Unbroken Road escrita por xGleyceKuran


Capítulo 8
Mais morte e mais Sangue


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo *-* (atrasado, sorry)



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Aalis não se sentia bem, havia uma inquietação, um suor frio que não cessava. Já havia passado três dias em que ela estava ali no acampamento, a cada minuto ela sentia-se menos ela mesma, era como se estivesse se perdendo, não conseguia lembrar com clareza sobre coisas cotidianas e normais. Seus pensamentos eram confusos e ela tinha uma extrema dificuldade em se concentrar nas coisas ou conversas direcionadas a ela.

Kvulsin que sempre voltava à barraca onde ela estava após seus afazeres para verificar a situação de Aalis.  A cada vez que ele a via tinha mais certeza de que os efeitos colaterais do uso da joia estavam corrompendo a cabeça dela.

— Como você está Aalis? – Ele pergunta enquanto limpa o suor da testa dela.

Ela tenta responde-lo, mas uma confusão deixa tudo preto, por instantes ela se esquece de onde está e o que está fazendo e quando volta ao normal ela acaba esquecendo-se do que ele acabara de perguntar. Ele apenas a limpa e a alimenta sem fazer mais perguntas até que ela durma, e em seguida busca conversa ao curandeiro do acampamento.

— O comportamento da dragonborn não vem melhorando com o passar dos dias?

— Bom... Ela está cada vez mais catatônica, não consegue se concentrar e muitas vezes esquece o que ia falar... É bem provável que continue acontecendo a cada vez que Ulfrick use a joia de comando nela, acho que ela se esforça tanto para não obedecer que sua mente deve estar entrando em colapso.

 “- Então é pior do que eu pensei.” Reflete Kvulsin.

Kvulsin aguarda até o próximo dia com a volta de Ulfrick para o acampamento, as batalhas já estavam chegando ao fim, Aalis fora deixada de fora de algumas batalhas devido a sua confusão, mas agora em que as batalhas decisivas estavam prestes a começar, Ulfrick já deixou claro que não se descartará de seu trunfo contra o inimigo.

— Senhor eu realmente acho que sua presença é necessária no campo de batalha, já que esse “poder” sobre a dragonborn está apresentando mais falhas do que o esperado, de acordo com o que presenciei, temo que a tendência seja de ocorrer mais e mais falhas eventualmente. Diz Kvulsin.

— Sim, eu sei... Não pretendia entrar em batalhas agora, mas precisamos continuar vencendo e já que minha presença é necessária para evitar certas falhas, assim estarei junto a meus soldados. Responde Ulfrick.

Kvulsin já havia decidido um rumo a tomar e para que tudo desse certo precisaria de Ulfrick no campo de batalha e para isso ele faria e diria tudo possível a seu alcance, mas no momento não precisaria de muito esforço já que Ulfrick está decidido.

— Pois aproveitaremos para acabar com esta guerra logo e a utilizaremos enquanto ainda lhe resta um pouco de sanidade, a próxima batalha será difícil meus caros, mas daremos o nosso melhor.

Dito isso Ulfrick sai da tenda de Galmar e o deixa combinando técnicas de batalhas junto a Kvulsin e outros capitães de batalhões.

*

Kvulsin está se empenhando em cuidar de Aalis, que ao passar dos dias presa ali parece estar cada vez mais distante, mas agora parecia estar ali e encarava Kvulsin a fundo com seus olhos castanhos brilhando sob a luz das tochas.

— Está fazendo isso para diminuir sua culpa caçador?

— Estou fazendo isso porque sou o único que lembra que você é humana. Responde Kvulsin enquanto leva comida a boca de Aalis.

— Mas não sou humana... Não sabia? Agora sou uma marionete...

— Apenas fique quieta sim? Se possível durma e descanse bastante, amanhã teremos uma longa batalha e você estará na linha de frente.

Aalis solta uma risada debochada.

— Quando tudo isso acabar se me restar alguma sanidade... Lembre-me de arrancar sua cabeça.

— Isso acabará mais cedo do que imagina. Responde Kvulsin.

Ao tentar interpretar o que o caçador diz ela acaba com seus pensamentos distantes novamente, era quase como se estivesse embriagada a todo tempo, não conseguia se controlar em uma única coisa e ela continua tentando até o momento em que o cansaço a toma por completo.

Durante a madrugada, tudo estava sendo arrumado, armamentos estavam sendo distribuídos, armaduras sendo vestidas, carroças e cavalos a postos, tudo sob ordens de Ulfrick e Galmar, eles queriam a vantagem de pegar os inimigos ainda despertando sob a luz dos primeiros raios de sol. Kvulsin é encarregado de colocar Aalis em sua armadura e deixá-la pronta para partirem.

