Um Novo Aluno escrita por Cat Lumpy
Notas iniciais do capítulo
Ehhhhh! Mais um cap. para essa fic MALAVILOSA!
Finalmente alguma coisa aconteceu U.U rsrsrsrsrsrsrsrsrs
“Finn arregalou bem os olhos e tentou empurrar Marshall, mas o vampiro não saiu do canto. Assim como seus lábios. O coração do humano parecia que ia explodir a qualquer minuto. Os dois estavam no escuro, Finn contra uma parede e Marshall o prendendo ali.
Então, a boca do vampiro estava sobre a sua, tentadoramente macia, suculenta como uma fruta madura. O susto inicial passou rapidamente e tudo o que restou foi a curiosidade, o humano não sabia explicar o porquê de querer tanto beijar Marshall, e era exatamente por isso que tudo se tornava mais instigante.
Seus lábios se abriram, dando passagem a língua do vampiro. Finn deixou um gemido morrer em sua garganta. Tudo estava quente, quente demais, seu corpo suava contra o de Marshall, os dois completamente nus. As línguas enrolavam-se em uma degustação deliciosa. Finn parecia não precisar de ar, só precisava de uma coisa...”
— Finn, acorda. — alguém o sacudiu.
O loiro abriu os olhos com a sacudidela, assustado. Seu corpo inteiro tremia de leve. Ele acabara de sonhar que estava... com Marshall? Não, talvez estivesse confuso por ter acabado de se acordar e não lembrava ao certo do que sonhara.
Mas incerto ou não, Finn suava com a ideia de beijar o vampiro. Virou a cabeça atordoado, buscando pela pessoa que o acordara. Jujuba o encarava, parecia dividida entre o divertimento e a reprovação. Por fim, ela escolheu a última.
— Finn, não devia dormir na hora da aula. — o disse.
— Mas era aula de estudo. — ele argumentou enquanto tentava apagar a sensação do corpo de Marshall pregado no seu.
— Isso mesmo, estudo. — ela enfatizou.
— Foi mal, eu... não dormi bem noite passada, fiquei jogando até tarde. — se justificou e logo depois se arrependeu do que disse ao ver a expressão de Jujuba.
— Não pode ficar jogando até tarde! Precisa ter um sono de qualidade para que se sinta bem durante o dia!
O loiro ficou encabulado, mais pelo tom preocupado da amiga do que por arrependimento. Tinha, finalmente, finalizado o Guerra das Tumbas III, e por esse motivo, Finn pensava que ter passado quase toda a noite em claro valeu a pena. Ele se espreguiçou e reparou que a sala estava vazia, com exceção dele e Jujuba.
— Almoço. — ela falou no momento em que viu que Finn ia perguntar para onde todo mundo tinha ido.
Ele esfregou os olhos, o estômago roncando ao som da palavra dita por Jujuba, estava faminto. Notou que a garota ainda guardava seus vários livros e seu estojo de lápis, o rosto rosa coberto pelos cabelos longos. O loiro talvez estivesse ainda um pouco grogue, pois não conseguiu raciocinar direito e acabou perguntando algo que queria saber desde a primeira vez que se sentara à mesa do almoço junto de seus novos amigos:
— Por que são tão legais comigo?
Jujuba fechou a mochila demoradamente parecendo não ter ouvido a pergunta, Finn se preparou para repetir, mas aí a Princesa doce o fitou diretamente nos olhos e respondeu:
— Acho que essa é uma pergunta inválida, Finn, — ela levantou-se, pondo sua mochila nos ombros — deveria perguntar por que não seriamos legais com você.
Ele achou a resposta insatisfatória de certa forma, porém, também ficou extremamente feliz com a mesma, de certa forma. Então resolveu que não insistiria.
— Aonde vai com a mochila? Ainda temos aula hoje.
— Ah, eu costumo leva-la para o laboratório de Química antes de almoçar, acho mais prático.
— Se é assim, também vou. — ele disse erguendo-se da cadeira e puxando sua mochila para o ombro.
