Crossed Ways escrita por Nina Arik


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeee
Essa autora está começando mais uma historia sobrentural! Eu esbocei, quer dizer escrevi partes dela ano passado e esqueci, achei e remodelei e adorei o resultado, ainda nâo tenho precisão de quantos capitulos, por que ainda estou escrevendo.
Eu faço faculdade, e não posto todos os dias, mas eu tento postar toda semana.
Pra quem me conhece, obrigada por participar de mais essa, pra quem ainda não conhece essa autora convida a ler essa e as outras histórias e deixa um MUITO BEM VINDO aqui.
Beeeeeeijos.



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Capítulo 1

 

Sentada no refeitório do hospital as vozes a assaltavam, os sussurros a metros de distancia, o cair de uma folha a andares acima ou a discussão acalorada na recepção a andares a baixo, a velha enxaqueca tinha vindo a fazer companhia para ela logo antes do almoço outra vez, e já fazia quatro meses que ela precisava alimentar seu vicio estranho, mas hoje em dia com toda a tecnologia de câmeras que estavam por toda a parte era complicado entrar em partes furtivamente do hospital em que não era autorizada, para roubar um pouco de algo que se a achassem pegando achariam estranho. Estranho? Isso é eufemismo. No mínimo a internariam em uma clinica para doentes mentais.

Tinha sido assim a vida toda, desde que era uma menina, estava sempre cansada, tinha olheiras e o corpo doía sempre, principalmente durante o dia, a noite não era capaz de dormir muito e o corpo insistia em ficar desperto, isso acumulava muito a exaustão, e ela estava de novo arrastando nos movimentos como se o corpo estivesse pesado demais. Ao redor as pessoas pareciam elétricas, e pareciam se mover rápido demais, e seus corpos desprendiam um calor que despertava uma dor já muito familiar para ela, suas gengivas doíam e ela tinha que controlar os enormes caninos que desciam sempre que ela se concentrava demais no bater de um coração, no som do sangue viajando nas veias e sendo bombeado. Dava água na boca só de pensar.

Ela vivia com medo, talvez a vida toda estivesse louca e por viver em um orfanato cheio de crianças não tinha sido diagnosticada como tal, ou poderia ser uma doença, quem sabe? A verdade é que desde que podia se lembrar podia ouvia tudo ao redor, o bater das asas de um passarinho que estava muito distante, o riacho a quilômetros de distancia e  sentia cheiros muito distintos e a distancias também, não era o perfume das pessoas, pelo menos não esses horríveis perfumes comprados que machucavam seu nariz, não, mas a verdadeira essência, algo que desprendia dos poros sem que as pessoas tomassem conhecimento e que se intensificava com as emoções, e cada uma das emoções tinha um cheiro diferente.

 A sede que a perseguia e atormentava. Às vezes não podia respirar profundamente ou perderia a cabeça, se sentia no meio de um fast food, mas não estava desejando exatamente batatas fritas e hambúrguer. Tinham vários livros sobre isso, ela sabia o que era, ou pelo menos suspeitava, era uma vampira, era ridículo dizer assim, parecia realmente louca quando pensava sobre isso, quer dizer vampiros eram fictícios! No mínimo teria uma doença estranha, se não fosse algo mental poderia ser outra coisa e tinha um medo avassalador que alguém pudesse descobrir como as coisas estavam hoje? Iriam interna-la e fazer testes bizarros. Estremeceu com o pensamento. Deus!

 Na escola sempre tinha sido esquisita, as outras crianças riam dela já que ela não podia concentrar-se em um só som e estava sempre se perdendo, sempre tinha sido pequena, e estava muito abaixo do peso, tinhas os cabelos loiros longos e olhos azuis muito grandes que a faziam parecer uma adolescente ao invés de seus 20 anos. Nunca tinha sido adotada, tinha passado por vários lares adotivos, alguns realmente ruins, alguns bons, mas estava sempre fechada e com medo e então a devolviam como uma mercadoria que tinha algum defeito, aquilo ainda trazia um nó a sua garganta, fazia cinco anos que estava por conta própria. Cinco anos! Mas ainda se sentia vulnerável, como se ainda estivesse presa no orfanato.

Mas tinha que agradecer a uma das cuidadoras que tinha cuidado dela como pode e tinha a feito fazer um curso técnico e conseguir esse emprego no hospital. Em poucos meses conseguiu alugar um lugar e se emancipar e Liane ainda trazia as sobras de domingo para ela. Isso a fez se sentir menos sozinha. Todos os domingos ela esperava Liane ansiosamente para conversar e a senhora era sempre gentil com ela.

Os serviços se acumularam na mesa. Tinha apenas remexido no almoço e voltou para o escritório do hospital em que era administradora. Tinha lutado para terminar a escola e a universidade. Mas, o emprego era a única coisa que podia se orgulhar, ganhava bem e finalmente tinha uma casa bonita e confortável.  O dia tinha se tornado noite, o sol graças a Deus se escondendo e dando aos seus olhos algum alívio, finalmente foi para casa. Tinha decidido andar essa manhã,  seu carro estava na oficina, o coitado estava nas ultimas, mas ainda faltava juntar um pouco de dinheiro para comprar outro, e taxi era um gasto muito expansivo. Mas vendo as ruas vazias e o barulho da noite, talvez tivesse sido um terrível engano.

Respirou o ar frio da noite, o corpo doía por se alimentar. As gengivas  coçavam e o estomago estava se torcendo. Tinha comido um grande x-burguer, mas não era isso que o corpo clamava agora. 

 Um pouco de sangue e depois uma boa briga com um desalmado que se atrevesse a cruzar o seu caminho. Eles estavam ficando espertos, carregando armas. Mas eles não podiam contra os vampiros, não tinham foco quando o veneno estava em suas veias. E suas almas estavam perdidas. Eles estavam se agrupando como se tivessem direitos, mas não tinham e sabiam disso. Mas seu líder insistia em dizer que eles eram o topo da cadeia alimentar. Por que podiam se alimentar de humanos e vampiros. Idiotas sem alma. Queria um apocalipse isso sim. Do jeito que as coisas estavam indo a guerra não demoraria muito a explodir. E ele como guardião tinha o dever de impedir que a guerra estourasse em suas portas, os da espécie eram poucos, por isso ele mantinha seus amigos sempre treinados e perto. Essa noite, por acaso tinha saído sozinho, mas seus amigos, quase como irmãos para ele estavam a uma ligação de distancia. Aqueles filhos da puta podiam ser rápidos.

Um cheiro tentador chegou as suas narinas, um cheiro rico e espesso, tentador. Como baunilha e canela. Já imaginava o sabor, a textura, a temperatura. As gengivas doeram. O estômago se animou. O alimento estava tão perto.


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