Será? escrita por Brubs Romualdo


Capítulo 26
Fada madrinha


Notas iniciais do capítulo

Estou inspirada esses dias...

Espero que gostem!

Boa leitura!



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Já era sexta-feira e tudo que eu e Diego conseguimos foi saber que a tal festa aconteceria daqui a uma semana, mas não conseguiríamos um convite se não falássemos com a pessoa certa. O problema era: "QUEM É A PESSOA CERTA?"

— Por hoje é só! – Falei deitando no chão.

Passamos a tarde inteira no chão do meu quarto envoltos por vários papéis sobre a investigação e não conseguimos nada.

— Vou pedir algo para comer. – Falei encarando o teto.

— Isso, estou morrendo de fome! – Falou Diego.

Me levantei e fui até o telefone.

Após o terceiro toque uma mulher atendeu me perguntando o que eu queria.

— Dois sanduíches naturais de peito de peru, queijo branco e pão integral, suco de laranja e suco verde. Aquele com couve, laranja... – Falei.

— Sim, sei qual é. Mais alguma coisa? – Perguntou a mulher.

— Duas fatias de bolo de chocolate com cereja. – Falei.

— Ok, 10 minutos. – Falou ela. – Tão natureba para acabar no bolo de chocolate. – Escutei a mulher falar antes de desligar o telefone.

— Que audácia! – Exclamei.

— O que foi? – Perguntou Diego.

— A atendente falando do meu pedido. – Respondi revirando os olhos.

Voltei à sala para ajudar a recolher os papéis que estavam no chão.

— Vou deixar nesse canto! – Disse Diego. – Parece que tem mais papéis que ontem. – Completou ele deixando os papéis arrumados ao lado do sofá.

— Ok, depois vejo o que faço com esses arquivos. Com certeza tem muito mais que ontem! – Falei.

— Gus me mandou uma mensagem, disse que a pista que deram estava errada e que não levou a nada, Roberta está daquele jeito... – Falou Diego.

— Vish, imagino o ataque que ela deve ter dado. Coitado! – Falei.

— Pois é, se não está fácil para nós, imagina para o Gustavo. Ainda bem que você me escolheu.  – Falou Diego rindo.

— Sua sorte é que fui com sua cara desde o seu primeiro dia de trabalho. – Falei mostrando a língua para Diego.

Sentei no sofá para aguardar o lanche e ele sentou do meu lado.

— Graças a Deus! Mas preciso confessar que você também não é fácil. – Falou ele sorrindo e levantando as mãos.

— Como é? Eu sou um amor de pessoa! – Protestei.

— Um amor de pessoa que vive mudando de ideia, que se atrasa, que fala com estranhos quando não deve... mas você é bem legal até. – Falou Diego piscando.

— Olha que posso perguntar se a Roberta quer trocar de par. – Falei rindo. – Tenho certeza que com Gustavo está muito ruim, eles já foram namorados no passado e não terminaram bem. Por isso brigam tanto, acho que ela não se importaria de mudar de par. – Completei.

— É Mariana me contou, eles até que se suportam “bem”. – Falou Diego fazendo aspas no ar após pronunciar a palavra bem. – Acho que ainda existe amor entre eles. – Completou.

— Não duvido, tanta briga assim com certeza ainda tem amor. – Falei.

Alguém bateu na porta e olhei para Diego com cara de quem vai pedir algo.

— Ok. – Falou ele entendendo o recado.

Diego levantou e foi abrir a porta.

— Boa tarde! – Disse Pedro.

Às vezes me perguntava se Pedro fazia de tudo no hotel, porque por todo lado que eu olhava estava Pedro.

— Boa tarde! – Falou Diego saindo da frente da entrada da porta.

— Boa tarde Pedro! – Falei.

— Muito trabalho? – Perguntou ele.

— Oh, tá um pouco complicado, mas estamos indo aos poucos. – Respondi.

— Mas vocês não estão só fazendo levantamento de pontos turísticos? – Perguntou Pedro.

Quarta quando fui dar uma volta pelo hotel esbarrei em Pedro que me perguntou o que eu era e o que estava fazendo aqui, já que passava a maior parte do dia no quarto. Eu não tinha a obrigação de responder, mas como estamos tendo contato diário acabou saindo que eu sou jornalista, porém como a investigação é sigilosa eu inventei uma história sobre um especial de pontos turísticos noturno de SP.

— É... estamos, mas tem que ter todas as informações e isso cansa. – Falei, não mentindo já que estava cansada por procurar informações.

— Entendi, vou deixar vocês terminarem. – Falou ele saindo.

— Beijos! – Gritei antes de Diego fechar a porta.

— Procurando pontos turísticos? Não tinha algo melhor para inventar? – Perguntou Diego.

— Foi o que veio na cabeça na hora. Vamos comer, esquece isso! – Falei.

***

Às 22:00 horas eu estava na cama, de pijama e assistindo série na TV.