***
— Vejo que acordou de seu sono da beleza, gato adormecido. — Marceline brincou assim que Finn e Jujuba sentaram-se à mesa.
O humano sorriu para a vampira, mas seus olhos estavam presos na figura de Marshall. O negrume das pupilas do vampiro invadia sua cabeça, embaralhando seus sentimentos e trazendo a tona o estranho sonho que tivera. Seu rosto corou violentamente quando desviou a atenção para os lábios do moreno.
— Demoraram tanto que cheguei a pensar que estavam fazendo greve de fome. — Marshall comentou, pregando os olhos no prato e dando uma garfada na comida — Pensando bem, essa não é uma má ideia.
O loiro viu Jujuba abrir a boca ao seu lado, prestes a contrariar o vampiro, contudo, Marceline foi mais rápida, dizendo distraidamente:
— Pode desistir, greves são proibidas nesse colégio.
Marshall soltou os talheres, boquiabrindo-se e mirando os olhos arregalados para a irmã, Jujuba também parecia surpresa. Até mesmo Finn estranhou o comentário da vampira, não a conhecia direito, mas Marceline não dava a impressão de saber as regras da escola. Ela, percebendo que a conversa cessara, ergueu os olhos do prato e deu de cara com os três a encarando.
— Que foi?! Sei disso porque já fui suspensa por tentar! — “defendeu-se”.
Alguns instantes se passaram para que Marshall se recobrasse da surpresa e começasse a conversa:
— Então Jujuba, você vai topar aquela parada ou não?
— Eu... bem... — ela não sabia o que responder, deu um olhar de esguelha para a vampira e um bastante significativo para Marshall.
— Vai andar para trás agora? — o moreno perguntou inquisitivo e Jujuba resolveu se concentrar um pouco em sua comida.
Finn não conseguiu mais fingir que estava desinteressado no assunto e resolveu soltar, olhando para o vampiro e, novamente, sentindo o rosto esquentar pela lembrança do sonho.
— S-sobre o que estão falando?
— Depende, — Marshall deu aquela olhada enigmática no loiro e mostrou suas presas em um sorrisinho — você quer participar também? Só posso te contar se estiver envolvido, é um negócio muito secreto.
— Não! — Jujuba exclamou e repreendeu o vampiro — Não pode envolve-lo assim, ele precisa saber ou...!
— Você não vai se arrepender Finn, é parecido com o que fizemos na piscina. — Marceline argumentou de repente, interrompendo a Princesa doce e erguendo uma das sobrancelhas para o garoto.
— Eu não acredito que já fez Finn quebrar um dos regulamentos da escola! — a rosada falou para Marshall, uma expressão incrédula no rosto.
O humano sentiu-se um pouco envergonhado, não achara tão grave o que tinha feito na companhia dos irmãos Abadeer, mas Jujuba dava um ar muito sério à quebra da regra.
A Princesa doce buscava uma explicação nos olhos de Marshall, porém, ele fechou a cara e Finn o achou incrivelmente parecido com a irmã mais nova.
— Não espere que eu te diga algo. — falou duro para a rosada.
Finn engoliu em seco ao ver o azul dos olhos da garota ao seu lado faiscar. O loiro sabia que Marshall estava soltando uma indireta a Jujuba, na noite passada, o vampiro lhe mandara uma mensagem bastante inflamada que deixava claro que...
“Jujuba não quer me contar nada sobre o que houve na biblioteca, dá pra acreditar nisso?!“.
Finn se perguntara por que o vampiro não questionava a sua irmã, mas não demorou muito para ele imaginar uma Marceline desabafando sobre uma briga com seu irmão mais velho, e sacar que essa era uma cena incompatível demais com a vampira para que acontecesse de verdade.
— Vamos Finn, vai adorar a adrenalina. — Marceline disse, e era o empurrão que o humano precisava.
— Eu topo. — falou rápido olhando para os irmãos e evitando o olhar de Jujuba, mesmo o sentindo queimar uma de suas bochechas — O que vamos fazer?
