Scorpius entrou no Salão Comunal da Sonserina e se deparou com um burburinho entre os sonserinos. Todos estavam parados olhando um aviso num mural. Scorpius se aproximou e conseguiu ler.

“Capturei a sangue-ruim. Traga-me a pedra ou ela morre!”

Estava tudo claro para ele agora. O aviso era um pedido de resgate. Scorpius arrancou o aviso e saiu da sala. No caminho, encontrou os gêmeos Scamander.

— Alô, Scorpius Malfoy! Está tendo um bom dia?

— Mais ou menos. Estou com pressa agora, depois a gente conversa mais.

— Também atrás de Rose? Eu e Lorcan a vimos andando até a Floresta Proibida. Eu tenho certeza que os narguilés a capturaram, mas Lorcan teima em discordar de mim.

— É óbvio que não são os narguilés, Lysander!

— Sinto muito, Lysander, mas vou ter que concordar com Lorcan desta vez. Não foram os narguilés, foi Órion Black. Levem este papel à Sra. McGonagall e digam a ela tudo o que sabem.

Scorpius entregou o bilhete aos gêmeos e saiu correndo. Com a varinha em punho, foi até a Floresta Proibida, em uma missão que poderia custar sua vida.

...

Os gêmeos não entenderam muito bem o recado de Scorpius, mas mesmo assim foram até a diretoria. Lá encontraram os irmãos Potter andando em círculos, Lílian abraçada a Hugo, que soluçava de desespero, Rony se revirando em uma cadeira, ansioso por notícias da filha, e Neville arrancando os cabelos de aflição.

— Sinto, mas terei que mandar uma coruja ao Ministério da Magia. Hermione precisa saber disso imediatamente. Devo chamar também o Sr. Potter, Sr. Weasley?

— Faça o que achar melhor, Minerva... Só quero minha menina de volta!

— Sra. McGonagall, desculpe o incômodo, mas temos notícias de Rose Weasley!

Os gêmeos entraram de uma vez na sala, caindo um por cima do outro e Lysander quase rasgou o bilhete. James e Alvo foram ajudá-los.

— O que querem, Scamanders?

— Temos informações sobre Rose Weasley! Nós a vimos andando até a Floresta Proibida!

Todos na sala foram pegos de surpresa. Rony arregalou os olhos e foi até os garotos.

— O que sabem? Como Rose foi parar lá? E por quê?

— Calma, Rony, deixe os garotos falarem – disse Neville.

Os gêmeos se entreolharam e Lysander começou.

— Estávamos em nossa torre, prestes a sair para a aula de Transfiguração, quando vimos Rose caminhar para a Floresta. Eu achei que fossem os narguilés, Lorcan discordou, como sempre, mas não deu outra explicação, pra variar.

— Encontramos Scorpius Malfoy apressado e ele estava indo atrás dela. Entregou-nos um bilhete e disse que quem capturou Rose foi Órion Black. Mostre o bilhete, Lysander!

 Lysander estendeu o papel para Rony, que lia tudo com as mãos trêmulas e a voz embargada.

— C-como? P-por quê?

— Calma, tio Rony! Black ficou com raiva de Rose por causa do que ela disse naquele dia sobre o tal grupo deles. Ela sabe demais, por isso Órion Black a levou. Ele também quer se vingar de Scorpius por causa da vaga de apanhador no time, e sabe que Scorpius gosta dela...

Rony olhou Alvo com um misto de surpresa e irritação. James interveio.

— O tal grupo do Black era para tentar achar a Pedra da Ressurreição e quem sabe, ressuscitar Voldemort. Esse era o plano dele, mas pouquíssimos sabiam disso. Rose só entrou nesse grupo pra descobrir essas informações, mas quem nos revelou tudo foi Scorpius. Não dissemos nada antes porque achamos que Órion Black tinha desistido dessa ideia absurda depois da punição que recebeu.

Minerva se levantou, bastante irritada, e desandou a dar ordens.

— Neville, mande chamar Slughorn e Órion Black aqui agora. Mande três corujas: uma para Hermione Granger, outra para Harry Potter e outra para a responsável por Órion Black. Ronald, vá com os Potters atrás de Scorpius Malfoy e Rose Weasley imediatamente. Ah, tome o mapa – Minerva entregou o Mapa do Maroto a Rony – vocês vão precisar. Senhorita Potter, leve Hugo Weasley até a enfermaria e fique com ele até ele se acalmar. E vocês, Scamanders, podem ir. Ganharão vinte pontos para a Corvinal cada.

