Os Escândalos dos Krys escrita por AS Kiara Ogden


Capítulo 3
Capítulo I - Uma Nova Era - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Continuando, só tivemos duas partes mesmo. O que me deixa muito contente. Mais um feito com amor, e ainda sendo publicado no meu aniversário! Q honra :D

Espero muito que gostem, docinhos.

Bjkas, ASaKO!



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Capítulo I - Uma Nova Era - Parte II

Deveriam ser sete da manhã quando Isla sentiu o sono esvair do corpo. Isso não acontecia com frequência antes, mas por conta das emoções de alguns dias e o convite da tia, ela não estranhou. Levantou-se e foi até a penteadeira, lavou o rosto pequeno e tentou ajeitar o cabelo rebelado por conta das várias vezes que ela mudou o lado na cama. Pegando o robe azul bebê, colocou um sapato qualquer e saiu para ver a casa.

Sem dúvidas, era muito fácil se perder. Talvez ela não o tenha o feito pois sua visão espacial era realmente boa. Observava as paredes escuras de madeiras e os diversos sofás e divãs que tinha num corredor ou noutro. Os tapetes eram bege, as cortinas brancas e esvoaçantes. Tudo ali parecia sair de um dos seus romances favoritos, e sentia realmente hipnotizada.

No primeiro andar via a grande movimentação dos empregados, limpando e movendo vários móveis de lugar. Quando viu para onde iam, ficou sem ar mais uma vez: o grande salão tinha uma enorme mesa, várias janelas e, ainda sim, várias lanternas nas paredes. Sem contar o lustre enorme que devia está há uns metros do chão. A outra sala, que se ligava ao salão por uma gigantesca porta, continha várias cadeiras e algumas mesas, todas inconstadas na parede. Mais perto de uma das janelas, um pequeno espaço reservado para os músicos era montado. Olhava tudo como se fosse o melhor dos presentes, e estava tão desconectada do mundo que nem reparou o tio ao seu lado, até ele próprio falar.

— Bom dia, Isla, como vai? — Passado o leve susto, ela respondeu um “muitíssimo bem” — Fico contente, de verdade. Também acredito que você já tenha descoberto a surpresa dessa noite. Foi por isso que não mostrei o salão, na verdade. Admiro o mistério. — Riram.

— Peço minhas sinceras desculpas, não queria ofendê-lo. Entretanto não posso deixar de comentar que esse salão é maravilhoso! — Sorriu com o mais profundo sentimento de gratidão. Ela sabia que ele conhecia suas sobrinhas o suficiente para lembrar que eram apaixonadas por dançar. E, com todas, se sentiriam mais “em casa” com aquilo.

— Não há problemas. Não se incomode. — Assim, a conversa flui, e conversarão sobre diversas coisas, especialmente sobre Londres e sua atmosfera cinzenta.  — Pretendo mostrar, em breve, o teatro. Meus filhos ainda são pequenos demais, e gostaria de um auxílio, digamos assim. Sim Isla, pretendo usufruir da estada de você e seus irmãos. — Riu, e Isla o acompanhou.

— Acredito que ficaríamos muito gratos com essa oportunidade. Especialmente Ewan, ele sempre se interessou muitíssimo pela máquina e esse novo mundo que se deu com ela. — Chegara na porta do quarto das meninas, e quando ela ia entrar lembrou-se de outro costume que adora compartilhar com a irmã mais velha. — Tio, eu e Iarth poderíamos visitar  a biblioteca? Terminamos nosso livros ontem e gostaríamos de ler novos volumes.

— Mas é claro. Fico alegre ao ouvir isso. Sabe onde fica? — Assentiu Isla em resposta. — Então fique à vontade. E diga o mesmo para Iarth. São bem-vindas. Agora vá descançar um pouco antes do dejejum, pois o dia será… grande, digamos assim.

 

—-//--

— Ora Eleonor, sente-se um pouco. Acabará por amassar o vestido! — Esbravejou Iarth, ao ver a do meio dançando no quarto, enquanto cantarolava uma música qualquer.

