As Sete Ameaças escrita por Leh


Capítulo 15
Parte I: Os Sete – Desaparecimentos 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pessoal, tinha programado os posts de domingo e segunda e por um erro (talvez meu, talvez do nyah!) acabou sendo postado dois capítulos iguais e esse aqui não foi postado...
Consertando o erro... aqui está mais um! :D



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Clyde esmurrou com força a parede do quarto, fazendo o pequeno Paul olhar para cima assustado e chorar ainda mais forte.

— Calma – disse Zaki irritado e abraçando o irmão de escolha – Você está assustando Paul.

— Como posso ter calma, Zaki? Sophie e Nina foram levadas embora!

— E Yuki! – gritou Ana levantando-se – Yuki foi o primeiro a ser levado embora!

— Yuki também. Olha só para nós! Éramos as Sete Ameaças Prodígio, pessoas vinham de lugares remotos nos desafiar e nós vencíamos deles! Agora somos três!

— Quatro – argumentou Zaki – Você está esquecendo de Paul.

— Zaki, se nós três formos levados também, quem vai cuidar dele?

— Mestre Ivo – respondeu o menino – ele vai cuidar de Paul, como faz conosco.

— Já é o terceiro desaparecimento, Zaki! Mestre Ivo não sabe o que fazer! E para ser franco, nesse momento, ele está no bar com provavelmente sete copos vazios e mais um a caminho.

— Não fale assim do mestre Ivo! – gritou Ana.

— Eu estou só falando a verdade!

— Ei! – gritou a senhora Eagle entrando no quarto – Parem de gritar, vocês vão acordar a pequena Lizie.

— Desculpe, mãe.

A mulher suspirou e abriu um pouco mais a porta.

— Esse é um momento crítico e eu entendo que estejam com raiva e se sentindo impotentes, mas é nessas horas que devem permanecer juntos e unidos.

— Sim, mãe.

— Eu sinto muito, senhora Eagle.

Ela deu um sorriso carinhoso de mãe.

— Não briguem em um momento como esse, certo?

Então ela fechou a porta, deixando os quatro sozinhos novamente.

Clyde suspirou.

— Eu sinto muito – falou para os dois – Eu só... estou entrando em desespero. Sophie e Nina eram minhas melhores amigas e Yuki era o que mais via o lado positivo em qualquer situação. Sinto muita falta deles e não sei mais o que fazer.

— Você quer procura-los?

— Não, Ana. Eles não foram levados para perto daqui. Se não tiverem sido mortos, foram levados para bem longe.

— Mas não podemos desistir!

— Ana, o mundo é gigantesco! Mesmo que nós passemos a vida inteira procurando, podemos não encontra-los nunca!

— Mas não podemos desistir! Eu não vou desistir!

— Então você vai perder a sua vida inteira procurando e não vai encontrar nada.

— Eu vou encontrar! Sabe por quê? Por que eu não vou parar de procurar! Nunca! E eu acredito, do fundo do meu coração, que vou achá-los.

Clyde recuou um passo, encarando Ana.

— Parece Yuki falando.

A garota sorriu.

— Obrigada.

Então se virou e saiu pela porta a passos duros, até chegar à praça.

Todos ali a olhavam, como se a vigiassem para não a deixar ir muito longe.

Ana então sentou na fonte da praça, que ficava às margens da vila. Estava triste, quando conseguiria voltar a procurar Yuki com liberdade?

Olhou o horizonte e viu um pequeno exército vindo em direção da vila. Olhou ao redor e viu que as pessoas ainda a olhavam. Diabos! Iria mesmo assim! Elas não conseguiriam impedi-la e chamariam mestre Ivo para ajudá-la.

Correu morro abaixo ouvindo protestos dos outros, mas não parou até chegar perto de onde eles estavam. Olhou os soldados com raiva e avançou, dando um golpe no primeiro com tanta força que o lançou a alguns metros de onde estavam.

— Venham! – gritou ela. Tinha muita energia acumulada e precisava liberar tudo.

Os homens embainharam suas espadas e começaram a avançar, mas ela dava golpes que os derrubavam no chão e o impediam de levantar novamente.

