Lágrimas de Maroto - 1ª temporada escrita por JM


Capítulo 15
Capitulo 15 - Descontrole


Notas iniciais do capítulo

Oiii pessoas!
Aqui vai um capitulo novo procês! este aqui em particular está bem emocionante (e também um pouco desesperador). Espero que gostem!!
Obrigada a Princesa Mestiça, a Rainha da Noite, a Ellryn e a Lilica611 pelos comentários! é por causa do carinho de vocês que tenho animo para continuar com a fic, por favor, continuem por aqui ok?
Obrigada também a todos que acompanham a fic!!

Agora vamos ao capitulo!
Boa leitura!



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Paciência nunca fora o forte de Sirius. O maroto nunca foi o tipo de pessoa que consegue esperar muito por alguma coisa, ou que fica sentado em quantos as outras pessoas fazem todo o trabalho. Por isso, ficar ali sentado, apenas esperando que Bichento voltasse com noticias melhores não estava sendo nada fácil.

Aquele não estava sendo um bom dia. A falta de ação estava fazendo mal aos nervos do maroto, que aquela altura desejava já ter concretizado seus planos de fazer Rabicho pagar por seus crimes imundos. Apesar de sua vontade no entanto, tudo permanecia na mesma desde que retornara a Hogwarts, e pelo visto não estavam nem perto de um avanço.

Enquanto esperava que o gato aparecesse, Sirius andava por toda a casa dos gritos, tentando dissipar a energia acumulada. Estava estressado, e ficar apenas perambulando pelos terrenos da escola não estava mais ajudando, mesmo que tivesse a chance de ver seu afilhado.

Toda vez que tinha a chance de por os olhos em Harry, a alegria se misturava a tristeza. Ficava feliz por poder estar mais perto, mas ao mesmo tempo se lembrava de que tudo poderia ser diferente. Se não fosse pela traição de Rabicho, o garoto ainda teria os pais, ou pelo menos, teria sido criado por seu padrinho, e não por aqueles trouxas sem coração que o deixavam sem comida.

Já era começo de noite, e nada de Bichento aparecer. A inquietação do maroto acabou por faze-lo retornar a seus planos mirabolantes. E se fosse até o castelo naquele momento? Conhecia todos aqueles corredores muito bem, na certa conseguiria chegar a torre da grifinória sem ser percebido. O problema era outro: como passar pelo retrato da mulher gorda? Na certa ela o reconheceria, e era muito difícil pensar que havia alguma chance de ela deixa-lo entrar de livre vontade. Naquele momento, amaldiçoou-se por não ter nem ao menos uma varinha para auxilia-lo naquele momento. O único objeto que possuía era uma faca não muito grande, mas até que bem afiada. Mesmo assim, o que faria com uma faca? Não poderia ameaçar um retrato com uma faca, poderia?

Estava cansado de esperar, tinha que fazer alguma coisa, tinha que agir ou acabaria enlouquecendo. Subiu novamente ao quarto principal e logo encontrou a faca, que havia deixado na mesa de cabeceira. Guardou-a nas vestes, e tornando a descer os velhos degraus, retomou sua forma animaga, saindo para o ar frio em direção ao castelo.

Não se tratava de um plano bem elaborado, nem mesmo de um principio de plano. Tudo que Sirius sentia é que tinha que fazer algo, não aguentava mais ficar parado esperando o momento certo para agir. Queria botar as mãos naquele traidor que arruinara sua vida, e se aquele rato não saia da torre da casa dos leões, ele iria arranca-lo de lá.

Não encontrou ninguém em seu caminho até o saguão principal, o que foi um bom sinal. Ao invés de subir pela escadaria principal, o maroto seguiu por um corredor do lado esquerdo e subiu por uma escada circular que ele sabia que levava ao primeiro e ao segundo andar.

Andando rapidamente, Almofadinhas conseguiu chegar ao corredor do 7º andar onde se localizava a entrada para a torre da grifinória sem maiores contratempos, a não ser um garotinho do 1º ano de cabelos caramelo que parecia perdido demais para se dar conta da presença dele.

Antes de virar o corredor e se ver diante do quadro da mulher gorda, seu maior empecilho, Sirius retomou sua forma humana. (não podia se arriscar que soubessem de sua forma animaga, era sua único trunfo). Virou então o corredor, vendo-se de frente para o quadro de uma mulher muito gorda, elegantemente trajada com um vestido bege, segurando uma taça de cristal.

— Bom dia senhora. – começou Sirius, que agora que estava diante do quadro não sabia o que dizer. Começava a pensar que aquela fora mais uma de suas ideias estupidas.

A mulher no quadro, que já tinha apele clara, perdeu pouca cor que possuía, tornando-se tão branca quanto uma tela sem nenhuma gota de tinta. – O..O que você está fazendo aqui?? – exclamou ela, tropeçando nas palavras por conta do nervosismo que a acometia.

— Calma, não precisa se assustar, eu..eu só preciso de um favor...preciso entrar na torre da grifinória. Por favor, é urgente. – falou o maroto, que parecia tão nervoso quanto a guardião da torre.

Parecendo ligeiramente recuperada, a mulher exclamou, e uma voz esganiçada: - Deve estar maluco se acha que vou te deixar entrar! Pensa que não sei o que você se tornou? Um assassino e traidor que vendeu seus amigos em troca de honrarias do Lord das Trevas! De pensar que você e James sempre foram meus favoritos naquela turma...

As palavras da mulher atingiram Sirius em cheio, atingindo suas mais profundas feridas. Ele não se enganava, sabia que aquilo era o que todos pensavam dele. Que era um traído e assassino. Ainda assim, ouvir aquilo doía. Tornava tudo mais real.

