Por que você não usou sua ameaça?

— Você sabe que não consigo usá-la quando estou desesperadamente com medo.

Clyde suspirou. Ela era muito medrosa. Forte, poderosa e extremamente inteligente, mas muito acovardada.

— Você se machucou?

— Só alguns arranhões. Por sorte, as pedras criaram uma espécie de quarto, que é onde eu estou agora.

— Você precisa tirar ela daí, Clyde – suplicou Nina.

— Por que você não tenta sair sozinha, Sophie? Sua ameaça lhe permite fazer isso.

— Eu tenho medo das pedras caírem em mim.

— Sophie, sua ameaça é proteção, nada vai cair em cima de você.

— E se não funcionar?

Clyde Eagle confiava piamente em sua ameaça, por isso era tão bom em combate. Yuki, Ana, Zaki e Nina também confiavam em suas ameaças. Até mesmo o pequeno Paul já estava começando a usar sua ameaça com mais confiança. Apenas Sophie ainda tinha medo de usar sua ameaça, mesmo que fosse boa em luta corpo a corpo, não usava sua vantagem natural de modo algum, o que a deixava sempre em desvantagem.

— Eu não posso tirar essas pedras de cima de você sem sua ajuda, Sophie.

— Por favor, Clyde!

O garoto suspirou. Gostava demais da garota, os três ali eram melhores amigos desde antes de se tornarem pupilos de Ivo. Porém, ele entendia completamente que, às vezes, amigos tinham de ser duros e falar a verdade.

Ele olhou para o horizonte tomando coragem para negar o pedido de Hibou, mas paralisou o olhar ao que viu.

— O que foi? – perguntou Nina.

Não muito longe, um grupo de homens montados em cavalos machucados com bandanas amarradas na boa, facas e espadas empunhadas e roupas lascadas estava vindo em direção da vila.

— Bandidos.


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