Refugo escrita por L Lucine


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Em clima de Olimpíadas, resolvi fazer essa One. Ok não é a que eu prometi mas, sabem quando tudo dá errado?!
Bom, meu note ficou doido e fez um “puff” engraçado antes de desligar permanentemente (isso no domingo) e meu celular foi quebrado (na terça) digamos que eu fiquei com raiva de algo e joguei ele no chão, não intencionalmente. Restou apenas o PC da mãe mas, tenho pouco tempo para usar ele. Perdi três capítulos feitos de “Shifters”, algumas idéias e brigas na história e a one “Look at the stars”. Se eu to triste? Eu to puta mesmo e o pior é que o cara que arruma o pc só veio hj, to desde domingo pedindo pra ele vir.
O novo celular logo chega, ainda bem pq eu tinha algumas gravações sobre falas e lugares no antigo, quero ver se elas se perderam ou se estão no chip.
Sei que vocês não querem ler minhas explicações (nem eu iria querer kkkkk) então, vamos à história.



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— Tome cuidado, seu animal... – bravou o loiro – Essa égua vale mais que sua casa, levando em conta o estado das suas roupas.

O cavalo em questão, era um thoroughbred (puro sangue) preto e muito belo, ele descansava ao lado de um casqueador* ruivo de aparência desleixada.

— Ele não te entende direito, Malfoy – falou a voz melodiosa e, particularmente falando, intensamente chata de uma garota ao seu lado – mas, não se preocupe, falarei para ele que você estava admirando seu trabalho.

Ele não havia percebido que a garota, que deveria estar com os cabelos presos, já que soltos nem entrariam no capacete. A roupa, um tanto quando diferente da sua, já que não havia competido aquele dia.

— Hunf... Eu não preciso que você distorça minhas palavras, Granger.

A amazona* recuou, já havia assistido a competição do então “amigo” de time? Não... Está mais para colega representante da mesma delegação. Termos técnicos para um relacionamento conturbado.  

— Como... Er, como você está?

Draco queria dizer que estava ótimo, maravilhoso, que tudo estava perfeito e que, pra ficar melhor, ela deveria dar meia volta e sair dali mas, ele estava cansado demais para dar uma resposta atravessada o suficiente.

— O que faz aqui?

Ela observou o semblante sério do cavaleiro. Sabia que ele estava a ponto de desferir ofensas mas que, felizmente, se controlou.

— Vim ver o Wormy*. Amanhã é a nossa prova em equipes e, por mais que eu saiba que esse lugar tem todo o cuidado possív...

— Tá – ele cortou-a rudemente. Não queria saber sobre as suas provas ou sobre seu cavalo. Será que ela não percebia que estava sendo irritante?

Por fim, ela deve ter percebido, pois parou com o falatório e foi embora. Finalmente.  Ele sabia o que ela falaria, sabia que diria para não se preocupar, para descansar para as próximas provas, salto individual e por equipes.

Hunf... Como se ele não soubesse disso. O que mais o preocupava era o pai, Lucius, e a mania de perfeição dele. Havia dito até mesmo que iria mandar outro cavalo para Draco, um melhor e mais obediente. Ficou irritado apenas por pensar em trocar Weasel*. Ela era perfeita, não poderia trocá-la.

O homem ruivo, parou com os tratamentos destinados ao thoroughbred, pediu licença com um inglês levemente arranhado e saiu, deixando Draco perdido em pensamentos. Dentro da baía, a égua parecia querer evitar o dono. Talvez ela estivesse com medo de ser rejeitada ou mais provavelmente, estivesse tão “nem ai” que preferia ficar parada onde estava, alheia a tudo.

Ele, por sua vez, sentou e encostou suas costas na parte de fora do estábulo de Weasel. A bandeira da Grã-Bretanha tremulava logo acima de sua cabeça, o vento estava um pouco mais cruel do que no dia anterior. Ele não se importava. Preferia ficar ali parado, pensando em tudo que havia acontecido nas horas anteriores.

Um pequeno momento de arrogância, antes de entrar para participar da prova individual de CCE*, um bom percurso e desenvolvimento, o refugar* da égua e a queda mais vergonhosa que já deu em toda a sua vida. Ele não se machucou todavia, ainda sentia tristeza pelo o que havia acontecido.

O pior era se lembrar do “Oh” de toda aquela imensa platéia, seguido de palmas consoladoras.

