O jovem homem o reconheceu com certa surpresa ao atender a porta. Nico sabia que ele era médico. Ele sempre o cumprimentava quando se esbarravam no elevador ou no corredor, com um sorriso que Nico considerava "ligeiramente desconcertante".

Mais cedo naquele dia, ele o encontrara ao chegar de um passeio no parque com sua sobrinha, de quem Nico estava tomando conta. Talvez por isso, Will Solace tenha sido a primeira pessoa que lhe veio à mente no momento do desespero.

— Eu juro, foram só dois minutos. Dois minutos! – Nico mexia as mãos freneticamente enquanto falava. - Estávamos fazendo cookies na cozinha, eu fui até a sala e quando voltei, ela tinha aberto o pote de amendoins e eu vi que no nariz... Ela nunca tinha feito isso antes. Eu não...

Em meio à fala totalmente descontrolada de Nico, Will Solace pareceu entender o problema e o interrompeu calmamente, pondo uma mão em seu ombro.

— Fique calmo. Isso acontece. Com as crianças, toda a atenção é pouca. Sua sobrinha vai ficar bem. – A voz e os olhos dele transmitiam muita segurança. – Você pode trazê-la até o sofá?

Nico fez exatamente o que ele pediu. Seu vizinho deu uma olhada no nariz de Emily, impressionantemente calma para uma menina de cinco anos que tinha visto o tio quase ter um ataque.

 Solace pediu licença para apertar um lado do nariz dela, depois que ela tomasse ar pela boca, em seguida assoasse.

Em dois instantes, o problema com o amendoim colocado no nariz estava resolvido. Simples a ponto de Nico achar que tinha sido idiota indo ali incomodá-lo. Mas enquanto ele saía carregando sua sobrinha, pedindo desculpas e agradecendo muito, recebeu um sorriso luminoso e ouviu:

— Não há de quê. Você fez a coisa certa ao pedir ajuda. Continue sendo um ótimo tio.

Quando voltaram ao apartamento de Nico, ele sugeriu que levassem cookies para Will Solace como agradecimento.