Segunda Chance escrita por Bruxa da Luz
Notas iniciais do capítulo
Gente, muito obrigada pelos comentários! Leitores novos, sejam muito bem vindos!
Boa leitura para todos!
Após passar a tarde toda no hospital ao lado do meu irmão, eu saí com a minha mãe para voltar pra casa. No caminho, eu vi a pizzaria dos animatronics de longe. A este momento, Eva ainda deve estar lá.
— Mãe, pode seguir. Eu vou mais tarde.
— Pra onde você vai?
— Ver uma amiga.
— A Eva?
— É. Ela está na pizzaria.
— Bem, apenas não volte muito tarde.
— Pode deixar.
Corri diretamente para a pizzaria, onde entrei e dei de cara com uma festa infantil. Havia muitos pais conversando, crianças brincando e animatronics cantando. De longe, pude reconhecer a Eva, que segurava um menininho que queria tocar na cara do Bonnie. Eu sorri ao ver aquela cena e me aproximei, chamando a atenção dela.
— Olha só quem está aqui. – Eva se virou pra mim.
— Oi, esquisita.
— Hei, Henry, você conhece o meu amigo?
— Sim. Ele é aquele garoto que matou o irmão.
Nós dois arregalamos os olhos com as palavras do menor.
— Henry, isso é jeito de falar? – Disse Eva em tom calmo de repreensão.
— Ele nunca se importou quando assustou o irmão, colocando-o na boca do Golden Freddy daquele jeito. Por que eu tenho que me importar em ser educado com ele?
— Olha, em primeiro lugar, o meu irmão não está morto. E em segundo, foi uma brincadeira que virou um acidente.
— Não é engraçado ver o próprio irmão chorar.
Não... Não é. E eu demorei pra ver isso.
— Olha, Henry... – Eva o colocou no chão. – Por que não vai comer um pedaço de bolo com os seus amigos?
— Eu não tenho amigos.
— Então trate de arrumar algum porque você está precisando. – Ela deu um leve empurrão no menino, que começou a andar até as mesas, mas, antes de ir, disse:
— Você não tem amigos. Por que eu não posso não ter também?
E se afastou. Eva suspirou.
— Eu mereço...
— Quem é ele?
— O meu irmãozinho.
— Irmão?!
— Ele é bem parecido comigo, não?
— Bom, ele conseguiu ser mais estranho do que você.
— Não precisa ter medo dele. O Henry é apenas uma criança.
— Que tipo de criança tem uma aura tão assustadora?
— Do tipo que presenciou a cabeça de um menino ser esmagada por culpa de seu irmão mais velho, a quem devia ser uma figura de proteção, e de seus capangas que só queriam se divertir.
— Ele viu?
— Viu.
— Sinto muito. Deve ter sido uma cena horrível pra ele. Quer dizer, se foi traumatizante pra mim e para a minha mãe, imagine para ele, que é só um menino.
— Não se preocupe.
— Como pode me dizer isso?
— Com a boca.
— Isso foi uma piada?
Ela me encarou com um pequeno sorriso.
— Talvez. Agora, chega de conversa. Eu vou para o escritório e ver se os seguranças estão prontos para uma ‘’noite de diversão em equipe’’. Enquanto isso, pode cuidar do Henry pra mim?
— Algo me diz que o seu irmão não simpatizou muito comigo.
— Ele não precisa gostar de você.
— Sério, Eva. Parece que ele pode me matar a qualquer momento.
— Meu Deus, Marc! O Henry só tem seis anos! Além disso, eu só o permitirei a matar alguém após completar 18.
— Eva!
Ela riu, provavelmente da expressão de intrigado que fiz.
— Agora vá. Daqui a pouco, eu volto. – E se afastou.
Suspirei. Como ela consegue fazer isso? Olhei pra trás e vi o menino sentado na mesa, solitário. Ele é realmente um pouco parecido com a Eva. O cabelo escuro e a expressão misteriosa são bem parecidos com a irmã, mas ele não possui os olhos azuis de safiras. Eram negros como o vazio. Usava uma blusa preta e uma bermuda branca com sapatos marrons. Ele até lembra um pouco o Peter, só que um pouco maior.
Aproximei-me e me sentei ao seu lado. Fiquei um tempo quieto até encontrar a primeira coisa que me veio na cabeça:
— Por que não vai brincar com os outros?