Agora sim ele entendia o sentido de toda aquela “comoção”, principalmente das manchetes que, com certeza, já estavam rodando via  internet. Um dos melhores cavaleiros da Grã-Betanha errando?

— Inadmissível...

— O que é tão inadmissível, Malfoy?

Assustou-se com a pergunta de outro companheiro – imbecil – de equipe. Será que hoje era o dia para infernizarem a vida dele? Talvez realmente o fosse.

Draco olhou para cima, sem sair do seu encosto, e constatou que a voz era mesmo de um imbecil.

— O que é agora, Potter?

— Vim ver o Owl e aproveitei pra ver como você está – disse simplesmente, assumindo uma certa coloração avermelhada no rosto.

Draco suspirou, irritado.

— Porque será que todo mundo quer saber como o cavaleiro que caiu, está? Ninguém pode, simplesmente, me deixar em paz?

— Eu não vim saber como o cavaleiro que caiu está, Malfoy... – disse isso, batendo o pé e cruzando os braços autoritariamente – Vim saber como meu amigo está.

Draco se levantou e mirou curiosamente os olhos verdes que o fascinaram desde o primeiro dia que os viu.

— Pois, perdeu seu tempo – bradou, virando-se para a parte aberta da baía. Ele queria dar uma olhada em Weasel novamente, e assim, ignorar o então “amigo” – Deveria ter falado com a Granger, ela acabou de sair por aqui, porque você não faz o mesmo que ela.

Falou tentando dar a conversa por encerrada.

— Hermione saiu daqui já faz duas horas, nós conversamos no centro olímpico. Ela está detestando ficar no mesmo quarto que Pansy.

Draco riu contido, era obvio que a amiga estaria fazendo o possível e o impossível para tirar do sério a tão certinha amazona, Hermione Granger.

— Blaise disse que Lucius ligou para o diretor da delegação.

Draco suspirou, era obvio que seu amado pai havia ligado. Pensando bem, era mais obvio ainda que Harry fosse um idiota e tocasse nesse assunto com ele, o que o deixava irritado era o fato do, então companheiro de quarto e melhor amigo, Blaise Zabine, ter contado algo tão particular para qualquer um.

Mas é claro que Blaise não pensava em Harry como sendo “qualquer um”. O que importava se o homem era filho de um dos melhores cavaleiros que o seu tempo havia visto? O que importava se Harry havia chegado onde chegou sem o apoio do tal pai famoso, apenas com suas próprias “pernas”? O que importava se agora, ele era o cavaleiro mais bem quisto por toda a população da Inglaterra?

Ok, Draco tinha uma certa admiração e inveja do moreno. Ele assumia isso pra si mesmo, jamais para os outros. Bçaise, pelo jeito, tinha apenas a parte da admiração mesmo, o que dava uma certa raiva ao loiro.   

Com a falta de resposta do Draco, Harry continuou falando sobre o que ele “soube por cima”:

“Ele disse que um novo cavalo será comprado aqui mesmo, pois com a distância, se fosse comprado lá ele não chegaria a tempo e preparado para a próxima prova”.

Draco sentia a cada palavra de Potter, uma grande raiva passar por todo o seu corpo, indo até a ponta das mãos. Por fim, ele socou a primeira coisa que veio em sua frente, a parte sólida da porta da baía de sua égua. O animal se assustou e Harry também. Aquilo, por mais que fosse para extravasar a raiva, poderia metê-lo em sérios apuros.

— Você está doido? – Harry foi para o lado dele, puxando a mão afetada e rapidamente a examinando – Ótimo, não está quebrada.

O loiro respirou fundo, pensando na dor que, provavelmente sentiria, dali a alguns segundos.

— Lucius culpa Weasel pelo seu desempenho, você a culpa também... Pelo visto.

Draco puxou rudemente sua mão dos cuidados do moreno ao lado. Como ele ousava falar tal coisa?

— Eu jamais culparia a Weasel por um erro sem sentido. Ela poderia muito bem ter se distraído ou... – ele se sentia desconfortável por mencionar aquilo – Não importa, – ele forçou um olhar irritado – ela já me proporcionou muita felicidade.

— Ora, você não parecia nada feliz olhando para ela.

Weasel deu um relincho, parecia concordar com o que Harry dizia. Draco ignorou-a.

— Queria que eu a olhasse de que jeito, Potter? Nem todos se saíram bem como você na prova individual.

Harry já sabia como lidar com o Draco. Aliás, ele sabia que nem deveria ter ido até ali, Draco era tremendamente orgulhoso e se alguém o tentasse consolar, se tornava arredio.

