Não sei quanto tempo fiquei inquieto, em minha cama, mas dormi algum tempo depois. Acordei, fiz minha higiene e fui à escola, acompanhado do meu segurança. Percebi que Marinette estava à minha espreita, ela parecia um tanto inquieta.

Eu estava com os pensamentos perturbados. Se ela era realmente Bugboo, então não amava meu coração, somente meu corpo. Me senti mal durante toda a manhã.

No intervalo, me sentei sozinho, perto das escadas. Fiquei rabiscando em meu caderno alguns versos. Sobre Bugboo, sobre sua personalidade. Como ela poderia ser Marinette? Eu podia estar completamente errado sobre tudo isso. Poderia ela ter entrado em minha sala depois e pego meu papel, já que ela disse a todos pulmões que me amava. Eu não sabia se me sentia feliz ou triste. Eu tinha que resolver este problema. Risquei toda a folha, estragando meus rabiscos e a joguei fora, em qualquer lugar. Eu ia visitá-la hoje. Como Chat Noir e iria conversar com ela sobre a Bugboo.

—

— É certo que eu já visitei-a algumas vezes mas nunca para ter algum tipo de conversa séria.

— Eu acho que você está apaixonado pela Marinette. Plagg abraçava seu queijo e dava pequenas mordidas, saboreando-o.

— Ainda estou confuso. Ela é muito parecida com a Bugboo, até na personalidade. Mas não quando estou por perto, e parece que a Marinette me evita sempre, apesar da Bugboo me dizer que tem sentimentos por mim. Ainda acho meio um absurdo eu supor tal questão.

— Adrien, você está querendo dizer que acha que elas não são a mesma pessoa?

— Eu acho que são, mas a mesmo tempo, não. O que a Ladybug me disse, sobre ter sentimentos por mim não bate com a Marinette, ela me evita e foge de mim sempre.

— Aah, Adrien, você é tão ingenuo. Ele engoliu o resto do queijo em uma abocanhada só.

— O que quer dizer com isto Plagg?

— Porque, parece que você não percebe as coisas diante dos seus olhos.

Fiquei sentado olhando para o chão por alguns segundos, imagens da Marnette tomaram minha mente, e todas as vezes que quando eu chegava perto dela, ela se afastava ou fugia de mim. Eu não sabia o que Plagg queria me dizer, então não dei continuidade para a conversa. Respirei fundo e clamei meu Kwami, tranformando-me no meu alter ego.

Corri, pulei por dentro da cidade, silenciosamente. Dois dias até o dia dos namorados e eu estava na incerteza de tudo. Eu amava Bugboo mais que qualquer coisa neste mundo, mas ela só amava minha aparência. Eu tinha que fazê-la se apaixonar por mim, pelo Adrien de verdade. Não só por uma capa de revista.

Cheguei em seu quarto, ela ouvia alguma música. Ela estava deitada em sua cama, de olhos fechados. Em suas mãos, seu celular e seus dedos tamborilavam sobre sua superfície. Sentei-me próximo ao seus pés. Ela abriu os olhos lentamente e me encarou, seu olhar estava sereno.

— Olá Chat. A observei sentar-se e não consegui desviar meus olhos dos seus.

— Me desculpe mas, não consigo pensar em ninguém mais para conversar a não ser você.

— Passei de presa-alvo para amiga ouvinte? Sua expressão brincalhona logo deixou sua face quando suspirei e encostei-me em uma das mãos. - O que houve?

— Bugboo.

— A- ah. Ela pigarreou. - O que ela fez para você, desta vez?

— Eu a amo. A amo mais do que qualquer coisa. Eu não me importo quem está por baixo de sua máscara. Apesar de ela não querer que eu saiba, eu...

— Chat... você deveria repensar sobre seus sentimentos.

— Marinette.

Eu tomei suas mãos entre as minhas, pequenas e suaves. Olhei-a dentro dos olhos e senti meu coração intensamente rápido.

— Marinette... Eu não sei o que faço mais. Ela não me ama, não pelo que sou. Na verdade, acho que me odeia. Mas eu me odeio mais ainda. Quando me olho no espelho, eu sinto nojo, vontade de sumir. Queria que meu outro eu, morresse.

— C- calma Chat, as coisas não vão se resolver assim. Olha... Sua expressão de preocupação se evidenciou e ela me abraçou. - você nem a conhece, acho que deveria desistir disto logo. Ela não é tudo isso que você imaginou na sua cabeça, por favor Chat, desista disso.

— Me recuso. Minhas mãos envolveram-na e fechei meus olhos., sentindo seu perfume. Ela era Bugboo, eu estava com a plena certeza disto.

Suas mãos estavam em meus ombros e seus olhos estavam devorando minha alma. Me desvencilhei de seus braços e andei pelo seu quarto.

— Princesa, me desculpe por incomodá-la assim. Meu peito doía, eu sabia que ela era Bugboo. Como ela podia ser tão cruel comigo assim? Porém, ao mesmo tempo, eu sabia que ela só queria meu bem.

— Chat, por favor. Seus braços envolveram-me novamente, e não contive minhas lágrimas.

— Marinette... Virei-me a ela e inspecionei seu quarto. - Quem é este nas suas paredes? Ela me soltou e cobriu parte de seu corado rosto com as mãos.

— Este... é o Adrien Agreste. Você não conhece ele? Ela parecia surpresa.

— Conheço. Muito bem. Mas me refiro a sua relação com ele, não sobre seu nome.

— M- minha relação? A- ah.... Bom, estudamos juntos, e, eu acho ele super legal. Seus olhos brilhavam ao olhar minhas fotos. - Ele é lindo, e perfeito.

Eu não deveria irritá-la novamente. Falar mal do meu outro eu, com certeza isto a deixaria muito nervosa.

— M- mas, de onde você conhece ele Chat? Ela havia se aproximado de mim, e seus olhos estavam cheios de curiosidade. - A- ah, me desculpa, estamos conversando sobre você, não sobre mim. Ela sentou-se novamente em sua cama e me olhou.

— Bem, digamos que eu e ele somos amigos de infância. Sei tudo sobre este rapaz. Ela ficou vibrante, porém, se conteve.

— Precisamos conversar mais, então. Seu sorriso era tudo que eu precisava ver naquele momento.

Continuamos a conversar sobre mim, meus sentimentos e sobre meu alter ego. Ela se mostrava muito interessada e lhe contei que “Adrien”, estava apaixonado por uma garota, mas que eu desconhecia seu nome e aparência. Ela ficou bem desapontada. Mas eu não poderia dar mais bandeira do que isto.

As horas se passaram e já não me restava muito tempo com Plagg.

— My princess, eu terei de ir em breve. Segurei sua mão e a beijei. Estávamos observando as estrelas, e seus olhos ficavam muito mais lindos sob esta luz.

— Você volta? Me senti feliz por ela me querer ali novamente.

— Sempre que você quiser, my princess. Sorri e a puxei para perto de mim, abraçando-a. Seu cheiro inundou minhas narinas e dei um leve beijo no contorno da sua mandíbula.

— G- gato idiota. Ela empurrou meu rosto com a ponta do dedo, como sempre fazia. Soltei uma risada e dei outro beijo em sua mão. Saltei na direção dos prédios, fazendo caminho até minha casa.