As Sete Ameaças escrita por Leh
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal! Prontos para conhecer dois novos personagens mais de perto? Eu vos apresento... Zaki e Paul!
Espero que gostem deles :3
As crianças mais velhas começaram a se aglomerar ao redor de Paul. Eles sempre faziam isso com o mais novo dos sete, talvez por que ele fosse o único que eles podiam enfrentar, já que ele não conseguia controlar sua ameaça ainda, ou talvez fosse por que ele era pequeno demais para sua idade, muito envergonhado e um pouco chorão; mas com certeza era por que o invejavam.
Paul queria chorar à medida que os grandes chegavam mais perto dele com aqueles olhares ameaçadores e seus braços grandes alcançando ele.
Então, o pequeno viu um dos amigos do outro lado. Queria ir para lá, queria desesperadamente sair dali, mas estava tão nervoso que não conseguia.
— Ei! – gritou o outro – Seus grandalhões! Por que não tentam pegar alguém do seu tamanho?
Era Zaki, o indomável, com chamas nas mãos e um olhar de raiva ameaçadora.
— Eu vou mostrar para vocês como é quando uma criança mais velha cerca vocês...
Então uma coluna de fogo foi erguida ao redor das crianças, iniciando vários choros medrosos. Então, Zaki recolheu suas chamas e grunhiu:
— Saiam daqui.
As crianças correram com medo, deixando Paul Maus e Zaki Leeu sozinhos.
O pequeno correu para perto do amigo e o olhou com os olhinhos brilhando. O mais velho era seu ídolo, aquele que sempre estava por perto quando ele precisava de ajuda.
— Obrigada, irmãozão!
— Não sou seu irmão, pirralho. Vê se aprende a se defender sozinho, estou cansado de usar minha ameaça para tirar você de problemas.
— Por quê?
— Por que você é uma das Sete Ameaças prodígio e precisa aprender a usar a cabeça.
— Por quê?
— Por que se não aprender você vai se dar muito mal.
— Por quê?
Zaki encarou o pequeno com raiva. Ele, de fato, não era conhecido por ter uma paciência muito grande.
— Por que se não, vai aparecer alguém que vai matar você.
— Por quê?
O mais velho gritou de frustração.
— Para de me encher a paciência e vai procurar o que fazer!
— Brinca comigo?
— Não.
— Por favor.
— Não.
— Por quê?
— Por que você é uma criança pequena e minhas brincadeiras são de gente grande.
— Por quê?
— Por que eu sou grande.
— Por quê?
— Por quê eu ainda respondo você...?
— Vamos brincar!
Zaki olhou o garotinho pequeno e loiro que praticamente o idolatrava. Ele odiava isso. Queria que Clyde, Yuki, Nina ou até mesmo Sophie e Ana o idolatrassem, mas Paul era o mais novo, o mais inexperiente e ainda assim, o que mais gostava de Leeu.
— Vamos brincar de “me deixa em paz”.
— Como se brinca disso?
— Você fica aqui e não me procura mais.
— Não gostei. Vamos brincar de pega-pega!
— Não quero brincar com você! Sai daqui!
Então o pequeno Maus fez uma careta de choro e as lágrimas começaram a cair devagar.
— Você está mesmo chorando por que eu não quero brincar com você?
Paul gritou e seu lamento ficou cada vez mais forte até ficar parecido com pequenos gritinhos histéricos e mimados.
— Cala a boa!
Mas tudo o que Zaki conseguia fazer era aumentar o choro do pequeno.
— O que está acontecendo? – perguntou Yuki vindo morro acima – Você se machucou, Paul? – disse ele se abaixando e pegando o rostinho do mais novo enquanto limpava suas lágrimas.
Zaki sempre se impressionou com a facilidade com a qual Yuki se movia e agia como se estivesse vendo, mesmo que todos soubessem que não estava.
— Ele não quer brincar comigo! – dedurou Maus.
— Ele quem?