...

Alvo corria para a Floresta Proibida quando James o puxou.

— Calma, maninho! Onde você pensa que vai com tanta pressa? Achei que os membros da Sonserina pensassem mais antes de agir...

— Não podemos perder tempo, Jay! Eles estão correndo perigo!

— Antes da missão de resgate, vem aqui rapidinho pra combinarmos a estratégia!

James levou o irmão e o tio até a Torre da Grifinória, disse a senha, Bravura Indômita, e entrou com ele até seu quarto.

— Fiquem aí que eu vou pegar tudo que precisaremos pra batalha!

James mexeu nas suas gavetas. Pegou a capa da invisibilidade e uma garrafinha com um líquido brilhante. Abriu, bebeu um gole e entregou o resto para o tio e para o irmão.

— Bebam aí, caras!

— O que é isto? – indagou Alvo – Não me diga que é a...

— Felix Felicis, a poção da Sorte! – concluiu Rony, analisando a garrafinha – Foi Slughorn que te deu, não foi, James?

— Sim, tio, e tudo isso graças às minhas incríveis habilidades em Poções. Como não poderei usar amanhã mesmo, resolvi usar agora. Anda, bebe aí, vamos precisar dela pra hoje!

Rony bebeu um gole e entregou a garrafinha a Alvo, que bebeu um pouco, mas guardou um restinho no bolso do casaco.

— Essa capa vai caber nós três? E esse mapa, tio?

— Esse mapa aqui é a melhor coisa que os alunos desta escola já inventaram e dois deles, adivinhem só, são seu avô James Potter e Sirius Black: o Mapa do Maroto! Abrindo o mapa, podemos ver mais ou menos onde Rose pode estar...

Os rapazes viram as pegadas de Rose quase no centro da Floresta Proibida, junto com as pegadas de Órion Black, e as pegadas de Scorpius, se dirigindo até eles.

— Puxa, isso aqui é genial!

— Também acho, James. Eu, Mione e seu pai usamos muito em nosso período em Hogwarts, e agora McGonagall usa pra ver se vocês andam saindo da linha. Agora que já pegamos tudo o que precisávamos, podemos ir.

— Sim, mas só eu e tio Rony vamos atrás de Scorpius – falou James – Você, pirralho, vai chamar os outros membros da Patrono Invencível pra ir atrás dos outros caras da Realeza. Eles podem estar por dentro do plano do Black e planejando alguma coisa.

— Que história é essa de Patrono Invencível? – indagou Rony.

— Ideia do Scorp – respondeu Alvo – Também temos o nosso grupo, mas só tem gente do bem. Vou procurar os outros, vocês tomem cuidado.

Alvo foi para um lado e James e Rony foram para outro, cobertos pela capa de invisibilidade. Mal chegou ao Salão Comunal da Grifinória, Alvo deu de cara com Fred, Louis e Roxanne organizando uma expedição para procurar Rose.

— Al, você já está sabendo?

— Sim, Roxy. Jay e tio Rony já estão indo encontrar Rose. Foi o Black que a levou.

— Caramba, então é verdade! – exclamou Louis, assombrado – Cadê o Hugo? Como será que ele tá?

— Na ala hospitalar, está em estado de choque. Ele vai ficar bem, vai ficar tudo bem, só temos que encontrar Mateus e ir atrás dos outros caras da Realeza que ainda estão com Black.

Os quatro caminhavam apressados, com Alvo à frente. Estavam marchando em direção ao Porão da Lufa-Lufa, quando se depararam com Mateus rendendo Nathaniel Smith com a varinha.

— Nem pense em fugir, Smith!

— Ora! – exclamou Fred – Nem nos convidou pra festinha, Nogueira?

Nathaniel tentou escapar, mas Mateus fez o feitiço do Piche Grudento, azaração brasileira que deixou Nathaniel todo sujo de piche e sem conseguir se mexer.

— Eu já ia avisar. Estava indo pra aula de DCAT, quando vi esse sujeito indo na direção contrária. Ele me notou, começou a correr e eu fui atrás.

— Onde pensou que ia, Smith? – perguntou Fred, bancando o durão.

