Isso não é... escrita por Kurohime Yuki


Capítulo 23
Isso não é idiotice.


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores fantasmas. Alguém sabe o que é comentários? Co-men-tá-rios? Alguém conhece Fools do ma-ra-vi-lho-so Troye? Sério, aquele cara é divo. E eu amo os clips de Blue Neighbourhood, eles são... de partir o coração. https://www.youtube.com/watch?v=uxg222-hWWc



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Only fools fall for you, only fools

Only fools do what I do, only fools fall

I don’t give a fuck, I'm not giving up, I still want it all

(Apenas idiotas se apaixonam por você, apenas idiotas

Apenas idiotas fazem o que eu faço

Eu não dou a mínima, eu não estou desistindo, eu ainda quero isso tudo)

 

23-Isso não é idiotice. (E o que seria o amor?)

 Sábado, 07 de maio

—Como você sabe que está apaixonado por alguém?

As palavras pularam da boca de Julie antes que ela pudesse pensar sobre elas. Mike parou por um momento, esperando que sua amiga dissesse que era uma brincadeira, mas agora que as palavras saíram Julie não as pegaria de volta. Ela não gostava de voltar atrás na sua palavra. E por mais que não gostasse, isso sempre acontecia, repetia-se vez após vez: ela dizendo o que pensava e se arrependendo logo depois por isso. Não é porque Julie não as pegava de volta que ela não podia se arrepender por tê-las dito em primeiro lugar.

—Por que está perguntando isso para mim? – perguntou Mike, andando de costas, para longe de Julie, ate cair sentado na cama. Menos mal, pois ele cairia a qualquer momento, isso era certo. – Você não tem amigas, não?

—Ha ha ha... Parece que você acabou de me perguntar se tenho amigas, que engraçado – riu Julie, limpando as lágrimas que se formaram pelo seu riso histérico até perceber que Michael falava serio. Triste, Julie sentou ao lado dele e o encarou com os olhos pidões. – Ah... Demi é quase tão ruim quanto eu nesse assunto, Luke não vai querer falar comigo sobre isso, Calum nunca se apaixonou por alguém realmente e Ash é um caso perdido, só sobra você.

—Eu sou sua ultima opção. Ótimo – murmurou ele. – Por que você que saber isso?

—Eu estava assistindo um dorama e fiquei curiosa.

—Você realmente não tem o que fazer, né?

Michael pareceu convencido pela desculpa, alheio ao fato de Julie está mentindo, e, além do mais, ele estava certo. Julie não tinha o que fazer na sua vida, normalmente ou ela estava assistindo ou jogando. A rotina dela era tão diversificada que Michael sentia-se um trabalhador árduo não fazendo nada. A preguiça de Julie era algo que Michael não conseguiria superar nunca, ela estava em outro nível, um nível que ele nunca conseguiria alcançar. Julie já era uma mestre da preguiça, como a mestre das mestras, era a mestre dos magos, a mestre Jedi... Qual é o meu problema com mestres?, perguntou-se Michael, ao mesmo tempo que Julie questionou quando ele não disse nada depois de tanto tempo pensando:

—Então?

—Isso não é algo que se explica, Julie, sente-se – suspirou Mike, frustrado. Como ele podia ter uma amiga tão idiota quanto aquela? Por que ela tinha que perguntar para ele, logo ele, isso?

—Tente, vamos – adulou Julie, empurrando-o com o ombro ao mesmo tempo em que abria um doce sorriso.

Como ambos estavam sentados na cama, um ao lado do outro, foi fácil para Mike empurrá-la do nada e ficar por cima. Eles ficaram tão próximos que um conseguia sentir a respiração do outro no rosto. Julie deu-lhe um voto de confiança – Mike nunca saiu agarrando-a do nada – e esperou por explicações, porque se elas não fossem boas o suficiente para ela, isso não seria bom para ele. Julie faria questão de retribuir, levando em consideração a política de tudo em dobro.