— Ambos tivemos boas notas em CCE por equipes.

— Mas não em individual, onde isso é bom? – disse ainda rabugento.

Harry estava começando a se irritar, será que o cavaleiro ao seu lado estava tão cego que não percebia a oportunidade que era estar ali? Competir com tantas outras pessoas, sendo que a maioria da equipe era de jovens promissores, aquilo era incrível e muito difícil de acontecer. O loiro estava jogando sua oportunidade no lixo, não só a sua como a de tantos outros que treinaram muito para chegarem ali.  

— Estou vendo que foi uma péssima ideia vir até aqui.

— É claro que foi, Potter, - ele olhou para o homem, dando um sorriso desdenhoso logo em seguida – você achou que eu falaria com você sobre toda essa merda, receber conselhos mais merdas ainda e tudo ficaria bem? Lembre-se que não sou sua namoradinha ou a Granger. Eu não tenho o dever nenhum de responder as suas perguntar, aliás, eu não preciso nem mesmo conviver com você... Até mais – ditou, afastando-se.

Harry poderia tê-lo parado. Poderia ter ido atrás mas, ele entendia. Draco sempre fora arrogante demais e bom demais em hipismo, talvez, com esse acidente, ele melhorasse como pessoa e como ser humano.

 

 

No final daquela semana. A prova individual de salto foi realizada, Draco não havia trocado de cavalo o que deixou Harry estranhamente feliz.

Durante a semana, o loiro não havia dado as caras, nem mesmo para ver os companheiros de time treinando ou competindo. Harry havia conseguido a prata no adestramento por equipes e, mais do que sua namorada Ginevra, ele preferia os olhares intensos de Draco sobre si. Talvez ele comentasse um “não foi ouro” mas, sabia que ele estaria orgulhoso.

Sabia?

Não, ele não sabia. Draco era, ao mesmo tempo, difícil e fácil de ler. Harry sempre se via confus.   

Viu-se também confuso quando anunciaram logo o loiro. Por querer ter uma visão privilegiada, ficou perto da sua delegação, apenas como figurante.

Weasel desfilava imponente, assim como seu dono. Draco não deixou e nem se viu abalado nos dias anteriores a prova. Os repórteres adoraram sua falha e perguntavam coisas tão absurdas que, se Harry estivesse em seu lugar jamais responderia mas, era de Draco que estávamos falando e por mais que aparentasse o fatídico mal humor, ele conseguia ser sensato e direto em suas repostas. Um verdadeiro cavalheiro.

O cavalo começou a correr, Draco parecia um tanto nervoso e tranqüilo, se é que aquilo era possível. O primeiro salto aconteceu rápido, mas Harry conseguiu ver aquilo perfeitamente. Como se fosse em câmera lenta, ele via o cavaleiro levantando fazendo com que a égua levantasse consigo milésimos de segundos depois. Ela saltou e pousou graciosamente, ocasionando suspiros e palmas de uma parte do público. Harry não aplaudiu, ele tinha medo de perder a beleza que era a cavalgada de Draco.

Ele sentia como se o loiro voasse a cada salto perfeito. Não ouve refugo, não houveram erros, foi tudo perfeito.   

No total, eram doze obstáculos e, levando em conta que Draco precisava repetir todo o percurso novamente, dava o total de vinte e quatro. Harry não perdeu nenhum movimento, talvez por apreensão ou curiosidade, intimamente, ele sentia que não conseguiria, mesmo se quisesse, tirar os olhos daquela apresentação.

Ao final do percurso foi um pouco tenso, Weasel quase havia tocado em um dos obstáculos. Quase.

Draco foi ovacionado pelo público e por Harry. Aparentemente falando, o cavaleiro parecia imparcial e até mesmo distante, todavia Harry percebeu que ele estava emocionado por ter conseguido passar pelo percurso sem erros.

No painel eletrônico, que Draco cravou os olhos por um longo tempo, estava:

 

                Malfoy  -  Great Britain

Nº 24

Pts 0

Time: 39:45

 

Para quem visse de fora e não entendesse de hipismo, aquilo poderia ser considerado um erro grotesco. Como uma pessoa com um ótimo tempo poderia ter nenhum ponto? Mas aquilo, para a delegação da Grã-Bretanha e principalmente para os dois cavaleiros, foi maravilhoso.