Tinha um pouquinho de culpa em pisar na preocupação evidente que a Princesa doce tinha para com ele, mas a curiosidade era muito maior.
— E você, vai? — Marshall perguntou para Jujuba depois de dizer um “eu conto já, já” para Finn.
— Eu... — a garota demonstrava em seu rosto uma indecisão terrível, contudo, fitando o loiro e resolvendo que não poderia deixa-lo mais uma vez sozinho sob a influência dos Abadeer, respondeu — vou.
Marshall sorriu animado e Marceline resmungou um “merda” baixinho.
***
“Bom, eu e minha irmã estamos preparando uma surpresinha para a senhora Schmid desde a semana passada, mas precisamos de um ingrediente para completar nosso presente.“.
“Por isso deixou que o diretor nos desse detenção?! Por que já tinha uma vingança pronta para Schmid?!”.
“Eh... Bem... Sim, foi mau, você acabou recebendo o castigo junto comigo.”.
“Não liga pra isso, eu não podia ficar só sentado escutando o que aquela velha estava dizendo.”.
“Certo, então, as garotas vão distrair o professor Bolinho, nós dois entramos no armário (a porta no canto esquerdo da sala) e roubamos o ingrediente que falta.”.
Se Finn ao menos pensou em desistir por estar prestes a surrupiar algo da escola? Não, nem um pouco, já detestava a professora Schmid e faria qualquer coisa para vê-la se dando mal. Entretanto, ali, já no laboratório de Química e vendo pela primeira vez o sorridente e simpático professor Bolinho, sentiu-se um pouco nervoso e culpado pelo que estava prestes a fazer.
Ele e Marshall estavam sentados ao balcão mais próximo do armário. Jujuba e Marceline que sentavam no balcão de frente para o professor, continuavam sem se olhar, e Finn se pegou pensando que elas não fariam o combinado.
— Então turma, hoje vamos ver se algumas substâncias são ácidos ou bases. Como podem ver, os materiais que precisam estão nos balcões e as instruções estão no quadro. — o senhor Bolinho disse animado e acrescentou em seguida — Ah, não se esqueçam das luvas, óculos e do jaleco, não querem se sujar ou ter um dos dedos corroídos, ou ficarem cegos... enfim...
Finn e Marshall já estavam de jaleco e colocavam as luvas. O loiro achou que o vampiro ficava surpreendentemente bem vestido daquele jeito, parecia um daqueles médicos galãs de novela mexicana... Sacudiu a cabeça, no que estava pensando, afinal?!
Mal pegara em um becker contendo vinagre e ouviu a voz agradavelmente rouca de Marshall sussurrar em seu ouvido:
— Quando elas começarem vá de fininho até a porta e entre, eu vou logo atrás de você.
Finn arrepiou-se e retorquiu, irritado por sua reação a voz do vampiro:
— Não precisa me dizer isso, já sei qual é o plano.
Marshall deu um risinho baixo em resposta, murmurando algo que o loiro não entendeu. Algum tempo se passou e o pensamento de que a Princesa doce e a Abadeer não iriam conseguir superar a barreira de gelo e distraírem o professor voltou a cabeça de Finn. Ele também sentiu que Marshall estava se impacientando com a demora, chegou até a derramar um pouco de vinagre no jaleco branco do loiro sem querer.
— Desculpe. — ele disse depressa ao humano e logo começou a resmungar— Essas duas! Se não querem se falar apenas joguem logo alguma coisa no chão e...
— Você é cega por acaso?! Não está vendo claramente que isso aqui é vermelho?! — a voz irritada de Marceline tomou conta da sala.
A vampira quase esfregava um papel de tornassol vermelho na cara de Jujuba. A Princesa reagiu da forma como costumava: mirou os olhos azuis diretamente nos castanhos, com uma ferocidade intensa.
— Estou perguntando qual era a cor do papel antes de coloca-lo na solução, com orelhas deste tamanho e ainda assim surda. — Jujuba disse com um tom irônico.
Marceline largou o papelzinho e levou as mãos as orelhas pontudas, a boca levemente aberta e as bochechas (Finn teve dificuldade em acreditar) coradas.