— Eu vou tirar a mordaça e as cordas que te prendem, por favor, colabore comigo e não seja rude tenho que vestir a sua armadura... Posso confiar em você?

Aalis permanece em silêncio e encara Kvulsin com melancolia, era como se ela já tivesse desistido de retrucar ou de desencadear palavras agressivas a ele, não tinha escolha, ela não via saída, ela estava com plena consciência de que não era mais a mesma e estava perdendo a pouca lucidez que tinha. Ela sabia que aquilo só acabaria quando a guerra acabar e apesar de sofrer sendo obrigada contra sua própria vontade, no momento ela só deseja o fim da guerra para que ela possa voltar para casa. O Caçador desata os nós das cordas que prendem as mãos da dragonborn, e começa a colocar a armadura enquanto ela permanece imóvel e quieta.

Quando ele acaba de vesti-la e levanta a cabeça dela, nota que lágrimas caem de seu rosto, ele sente uma enorme vontade de abraçá-la no momento, mas é interrompido por Ulfrick entrando na barraca.

— Vejo que ela já está pronta, leve-a para a carroça e a vigie para que não fuja, darei as ordens quando estivermos próximos ao forte... Assim evitamos mais resistência dela e os danos colaterais... Vejo que não tem mais toda aquela resistência dovahkiin.

Aalis permanece quieta diante da provocação de Ulfrick.

— Sim senhor. Responde Kvulsin pegando no braço de Aalis e a levando.

Durante o caminho para a carroça que os levariam até o campo de batalha, Kvulsin limpa as lágrimas do rosto de Aalis e fala baixo para que somente ela o ouça.

— Não se preocupe confie em mim, a partir de hoje você não sofrerá mais em relação aos desejos de Ulfrick.

Ela permanece quieta sem entender os motivos do caçador ter dito isso a ela.

Kvulsin agora tem uma ideia fixa na cabeça, porém sem plano algum ele tenta imaginar todos os cenários possíveis para poder provocar uma fuga para a dragonborn. Na carroça durante o caminho “-Impossível!” no meio da batalha? “- Muitos soldados em volta!”. Em todos os casos que imaginava, nenhum daria certo ou seria muito arriscado, sem contar que Ulfrick estará nessa batalha e estará de olho em Aalis. Kvulsin não tinha muitas alternativas, mas estava certo de que tentaria reparar seu erro e libertaria Aalis das mãos de Ulfrick. Todos esses dias ele ficou pensando em como seus atos foram contra sua própria moral e que toda essa bagunça não valia à pena, obrigar pessoas a tomarem rumo das quais elas não querem. Principalmente obrigar a pessoa que salvou Skyrim de Alduin.

 E o último peso em sua consciência era talvez o que mais doía. Ele a amava e cada vez em que ele a olha e a vê sofrendo é uma tortura para ele. Agora que pretende ajudá-la sabe que há perigo de colocá-los na rota da morte.

                **

As carroças param e os esquadrões começam a se organizar em posições de batalhas. Os arqueiros na linha de frente colocando chamas na ponta de suas flechas. Enquanto Ulfrick da às ordens a Aalis que imediatamente segue com seu arco flamejante atacando os vigias do forte e dando sinal para que o restante atacasse um dos maiores fortes do Império.

— É isso meu caro após essa vitória só nos resta encarar Tullius e finalmente vencer essa guerra, vamos mostrar do que somos capazes. Diz Ulfrick a Kvulsin.

A batalha está agora em seu ápice, labaredas de fogo por todos os lados, corpos mutilados espalhados pelo chão, flechas e espadas largadas a todos os lados, e durante os conflitos Kvulsin tenta achar um meio para levar Aalis para longe da batalha.

Nos poucos segundos que tem para pensar em uma estratégia, Kvulsin vê que Ulfrick esta lutando contra soldados em cima de uma estrutura de madeira que era o observatório do forte, a estrutura é alta e fica na beirada do forte que está em uma montanha, ao notar que chamas estão ao pé da estrutura do observatório Kvulsin se adianta e pega o arco de Aalis, ao pegá-lo ele pede para que ela lance uma magia de chamas na ponta da flecha. Como ela foi ordenada por Ulfrick a ajudar membros de seu batalhão ela o obedece e cria o fogo. Kvulsin dispara três flechas em direção a estrutura que já estava comprometida pelo fogo, fazendo com que ela seda e assim Ulfrick e mais soldados caem no pequeno desfiladeiro.

Imediatamente Kvulsin pega Aalis pelo braço e corre para onde Ulfrick possa ter caído.