—O que você está fazendo? – perguntou Julie, calmamente. E curiosa para saber a relação entre ele está em cima dela com a sua duvida idiota.

—Você consegue pensar comigo tão próximo de você?

—Por que eu não conseguiria? Eu tenho um cérebro, gênio – respondeu Julie, revirando os olhos.

E, embora não entendesse como estava tão calma com Michael quando era só Ashton chegar perto que... – não perto como Michael, ninguém nunca chegou tão perto dela se a)não fosse da sua família, ou se b)não fosse beijá-la, o que significava que apenas Ashton chegou tão próximo assim dela – Julie não conseguia entender o que acontecia com ela. Não era como se esses sentimentos tivessem vindo do nada. Nenhum sentimento surgia do nada. Julie que foi apenas lerda de mais para perceber – e/ou aceitar – o que acontecia. Afinal, batimentos descompassados, falta de ar, dor no peito... Seria arritmia cardíaca, não? Tudo apontava para ela! Não era sua culpa que todas essas doenças tinham os mesmos sintomas! As consequências também deveriam ser as mesmas..., pensou Julie.

—É exatamente isso – disse Mike, sorrindo, parecendo concordar com o pensamento do fim trágico dela. – Você não consegue pensar quando alguém que você gosta está muito perto, sente ciúmes das coisas mais banais, quer ficar ao lado dela toda hora.

—Por que alguém iria querer isso? – questionou a garota, franzindo as sobrancelhas. – É tão frustrante não saber o que fazer!

Tarde demais, Julie percebeu que havia falado de mais e começou a torcer para que Michael não percebesse. Mas não funcionou. Ele deu a ela um olhar do tipo “eu te disse” quando foi encarado, e Julie não se importava mais com as razões de está deitada numa cama com Michael próximo de si – mesmo que nunca tenha se importado com isso para começo de conversa – ela odiava esses olhares e queria fazê-lo se arrepender disso.

—Vai me dizer quem é? – questionou Michael, animado. Tão animado quanto Julie estaria se alguém tivesse dado doce a ela.

—Quem é o que? – perguntou Julie. Se fazer de sonsa sempre era um bom começo. Tempo para pensar, tempo para fugir.

—A pessoa que você se apaixonou – falou Michael, devagar.

—Deve ter algum erro – murmurou ela, querendo desesperadamente que isso fosse verdade. Mas Julie Hemmings nunca se enganava! – Você mesmo disse, muda de pessoa para pessoa.

—Quem é a pessoa que está te dando borboletas no estômago, Julie? – questionou Mike, tentando não rir.

Ver uma Julie desesperada era inédito e engraçado, ele sabia que não deveria rir quando ela estava obviamente desesperada, mas... Era engraçado. E fofo. Era uma Julie diferente e não completamente ruim. Apenas... diferente.

—Ninguém está me dando borboletas no estômago! – falou Julie, alto, para logo depois completar mais baixo, num murmúrio que parecia segredo: – Está mais para furacões...

—Você vai me dizer hoje? – interrompeu Michael, caso contrário ela continuaria falando consigo mesma durante um bom tempo...

—Se você me disse antes que está arrependido do que disse a Demi anos atrás – desafiou Julie, levantando os olhos para os deles. Ela sabia como lidar com apostas, era quase uma segunda natureza para ela.

—Quem é Demi? – perguntou Mike, fazendo-se de desentendido. – Sou tenho olhos para você, amor.

—Não vamos jogar esse jogo, Mike. Estou indo embora.

Colocando a mão sobre o peito de seu amigo, Julie o empurrou sorrindo, pronta para desaparecer – se Michael não queria falar sobre a Demi, Julie também não abriria a boca. Ela não dava nada a ninguém de graça. Ela não era uma boa pessoa e não iria começar a ser naquele momento – quando ouviu um som alto, que significava pés descendo apressado as escadas. Antes que olhassem para ver quem era, Michael se sentou e murmurou, fazendo com que sua voz saísse abafada por estar com as mãos no rosto:

—Eu estou arrependido, ok?

