As Sete Ameaças escrita por Leh


Capítulo 5
Parte I: Os Sete – A irmandade de Zaki e Paul 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Prontos para conhecer dois novos personagens mais de perto? Eu vos apresento... Zaki e Paul!
Espero que gostem deles :3



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As crianças mais velhas começaram a se aglomerar ao redor de Paul. Eles sempre faziam isso com o mais novo dos sete, talvez por que ele fosse o único que eles podiam enfrentar, já que ele não conseguia controlar sua ameaça ainda, ou talvez fosse por que ele era pequeno demais para sua idade, muito envergonhado e um pouco chorão; mas com certeza era por que o invejavam.

Paul queria chorar à medida que os grandes chegavam mais perto dele com aqueles olhares ameaçadores e seus braços grandes alcançando ele.

Então, o pequeno viu um dos amigos do outro lado. Queria ir para lá, queria desesperadamente sair dali, mas estava tão nervoso que não conseguia.

— Ei! – gritou o outro – Seus grandalhões! Por que não tentam pegar alguém do seu tamanho?

Era Zaki, o indomável, com chamas nas mãos e um olhar de raiva ameaçadora.

— Eu vou mostrar para vocês como é quando uma criança mais velha cerca vocês...

Então uma coluna de fogo foi erguida ao redor das crianças, iniciando vários choros medrosos. Então, Zaki recolheu suas chamas e grunhiu:

— Saiam daqui.

As crianças correram com medo, deixando Paul Maus e Zaki Leeu sozinhos.

O pequeno correu para perto do amigo e o olhou com os olhinhos brilhando. O mais velho era seu ídolo, aquele que sempre estava por perto quando ele precisava de ajuda.

— Obrigada, irmãozão!

— Não sou seu irmão, pirralho. Vê se aprende a se defender sozinho, estou cansado de usar minha ameaça para tirar você de problemas.

— Por quê?

— Por que você é uma das Sete Ameaças prodígio e precisa aprender a usar a cabeça.

— Por quê?

— Por que se não aprender você vai se dar muito mal.

— Por quê?

Zaki encarou o pequeno com raiva. Ele, de fato, não era conhecido por ter uma paciência muito grande.

— Por que se não, vai aparecer alguém que vai matar você.

— Por quê?

O mais velho gritou de frustração.

— Para de me encher a paciência e vai procurar o que fazer!

— Brinca comigo?

— Não.

— Por favor.

— Não.

— Por quê?

— Por que você é uma criança pequena e minhas brincadeiras são de gente grande.

— Por quê?

— Por que eu sou grande.

— Por quê?

— Por quê eu ainda respondo você...?

— Vamos brincar!

Zaki olhou o garotinho pequeno e loiro que praticamente o idolatrava. Ele odiava isso. Queria que Clyde, Yuki, Nina ou até mesmo Sophie e Ana o idolatrassem, mas Paul era o mais novo, o mais inexperiente e ainda assim, o que mais gostava de Leeu.

— Vamos brincar de “me deixa em paz”.

— Como se brinca disso?

— Você fica aqui e não me procura mais.

— Não gostei. Vamos brincar de pega-pega!

— Não quero brincar com você! Sai daqui!

Então o pequeno Maus fez uma careta de choro e as lágrimas começaram a cair devagar.

— Você está mesmo chorando por que eu não quero brincar com você?

Paul gritou e seu lamento ficou cada vez mais forte até ficar parecido com pequenos gritinhos histéricos e mimados.

— Cala a boa!

Mas tudo o que Zaki conseguia fazer era aumentar o choro do pequeno.

— O que está acontecendo? – perguntou Yuki vindo morro acima – Você se machucou, Paul? – disse ele se abaixando e pegando o rostinho do mais novo enquanto limpava suas lágrimas.

Zaki sempre se impressionou com a facilidade com a qual Yuki se movia e agia como se estivesse vendo, mesmo que todos soubessem que não estava.

— Ele não quer brincar comigo! – dedurou Maus.