— Mas é claro que não irá, Iarth. Eu sei ser tão delicada como uma boneca de porcelana. E vocês deveriam terminar rápido, quero muito descer para ver como está tudo no salão. Terão tantas pessoas, tantos partidos. E todos maravilhosos, sem dúvida. Não há melhor modo de entrar na sociedade coo será o meu! — Tinha um olhar sonhador em seus olhos azuis inexplicável. Iarth e Isla olharam para ela e se encararam, como se ela estivesse sonhando um tanto demais. Seria uma festa, teria dança, mas não era algo para que ela esperasse encontrar o príncipe dos sonhos, o mais belo, o mais educado, e além disso tudo, ganhasse 20 mil libras por ano.

— Já conversamos sobre você ser discreta, não é mesmo Eleonor? Estamos de luto. Podemos até dançar e ri hoje a noite, o que já será considerado um tanto espantoso. Imagina flertar? Lembre-se disso minha irmã, uma mulher mal falada na nossa sociedade é uma mulher praticamente indesejável, morta socialmente. — Isla tinha o cabelo sendo preso por Iarth, que tentava convencer Eleonor desde da tarde sobre aquilo. E como fizera a tarde inteira, praticamente ignorou a irmã, e continuou sua dança pelo quarto. Só parou quando a porta foi aberta e sua tia apareceu, já totalmente pronta e deslumbrante. — Como está linda, tia!

— Obrigada. Tenho que fazer a minha parte. Uma boa imagem, não é mesmo? — Olhou para cada uma. — Vim ver se já estavam prontas. Também estão lindas, sem dúvida! — Eleonor contornou todo o cômodo e chego perto da tia, segurando-lhe um dos braços.

— Estou realente bem para hoje a noite? Como a senhora disse, uma boa imagem.

— Sim, maravilhosa, mas se preocupe tanto com isso, tudo bem? — A menina ficou levemente vermelha, mas não perdeu a postura. Apenas sorriu amavelmente. Em seguida, todas acompanharam a tia para o grande salão.

À meia luz, a sala tornara-se expressiva, aconchegante mas, ainda sim, elegante. Com a chegada das meninas, todos se sentaram da filométrica mesa e aproveitaram todos pratos da noite.

Para elas, por mais que estivesse tudo delicioso, o que elas queriam mesmo era ir para o salão. E quando o fizeram se surpreenderam com a beleza do ambiente, mesmo Isla, que já tinha visto tudo aquilo.

O tio apresentou ao quatros irmãos diversos amigos comerciais e pessoais, além de conhecidos famosos da sociedade.

— Agora — Tio Júlio os conduzia para o lado direito do salão — Irei-lhes apresentar um dos meus dois grandes amigos. Direto de Londres, Austin Lowet. — O loiro tinha cabelos na altura do queixo forte, era alto, de olhos azuis e delicados. Isla viu a irmã Eleonor afar. Sim, era muito belo.

— Boa noite. Sr. Krys, Senhoritas — Cumprimentou Ewan apertando-lhe a mão e as meninas, beijando-lhes. Isla também percebeu que era um tanto charmoso, pois tinha se demorado um pouco mais que o normal nos seus cumprimentos. O tio pareceu perceber a mesma coisa, e olhou-lhe com um misto de graça e descrença da sua ação. — É um grandioso prazer conhecê-los. O tio de vocês falar muitíssimo sobre as suas pessoas, especialmente sobre as qualidades que tem.

— Bem, viu Kian, Austin? — Perguntou meu tio olhando para todos os lados do salão,  a procura do homem. O Jovem ao seu lado apenas discordava ao mesmo tempo que sorria de lado.

— Estamos falando de Kian, Júlio. Ele só chegará mais tarde. Conhece-o bem.

— Sim, está certo. Mais tarde o apresentarei ele a vocês. Por ora, uma dança seria agradável, não? — As meninas assentiram, meso que discretamente. — Fiquem a vontade. — Foi a té a esposa e a convidou para a próxima dança. Eleonor, dando um passo a frente, se dirigiu ao loiro Lowet.

— Sr. Lowet, eu ainda não conheço totalmente a dança. O senhor não gostaria de me acompanhar? — Iarth arregalou os olhos e estava prestes a brigar com a mais nova quando o homem sorriu e lhe deu o braço. A menina apenas olhou para irmã, sorrindo travessa, mas ainda sim, muito sensualmente. Se juntando as filheiras da coreografia, esperaram a música iniciar e começaram os passo.