— Eu não gosto.
— Por que não?
— Olhe só pra eles. Estão gritando e correndo. Qual é a graça disso?
— Crianças gostam de brincar e correr.
— O seu irmão era assim?
— Hã... Não. Ele sempre foi muito tímido.
— Entendo. Mudando de assunto, o que você acha da minha irmã?
— Por que faz essa pergunta?
— Porque um bully como você está andando com uma garota como ela.
— Isso não significa nada. A sua irmã me prometeu uma coisa.
— Só espero que ela sobreviva a isso.
— O que?
— Esquece. – Ele suspirou. - Ela contou a você que pode ver fantasmas?
— Nem precisou.
— Então sabe o que ela vê? Todos esses animatronics não são apenas brinquedos. São crianças assassinadas.
— A Eva lhe contou?
— Não. Eu simplesmente sei.
— Muito bem, sabichão. Então sabe quem é o assassino?
— O importante não é se eu sei. A Eva sabe?
— Deve saber, mas não me contou. Segundo ela, os fantasmas ficam tristes e agitados.
— É verdade. Eles não podem ver nem a cor do problema que já ficam... Estranhos.
— Eu entendo.
— Você não parece ser esperto, mas é capaz de suportar alguém como a Eva. Então, não deve ser tão idiota assim.
Céus! O que se passa na cabeça desse garoto? Nem o Peter, que é mais novo que ele, fala assim!
— Quer ouvir uma charada? – Henry perguntou de repente.
— Não estou fazendo nada mesmo.
— Ótimo. – Respirou fundo. - ‘’Não sei se é real ou coisa da minha mente, mas fantasmas estão presentes para me assombrar. Da tortura para a prisão é onde me encontrará. Quem eu sou?’’
— Hum... Difícil essa. Não faço a mínima ideia.
— Se me responder, você passará para a segunda fase da missão.
— Isso foi outra charada?
— Não sei. Quem me disse isso não foi muito claro.
— Pode me dar uma dica?
— Não sei dar dicas.
Suspirei. Acho que eu pedi umas três vezes para Henry repetir a charada, mas eu não entendia e achava aquilo cada vez mais sem sentido. Depois disso, ele desistiu e mudou de assunto. Começamos a conversar e percebi o quanto ele é protetor com a Eva, não parava de falar dela. Nunca vi nenhum irmãozinho admirar tanto o seu irmão mais velho...
O Peter seria o último que admiraria o seu irmão, pensei tristemente.
Suspirei.
— O que está fazendo?! – Perguntou o menor, de repente.
— Tirando o casaco. Com essa festa e ar de pizza quente, eu sinto muito calor.
— Tá, mas você tinha que vir justo com essa camisa?! – Henry encarava a minha camisa de coloração roxa com os olhos arregalados.
— Bom, eu não gosto muito dessa cor, mas foi a primeira coisa que eu achei.
— Pois trate de colocar o casaco novamente! – Ele pegou o meu casaco branco e jogou em mim.
— O que deu em você?!
— Apenas vista essa droga!
— ‘’Droga’’?! Olha, quando eu tinha a sua idade, eu não falava assim! – Eu disse enquanto vestia o casaco novamente.
— Quando eu tiver a sua idade, nunca usaria uma roupa com essa cor!
— O que você tem contra roxo?!
— Eu apenas não quero morrer!
— Hã?!
— Olá, meninos. – Eva chegou de repente, por trás de Henry, colocando as mãos nos pequenos ombros do menor, que a encarou.
— Irmã, eu odeio esse lugar e quero ir pra casa. Podemos ir?
— Mas o tio disse que queria que você se divertisse.
— O tio sabe que eu não tenho mais quatro anos?
— Vem cá. – Eva o colocou no colo. – Não quer nem uma pizza para tirar esse mau humor?
— Pizza de quê?
— Me surpreenda. – E o colocou no chão. – Peça e comemos juntos.
— Tá bom! – E o garoto saiu correndo.
— Ele parece gostar muito de você.
Eva sorriu.
— Um fato sobre o meu irmãozinho, Marc, é que ele pode ser bem estranho, mas, no fundo, é apenas uma criança.
— Ele parece ser difícil de lidar. Deu-me uma charada que nem sei se faz sentido.
— Eu sou boa com charadas. Pode me dizer?
— Bem...
— Eva! – Henry gritou, correndo até nós. – Eu pedi! Vamos comer daqui a pouco.