— Não é da sua conta, Weasley! – respondeu ele, com rispidez.

— Por acaso ia ajudar o Black no seu plano de buscar a pedra? – foi a vez de Louis interrogar.

— E se fosse?

— Você por acaso tem noção do que estava prestes a fazer, seu débil-mental? – gritou Roxanne.

— O que você tem a ver com isso, sua jornalistazinha de araque? Se eu sou ou não amigo do Black, não é da sua conta.

— Quem mais tava metido com isso? – intimidou Alvo.

— O Malfoy não te contou?

Nathaniel parecia irredutível. Mateus o ameaçou.

— Não vai querer conhecer outra azaração da minha terra, não é Smith?

— Tá bom, vocês venceram! O Black mandou arrumarmos a sala onde fazemos nossas reuniões porque ele disse que iria trazer alguém importante que nos ajudaria a trazer a glória do mundo bruxo de volta, ou algo assim.

— Ele só disse isso?

— Por que, Potter? Sabe algo que eu não sei?

— Mateus, Roxy, fiquem de olho nesse aí. Lou, Fred, vamos atrás daqueles caras.

Fred e Louis se olharam, confusos. Alvo parecia saber exatamente aonde ir.

— Você pelo menos sabe onde é? – questionou Louis.

Mas Alvo não respondeu. Os outros dois não viram outra opção a não ser segui-lo. Viram Isaac Freymont e Anabelle Avery caminhando apressados pelo corredor e foram atrás deles, sem que estes percebessem. Os dois entraram na antiga Sala Precisa, que perdera suas antigas propriedades após a Batalha de Hogwarts e agora era apenas uma sala comum. Alvo, Fred e Louis nem tinham acabado de entrar quando recebidos por vários feitiços. Avery e Freymont se esconderam embaixo de uma mesa para não serem pegos, mas eles ficaram num lugar em que Alvo tinha uma visão privilegiada dos dois. Alvo fez o feitiço da levitação, colocando Avery e Freymont à vista de todos e disse:

— Agora sim podemos dizer que a Realeza de Hogwarts está oficialmente encerrada!

Avery tentou reagir, mas Louis a desarmou.

— Você não pode provar nada, Potter! – gritou ela – E eu e Freymont não fizemos nada de errado!

— Defender a supremacia sangue-puro já é um erro por si só, Avery! – respondeu Fred – É melhor se entregar, ou...

— Ou o quê? – retrucou Freymont, desafiante – Vocês acham que são melhores do que a gente, seus...

— Olha lá o que você vai dizer!

— Traidores, é isso o que vocês são! – Avery respondeu por ele – Seus traidores de sangue nojentos, mereciam morrer que nem aquele inútil gêmeo Weasley!

Fred ficou possesso de raiva e gritou com toda a força:

— Pimentatus!!!

Avery não conseguiu mais dizer uma única palavra, sua garganta ardia como brasa e seu rosto ficou vermelho como uma pimenta malagueta. Freymont se zangou e tentou defender a colega:

— É isso? Um aluno do último ano só sabe fazer um Pimentatus? – Freymont deu uma gargalhada forçada, pois estava muito nervoso. Sacou a sua varinha, mas antes que pudesse murmurar alguma azaração, seus três adversários descontaram:

— Densaugeo! – bradou Alvo, fazendo com que os dentes de Avery e Freymont crescessem anormalmente.

— Fulgari! – gritou Louis, ligando os braços dos rivais em cordões luminosos.

— Pilorum Maximus! – berrou Fred, fazendo com que todos os pelos do corpo dos oponentes crescessem aceleradamente. Alvo e Louis olharam para o ruivo, impressionados. Fred sorria orgulhosamente.

— O que acharam? Eu mesmo inventei essa. E aí, que nota vocês dão?

— É maravilhosa! – respondeu Louis – Um Excede Expectativas seria pouco pra ela!

— Sensacional! – concordou Alvo – Fred Weasley, você é o cara!

— E agora, senhor? – brincou Fred, imitando um soldado – O que faremos com eles, senhor?

— Vamos deixá-los aí, pensando um pouco – respondeu Alvo, olhando para Freymont e Avery, que estavam irreconhecíveis com os pelos gigantescos e os dentes enormes – Eles ainda têm muito que aprender. Eu vou pra diretoria ver se já tem novidade sobre Rose, vocês estão liberados. Bom trabalho!