Mais tarde, depois de três danças, ao portas do salão foram preenchidas mais uma vez. Júlio foi até o homem, o cumprimentou e pediu que ele o acompanhasse. Mais uma vez, reuniu os sobrinhos e Lowet.

— Bem, como prometido, aqui está o cavalheiro. — O homem, antes mais sério, deu um pequeno sorriso. — Esse é o August Kian, O Conde de BelloMonte. Esse é meu sobrinho, Ewan Krys, e suas irmãs, Iarth, Eleonor e Isla. — Se referiu a cada um com a mão. O Conde fez a mesma coisa que Lowet, mas sem ser tão galante. Na verdade, ele nem chegava perto da beleza e do brilho do outro homem, pensou de forma rápida Isla, o que é engraçado. “Eles, com a mesma altura, compartilhavam o fato de terem olhos tão claro, mesmo com o De Kian ser mais esverdeado e o de Lowet, mais azul.” E também viu os cabelos medianos do recém-chegado, “que chegariam nos ombros se estivessem soltos”, mas agora presos com uma fita escura. O corpo era, sem dúvida, mais forte que o outro loiro, que tinha o corpo um tanto mais delgado. E talvez por isso que ele tinha uma postura mais séria, mais misteriosa. Intrigante.

 

Voltando para as danças, as irmãs de Isla se divertiam. Entretanto, a própria Isla estava de lado, apenas aproveitando de longe a felicidade delas, sorrindo como uma criança. Ewan vendo de canto, foi está com ela, e por um longo tempo, nada disse. Apenas contemplou a mesma vista, com a mesma alegria.

— Fico contente que elas estejam assim. — Começou o garoto. — Iarth pode tentar ser forte, mas às vezes ela não consegue esconder o que sente de nós.

— Sim, ela não consegue. Mas ela sempre faz de tudo para nos proteger embaixo de suas asas. — O irmão concordou com Isla, assentido. — E vê-la assim, sorrindo com todo o coração me dá paz. Na verdade, acho que fico mais aliada. Tudo está bem nesse exato momento. — Suspirou e olhou para Ewan, que olhava por todo o salão. — E você, meu irmão? Como está? Porque está aqui com sua irmã chata e não se divertindo?

— Você não é chata, não sempre, pelo menos. Creio que não o faço pois não há ninguém apropriado.

— Ora, desde quanto é tão criterioso e exigente? Vossa senhoria não era assim não. — Riu, e Ewan a acompanhou.

— Eu não sou nem um, nem outro. Só procuro alguém que dance bem. E que seja bonita. — Isla olhou em volta, atentamente, e olhou para uma jovem moça que deveria a sua idade ou a do irmão.

— Veja aquela menina ali. — Apontou discretamente para ela. — Vá chamá-la. Ela é muito bonita e deve dançar bem. Talvez ela esteja muito empolgada, as por ser muito jovem ninguém a chama. Faça longo antes que todos percebam o que eu mesma acabei de ver. — O jovem, com a mistura de vergonha e medo, mas ainda sim com vontade, cruzou o salão e foi estar com a menina. Ela sorriu ao pedido, e disse sim.

Sozinha mais uma vez, ela olhava para todos os lados, admirando o salão e cada figura humana. E, mais uma vez, pegou-se analisando o Conde. Ele a viu encarando-o, e como se achasse graça, sorriu. Em seguida, viu para o seu lado, ainda rindo.

— Agradei a senhorita? — Sua voz um pouco mais rouca que tinha sido quando ele foi apresentado.

— Creio que não. Mas o senhor parece-me uma incógnita, isso sim. — Respondeu coo não tivesse sido afetada pelo o seu charme. Ele, como um bom lutador, não deixaria de sair vencedor nessa batalha.

— Que interessante, já foi denominado de várias coisas, mas não de incógnita. Que tal dançarmos a próxima? — Isla, que estava ainda observando o salão, olhou para ele com descrença. Ele estaria flertando com ela? Pois não era isso que ela queria.

— Acho melhor não, Sr. Kian. Estou cansada.