— Hii, ela atacou o ponto fraco. — Marshall sussurrou, divertindo-se, um grande sorriso em seu rosto.
O loiro não conseguiu evitar imitar o moreno, dando vista aos seus dentes e sentindo-se um pouco estranho por ter sentido falta das discussões das duas, aliviado de certa forma. Não se passara quase um dia em que fingiam que a outra não existia, mas a tensão de quando se evitavam era muito maior do que quando demonstravam toda a antipatia que sentiam em palavras.
— Sua Grudenta dissimulada! — a vampira revidou e o loiro notou o rosto de Jujuba colorir-se também, aliás, todos os alunos perceberam, já tinham parado o que faziam para prestar atenção nas duas.
— Ei, ei, onde pensam que estão? Em uma creche? Voltem a fazer o que mandei. — o professor Bolinho se dirigiu a todos na sala, pela primeira vez sério, seus olhinhos negros de conta pregado na dupla que perturbava sua aula — Não quero ouvir ninguém se tratar com desrespeito neste laboratório.
— Professor, foi ela que começou! Por que não me troca de parceiro? — Jujuba perguntou ainda encarando a vampira.
— Ótimo! Eu não quero mais ficar perto de você também, sua coisa doce irritante!
Daí, aconteceu o que Marshall e Finn estavam esperando, Marceline se levantou bruscamente do banquinho, derrubando “acidentalmente” um dos beckers contendo solução. O senhor Bolinho mandou-a se afastar dos cacos do vidro afiadíssimo, mas antes de chegar perto o líquido que estava contido no recipiente se inflamou e um fogo roxo tomou conta do balcão das garotas.
Os alunos, vendo as chamas se alastrarem rapidamente, ergueram-se também dos banquinhos e começaram a fazer uma algazarra, Jujuba já estava grudada na porta, gritando com sua voz fina somente para contribuir com o barulho. Então, Finn escorregou de seu banco agitadamente e abriu a porta do armário, enfiando-se dentro do mesmo, e antes de dar uma olhada no local, Marshall surgiu. Ouviram os berros do senhor Bolinho para sobrepor a barulheira dos alunos, mandando-os se acalmarem e seguirem para a saída.
— Rápido, procure por um frasco com pozinho lilás. — o vampiro disse para Finn, já vasculhando as prateleiras do armário apertado.
Enquanto tentava enxergar na penumbra do local, Finn escutou o som de outro vidro se quebrando e um barulho estrondoso o fazer se sobressaltar e derrubar um potinho no chão, que partiu-se em pedacinhos e encharcou o pé esquerdo de seu all-star novinho em folha. O loiro deixou um palavrão escapar por seus lábios e antes de voltar a caçar o ingrediente lilás, a mão de Marshall tocou seu ombro. Virou a cabeça e deu de cara com o rosto do vampiro. Seu coração perdeu um compasso, o sonho voltando com um baque surdo em sua mente.
— Achei o que precisamos. — o moreno sussurrou, os olhos negros com um brilho anormalmente avermelhado.
Finn compreendeu, em menos de dez segundos, que Marshall provavelmente lia pensamentos. Não existia outra explicação para o que veio a seguir. O vampiro simplesmente se aproximou mais, como se aquilo fosse o mais natural, como se soubesse decorado o sonho de Finn.
— Sabe, desde a primeira vez que eu te vi, sempre que olho para sua boca tento imaginar o sabor dela. — o murmuro baixinho, extremamente grave de Marshall fez o loiro arrepiar-se por inteiro.
Finn engoliu em seco, paralisado, sem saber o que deveria fazer em uma situação como aquela, sem a mínima ideia do que sentia. Suas mão começaram a suar e antes que concluísse alguma coisa, o vampiro encostou os lábios nos seus. Eram tão macios quanto em seu sonho. O beijo foi leve e durou apenas alguns segundos, e tão rápido quanto foi para se aproximar, Marshall se afastou.
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E aí? O que acharam da surpresinha no final?