Me perguntava o por que sai a semana inteira e justamente no dia que com certeza teria resultado não estava com a menor vontade de sair.

O toque do meu celular me tirou dos devaneios.

— Bênção madrinha! – Falei ao atender.

— Deus te abençoe minha filha! – Respondeu minha madrinha do outro lado da linha.

Senti meu coração tão confortado ao ouvir aquela voz conhecida e me lembrei de como o abraço dela era bom.

— Estou com saudades!  – Falei.

Sei que passei muito tempo sem ir visitá-la, mas antes dos meus pais se mudarem no começo do ano ela ia me visitar sempre, então estávamos próximas. Depois da mudança só voltamos a nos ver semana passada.

— Eu também estou com saudades! – Falou ela. – Liguei para saber se está bem, se precisa de algo? – Perguntou ela.

— Estou bem sim e a senhora? Não preciso de nada, é bem legal tudo aqui. – Falei.

— Estou bem também. Que bom que está gostando filha, tem que aproveitar a vida mesmo e agarrar as oportunidades que ela oferece. – Falou minha madrinha. – Lembro de você pequenininha falando que seria jornalista, que viajaria o mundo e que nunca pararia de estudar. – Completou ela.

Sim, eu sempre quis ser jornalista e sempre quis ganhar o mundo.

— Nunca deixe de querer mais sempre, nunca deixe de viver o que acha certo e arrisque quando precisar. Você só sabe se gosta quando experimenta, você só aprende depois que erra e assim por diante. – Continuou ela.

— Obrigada madrinha! Obrigada por sempre estar por perto, por sempre me dar bons conselhos. Eu te amo! – Falei.

Já estava sentindo meus olhos arderem e as lágrimas começarem a querer cair.

— Eu que tenho que agradecer aos céus por esse anjo que ganhei. Também te amo minha gorda! – Falou ela. – Saiba que aonde eu esteja estarei olhando por ti Betina! – Falou minha madrinha.

— Eu sei, sei que nunca irá me abandonar mesmo eu estando do outro lado do mundo. – Falei.

— Sim minha filha, nunca vou te abandonar. – Falou ela.

As lágrimas começaram a escorrer por meu rosto.

Quando o assunto é as pessoas que eu amo não sei como controlar as emoções e minha madrinha me ensinou tanta coisa apenas sendo quem ela é que me dá orgulho ser afilhada dela.

— Está chorando? – Perguntou ela.

— Não! – Menti tentando disfarçar a mudança na voz.

— Betina, não é para chorar! Eu te disse essas coisas porque estava lembrando de você pequena, lembranças boas e que não merecem choro. – Falou ela.

— Eu sei madrinha, mas é que bateu saudades! – Falei.

— Oh minha filha, eu sei, mas pensa que logo você irá estar aqui de novo. Seu trabalho é muito importante e você precisa conclui–lo, então engole esse choro e coloca um sorriso no rosto! – Falou minha madrinha alegremente.

— Tudo bem. – Falei. – Obrigada por tudo, de coração! – Completei.

— De nada. Agora aproveita o resto da noite e vá se divertir! – Falou ela.

— Acho que não vou sair hoje. – Falei.

— Por quem não? Tão jovem assim, tem mais é que aproveitar a noite! – Falou ela.

— Tá bom, vou ver o que faço. – Falei me animando.

— Isso aí, pode deixar que não conto para seu pai. – Falou ela brincando.

— É bom mesmo, porque não quero encrenca. – Falei rindo.

— Agora vá se arrumar. Beijos minha gorda, se cuida! – Falou ela.

— Tá bom, beijos e qualquer coisa me liga! – Falei e desliguei a ligação.

Deixei o celular do meu lado e pensei no que poderia fazer aquela noite.

Sinceramente já passava muito tempo com Diego, Gustavo e Roberta e não estava disposta a aguentar briguinhas, Lucas estaria na festa de aniversário de um amigo e eu até fui convidada, mas não quis ir, Laura e Steve estavam no restaurante, mas eu também não queria ir lá e não estava nem um pouco com vontade de frequentar alguma balada ou bar da Augusta e arredores.

Peguei o telefone e liguei para a cozinha, no terceiro toque um homem com voz de ter mais de 50 anos atendeu.

— No que posso ajudar? – Perguntou ele.

— O Pedro está por aí? – Perguntei.

— Está sim, que falar com ele? – Perguntou o homem.

— Ah não, pede para ele me trazer um sanduíche natural. Diz que é a Betina que ele sabe qual estou falando. – Respondi.

— Ok, mais alguma coisa? – Perguntou o homem.

— Não, só isso. – Falei.

O homem desligou e fiquei na cama aguardando a entrega de meu sanduíche.

Na verdade ainda não tinha entendido meu propósito em ver Pedro, mas ele era uma pessoa neutra no meio da bagunça que minha vida tinha se tornado e eu adorava os minutos que passava ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??

Espero que essa minha inspiração dure eternamente...

Obrigado por acompanhar, até quinta!



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