Crossed Ways escrita por Nina Arik


Capítulo 14
Ela tinha aprendido a lição. Era suficiente não era?




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A ideia de caçar humanos revolveu seu estomago. A questão é que ela nunca quis morder um humano. Ela nunca quis nada disso. Por isso passou anos lutando contra seus instintos. Mas alguns minutos atrás ela não estava sedenta pelo sangue de Talon? Talvez se ela aprendesse como fazer isso poderia se controlar. E se ela entrasse em um frenesi como aconteceu com ele e não parasse? Não podia pensar nisso.

Bem, era primeira vez que ela colocou os pés para fora desde que oficialmente soube que era uma vampira. E que estava se alimentando corretamente. Estava escuro, mas sua visão era outra. Não era melhor. Não podia dizer que era melhor por que não tinha comparação. Era como ver com outros olhos. Tudo estava mais definido, mais claro, como se tivesse enxergado a vida toda como uma televisão antiga e agora estivesse vendo através de uma tv hd. A comparação era estupida, mas era a única coisa que podia pensar.

Pode sentir aromas diversos, distingui-los como se fossem uma entidade. Tinha um restaurante chinês a umas quadras dali, podia sentir o cheiro de cada tempero, da pimenta, dos wontons de porco, arroz, óleo de amendoim, ela podia quase sentir na língua, era quase demais, e o barulho, podia ouvir a quilômetros como se estivesse realmente lá, um casal discutindo, uma criança chorando, uma mulher histérica ao telefone. Era perturbador.

— Você está pronta? – Dimi perguntou. Ele estava ao seu lado direito e Summer ao seu lado esquerdo. Connor e Kiran seguiam atrás olhando para os lados como dois soldados. Como se algo pudesse saltar das sombras a qualquer momento. Seus corpos ela podia ver de longe estavam tensos e suas expressões eram severas.

A noite estava agradável, uma brisa soprava em sua pele, a lua cheia erguida em seu melhor no topo do céu brilhando com tudo que tinha. Não estava quente, mas também não muito frio.

— Não. – ela disse sinceramente. – Mas acho que nunca estarei. Então vamos lá.

— Não é tão ameaçador assim, Atena, confie em mim. Você não vai matar ninguém. – Atena engole seco. Oh Deus! E se algo desse errado? E se mordesse demais? Se rasgasse o pescoço? E se a pessoa tivesse uma hemorragia? E se...

— Como você pode saber? – ela pergunta desesperada.

— Vamos estar lá para ti ajudar. – ela sorri e anda com fluidez.

— Certo, para onde nós vamos? É como num açougue, olhamos as carnes e escolhemos? – ela brincou, mas a ideia era perturbadora. Deus! É como se fosse um parasita. Summer riu, seguido de Dimi, os outros mantiveram como se não tivessem ouvido.

— Uh-uh. Não! Vamos para um bar.

— Um bar?

— Sim! Nâo é onde se conhece pessoas? Eu bem que poderia achar alguém interessante. Tomar uns drinks.

— Isso não é uma brincadeira, Princesa. – Connor disse rigidamente. Summer o olhou com os olhos espremidos.

— Não disse que estava brincando Connor. – ele grunhiu e desviou o olhar dela. Atena pode sentir a tensão entre os dois. Algo acontecia ali, mas não era da sua conta. Afinal, ela estava mesmo de mudança. Sempre foi independente, nunca esperando nada dos outros, sempre esperando as quedas que a vida dá, isso não ia ser diferente. Ela poderia trabalhar, estudar ainda mais. Ela poderia se virar sozinha, como sempre fez. Por que claramente ela era um incomodo para Talon.

Depois de andarem alguns quarteirões Atena se viu entrando um bar aconchegante, um homem com a voz rouca Jonh Mayer e tocava violão. A luz estava baixa e as pessoas comiam, conversavam e riam, os aromas provenientes da cozinha eram tentadores. Era um lugar que ela viria em qualquer ocasião que não fosse para isso. Para se alimentar de alguém.

Summer parecia estar se divertindo. Ela estava sorrindo muito e logo chamou o garçom quando sentou.

— Eu quero uma porção de onion rings, eles fazem as melhores... – ela disse a Atena. – Asinhas apimentadas e cerveja, ah e pode trazer doses de tequila para todos...

— Princesa. – A voz de advertência de Connor nem lhe chamou atenção. Ela continuou o pedido como se nem tivesse ouvido.

— Deixe de ser uma dor na bunda Connor. – Quando o garçom saiu ela começou a se levantar. – Venha Atena eu amo essa musica. Quando o homem cantando começou um cover de Sex on fire – Kings of Lions.