— Eu estou aqui – respondeu Leeu.
— Eu sei, senti seu cheiro.
— Que bizarro.
— Zaki, eu posso me transformar em um cachorro...
— Yuki, anda mais devagar! – disse Ana chegando ao topo da colina com um pouco de dificuldade – Eu tenho pernas pequenas...
— Desculpa, é que eu ouvi o pequeno Paul chorando.
— Ele não quer brincar comigo – repetiu Maus.
— Vai falar para todo mundo agora – falou Zaki irritado.
— Eu tenho uma ideia – disse o sempre gentil Yuki - Eu e Anya estamos indo explorar a floresta, por que vocês não vêm conosco?
— De maneira nenhuma – protestou Ana.
— Sim – falou o mais novo empolgado.
— Parece legal – falou Leeu.
— Então vamos!
Yuki se levantou e estendeu a mão para Paul pegar, mas Ananya foi mais rápida e segurou a palma estendida antes do menor.
— Você precisa de alguém para te guiar. Eu faço isso!
O outro apenas sorriu e assentiu.
Então, os quatro se direcionaram para a floresta do outro lado do campo da colina.
Zaki estava achando estranho a grande proximidade que Ana desenvolvera com Yuki. Antes eles eram inimigos declarados. O garoto cego sempre foi extremamente positivo e alegre e isso irritava a garota e Leeu também. E de repente, Ananya parecia ser a melhor amiga de Yuki. Amiga até demais, no último mês os dois não tinham se separado nem para comer.
E além disso, ela nunca parava de falar perto dele. Ficava o tempo inteiro falando o que tinha ao redor dos dois e tudo o que acontecia nos mais mínimos detalhes, algo que deixava Zaki ainda mais irritado.
— Você sabe como são as árvores?
— Já as senti.
— Bom, o que você sentiu é o tronco, ele normalmente é escuro e marrom, ele é groso e no alto vai se dividindo para criar ramificações, onde as folhas pequenas, finas e verdes enfeitam elas, mas no outono elas caem todas, deixando o chão amarelo...
— Que lindo!
— Sabe Ana, nós homens precisamos de espaço. Você sufoca Yuki ficando tanto tempo com ele.
A garota instantaneamente se virou e largou o outro garoto para olhar Zaki.
— Você está me criticando?
— Estou dizendo que uma hora, Yuki vai enjoar.
— Não vou, não – disse ele sem se virar para os dois – Eu gosto muito da atenção da Anya.
A menina olhou o outro com um sorriso triunfante, até eles escutarem um baque e verem o amigo cego cair no chão.
— Yuki?
— Ei, você está bem?
O garoto riu e pôs a mão no nariz, que sangrava bastante.
— Acho que esbarrei em uma árvore.
— Você estava me distraindo! – disse Ana irritada – Vem, Yuki. Nós precisamos mostrar isso para a sua mãe.
— Não está doendo tanto.
— Mas está sangrando bastante.
— Nós vamos embora? – perguntou Paul triste.
— Yuki sofreu um acidente.
— Ele esbarrou na árvore sozinho, eu vi!
— Eu não... a vi.
O pequeno Maus cruzou os braços irritado.
— Você nunca vê nada.
Até mesmo Zaki viu o quanto Yuki ficou triste com aquilo. Ele empurrou o pequeno, repreendendo-o.
— Ei, não seja rude!
— Mas é verdade!
— Eu vou levar Yuki para a enfermaria.
E eles estavam começando a se virar quando uma coluna de fogo surgiu ao redor deles e acima, olhando com raiva, estava um grande monstro vermelho os encarava, mostrando os dentes ameaçadoramente.
— O que aconteceu? Por que está quente?
— Um muro de fogo... um... um...
Então o bicho rugiu e se fez ouvido até mesmo para as pessoas da vila ao longe. Os ossos de todos, até mesmo de quem não via nada, tremeram de medo.
— Um dragão!
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Eles merecem reviews, não é?? hehehe