Júpiter escrita por sofi weber


Capítulo 1
Absinto




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                Peixes entrou devagar na nona porta do corredor, onde havia uma flecha entalhada na madeira, representando o símbolo de Sagitário. Aquele cômodo normalmente ficava vazio, pois o sagitariano não costumava ficar em casa. Ele gostava de viajar, passar dias longes e renovar os ares. Graças a essas viagens, a maioria dos moradores da casa já tinha uma coleção de globos de neve (com exceção de Libra, que tinha uma coleção de canecas, e Leão, que tinha uma coleção de cremes do mundo todo). Além disso, quando não viajava, gostava de dormir no quintal, sob as estrelas.  Perdia horas olhando as constelações e algum dia desses, tinha arrastado o pisciano junto. 

                Quando fechou a porta atrás de si, o pequenino respirou fundo. O quarto tinha cheiro de anis e algumas outras ervas. Escorpião dizia até que ás vezes, pelo seu dormitório ser logo ao lado, sentia cheiro de maconha, mas isso é um boato que não foi confirmado. O odor ali, entretanto, não condizia com o que o escorpiano descrevia. Era doce e atrativo, lembrava uma mistura entre países. Algum ponto até lembrava curry. Era confuso, mas bom. Peixes se identificou com aquela confusão, já que sua cabeça costumava ser um amontoado de pensamentos.

                Ele andou calmamente por ali, analisando tudo curiosamente. Tinha conversado com o amigo sobre ter algumas aulas de violão, então para isso, foi pegar o instrumento enquanto Sagi procurava algum lugar agradável para os dois. Entretanto, se distraiu com um frasco contendo um líquido num tom de verde lindo. Foi até a escrivaninha e pegou o recipiente. Uma etiqueta dizia “Absinthe Extrakt” e tinha o desenho de uma bela fada totalmente esverdeada.

                Quando o pisciano abriu o frasco e sentiu o cheiro, seu nariz ardeu, mas mesmo assim achou aquilo bom. Soube uma vez que era uma bebida, mas não soube de um dos detalhes mais importantes: que essa era uma das bebidas mais fortes do mundo, responsável por alucinações quando consumida em excesso. Ele deu um pequeno gole. Sentiu um gosto adocicado por um mero segundo e depois veio a queimação forte na garganta. Todo o seu interior começou a queimar. Era uma sensação estranha, todavia, atiçava a curiosidade do pequeno. Alguns minutos depois, faltavam alguns goles no jarro e o jupiteriano estava sentado na cama, vendo tudo rodar.

                Após a demora do retorno do amigo, Sagi foi para o quarto checar se estava tudo bem.

                ―Ei, Peixes, está tudo b-WOAH! ― exclamou, ao entrar e dar de cara com o pisciano largado na cama, com a cara de perdido ainda mais intensa e o rabo de cavalo afrouxando. Rapidamente, o sagitariano prendeu os cabelos azulados ― O que aconteceu com você, cara?

                Ao aproximar o rosto do pequeno corpo, sentiu o forte cheiro de ervas e álcool ― porque após alguns goles, ele havia derrubado um pouco em si mesmo.

                ―Você bebeu?!

                Peixes arregalou os olhos, respirou fundo e, todo desajeitado, colocou um indicador na frente da boca. Fez um “shhhhhhhhhh” que fez com que um monte de cuspe voasse por ali.

―Non contha pro Virxem! ― o menor respirou fundo, abriu a boca e disse baixo, como se contasse um segredo, com a voz arrastada e se atrapalhando ― Naum. E non contha pro Eeeeiiixxxcorpion também. Ele fica... ― ele soluçou ― braaaaavo! Quando eu fazo as coisas sem ele. E quando eu fazo as coisas com otras... pessoas... 

―É, eu sei bem... ― Sagi deu uma risadinha levemente nervosa, lembrando da semana que Escorpião passou o encarando após ele ter saído com Peixes ― Mas enfim, você bebeu o que? ― Ao rolar os olhos pelo quarto e ver a garrafa de absinto levemente mais vazia, virou assustado para o menor ― Você bebeu absinto? Puro?! Aquilo é muito forte, Peixes! É até proibido em alguns lugares!

―A POLÍZIA VAI ME PRENDER!

―N-não, mas...

―A POLIZIA, O INTERPÓU, O FIB... FI... FBI! ― Peixes gritava a plenos pulmões. Depois, passou alguns segundos encarando o amigo e sentiu lágrimas brotando nos olhos. Chorando, o puxou pela camisa até os dois ficarem bem perto e sem soltar o tecido, ele pediu, sussurrando ― Me ajudan, Sagiii!

Antes que Sagi pudesse responder, a porta foi aberta.

―O que está acontecendo?


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