— Ele quem?

— Eu estou aqui – respondeu Leeu.

— Eu sei, senti seu cheiro.

— Que bizarro.

— Zaki, eu posso me transformar em um cachorro...

— Yuki, anda mais devagar! – disse Ana chegando ao topo da colina com um pouco de dificuldade – Eu tenho pernas pequenas...

— Desculpa, é que eu ouvi o pequeno Paul chorando.

— Ele não quer brincar comigo – repetiu Maus.

— Vai falar para todo mundo agora – falou Zaki irritado.

— Eu tenho uma ideia – disse o sempre gentil Yuki - Eu e Anya estamos indo explorar a floresta, por que vocês não vêm conosco?

— De maneira nenhuma – protestou Ana.

— Sim – falou o mais novo empolgado.

— Parece legal – falou Leeu.

— Então vamos!

Yuki se levantou e estendeu a mão para Paul pegar, mas Ananya foi mais rápida e segurou a palma estendida antes do menor.

— Você precisa de alguém para te guiar. Eu faço isso!

O outro apenas sorriu e assentiu.

Então, os quatro se direcionaram para a floresta do outro lado do campo da colina.

Zaki estava achando estranho a grande proximidade que Ana desenvolvera com Yuki. Antes eles eram inimigos declarados. O garoto cego sempre foi extremamente positivo e alegre e isso irritava a garota e Leeu também. E de repente, Ananya parecia ser a melhor amiga de Yuki. Amiga até demais, no último mês os dois não tinham se separado nem para comer.

E além disso, ela nunca parava de falar perto dele. Ficava o tempo inteiro falando o que tinha ao redor dos dois e tudo o que acontecia nos mais mínimos detalhes, algo que deixava Zaki ainda mais irritado.

— Você sabe como são as árvores?

— Já as senti.

— Bom, o que você sentiu é o tronco, ele normalmente é escuro e marrom, ele é groso e no alto vai se dividindo para criar ramificações, onde as folhas pequenas, finas e verdes enfeitam elas, mas no outono elas caem todas, deixando o chão amarelo...

— Que lindo!

— Sabe Ana, nós homens precisamos de espaço. Você sufoca Yuki ficando tanto tempo com ele.

A garota instantaneamente se virou e largou o outro garoto para olhar Zaki.

— Você está me criticando?

— Estou dizendo que uma hora, Yuki vai enjoar.

— Não vou, não – disse ele sem se virar para os dois – Eu gosto muito da atenção da Anya.

A menina olhou o outro com um sorriso triunfante, até eles escutarem um baque e verem o amigo cego cair no chão.

— Yuki?

— Ei, você está bem?

O garoto riu e pôs a mão no nariz, que sangrava bastante.

— Acho que esbarrei em uma árvore.

— Você estava me distraindo! – disse Ana irritada – Vem, Yuki. Nós precisamos mostrar isso para a sua mãe.

— Não está doendo tanto.

— Mas está sangrando bastante.

— Nós vamos embora? – perguntou Paul triste.

— Yuki sofreu um acidente.

— Ele esbarrou na árvore sozinho, eu vi!

— Eu não... a vi.

O pequeno Maus cruzou os braços irritado.

— Você nunca vê nada.

Até mesmo Zaki viu o quanto Yuki ficou triste com aquilo. Ele empurrou o pequeno, repreendendo-o.

— Ei, não seja rude!

— Mas é verdade!

— Eu vou levar Yuki para a enfermaria.

E eles estavam começando a se virar quando uma coluna de fogo surgiu ao redor deles e acima, olhando com raiva, estava um grande monstro vermelho os encarava, mostrando os dentes ameaçadoramente.

— O que aconteceu? Por que está quente?

— Um muro de fogo... um... um...

Então o bicho rugiu e se fez ouvido até mesmo para as pessoas da vila ao longe. Os ossos de todos, até mesmo de quem não via nada, tremeram de medo.

— Um dragão!


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Notas finais do capítulo

Eles merecem reviews, não é?? hehehe



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