— Eu não sou realmente uma boa dançarina.

— Oh, pare! Eu vi você dançando lá em casa!

— Mas, só estávamos nós e aqui...

— Aqui é um lugar bom como qualquer outro. – ela sorri e a vitalidade da mulher não pode ser ignorada. Simplesmente é contagiosa. Atena se vê balançando os quadris e relaxando um pouco. Summer tem esse poder. Seus olhos se fecham quando ela começa a se mover com o ritmo. Mãos deslizam em sua cintura e ela congela por um momento. Um homem, alto, com cabelos castanhos sorri.

— Dance com ele. – Summer sussurra quando se mexe com outro cara. Atena volta a se mover, seu corpo se movendo conforme o corpo do homem atrás de si. Quando a voz no microfone fica mais alta e o violão dita um ritmo para os corpos na pista. Atena se deixa levar, e descobre que realmente gosta. A música acaba rápido demais. – O que vocês acham de nós irmos até lá fora? – Summer diz com a voz sedutora e seus olhos olham diretamente nos olhos do rapaz que está com ela. Os rapazes balançam a cabeça quase automaticamente e Summer não perde tempo ao andar balançando seus quadris e seguir a porta dos fundos. Atena não tinha percebido o quanto estava quente lá fora até a brisa bater em seu rosto. – Olhe em seus olhos Atena. – Summer diz em um tom muito baixo, que apenas os ouvidos de Atena podem capitar. – Faça com que ele confie em você. – ela está encarando o homem que está com ela. Oh merda! Atena percebe que essa é a hora. Ela encara os olhos castanhos do homem, ele é bonito, não parece ter mais de vinte anos. Suas pálpebras caem um pouco e Atena senti o formigamento passar em sua pele. De alguma forma instintiva sabe que ele está sobe o seu domínio.

— Qual é o seu nome? – ela pergunta.

— Brian. – ele diz sonhadoramente. Tudo bem. Agora ele não é só um saco de sangue. Ele tem nome é alguém.

— Sinta seu cheiro Atena. Deixe o instinto guiar você.

— Não acho que possa...

— Você pode, você não vai machucar ele. – Summer diz com confiança. Atena a olha um segundo antes que ela afunde suas presas no pescoço do outro homem e ele gema. Não é dor estampada em seu rosto. Tudo bem, Atena. Faça isso. Você nâo vai machucar ele... não vai...  Brian parece perdido quando ela se aproxima.

— Sinto muito Brian, eu prometo não tirar muito... – ela diz, mas ele não parece se importar. Atena respira fundo. O cheiro de seu sangue é bom, nada parecido com o de Talon que a teve quase a ponto da loucura para provar, mas bom. O homem se abaixou como se fosse beijar ela o que facilitou por causa de seu tamanho. Atena desviou até que sua cabeça estava em seu pescoço. As presas saíram por extinto. Oh Deus! Vou realmente fazer isso. Ela afundou as presas no pescoço de Brian, a carne macia não ofereceu resistência as suas presas e logo, seu sabor encheu sua língua, quente, macio, aveludado, bom. Brian gemeu quando seus braços a cercaram e a puxaram para si. Sua ereção cavou em sua barriga. Um choque percorreu seu corpo. Como se isso fosse errado, muito errado e ela soltou Brian em um impulso.

Ela tinha aprendido a lição. Era suficiente não era?

 

 

 

 

 

 

 

Talon ouviu quando eles voltaram. Quando ela voltou. Infernos. Ele não queria sentir a urgência que ele estava sentindo. Onde ela tinha ido? Por que tinha saído logo depois... Infernos! Ele tinha fodido as coisas, mas ele tinha que concertar isso. Não estava certo. Ele não podia ter ela. Ela não podia ter ele. Isso ia deixar as coisas fodidamente ruins! Ouviu seus passos no corredor. Ele não devia, mas saiu de seu quarto para encontrar ela. E no momento que seu cheiro bateu nele um grunhido alto deixou sua garganta. Ela cheirava a homem. A um homem humano.

— Onde diabos você estava? – ele se aproximou, quase em transe, quando ela se afastava até esta presa a parede. Seus braços pousaram cada um a um lado dela, aprisionando seu corpo menor. – Por que você está cheirando a homem Atena? – suas bochechas cobriram de vermelho.

— Isso não é da sua conta. – ela disse calmamente.

— Foda-se se não é! –ele disse perdendo seu temperamento. O cheiro de outro homem sobre ela estava deixando ele louco. Ele não conseguia pensar. – Que merda você estava fazendo?


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