— Tão rápido? Bem, não importa. Hã... Marc, quer nos acompanhar?
— Não vai dar. A minha mãe vai surtar caso eu não voltar pra casa logo.
— Eu entendo.
— Apesar de que... Acho que ela não vai ligar se eu comer um ou dois pedaços de pizza.
— A sua mãe não, mas eu sim. – Disse Henry. – Eu pedi uma especialmente pra mim e para a minha irmã!
— Nós vamos dividir. – Disse Eva. – Olha ela chegando!
Um Bonnie muito animado veio nos servir. Tenho uma leve impressão de que esse é o animatronic favorito do Henry, pois esse sorria como uma criança de verdade ao ver o coelho. Mas, enfim, nós comemos e eu acabei por ficar com a Eva e com o irmão dela por mais algumas horas. Eu sei que a minha mãe vai me matar, mas posso lidar com ela mais tarde.
Aos poucos, as famílias iam embora e logo estávamos somente nós três na sala de festas até que ouvimos um carro estacionar.
— Ai, é o meu pai. Eu vou deixar o Henry com ele e já volto.
— Tudo bem.
Henry já estava sonolento e foi carregado pela irmã até lá fora. Eu fiquei sentado na mesa, quieto, esperando-a retornar.
— Ah não! Eu não quero ficar aqui! – Ouvi a voz de Mike.
Levantei-me e fui devagar até o escritório.
— Pare de reclamar! Estamos nessa juntos! – Disse Fritz.
— Isso não é justo! Quando eu era um segurança noturno, eu fiz tudo sozinho! E, sinceramente, não quero passar por isso de novo!
— Parem de reclamar!
— Diz isso porque você é o único que não ficará, Vincent!
— Não acredito que ela me obrigou a voltar. – Ouvi uma voz que, dessa vez, eu não conhecia.
— Seja homem, Thomas! – Disse Mike.
— Não é tão ruim assim. São apenas brinquedos. – Afirmou Vincent.
— Finalmente, eu o achei, Marc!
Quase tive um troço ao ouvir a voz de Eva atrás de mim, o que também chamou a atenção dos outros.
— Olha só quem está aqui! – Disse Jeremy, sorrindo.
— Olá, pessoal. – Falei.
— Vem cá! – O loiro puxou um rapaz que parecia ser o mais novo dos guardas de segurança. Esse tinha cabelo castanho claro, olhos azuis escuros e fazia uma expressão que dava para perceber de longe como ele é medroso. Estava usando o mesmo uniforme que os outros. – Esse aqui é o novato do qual falamos, o Thomas.
— Olá. – Falei, tentando ser gentil.
— Oi.
— Meu tio está estressado com vocês, meninos. – Começou Eva. - Parece que só o Vincent sabe trabalhar aqui. Por isso, para salvar a pele de vocês, eu pedi para que trabalhassem juntos por uma semana, começando por hoje apenas porque quero ver se dará certo.
— Uma semana?!
— Não começa, Mike.
— Ah! Já que o Vince é tão experiente, por que não o coloca para nos treinar.
— Sério, Jeremy? – O acastanhado perguntou. – Isso é problema de vocês.
— Por favor, Vincent!
Ele parou e pensou um pouco, suspirando logo depois.
— Se eu aceitar, será apenas por hoje.
— Por mim, tudo bem. – Disse Eva.
— E quero que me paguem também.
— Bom, isso é problema do meu tio, portanto, tudo bem.
Os seguranças suspiraram aliviados.
— Eva, eu realmente preciso ir. – Falei, dando alguns passos pra trás.
— Tá bom. Eu ficarei mais um pouco.
— Vai procurar o assassino?
— Eu fiquei enrolando o dia inteiro, por isso tenho que começar.
— Então tá. Se cuida.
— Você também. Tchau.
— Tchau.
Comecei a andar até a saída, mas antes eu pude ouvir:
— Hum... Você gosta do rapaz, Eva?
— Da mesma maneira que você gosta do Vincent, Jeremy?
— Ah! Cala a boca!
— Então, cale-se também!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Trabalhei a semana toda com esse capítulo! Me perdoem por qualquer erro! Eu teria postado antes, mas estava complicado! Precisei estudar muito sobre o jogo para conseguir inspiração (e escutar algumas músicas também kkkkkkkkk)!