Ninguém e todo mundo escrita por clarissa
Notas iniciais do capítulo
Das vezes que a ficção se sobrepõe ao real.
A vontade de ti me sufoca, e eu não sei muito bem o que me cabe fazer agora, que já deixei todo meu orgulho de lado e te abri todas as minhas portas.
Não sei como mais posso te convidar para entrar, como deixo mais claro que te quero e que tu me és necessária.
Garota, eu te preciso.
Me dói lembrar de cada minuto cortante daquela noite, e me recordar de como acordei, na manhã seguinte, sangrando por causa das tuas palavras.
Mas, é de conhecimento geral, precisamos deixar a dor passar. E, nesse momento, te digo: eu abro mão dela, com a condição de que eu te tenha de volta.
Tu sabes que nunca nos pertencemos oficialmente, mas também sabes, assim como eu, que isso são só formalidades. Somos de improviso, de imprevistos, de infinitos.
Eu não quero que ninguém mais me diga como somos erradas, tortas, mal feitas e opostas demais para nos pertencermos. Também não quero mais aquela história de que os opostos se atraem. Nós duas sabemos que esses clichês não nos cabem, e que nenhuma dessas frases prontas (positivas ou não) nos preveem. Somos do acaso e a ele pertencemos.
Machuca pensar que por alguma razão o universo quis o nosso fim, lembrar que me magoaste, que eu também te feri. Tudo isso me agonia e me faz racionalizar a dor que, no final de contas, só clama por uma coisa: pelo seus próprio fim que, agora eu sei, só pode vir com a tua volta.
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