Os pontos não haviam sido descontados, por isso o zero e o tempo havia sido perfeito. Perfeito como ele.

— A medalha de ouro, com toda a certeza, vai ser de Draco, né? – Disse Hermione, empolgada.

— É claro que vai, garota – respondeu uma loira, atrás dela.

A morena suspirou e retrucou irritada:

“Pansy querida, eu já tenho que conviver o suficiente com você... Por que você simplesmente não desaparece?”

Harry, que parou para dar atenção as duas amazonas, ele se viu mergulhando no belo sorriso de Draco. Ele tinha acabado de chegar perto do local onde eles estavam, ao lado de Weasel.

As meninas, engalfinhadas em uma tórrida e monótona discussão, não o viram. Harry viu, e viu também a hora em que o olhar de Draco pousou nele por um tempo longo, fazendo assim com que ele perdesse o fôlego.

Desde quando ele se sentia assim? Desde quando olhar para o loiro era tão... Estranho?

Não conseguiu sustentar o olhar, focando em suas mãos entrelaças, quando voltou seu olhar para frente, ele já estava distante. Draco, provavelmente, iria com Weasel para a baía logo após a apresentação de Nott, outro colega de delegação, e dos resultados.

— ...um percurso bom mas, tiveram alguns errinhos ali... Você viu Harry? – Hermione bateu fracamente com o cotovelo no amigo, despertando-o do transe.

— Anh? Quê? – ele a encarou.

— Ela estava falando sobre o cara da Alemanha enquanto você babava no Draco – dessa vez, quem disse de uma maneira divertida, foi Zabini.

— Eu não estava... – tentou disfarçar, constrangido.

— Ora, é obvio que estava. Todo mundo notou isso.

Harry esperou Hermione contestar, desconversar ou explicar qualquer coisa daquele jeito inteligente que apenas ela sabia fazer mas, não ouve nada. O anuncio das notas e a felicidade de toda a delegação, deu um fim aquele assunto. Todos estavam comemorando, Draco havia conquistado o primeiro ouro para a Grã-Bretanha. Eles teriam mais finais todavia, depois do cavaleiro ter sido desacreditado pela imprensa nacional e internacional, aquilo foi uma grande vitória e um belíssimo “cala a boca”.

 

 

A felicidade de Draco não era visível, se não o conhecesse bem, ele nem diria que o loiro havia ficado feliz com a medalha de ouro. Mas, ele havia ficado e como havia.

Harry o observava de longe, ele estava perdido em pensamentos, assim como o encontrou da ultima vez. Ali estava ele, encostado na porta de Weasel, do mesmo jeito que antes. A égua, que outrora estava arredia e se limitava a ficar dentro da sua “casa”, agora, estava com a cara pra fora, relinchando.

— Achei que estaria aqui – falou, chegando cada vez mais perto do cavaleiro.

Ele escutou o suspirar de Draco. Era engraçado como o loiro sempre suspirava pesadamente quando estava perto dele. Sempre impaciente, irritado. Se bem que, dessa vez ele não tinha nem mesmo um motivo plausível para estar.

— O que foi agora, Harry? – o loiro disse, simplesmente. Nem notou que havia chamado o então colega pelo primeiro nome. Harry percebeu.

— Vim ver como estava.

— Sem necessidade. Eu ganhei. Pronto, acabou.  

É, realmente tinha acabado para Draco, pelo menos a parte em que ele poderia ser o centro das atenções. Havia ainda mais uma prova que ele participaria mas, como era final em equipe e ele não era o capitão da sua, dificilmente teria a atenção de todos, mesmo que se saísse tão bem quanto havia se saído na final individual.

— Sim, você ganhou – falou Harry, se sentando ao lado de Draco. Quase abaixo da cara de Weasel – por um momento, achei que você desistiria.

Harry não sabia mas, Draco havia pensado nisso. A mídia conseguia ser cruel e bondosa, quando queria. Pela equipe ser muito nova, as criticas eram intensas e nada animadoras, mesmo com um ganho bom de medalhas. Uma de prata, duas de bronze. Alguns ainda ressaltavam os ganhos anteriores tanto de Draco como do resto da equipe porém nada equivalia aos julgamentos de cada revista e jornal que entendesse o mínimo de hipismo.

— Por um momento, eu também achei – ele se viu dizendo, se recriminando logo em seguida por ter demonstrado um lado fraco diante de um dos seus mais difíceis adversários da sua terra natal.