— Eu não sou um assassino! Sou inocente! E para provar isso, preciso entrar na torre! Por favor, libere minha passagem! – continuou ele, o nervosismo fazendo com que seu tom de voz aumentasse. Mas que ideia estupida fora essa? Só mesmo o desespero que estava sentindo para pensar que essa tentativa teria algum sucesso, ela nunca deixaria que ele entrasse, e pior, se continuasse ali por muito tempo acabaria sendo pego.

— Não me julgue como idiota Black! Sei exatamente o que você é, e inocente é o ultimo adjetivo que vem a minha mente! Agora suma daqui, antes que eu chame o diretor e você acabe tendo sua alma sugada por um dementador! – respondeu a mulher gorda, empertigando-se em sua moldura.

Talvez tudo fosse melhor se ele tivesse seguido a recomendação dela. Ao invés disso, no entanto, Sirius tirou a faca que estava guardada em suas vestes, apontando-a para o quadro. Sua voz saiu alta e desesperada, nem ele conseguia acreditar em suas próprias atitudes: - Me deixe entrar! Ou arranco você dessa moldura!

Até para um quadro, que em geral conserva a expressão facial com a qual fora pintado, a expressão que seu semblante assumiu era de puro terror. – Você não teria coragem! – exclamou o quadro, em claro desespero.

Sirius avançou, como se estivesse sendo controlando por cordas, como se houvesse se transformado em uma marionete. Não tinha mais controle de suas ações. Tudo em que conseguia pensar é que precisa entrar naquela maldita torre, precisava chegar ao rato que nela se escondia.

Levantou a faca acima da cabeça, pronto para desferir o primeiro golpe. Não queria machucar, apenas assustar o suficiente para que tivesse o caminho desimpedido. Antes que a faca chegasse a tela, entretanto, a mulher gorda saiu de sua moldura, correndo desabalada pelas outras molduras, soando o alarme de invasão aos gritos de “Ele está aqui!!! Sirius Black está no castelo!!”.  

Sem parar ´pra pensar no que estava fazendo, tomado pela raiva e pala frustração, ele desferiu a faca contra a moldura vazia, cortando a tela de um lado a outro três vezes. Teve vontade de gritar, extravasar tudo que estava sentindo. Ao invés disso, no entanto, tudo que pode fazer foi deixar que as lágrimas nublassem sua visão. Chorava de desespero, a dor que comprimia seu coração e submergira com as palavras da mulher gorda atingindo com força total. Como pudera ser tão idiota e descuidado? Porque não ficou onde estava e planejou direito o que ia fazer? Porque sempre fazia tudo errado?

O desespero de Sirius deu ligar ao pânico quando seus ouvidos captaram o som de passos que rapidamente se aproximava. O alarme da mulher gorda fazendo efeito. “Tenho que sair daqui. Agora”, pensou o maroto, retomando sua forma animaga.

Saiu desabalado pelo corredor por onde viera. Se tivesse sorte conseguiria escapar antes que o castelo fosse trancado. Desceu as escadas de dois em dois degraus, e por milagre, não encontrou ninguém nos corredores. Quando finalmente chegou ao saguão, percebeu que era tarde demais, o portão já estava trancado.

Olhou em todas as direções, procurando um local no qual poderia se esconder. Aquele corredor não tinha nenhuma sala ou um armário de vassouras. Foi então que teve uma ideia. Iria se esconder na passagem da bruxa de um olho só. Duvidava que muitas pessoas a conhecessem, e havia menos probabilidade ainda que alguém pensasse em procura-lo ali.

Subiu novamente, o mais rápido que seu corpo já cansado conseguia aguentar. Chegou a passagem da bruxa sem ser interpelado (aquela altura todos deviam estar procurando por ele em partes mais obvias do castelo). Sirius entrou pela passagem, fechando-a atrás de si, e desabou no chão de pedra, encolhido.

Em sua mente, pesava a estupidez de sua ideia, mesclada a tristeza que as palavras que lhe foram dirigidas trouxeram a tona. Naquele momento, sozinho e sentimentalmente ferido como estava, tudo que lhe passava pela cabeça era que ele realmente não conseguia fazer absolutamente nada direito. “Parabéns Sirius. Mais uma coisa que você conseguiu estragar! Com essa sua pressa, pode ter colocado tudo a perder! Mais uma vez, deixou que Rabicho levasse a melhor!” pensou com amargura.

Sabia que deveria continuar, sair pelo porão da Dedosdemel e voltar a casa dos gritos, mas não conseguia. Não tinha forças. Sentia-se fraco e impotente, o peso da culpa e da solidão afundando em seu estomago.

Permaneceu ali por algum tempo, encolhido por sua dor, um cão ferido que tentava inutilmente reunir forças para continuar lutando. Foi então que um de seus sonhos voltou a sua mente, um que tivera algumas semanas atrás, com James. O amigo dissera que não iria deixa-lo, que ele tinha que continuar, que não podia desistir.

Fechou os olhos e pediu para que aquele sonho se concretizasse, que Pontas estivesse ali e o ajudasse a se levantar. Quando os reabriu, estava sozinho (como esperava), mas seu coração estava mais aquecido, como se lembrar-se de seu melhor amigo lhe renovasse as forças. Não podia desistir agora. Tinha uma promessa a cumprir. Uma promessa feita há muito tempo a James e Lily, e também Harry. Uma promessa feita a si mesmo.

Lentamente, o imenso cão negro se levantou, seguindo seu caminho para fora do castelo de Hogwarts, na esperança de que dias melhores viriam, na esperança de que tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

E então, como ficou??
Espero que todos tenham gostado!!
Vocês sabemo quanto sou carente, então mandem um oizinho ta bem??
Beijokas e até o proximo capitulo!