Ao chegarem no local Kvulsin vê que alguns guardas morreram, outros estão feridos e Ulfrick que está ajoelhado na lama tirando farpas de madeira que feriram sua perna.

— O senhor está ferido?

— Não é nada soldado... haha não há nada que me pa...

O discurso de Ulfrick é parado quando ele percebe a espada brilhante apontada para ele.

Rapidamente a bolsa pendurada a sua armadura é cortada e agora Kvulsin segura a joia de controle.

— Vamos dovahkiin o que está fazendo parada ai olhando?  Mate logo esse traidor! - Berra Ulfrick furioso.

Antes que as palavras para ativar a joia sejam ditas por Ulfrick, Kvulsin joga a joia com toda sua força ao chão. Ela não quebra e não mostra nenhum sinal de rachadura.

— O que está fazendo seu verme!? Grita Ulfrick para Kvulsin.

Antes que Ulfrick pegue a joia kvulsin chuta o ferimento na perna de Ulfrick o fazendo cair pás trás, mas Ulfrick consegue dizer as palavras de controle e Aalis se encaminha na direção de Kvulsin com sua espada na mão.

Kvulsin por impulso crava sua espada o mais forte possível na joia que agora tem um buraco no meio da ponta da espada e rachaduras por todos os lados. A espada por outro lado quebra sua lâmina quase toda.

— Essa merda não quebra fácil! - Resmunga Kvulsin que quando se vira para se proteger de Aalis percebe que ela está parada com as mãos na cabeça.

Ele se mantém alerta e aponta sua espada quebrada para Ulfrick enquanto observa Aalis ter um lapso nervoso.

— Vamos dovahkiin eu lhe ordenei, mate este homem!. - Ulfrick ainda tenta controlá-la visto que a joia não está totalmente quebrada.

— Cale a boca seu miserável!- Rebate Kvulsin.

— Foi ela não foi? Você se apaixonou por ela, seu ingênuo! Perder um futuro grande como o que eu lhe dei... Deixar tudo de lado por ela? Ela já não presta mais não vê? Sua cabeça não esta mais sã, achas que ela se recuperará disso? Olhe para ela... – O discurso de Ulfrick é parado pelo som do grito de Aalis.

— AAAAH. - Aalis grita ainda com as mãos em sua cabeça, ela cai de joelhos no chão gritando e chorando.

Kvulsin chuta a cabeça de Ulfrick com tanta força que ele cai novamente no chão e não levanta mais. Ele corre na direção de Aalis para tentar ajudá-la, mas quando tenta levantá-la, ela ergue a cabeça e da um soco em Kvulsin que recua imediatamente com o impacto, ela avança o passo e da outro soco e ele cai no chão tonto.

— Foi você, por sua culpa eu matei! Eu tenho sangue em minhas mãos, sangue de pais, sangue de pessoas das quais eu não queria matar!

— Eu sei que errei, eu sei, mas você teria que escolher um lado....

— Eu nunca ficaria ao lado de Ulfrick!! – Dito isso ela sobe no corpo caído de Kvulsin e chorando ela grita enquanto continua dando socos nele.

— Eu nunca confiei em ninguém, mas eu decidi confiar em você. Eu gostei de você, e você me traiu, TANTAS PESSOAS INOCENTES JÁ MORRERAM PELAS MINHAS MÃOS E VOCÊ COLOCOU MAIS SANGUE NELAS!

Dito isso ela repara que agora suas mãos estão cheias de sangue, a raiva passa e agora o que toma lugar é o desespero. Ela não ouve mais a voz de Kvulsin e com receio ela o olha. Sua cara cheia de sangue e estourada pelos socos de Aalis, ele mal consegue respirar, ela não sabe o que sentir ou o que fazer. Ao olhar pra frente percebe que o corpo de Ulfrick já não está mais caído. Ele se fora.

Aalis sai de cima do corpo de Kvulsin e tenta andar para longe dele cambaleando. Enquanto tenta caminhar milhares de coisas vêem a sua mente, a joia, Ulfrick, sangue, mais mortes, mais... Se deixasse Kvulsin ali provavelmente ele morreria, e mesmo o odiando ela não queria mais mortes em suas mãos.

Ao procurar vê que a joia ainda está próxima ao corpo de Kvulsin. E ao pegá-la ela se ajoelha e faz uma magia pequena suficiente para colocar o nariz de Kvulsin no lugar e tirar todo sangue preso ali para que ele respirasse. Então ela o levanta com toda sua força, envolve o braço direito dele em seu pescoço e o leva consigo para longe dali antes que homens de Ulfrick cheguem.


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