— Está mesmo? Não parece. Vamos, uma dança apenas uma. Aí depois você me conta-me se continuo tão incompreensível. — Ela já o tinha olhado com mais descrença ainda, e quando ele lhe ofereceu a mão, ela realmente não sabia o que fazer. “Ser educada e aceitar ou ser discreta e recusar?” Bufando, aceitou.

Ele mantinha os olhos nela, como tentasse fazer com ela ficasse hipnotizada. Ela começou a achar graça na situação, e ri dele. Até ele fazer o mesmo.

Já no centro do salão, cada um estava de um lado da fileira. Quando a música começou a tocar, ele mudou sua feição novamente: a sua face, com a pele de tom bronzeada, expressava uma paixão ardente, como ele tivesse sido apaixonado por ela a vida toda. “Um belo ator, sem dúvida”, pensou, “se eu fosse fraca, cairia ao pés dele nesse exato momento”. As trocas de olhares, os toques das mãos, o movimento do corpo. Tudo parecia ter saído de um dos deus romances medievais. Tão observadora da sua expressão que nem percebeu o desenrolar da canção, muito menos o seu término.

Mais para o canto, perto da mesa de aperitivos, para onde os dois seguiram, ele ainda a olhava.

— Pare com isso. Vai acabar causando problemas para nós dois. — Falou Isla da maneira mais forte possível.

— Não seria um problema tão grande, não? — Já bebendo um licor avermelhado, Kian ofereceu o braço pedindo ela o acompanhasse. — Venha, vamos criar mais problemas. Sabe, não seria nada ruim isso, na verdade. — Deixando a taça vazia de lado e rindo, maliciosamente, ele beijou-lhe a mão. — Vou indo. Foi bom conhecê-la, Senhorita Krys. Boa noite. — Foi até Júlio, sua esposa e Austin, falou com eles e saiu do grande salão.

—-//--

As meninas já estavam com as camisolas, cabelos soltos, e prestes a se recolherem. Eleonor o fez primeiro, dormindo no segundo posterior a se ninhar na cama. Iarth e Isla se manteram um pouco mais acordadas, afim de conversarem sobre a noite.

— Oh meu Deus, como eu dancei! Não o faço há muito tempo! Acredito que também há muito não relaxo assim. Eu pensei que eu ficaria esgotada, mas no mal sentido. Oh Deus, como foi maravilhoso. — Iarth sorria de orelha a orelha, contente com a noite. Isla também sorria ao ver como a Irmã estava contente. Então, Iarth suspirou— Estou começando a achar que o meu tio tinha uma segunda intensão com essa noite, Isla.

— Por que disso? O que ele ganharia?

— Isla, ele tem dois grandes amigos na nossa idade. Sem contar os que não são. Com certeza ele teria muitas vantagem de tê-los, oficialmente, em sua família.

— E como você a essa conclusão. — Isla viu os sinais e entendeu o pensamente da irmã. Ela não estava nem um pouco errada.

— Creio que escutei o eu tio falando sobre isso com o Sr. Lowet e com Sr. Kian. — Ao ouvir isso, Isla arregalou os olhos e ficou vermelha. “Aquele...” — O que foi Isla? Tudo bem?

— Sim, está. Acho que faz mais sentido agora. É por isso que ele queria tanto que conhecêssemos eles, não é? — Iarth assentiu. — Mas como devemos nos manter nessa história? Imparciais, aceitando ou recusando, mesmo que educadamente?

— Bem, creio que se eles quiser casar com alguém, essa será Eleonor, não é? Mas sobre nós, acho que a última opção. Acredito que combine mais conosco. — Riu. — Entretanto senhorita Krys, vamos parar de pensar sobre isso nesse momento. Vamos descançar que ganhamos muito mais. — Beijou a irmã na bochecha e foi para a cama ao lado. Apagando a vela ao seu lado, se cobriu e adormeceu. Isla continuou mais um tempo sentada, até sentir um ligeiro frio passar a fina camisola branca. Fazendo o mesmo que a irmã tinha feito há pouco, só manteve os olhos concentrados na chama crepitante na lareira, que estava há poucos metros dela.

— Não importa o que vá acontecer. Não importa se querem me casar. Eu só o farei se eu quiser. — Sussurrou, para só então entrar no mundo dos sonhos.


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Notas finais do capítulo

Luceo non Uro

Até ♥



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