O vento soprava um pouco mais forte naquele fim de tarde, Naruto tirou um tempo para descansar de seus afazeres como shinobi de Konohagakure e andou sem rumo e sozinho por um bom tempo para pensar, observou pelos centros todas as pessoas que lutava para proteger todos os dias, todos os amigos que fizera ao longo dos anos, por onde passou ele foi bem recebido, às pessoas o cumprimentavam e o parabenizaram sempre por seus esforços, as crianças o seguiam em busca de orientação e palavras de encorajamento, os adultos lhe elogiavam, tudo o fez com um belo sorriso no rosto.

Porém, após algum tempo, ele sentiu a necessidade de ficar sozinho.

Naruto foi até o local que se tornou seu preferido depois de muito tempo, o monumento com todos os Hokages ficava realmente lindo de se ver enquanto a tarde caía sobre a vila, ele subiu as escadas calmamente e se sentou ao chegar ao topo da mesma, que ficava bem ao lado do rosto de seu próprio pai, o herói de toda a vila.

— Parece que eu finalmente te alcancei, pai. – Ele disse para o monumento.

Como ele sempre soube, o monumento não respondeu, o vento soprou mais forte sobre seu rosto, Naruto gostaria de imaginar que fosse a presença dele junto com ele, como se o vento estivesse trazendo a admiração e carinho que Minato e Kushina tinham pelo seu filho, o mais novo herói de Konohagakure, porém Naruto não conseguia enxergar isso.

— O vento é só o vento… – Ele disse, abraçando as próprias pernas.

Pai, eu me sinto tão sozinho, o que devo fazer? — Ele pensou.

Naruto fitou o horizonte até onde sua vista lhe permitia, ele pôde ver os limites da aldeia e toda a floresta que a cercava, ele podia ver as construções e várias pessoas andando, indo para suas casas, famílias que se reuniam após um dia normal e que iriam se divertir ou ficar em casa, iriam fazer coisas que famílias normalmente fazem.

Coisas que Naruto gostaria de conhecer um dia.

— Achei que iria encontrá-lo aqui. – A doce voz de Hinata surgiu.

— Hinata… – Naruto a encarou.

Hinata exibiu um leve sorriso no rosto, ela estava parada na escada, uma de suas mãos se segurava no corrimão enquanto a outra tentava manter os cabelos em ordem, o vento os bagunçava de uma forma graciosa, ele percebeu que a namorada ficava cada vez mais vermelha a medida que ele a encarava, a medida que ele percebia o quão graciosa ela ficava.

Sem se demorar, ela se sentou ao lado de Naruto, tentou desviar o olhar do dele para não ficar mais vermelha e fitou o monumento, olhando para o rosto de Minato, a jovem imaginava consigo como seria conhecê-lo.

— Será que ele… Me aprovaria? – Ela perguntou, mais para si do que para Naruto.

Naruto estranhou a pergunta, ele não tinha como responder, não conhecera o pai, não sabia como era sua personalidade de verdade, ou a da mãe, ele sabia que os dois eram grandes heróis, que se sacrificaram para salvar a vila, que eram adorados pelo povo da aldeia, que eram grandes shinobis, que eram um belo casal e que… E que queriam que Naruto tivesse uma vida normal, uma vida boa, era assim que ele imaginava.

Eles gostariam que eu me sentisse amado. — Ele pensou, enquanto a fitava.

Hinata lhe fazia se sentir como se alguém o estivesse esperando, ele tinha para onde voltar agora, os braços dela se estendiam para ele quando ele precisava de um abraço, quando ele precisava se sentir amado.

— Eu acredito… Eu sei que sim. – Ele a puxou para perto, abraçando-a.

— Naruto-kun… – Ela se agarrou a ele e beijou sua bochecha.

— Obrigada, Hinata, estou me sentindo muito melhor. – Ele sorriu.