—Então por que não pede desculpas pelo que fez a ela? – perguntou Julie, gentilmente.

Aquela gentileza era algo tão incomum que Michael lembrou-se de quem era a pessoa com que falava e do que eles falavam em primeiro lugar, e levantou a cabeça, encarando-a, decidido a sair do assunto “ele” e voltar ao assunto favorito de todos: Julie Hemmings. Mike tinha que dar esse crédito a ela, Julie tinha fãs em todos os lugares.

—Eu já respondi sua pergunta, agora responda a minha.

—É o Ashton, está bem? Satisfeito? – afirmou Julie de uma vez, cansada de todas aquelas voltas. Ela não estava tentando esconder... Bem, estava, mas não tinha paciência para isso. – Pode me deixar em paz agora?

Michael deixou-a em paz... por um momento muito curto.

—O Ashton?

—Eu sei – concordou Julie, enfaticamente com seu assombro. Ela entendia sua surpresa.

—Você está falando do Ashton?

—Eu sei. – Mas não era porque entendia que Julie gostou de ouvir aquilo, ela entendia melhor do que ninguém o que estar apaixonada por Irwin significava.

—Ashton Irwin? No... – dizia Mike ate que calou-se, balançando a cabeça, surpreso.

—Eu sei – suspirou Julie, concordando não pela ultima vez.

Na sua lista mental de prós e contras, a única coisa positiva que ela tinha conseguido encaixar – e nem sabia direito se era algo bom – era o fato de Ashton beijar bem. Entretanto isso não fazia nada além de lembrá-la do fato de que ela mesma não tinha experiência, de que ele era seu primeiro amor e de como todos os primeiros amores acabavam...

Se bem que sua experiência geek ditava, com base em suas fontes – livros, animes, filmes, series... – nada confiáveis e nem um pouco realísticas, que o cara sempre passava por uma remodelação de... Julie não sabia de que. Mas ela não esperava isso. Ela não queria isso. Se Julie tinha se apaixonado por Ashton, ela tinha se apaixonado por Ashton. Simples. Com todos os seus defeitos e qualidades.

Qualidades essas que Julie não conseguia se lembrar... Mas, ei, não era sua culpa que todos os defeitos do seu “amor”, pensou Julie, sorrindo internamente, destacavam-se em luz fosforescente. Ela os via de longe. Literalmente.

Julie sempre via Ashton dando em cima das garotas de longe e isso nunca a incomodou, mas... Pensando bem, isso era verdade, embora, agora, só de imaginar, Julie sentia algo estranho. Talvez uma vontade arrancar os olhos dele? Não era como se as garotas que ele se jogava tivessem culpa, não era culpa delas a falta de dinheiro e a crise que o mercado de prostituição estava tendo e que as impossibilitava de comprar algo com mais pano... Mais pano, mais caro, não?

—Você tem certeza que é Ashton Irwin? – questionou Mike depois de um tempo. Ele ainda não tinha absorvido a informação. Ele duvidava que fosse conseguir algum dia! Como amigo que era, Mike oferecia Julie para qualquer um, ate Ashton, mas mesmo assim. Ela e Ashton? – Nosso amigo Ashton?

—É, eu sei – concordou Julie, nem um pouco surpresa pela surpresa dele. Ela tinha essa surpresa! Ela vivia nessa surpresa há quase 48 horas! – Isso é tão estranho e sem sentido. O que eu tenho na cabeça? – perguntou-se Julie, Mike também queria saber. Depois de suspirar, Julie sorriu. – Mas agora temos um show, vamos?


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Notas finais do capítulo

Dorama, para quem não sabe, é como se fosse uma série. Série, sabe? Sendo oriental. Ou normalmente ela é oriental.
O que acharam? Estou aberta a comentários. O que é, o que é, uma autora sem comentários? EU!



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