— Todos já passaram por isso ao menos uma vez, Draco... – o loiro levantou uma sobrancelha em plena duvida, iria contestar se Harry não tivesse continuado – o que difere você de uma pessoa desistente é a sua força de vontade.

— Eu não preciso de consolos, Potter.

Harry suspirou e olhou irritado para Malfoy.

— Não estou te consolando, imbecil. Estou tentando dizer que você estava ótimo hoje, será que é tão difícil aceitar um elogio velado?

Nisso, Draco olhou para Harry, um tanto assustado com o que acabava de escutar. Nenhum deles havia se elogiado, embora fossem os melhores. O loiro por achar que Harry já tinha pessoas demais para o paparicarem e Harry por achar que Draco era arrogante e pretensioso a ponto de se tornar feio perante seus olhos.

Talvez tenha sido a convivência forçada, desde a convocação. Talvez tenha sido a destreza que ambos os cavaleiros demonstravam quando montavam em seus respectivos cavalos, talvez tenha sido o bom desempenho que ambos tiveram na maioria de suas provas. Eles não sabiam quando a linha havia sido atravessada. Harry acabou de demonstrar isso com as palavras, e com as ações... Quando havia sido?

Eles ficaram se olhando por um longo tempo. O olhar de raiva que ambos sustentaram há segundos atrás, agora era substituído por um de sincero interesse. Eles não se aproximaram, não houve beijo ou qualquer demonstração afetuosa porém, sabiam, com aquele simples olhar, que ambos partilhavam do mesmo sentimento.

Que tipo de sentimento? Eles não tinham ideia.

Draco quebrou o contato visual e continuou a olhar para o nada. Ele estava se lembrando das palavras de incentivo, ou quase isso, de Harry e se lembrava também das suas palavras no dia do refugo.

— Você não tem outra coisa pra fazer além de ficar por aqui?

Harry notou a mudança no clima, será que ele havia feito algo de errado?

Ele espelhou os movimentos do loiro e olhou para frente, para o nada.

— Já disse que vim ver como você estava.

Draco suspirou, conversar e dar indiretas para Harry nunca foi fácil. Tudo tinha que ser de maneira direta com ele. Lesado.

— Ligue para sua namorada, sei que o diretor fará vista grossa para essa sua escapada. Ele sempre faz... – disse de uma maneira venenosa e contida.

Harry sorriu. Ele estava em duvidas antes, duvidas que agora foram sanadas.   

— Eu falarei com ela sobre nós, ainda hoje – disse, pegado a mão direita de Draco afagando-a levemente. Ele ainda se lembrava do soco que o homem ao lado havia dado no pedaço sólido de madeira.

Draco, por sua vez, estava confuso. Uma hora eles estavam falando sobre a namorada do moreno e na outra, eles estavam de mãos dados. Ele queria soltar um “que porra é essa”. Limitou-se a um dialogo civilizado.

— E quem disse que eu quero alguma coisa com você? – ele falou irritado sem se dignar a olhar pro moreno.

Harry sabia que o que Draco queria dizer era totalmente o contrário, afinal de contas, ele nem havia saído do lado de Harry ou se quer tirado a mão direita do aperto do outro. Ele estava imóvel, olhando pra frente como se o pássaro que havia acabado de pousar no meio da baía fosse muito mais interessante do que aquele assunto.

— Falarei do mesmo jeito.


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Notas finais do capítulo

Pois é gente, termos técnicos a parte, vocês gostaram?
Vou deixar um dicionário aqui em baixo. Tem coisas que vocês não sabem (ou eu acho que vocês não sabem). Eu sei que isso é algo mais voltado para o esporte, algumas meninas em um grupo estavam pedindo esse tipo de história ontem e eu acabei fazendo.


Refugo: quando o cavalo se recusa a pular um obstáculo. Normalmente, o cavaleiro acaba se desequilibrando ou caindo do animal quando isso acontece.
Casqueador: o cara que cuida dos cascos do cavalo.
Amazona: feminino de cavaleiro
Wormy: Bichento em inglês
Weasel: Doninha em inglês
Estábulo/Baía: lugar onde fica o cavalo
CCE: Concurso Completo de Equitação, nele é reunido as provas de cross-country, adestramento e salto. É uma prova completa em que apresenta a habilidade de equitação do cavaleiro (harmonia com o cavalo, obediência, resistência e habilidade).
Owl: Coruja em inglês
Delegação (nesse caso): grupo de pessoas que representa um país, aqui, Grã-Bretanha.



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