Soldados vinham de todos os lados e pareciam não parar de chegar, mas nenhum conseguia tocar um fio de cabelo sem que Ana os mandasse voando ou ao chão.

Até que um deles lançou uma flecha no braço esquerdo da garota, fazendo-a parar e berrar de dor. Então eles pegaram os dois braços dela e o amarraram nas costas. A menina tentou se soltar, mas seu braço ardia quando os músculos flexionavam.

Um homem magro e de aparência frágil e com o olhar preocupado apareceu.

— Eu sinto muito, Ananya.

Então ele tocou o centro de sua testa e começou a arrancar as memórias dela. Ana percebeu logo no início o que ele estava fazendo e gritou, determinada a manter seus amigos, sua família, mestre Ivo e Yuki consigo.

Potter Lobus estava preparado para resistência, mas aquela garota era mais forte do que imaginava, ela se agarrava com tanta força às memórias que arrancá-las dela estava exigindo um esforço fenomenal dele. Porém, ele estava conseguindo, arrancava uma a uma de suas memórias e guardava.

Mas quando chegou às memórias do garoto cego, uma barreira forte se formou. Ouviu uma voz gritando em sua mente: “Se afaste de Yuki! ” e teve de parar.

Recuou alguns passos e encarou a garota. Quando lhe disseram que Ananya Medved tinha a ameaça da força, ele pensou que ela era apenas fisicamente, mas a garota tinha uma força de espírito fenomenal. Felizmente, agora ela estava olhando ao redor, como se não entendesse o que estava acontecendo.

— Você sabe qual o seu nome? – perguntou o homem.

— Nome? Eu... não.

— Sabe quem você é?

Ela pareceu fazer um grande esforço, mas apenas balançou a cabeça depois de um tempo.

— Sabe quem é Yukiko Chô?

— Yuki... meu amigo.

O homem sorriu. Lembrou-se de que quando estava tirando as memórias do menino cego também encontrou uma barreira em Ananya Medved, mas ele não era tão forte quanto ela.

— Ana! – gritou Ivo do alto da colina, descendo a uma velocidade fenomenal pelo morro em direção deles.

— Vamos! – gritaram os soldados carregando Ana e fazendo-a gritar de dor quando apertaram seu braço machucado.

Potter Lobus acompanhou os homens, dando apenas uma olhada para trás para sussurrar um pedido de desculpas a Ivo.

—x-x-x-x-x-x-x-

Ela estava vestindo um trapo cinza e rasgado e tinha correntes nos pés.

— Vai – gritou o homem com o chicote estalando-o no chão como ameaça.

Os homens então pegaram as cordas e começaram a puxar as pedras gigantescas, sob chicoteadas e gritos.

— Seu nome é Natasha Kamenev. Você é escrava de carregamento.

— O que é isso?

— Você precisa tirar as pedras e carregá-las onde estão construindo o castelo para o grande rei Hommer.

— Onde? – perguntou Natasha olhando ao redor e vendo apenas pedras soltar e homens trabalhando.

— Ali – falou o homem apontando para o campo vazio.

— Mas está vazio!

— Então você tem muito trabalho pela frente. Vá agora.

Ela olhou para o homem com olhos suplicantes, mas ele não teve piedade.

— Vá! – berrou.

Natasha correu para onde os trabalhadores estavam. Alguns caídos no chão, exaustos. Existiam todo tipo de pessoas puxando as cordas: mulheres, crianças, velhos e homens, dos mais saldáveis aos mais doentes.

A menina caminhou por entre as linhas de homens puxando as cordas, sem saber o que fazer.

— Em sua posição! – gritou o homem estalando o chicote no braço machucado dela.

Ela gemeu de dor e pegou a ponta de uma corda, puxando com força e fazendo o gigantesco bloco de pedra mover-se com facilidade.

Em alguns minutos, a pedra estava no lugar onde deveria, deixando os outros escravos assustados, olhando para a pequena garotinha mais forte que todos eles juntos.

Natasha, não se importou que todos a olhassem, apenas correu para pegar outra pedra com um pensamento em mente: Yukiko Chô, seu amigo. Muito embora não se lembrasse de quase nada dele.


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